Pesquisadores descobriram qual processo interrompe ataque a células saudáveis, o que é importante para evitar doenças autoimunes.

As doenças autoimunes, a exemplo da <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/124192-8-formas-de-lidar-com-a-diabetes-de-forma-tranquila.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">diabetes</a> tipo 1, esclerose múltipla, doença celíaca e artrite reumatoide, causam uma série de impactos no bem-estar das pessoas e, além de afetarem no dia a dia, quando não devidamente tratadas, podem acarretar sintomas graves e até mesmo provocar a morte precoce.Apesar dos avanços nos tratamentos oferecidos para tais condições, ainda não existe uma compreensão mais aprofundada sobre o porquê das <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/121763-celulas-humanas-recem-descobertas-sao-cruciais-para-a-respiracao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">células</a> se comportarem de forma agressiva diante de outras, que estão saudáveis, e qual mecanismo pode evitar que esse processo ocorra quando não há algum patógeno invadindo o organismo.Diante desse desafio, uma equipe de pesquisadores encontrou qual mecanismo está por trás dessa resposta autoimune violenta. As descobertas foram publicadas na revista Nature no final do mês de fevereiro.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/20/20192639910279.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Estudo se mostra promissor para avanços no tratamento das doenças autoimunes. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Identificando um importante "interruptor" celular</h2>Sabe-se que nosso organismo é bastante eficiente em sua resposta <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128139-quanto-precisamos-reforcar-o-nosso-sistema-imunologico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">imune</a>, o que é benéfico quando estamos doentes, mas preocupante quando até mesmo células saudáveis são combatidas por "engano".Considerando tudo isso, o estudo avançou na investigação da existência de algum processo que explore como essa resposta imune se inicia e como ela pode ser interrompida em determinados cenários, o que evitaria, por exemplo, a evolução das doenças autoimunes.A partir de análises em um grupo de células, foi identificado que existe uma espécie de "interruptor celular" atuando. Ou melhor, há complexo proteico chamado de CRL5 – SPSB3 que atua na sinalização e envia uma proteína chamada ubiquitina para a enzima GMP-AMP sintase cíclica, conhecida como cGAS.Pesquisadores, então, descobriram que esse processo evita que a cGAS atue em reações autoimunes e fique inativa, o que é importante se não há em andamento a infecção por um <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128773-novos-organismos-semelhantes-a-virus-sao-descobertos-no-corpo-humano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vírus</a>, por exemplo. Ou seja, a regulação da cGAS é a resposta que tanto foi procurada.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/20/20192724542280.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Em teste realizado com células cultivadas em laboratório, pesquisadores puderam ver como um mecanismo até então desconhecido atua. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Mecanismos internos da resposta imunológica</h2>A enzima cGAS já é conhecida, uma vez que na mitose, processo de divisão celular, ela se une aos nucleossomos ao ser posicionada para o interior da célula, ficando coberta por uma proteína chamada BAF. Fato é que a justamente a cGAS é quem detecta <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121199-o-que-e-o-dna-e-como-ele-se-parece.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">DNA</a> estranho e inicia a resposta imune do organismo, ou seja, ela possui um papel bastante importante.Considerando os resultados dos experimentos realizados com as células, pesquisadores concluíram que "a degradação proteica atua como um determinante da regulação do cGAS no núcleo e fornece insights estruturais sobre um elemento do cGAS que é passível de exploração terapêutica."Essa espécie de interruptor, portanto, se for controlada, evitaria que o organismo ataque as próprias células saudáveis quando não há patógenos agindo. Ou seja, a expectativa é que tratamentos para as doenças autoimunes possam ser desenvolvidos a partir de estudos complementares que explorarem mais detalhes dessa incrível propriedade.

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Reações autoimunes do organismo podem ser impedidas? Cientistas podem ter descoberto como fazer

Entenda como se manifesta a síndrome do cabelo impenteável e por que ela afeta mais crianças.

