Ciência
10/09/2021 às 06:30•2 min de leitura
Um estudo publicado pela Clinical Cancer Research revelou que o medicamento STimulator of INterferon Genes (STING), injetado em cães durante a 1ª fase de ensaio clínico, induziu respostas positivas do sistema imunológico contra células do glioblastoma multiforme, o segundo tipo mais comum de câncer cerebral na espécie.
Para atingir os resultados, cientistas da Texas A&M University realizaram exames de ressonância magnética em cães por um período de 10 meses, de forma a otimizar as observações após a injeção da primeira dose de STING. No fim da análise, a conclusão foi de que a terapia consegue desencadear uma resposta imune antitumor robusta e inata, podendo até mesmo eliminar os tumores, em casos mais específicos.
"Com essa terapia, estávamos tentando capturar tumores que, por si só, não geravam muita resposta imune, para transformá-los em tumores que ocasionam respostas por meio da injeção do agente de imunoterapia", disse a professora assistente Beth Boudreau, da área de Neurologia da universidade, confirmando a alta eficácia do tratamento no combate ao glioblastoma.
(Fonte: dvm360 / Reprodução)
O projeto teve fundamento em um estudo realizado anteriormente pelos pesquisadores, quando inúmeros dados de caninos foram coletados para analisar amostras de gliomas, tumores originados nas células gliais do cérebro. Foi então que eles descobriram que o desenvolvimento das células cancerígenas de cães e humanos ocorre de forma semelhante, estimulando estratégias de abordagem que sigam caminhos parecidos em vários aspectos.
O tratamento do glioblastoma em cães surge com animação para especialistas, mas liga um alerta importante sobre os procedimentos em humanos, já que a expectativa de vida de pessoas com a condição cancerígena é reduzida a meses. Além da dificuldade em ter os tumores cirurgicamente extraídos, muitos pacientes lidam com efeitos colaterais causados por terapias tradicionais de alto custo, exigindo "investigações e refinamentos" por parte de especialistas para garantir mais segurança na forma de aplicação das técnicas.
(Fonte: dvm360 / Reprodução)
Nas próximas etapas do projeto, os pesquisadores deverão resgatar a abordagem terapêutica do STING — com a redução acentuada dos tumores — e explorar uma prática semelhante em pacientes humanos com gliomas, focando em quem já sofreu procedimento cirúrgico de debulking, ou seja, que teve a maior parte do tumor removida sem ele ser completamente extraído.