Há casos em que os cabelos têm naturalmente o aspecto mais rebelde, mas há outros, mais incomuns, que podem ser algo a mais: é o que ocorre na síndrome do cabelo impenteável. Causada por uma mutação genética bastante rara, ela faz com que o cabelo cresça de uma forma diferente da qual estamos acostumados a ver.Em vez de deixar os fios voltados para baixo, nas pessoas com esta condição, a ponta do cabelo fica com um aspecto irregular e os fios crescem em várias direções. Em muitos dos casos, o formato da haste capilar se assemelha ao de um triângulo.<h2>Como a síndrome do cabelo impenteável se manifesta?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/15/15102950298075.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Ilustração da direita mostra o fio de cabelo quando há manifestação da síndrome do cabelo impenteável. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Mais comum na infância, essa doença autossômica recessiva faz com que os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125011-cabelos-de-3-mil-anos-revelam-uso-de-alucinogenos-na-idade-do-bronze.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cabelos</a> fiquem crespos, mais secos e ásperos. Por deixar os fios mais grossos, a condição dificulta que o cabelo seja alisado com um pente ou uma escova uniformemente.Com crescimento mais lento, os fios são geralmente de uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118970-por-que-a-exposicao-ao-sol-deixa-o-cabelo-mais-claro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cor mais clara</a>, com tons de branco ou loiro platinado. Mas, claro, nem todos os casos apresentam manifestam esses sintomas da mesma forma.Características como a cor dos olhos, dos cabelos, bem como seu aspecto, são transmitidas geneticamente. Neste caso, não é diferente, existem três genes envolvidos na formação da haste capilar associados aos sintomas: PADI3, TGM3, e TCHH. No entanto, pesquisadores ainda suspeitam que exista outro não identificado.<h2>A importância de não recorrer a tratamentos milagrosos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/15/15103130724076.jpg" alt="(Fonte: JAMA Network/Reprodução)"><figcaption>Estudo analisou casos e forneceu uma visão geral de como a condição pode se apresentar durante a infância. (Fonte: F. Buket Basmanav/Nicole Cesarato/Sheetal Kumar/JAMA/Reprodução)</figcaption></figure></figure>A doença pode se manifestar antes que a criança apresente 3 anos, mas também pode se tornar perceptível mais adiante, até os 12 anos. Outro fato é que ela provoca alterações apenas na região do couro cabeludo. Ou seja, os demais pelos do corpo crescem normalmente.Vale destacar que a síndrome do cabelo impenteável não possui tratamento. Por isso, é importante que os pais e responsáveis pela criança não apliquem nenhum produto químico no cabelo, sob risco de agravar os sintomas.Especialmente no caso de produtos com formulações mais agressivas, que sequer devem ser utilizados em crianças, eles podem provocar reações e não devem ser adotados. Cortar ou tentar pentear excessivamente o cabelo da criança também não é recomendado, visto que isso não irá reduzir os sintomas percebidos.Mesmo cremes condicionadores ou que prometem mudar a aparência dos fios, com propriedades mais hidratantes, não surtem o efeito prometido neste cenário.<h2>Doença desaparece sozinha com o passar dos anos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/15/15103547354079.jpg" alt="Em outro estudo de caso, a forma como doença se manifesta foi analisada em uma criança. (Fonte: Indian Journal of Dermatology, Venereology and Leprology/Reprodução)"><figcaption>Em outro estudo de caso, a forma como a doença se manifesta foi analisada em uma menina de 10 anos. (Fonte: Indian Journal of Dermatology, Venereology and Leprology/Reprodução)</figcaption></figure></figure>A síndrome do cabelo impenteável regride espontaneamente no final da&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124625-criancas-esquecem-a-primeira-infancia-por-volta-dos-7-anos-de-idade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">infância</a>. Por esse motivo, é expressiva a dificuldade de avaliar a taxa de prevalência de casos, já que são poucos os documentados, e o próprio fenótipo fica imperceptível durante a idade adulta.O diagnóstico, por sua vez, é feito por meio de um exame físico, em que o médico avalia as características e sintomas apresentados e também poderá fornecer orientações complementares com base no caso específico.Além disso, testes com mecha de cabelo e exames de sangue também podem ser realizados para confirmar a doença. Por se tratar de uma condição que pode afetar a autoestima da criança, é importante que ela tenha acompanhamento de um psicólogo.

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O que é a síndrome do cabelo impenteável, que deixa os fios infantis sempre espetados

Entenda por quais razões a gengiva pode ficar mais escura entre os fumantes e como o cigarro afeta a saúde bucal.

Há alguns motivos que podem explicar o porquê da gengiva estar mais escura em algumas pessoas — e, diga-se de passagem, essa ocorrência é natural e bem mais comum do que imaginamos. Além de não ser indicativo de falta de higiene bucal, a tonalidade escura não é decorrente de alguma doença, mas um resultado direto de uma maior produção de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125094-5-fatos-sobre-a-sua-pele-que-talvez-voce-nao-saiba.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">melanina</a> pelo organismo.No entanto, há cenários em que as mudanças na aparência e cor das gengivas, ou mesmo o surgimento de manchas, podem ser associadas a medicamentos, assim como é um sinal de algo errado, como no caso do <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/127787-jovem-de-14-anos-inventa-sabonete-para-tratamento-de-cancer-de-pele.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">melanoma</a>, um tipo de câncer. O hemangioma também é uma outra condição que provoca esse efeito, e que costuma ser consequência de uma má formação dos vasos sanguíneos.E o tabagismo não fica de fora dessa lista, uma vez que também pode desencadear alterações nas gengivas e deixá-las escurecidas, bem como contribuir com o surgimento de diversas doenças.<h2>Impactos do cigarro para a saúde bucal</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/15/15135324499189.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Há gengivas que naturalmente se apresentam numa tonalidade mais escura, e isso não é sinônimo de doenças. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Dentre os problemas associados ao tabagismo, uma condição conhecida como melanose do fumante merece destaque. Ela desencadeia mudanças na pigmentação da <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/103994-estar-em-forma-melhora-a-saude-dos-seus-dentes-e-das-suas-gengivas-sabia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">gengiva</a> e também é fruto do acúmulo de nicotina na boca.Mas, como isso ocorre? A melanose do fumante é provocada pela nicotina do cigarro, e como ela estimula a maior produção de melanina, ocasiona as manchas escuras na gengiva.Se tratando de saúde bucal, o tabagismo também é associado a outras condições, como a halitose&nbsp;(mau hálito). Consequência do ressecamento da mucosa bucal, a menor produção de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128748-o-motivo-pelo-qual-voce-nunca-deve-compartilhar-a-escova-de-dente.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">saliva</a> compromete a limpeza da boca e acaba configurando esse quadro bastante desconfortável.Ou seja, os problemas decorrentes do hábito de fumar vão além dos efeitos percebidos do ponto de vista estético. Inclusive, tumores que surgem na boca são mais recorrentes justamente entre os fumantes.<h2>Fatores de risco associados ao tabagismo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/15/15140006055191.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Por outro lado, quando qualquer mudança na gengiva ocorre devido ao hábito de fumar, o caso merece atenção. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Para esse público específico, as doenças respiratórias são as que mais costumam ser lembradas, mas a verdade é que são diversos os tipos de câncer que apresentam maior chance de se desenvolver entre aqueles que fumam: dentre eles, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118823-conheca-os-sintomas-do-cancer-de-pulmao-doenca-diagnosticada-em-rita-lee.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">câncer de pulmão</a>, na laringe e no cérebro.Vale lembrar que, por atrapalhar o processo de <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128167-por-que-vitimas-de-queimadura-devem-comer-mais-proteina.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cicatrização</a> bucal, o cigarro ainda pode prejudicar a mucosa da boca. Em outras palavras: isso gera impactos no próprio processo de recuperação dessa região e a torna mais vulnerável à ação de vírus, fungos e bactérias diversas.Por isso, quando uma mancha ou lesão surge e não desaparece espontaneamente, é fundamental buscar auxílio médico para investigar a causa. Inclusive, há problemas que desaparecem após a pessoa parar de fumar, ainda que isso leve alguns anos para ocorrer, como a melanose do fumante.

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É verdade que a gengiva dos fumantes pode escurecer?

Pesquisadores nos Estados Unidos e na China descobriram uma ligação curiosa entre a poluição do ar e as taxas de suicídio.

Os esforços recentes da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118396-6-coisas-sobre-a-china-que-voce-talvez-nao-saiba.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">China</a> para reduzir a poluição atmosférica evitaram 46 mil mortes por suicídio no país em apenas cinco anos, estimam investigadores. De acordo com um novo estudo publicado na Nature Sustainability, a equipe utilizou as condições meteorológicas para separar fatores confusos que afetam a poluição e as taxas de suicídio, chegando ao que consideram ser uma ligação de causalidade.Questões como a poluição do ar são frequentemente enquadradas como um problema de saúde física que leva a um espectro de doenças agudas e crônicas, como asma, doenças cardiovasculares e cancro do pulmão. Contudo, a coautora e professora da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, Tamma Carleton, afirma que esses fatores ambientais também podem afetar a saúde mental.<h2>Poluição e saúde mental</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/05/05173607713317.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)"><figcaption>A poluição do ar pode afetar nossa saúde mais do que imaginamos. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>No passado, Carleton já havia feito estudos sobre o efeito da temperatura nas taxas de suicídio na Índia, descobrindo que o calor excessivo aumenta esse "fenômeno". Por esse motivo, ela ficou curiosa quando notou que a taxa de suicídios na China caía muito mais rapidamente do que o declínio no restante do mundo. Em 2000, a taxa de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127829-suicidio-pode-ter-raizes-geneticas-novo-estudo-indica-que-sim.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">suicídio</a> per capita no país era superior à média global. Duas décadas depois, no entanto, caiu abaixo dessa média — que também estava em declínio.Segundo o estudo, foi importante notar que os níveis de poluição atmosférica na região também despencaram. “É muito claro que a guerra contra a poluição nos últimos sete a oito anos levou a declínios sem precedentes na poluição a uma velocidade que nunca vimos em nenhum outro lugar”, diz Carleton. Então, a pesquisadora decidiu testar se os dois fenômenos estavam relacionados.Para isso, ela se uniu a pesquisadores em Shanghai e Pequim para examinar os efeitos da recente repressão da China à poluição do ar nas taxas de suicídio em todo o país. Eles coletaram dados demográficos de 2013 a 2017 do Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças e dados meteorológicos do Centro de Serviços de Dados Meteorológicos da China para estabelecer uma conexão.<h2>Aprofundando a conexão</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/05/05173633391319.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)"><figcaption><a class="fonte_imagem">O</a>s pesquisadores tiveram que tentar isolar apenas o papel da poluição no suicídio. (Fonte: GettyImages)</figcaption></figure></figure>Para tentar estabelecer um vínculo de causalidade, os pesquisadores tiveram que tentar isolar apenas o papel da poluição no suicídio, em oposição a todas as outras coisas que poderiam estar correlacionadas com a poluição. Para isso, eles aproveitaram uma condição atmosférica chamada inversão, onde o ar quente retém uma camada de ar frio por baixo. Isso pode concentrar a <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/125510-as-6-cidades-com-o-ar-mais-poluido-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">poluição do ar</a> perto da superfície, levando a dias com níveis de poluição mais elevados do que o normal.Esse fenômeno aleatório permitiu a Carleton e aos outros pesquisadores isolarem os efeitos da poluição do ar nas taxas de suicídio. A equipe comparou os números de suicídios em 600 condados entre semanas com inversões e aquelas com clima mais típico, analisando os dados por meio de um modelo estatístico. O efeito foi particularmente forte para os idosos, sendo as mulheres mais velhas 2,5 vezes mais vulneráveis do que outros grupos.Segundo Carleton, a poluição certamente não é o único fato ambiental que influencia as taxas de suicídio, mas é um fator importante. "Este resultado aponta para o importante papel das políticas públicas, da política ambiental, na mitigação das crises de saúde mental e suicídio fora da intervenção ao nível individual", destacou. Como próxima etapa, os cientistas esperam que essa descoberta possa reformular como a sociedade aborda a prevenção do suicídio.

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Taxas de suicídio podem ser diminuídas com redução da poluição do ar

Estudo publicado na Nature Metabolism oferece uma visão dos efeitos que podem ser percebidos após um adulto ficar sete dias sem comer nada.

Ficar sem se alimentar por um único dia já parece terrível, mas, e por sete? Sabemos que a sobrevivência nessa condição, muitas vezes por mais de uma semana, fez parte da evolução humana ao longo da história, e infelizmente ainda hoje prejudica severamente populações afetadas por guerras e pela pobreza extrema.Mas, para quem se pergunta como o corpo é capaz de suportar tanto tempo em jejum e quais efeitos podem ser percebidos, pesquisadores do Queen Mary’s Precision Healthcare University Research Institute e do Norwegian School of Sports Sciences conduziram um experimento em um grupo de participantes.Por mais que essa redução brusca na alimentação possibilite uma rápida perda de peso, ela oferece riscos ao organismo, riscos estes que se agravam à medida que os dias passam. Partindo dessa constatação, o experimento ofereceu outras perspectivas envolvendo a adoção do <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128009-pesquisa-mostra-que-jejum-intermitente-pode-ser-mais-eficiente-que-dieta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">jejum intermitente</a>.<h2>Efeitos do jejum prolongado observados a nível molecular</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/04/04164406889283.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>(Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Durante sete dias, 12 voluntários foram analisados enquanto ingeriram apenas água, mostrando como o nosso organismo atua promovendo algumas adaptações durante o jejum. Mas elas não foram tão nítidas a princípio, começando pelo fato que apenas depois de três dias houve alterações significativas nos níveis de proteínas do corpo, que somam mais de três mil.Um efeito já bastante conhecido também aconteceu: já nos dois primeiros dias sem alimentos, o corpo trocou a fonte de energia, deixando de utilizar a glicose e fazendo uso das reservas de gordura armazenadas. Assim, as pessoas acabaram <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/122494-por-que-perder-peso-rapido-demais-faz-mal-a-saude.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">perdendo muito peso</a>: em média, 5,7kg — algo que não mudou mesmo após eles voltarem a se alimentar normalmente depois dos sete dias.Enquanto a massa magra (tecido muscular) foi rapidamente reposta, a massa gorda (tecido adiposo) se manteve em níveis baixos. Ainda segundo o estudo, publicado na&nbsp;Nature Metabolism, uma em cada três proteínas sofreu alterações, o que dá uma visão de como foi possível observar esses efeitos ao nível molecular.<h2>Associação entre o jejum prolongado e o desenvolvido de doenças</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/04/04164454531284.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>(Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Como resultado disso, pesquisadores notaram a redução dos níveis plasmáticos de uma proteína associada à <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/124326-cafe-com-leite-tem-acao-anti-inflamatoria.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">artrite reumatóide</a> (SWAP70). Curiosamente, é justamente essa diminuição que contribui com uma menor ocorrência dos episódios de dor, sugerindo como o jejum intermitente pode ser benéfico para os portadores dessa condição.Outro benefício foi percebido: a proteína 1 regulada por hipóxia (HYOU1) também apresentou redução dos seus níveis, o que, na prática, significa um menor risco de desenvolver doença arterial coronariana para os participantes.Mas, naturalmente, permanecer tanto tempo sem se alimentar oferece riscos que não podem ser ignorados. Como exemplo disso, a coagulação dos voluntários aumentou, o que contribui com um maior risco de desenvolver trombose. E se fosse mantido, esse jejum resultaria em uma rápida deterioração do organismo.<h2>Conclusões do estudo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/04/04164614847286.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>(Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Por outro lado, o estudo fornece evidências de que a adoção do jejum intermitente, praticada com a devida orientação de um médico especializado, somada a uma dieta saudável, pode contribuir com uma melhor qualidade de vida.Claudia Langenberg, que é diretora do&nbsp;Precision Health University Research Institute, abordou essa possibilidade: "Dietas populares que incorporam jejum – como o jejum intermitente – trazem benefícios à saúde que vão além da perda de peso.""Os resultados fornecem evidências dos benefícios do jejum para a saúde além da perda de peso, mas estes só foram visíveis após três dias de restrição calórica total – mais tarde do que pensávamos anteriormente", completa Langenberg.

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O que acontece com o nosso corpo após 7 dias em jejum?

Especialistas apontam que problemas do sono precisam ser levados a sério. Descubra quais são os principais sintomas de que seu sono não vai bem.

Mais de 70% dos brasileiros sofrem com distúrbios relacionados ao sono. O dado é da Fiocruz, e aponta que somos acometidos frequentemente por problemas como insônia, ronco e apneia do sono.A data de 15 de março marca o Dia Mundial do Sono. Para garantir uma melhor qualidade aos seus momentos de descanso, confira as dicas dadas por profissionais da otorrinolaringologia.<h2>Ronco e apneia, vilões do sono</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/13/13092224402033.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)"><figcaption>Fonte: Getty Images</figcaption></figure></figure>Para além do inconveniente, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/122085-5-maneiras-simples-para-nunca-mais-roncar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ronco</a> é um indicador definitivo de que algo não vai bem com a respiração durante o sono. Por isso, não deve ser visto como algo normal. "Roncar todas as noites ou roncar alto denota obstrução importante da passagem do ar e pode indicar a síndrome da apneia do sono, que interrompe a passagem do ar, diminuindo a quantidade de oxigênio no sangue", afirma Maura Neves, otorrinolaringologista do Hospital das Clínicas de São Paulo.Além disso, o ronco pode estar ocultando situações mais graves, como a apneia, distúrbio em que a pessoa para de respirar uma ou mais vezes durante o sono. "A presença da apneia do sono está associada, por exemplo, ao aumento do risco de hipertensão, insuficiência e arritmia cardíacas, derrame e <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/124192-8-formas-de-lidar-com-a-diabetes-de-forma-tranquila.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">diabetes</a>", alerta Neves.É preciso ficar atento aos sintomas de que isso pode estar ocorrendo com você. De acordo com a otorrinolaringologista Roberta Pilla, alguns sinais da apneia são a boca seca ao acordar, dor de cabeça pela manhã, fadiga diurna e dificuldade de concentração.O sinal da boca seca pode apontar outro problema que, embora não seja tão grande, traz prejuízos para o dia a dia: o de respirar pela boca. "O ar deve ser inspirado pelo nariz para ser filtrado, aquecido e umidificado antes de chegar aos pulmões. A respiração pela boca não é normal e precisa ser avaliada", aponta Pilla.<h2>Como avaliar a gravidade da situação?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/13/13092247003035.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)"><figcaption>Fonte: Getty Images</figcaption></figure></figure>Segundo as especialistas, a presença desses sintomas demanda de uma atenção especial. "Deve ser feita uma avaliação do sono por um exame chamado Polissonografia, em que se verifica o tempo de sono, frequência cardíaca e porcentagens dos estágios de sono, além da quantidade de apneias e microdespertares", afirma Maura Neves.O exame pode ajudar a detectar quais as causas do ronco ou mesmo da <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/125625-apneia-do-sono-projeto-brasileiro-e-selecionado-pela-oms-como-experiencia-inspiradora-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">apneia</a>, para assim poder encaminhar para os tratamentos necessários. "Em casos de apneia, há casos de cirurgia, uso de aparelhos intraorais, CPAP, fonoterapia para fortalecimento da musculatura do pescoço. Tudo depende da severidade da apneia", explica Neves. Outros procedimentos que podem se indicados são a correção de desvio de septo, retirada das amígdalas e adenoides.Além disso, algumas ações de autocuidado podem colaborar com a maior qualidade do sono. Dentre elas, estão o treino da respiração diafragmática, que aumenta a capacidade pulmonar; a atenção quanto a uma boa postura, que facilita a respiração; evitar <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/127351-quais-sao-as-cidades-mais-poluidas-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">poluentes</a> ambientais, como fumaça de cigarro; e a prática de exercícios regularmente, que fortalece os músculos respiratórios.

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Como uma boa noite de sono garante a sua qualidade de vida

Embora os sintomas da febre do oropouche sejam parecidos com os da dengue e da chikungunya, seu diagnóstico deve ser obrigatoriamente notificado

<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/113576-virus-orov-e-detectado-em-urina-e-saliva-de-paciente-no-amazonas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Depois de declarar recentemente que está passando por um surto da febre do oropouche</a> (FO), o Amazonas informou ter registrado 1.674 casos da doença no estado até o final do mês de fevereiro, um crescimento de 68% quando comparado ao mesmo período do ano passado.Apesar de restrita à região norte do Brasil, um caso de FO já foi identificado no Rio de Janeiro (em um paciente vindo de Manaus).&nbsp;A confirmação da doença pelo Instituto Oswaldo Cruz acendeu um sinal de alerta para atenção redobrada com o diagnóstico do arbovírus (transmitido por artrópodes) Orthobunyavirus oropoucheense (OROV) e também aos cuidados de prevenção contra os mosquitos vetores da doença, principalmente o Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. &nbsp;<h2 dir="ltr">O que é a febre do oropouche?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/12/12150631016354.jpg" alt="(Fonte: Getty images)"> (Fonte: Getty images)</figure>A febre do oropouche, nome da cidade paraense onde o vírus foi identificado pela primeira vez em 1955, é uma doença causada pelo OROV e transmitida pela picada do mosquito maruim, que pode infectar seres humanos e animais. O vírus foi identificado em uma amostra de sangue de uma preguiça capturada durante a construção da estrada Belém-Brasília.<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128726-dengue-proteina-de-mosquito-pode-ser-a-chave-para-bloqueio-do-virus.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Parecidos com os da dengue</a>, os sintomas da FO incluem febre (temperaturas entre 38 e 39,5 °C), dores no corpo e nas articulações, calafrios, dores de cabeça, náuseas, vômitos e diarreia. O diagnóstico é clínico, epidemiológico e laboratorial, e se confirmada doença, deve ser imediatamente notificado às autoridades de saúde.&nbsp;O tratamento da FO envolve apenas a mitigação dos sintomas,&nbsp;já que não existe um medicamento para tratar da doença. São recomendados: repouso, hidratação e o uso eventual de analgésicos, antitérmicos e remédios para enjoo.&nbsp;<h2 tabindex="-1">Qual o risco de um surto de febre oropouche no Brasil?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/12/12140134682330.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)"> (Fonte: Getty Images)</figure>Embora o OROV circule principalmente em áreas de florestas, devido ao clima quente e úmido característico da região amazônica, <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/127598-nipah-o-virus-letal-que-assombra-a-india-pode-causar-uma-pandemia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">existe um risco baixo de o Brasil enfrentar um surto da doença viral</a>. No entanto, para que isso aconteça, é necessária a combinação de dois fatores: importação da transmissão (via paciente infectado da região Norte) e falha no diagnóstico da doença.&nbsp;Segundo a infectologista Carla Kobayashi, do Hospital Sírio-Libanês, "para se ter um surto no país, como acontece com a dengue, esse vírus teria que se adaptar às outras regiões", explica a médica à BBC. Se isso ocorrer, uma eventual falha no diagnóstico poderia fazer com que mosquitos saudáveis de outras regiões, como o próprio maruim, fossem contaminados pelo vírus.&nbsp;Como essa é uma possibilidade que não pode ser totalmente descartada, o coordenador do Centro de Pesquisa em Virologia da USP de Ribeirão Preto, Luiz Tadeu Moraes Figueiredo, alerta que "o vírus vem se tornando cada vez mais comum na região Norte e vem migrando rumo ao Sudeste do Brasil com pacientes importados, como o caso do Rio de Janeiro". Daí a necessidade de se fazer um diagnóstico correto da doença, conclui.

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Febre do oropouche: entenda o que é e se há risco de surto da doença no Brasil

O estudo de nematoides microscópicos expostos a quase quarenta anos de radiação elevada não mostrou qualquer tipo de dano genético.

Analisando famílias de nematoides que vivem na área hoje restrita, onde ocorreu o acidente nuclear de Chernobyl em 1986, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Nova York (NYU), nos EUA, concluiu que a exposição à radiação crônica do local não causou qualquer tipo de dano aos genomas dos vermes microscópicos, porque eles são excepcionalmente resistentes.Quase quarenta anos após a explosão e incêndio de um dos reatores da Central Nuclear de Chernobyl, no norte da Ucrânia,&nbsp;a área em um raio de 30 quilômetros da antiga central elétrica continua perigosa, alertam os cientistas. E, embora os seres humanos tenham sido evacuados, muitos animais e plantas continuam a viver na região.&nbsp;Como algumas pesquisas têm descoberto, nos últimos anos, que alguns desses animais que vivem na chamada Zona de Exclusão <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/sapos-de-chernobyl-mudaram-de-cor-apos-acidente-nuclear-1" rel="noopener noreferrer" target="_blank">são física e geneticamente diferentes aos seus análogos em outras regiões</a>, a grande questão que o atual trabalho pretende responder é: qual é o real impacto da radiação crônica sobre o DNA das populações locais?<h2>Como foram coletados os nematoides?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/07/07234004568004.jpeg" alt="(Fonte: Sophia Tintori)">&nbsp;<a class="fonte_imagem" href="https://www.eurekalert.org/multimedia/1017966"> Sophia Tintori </a>(Fonte: Sophia Tintori)</figure>Para testar se a radiação crônica teve algum impacto detectável nos vermes da região, Sophia Tintori e Matthew Rockman visitaram a Zona de Exclusão de Chornobyl em 2019. Munidos de contadores Geiger, para medir os níveis de radiação, e usando equipamentos de proteção individual contra poeira radioativa, a dupla coletou nematoides em diversos locais, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127244-desastre-de-chernobyl-cria-paraiso-inesperado-para-predadores.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">desde os com baixa radiação até os de radiação semelhante à do espaço sideral</a>.&nbsp;Em seguida, levaram as amostras para laboratórios da NYU, nos EUA. "Podemos criopreservar vermes e descongelá-los para estudo posterior. Isso significa que podemos impedir que a evolução aconteça em laboratório, algo impossível com a maioria dos outros modelos animais", explicou Rockman em comunicado.&nbsp;As análises foram concentradas em 15 vermes de uma espécie chamada Oscheius tipulae, normalmente usada em estudos genéticos. Após sequenciar os 15 genomas, os autores as compararam com os de cinco vermes de outros lugares do mundo.<h2>Qual a importância do estudo sobre os vermes de Chernobyl?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/07/07233041898000.jpeg" alt="(Fonte: Maxim Ivanenko)">&nbsp;<a class="fonte_imagem" href="https://earimediaprodweb.azurewebsites.net/Api/v1/Multimedia/c1324a78-fefe-45e3-973b-1cd036265563/Rendition/low-res/Content/Public"> Maxim Ivanenko </a>(Fonte: Maxim Ivanenko)</figure>Após todos os testes realizados, a única coisa que a equipe conseguiu concluir foi que não há evidências de impactos genéticos ambientais nos genomas do O. tipulae. No entanto, alguns achados podem ser úteis na tentativa de descobrir por que <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128882-substancia-em-veneno-de-aranha-brasileira-pode-curar-leucemia-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">algumas pessoas são mais suscetíveis ao câncer do que outras</a>.&nbsp;Embora os nematoides de Chernobyl tenham um genoma relativamente simples, o estudo de como a reparação do DNA varia entre indivíduos pode ser uma contribuição significativa para a compreensão da variabilidade genética naturalmente presente em todos os seres humanos.&nbsp;Futuras pesquisas terão como prioridade entender por que alguns seres humanos com predisposição genética para o câncer desenvolvem a doença, e outros não. "Agora que sabemos quais cepas do O. tipulae são mais sensíveis ou mais tolerantes a danos no DNA", diz Tintori, "podemos usar essas cepas para estudar os motivos", conclui.

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Vermes de Chernobyl podem orientar futuras pesquisas sobre o câncer 

Em alguns países, como Austrália e EUA, existem prisões apenas para pessoas presas por embriaguez em público — e elas são consideradas um inferno na Terra

Além de Austrália, Polônia e Chile, os Estados Unidos estão entre os países mais famosos por suas políticas de restrição de bebida alcoólica e pela criminalização da embriaguez pública. As leis contra o consumo de álcool em locais públicos, de ruas a praias e estádios, porém, variam muito entre os estados e até mesmo outros locais específicos do país.<ul><li>Descubra: <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118847-5-das-bebidas-alcoolicas-mais-fortes-do-mundo.htm">5 bebidas alcoólicas mais fortes do mundo</a></li></ul>O que há em comum, no entanto, é que o consumo público é punível com multa ou pena de prisão na grande maioria dos EUA. Dezessete estados proíbem a prática completamente, fazendo ela ser ilegal em 89 das 100 cidades estadunidenses mais populosas, incluindo as 10 principais, como Nova York e Washington. Existe uma gama enorme de penalidades para os infratores, desde uma simples multa de US$ 25 até uma de US$ 1 mil ou uma sentença de reclusão de até 6 meses.No entanto, o que poucas pessoas sabem, pelo menos nós, brasileiros, é que em vários países do mundo, sobretudo nos EUA, pessoas embriagadas podem ir parar em um drunk tank,&nbsp;cuja existência é&nbsp;considerada um problema social.<h2>Insalubres e amontoados</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/26/26151418525204.jpg" alt="(Fonte: Boston Public Library/Reprodução)">Os drunk tank são vistos como um problema social. (Fonte: Boston Public Library/Reprodução)</figure>Um drunk tank ("tanque de bêbado" em tradução livre para o português) são celas menores destinadas a manter pessoas que flagradas bêbadas pelas ruas de certos países onde a embriaguez é criminalizada. Essas instalações podem variar em tamanho, chegando acomodar de duas até 200 pessoas de uma vez.Os drunk tanks se proliferaram durante o século XX a ponto de, na primeira metade da década de 1970, quase metade de todas as prisões estadunidenses contarem com pelo menos um. Foi lá, inclusive, que essas celas ganharam a fama de insalubres, pois, ainda que algumas tivessem luzes, colchões e ventilação; a maioria não possuía janelas, banheiro, aquecimento ou camas. Além disso, pouco ou quase nenhum serviço médico era disponibilizado para as pessoas que terminavam nelas.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/26/26152514973216.jpg" alt="(Fonte: Boston Public Library/Reprodução)">Antigamente os drunk tanks eram conhecidos por suas condições insalubres. (Fonte: Boston Public Library/Reprodução)</figure>Ironicamente, essas condições eram uma melhoria em relação ao que eram os drunk tanks do final do século XIX, quando alguns deles nem faziam parte do edifício prisional, em vez disso, eram barracos isolados como os que ficavam nas esquinas das áreas urbanas de algumas cidades. As celas eram feitas de madeira ou pedra, e os encarcerados precisavam lidar com temperaturas extremas.Para se ter uma ideia, em 1904, os drunk tanks da União Soviética podiam comportar até 30 pessoas. Aqueles que tinham dinheiro pagavam a fiança cobrada; os demais, no entanto, eram encaminhados a um hospital mais próximo para desintoxicação e tratamento após alguns dias. O número de embriagados que passavam pelos drunk tanks soviéticos era muito alto, com até 15% da população adulta da época os visitando pelo menos uma noite a cada ano.<h2>A morte como fuga</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/26/26152649781217.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">No século XX os hospitais psiquiátricos eram comparados com os drunk tanks. (Fonte: Getty Images)</figure>No início do século XX, o psiquiatra norueguês Johan Scharffenberg escreveu que os drunk tanks localizados na fronteira da Noruega eram comparáveis a instituições mentais antiquadas. Por quase um século, a prevalência dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/comportamento/98134-10-fotos-chocantes-da-desumanidade-em-hospitais-psiquiatricos-da-indonesia.htm">hospitais psiquiátricos serviu como verdadeiros depósitos humanos</a>, confinando todo o tipo de pessoa — de prostitutas a mendigos, de bandidos a guerrilheiros.Uma vez que a ideia de manicômio foi dissolvida no final do século passado, os drunk tanks cumprem o papel de "depósitos humanos modernos". Esses locais recebem pouca ou quase nenhuma supervisão do poder político, de tal modo que qualquer pessoa, mesmo não embriagada, pode passar repetidas noites confinada. Não é para menos que, devido a tamanha rotatividade, nos EUA os drunk tanks são chamados informalmente de "portas giratórias".Em vários estados dos EUA, a polícia é conhecida por prender crianças, desabrigados e ativistas em drunk tanks como forma de confinamento solitário e tortura psicológica. Na década de 1950, pessoas sem-teto passavam mais tempo em drunk tanks do que os embriagados. Um estudo feito por Jacqueline P. Wiseman descobriu que, em lugares como Pacific City, no Oregon, homens desabrigados representavam quase metade de todas as prisões publicas por intoxicação, apesar de serem apenas 3% da população da cidade.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/26/26152732269218.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"> A relatos da brutalidade com que as pessoas embriagadas eram tratadas, pela polícia. (Fonte: GettyImages/Reprodução)</figure>Apesar de o abuso físico da polícia nem sempre ser flagrado por câmeras, em agosto de 2016, a ABC 13 divulgou uma filmagem de segurança de um drunk tank em Houston, no Texas, mostrando um policial batendo a cabeça de um homem embriagado contra o batente da porta da instalação, deixando um rastro de sangue no local.Um relatório da Human Rights Watch descobriu também que policiais em Saskatchewan, uma das 10 províncias do Canadá, abusaram repetidamente de mulheres indígenas em drunk tanks. Eles chegaram a pulverizar pimenta em uma mulher embriagada após forçá-la a se despir, além de negar água e alimento.<ul><li>Saiba também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128876-as-sensacoes-provocadas-por-diferentes-bebidas-alcoolicas-de-acordo-com-a-ciencia.htm">As sensações provocadas por diferentes bebidas alcoólicas, de acordo com a ciência</a></li></ul>A "Primeira conferência nacional sobre embriaguez pública" exibiu uma pesquisa, em 1980, apontando que pessoas bêbadas colocadas em drunk tanks têm um alto risco de suicídio enquanto estão presas. Um estudo sobre prisões da Carolina do Norte, entre 1972 e 1976, descobriu que mais de 80% das pessoas que tiraram a própria vida na prisão estavam embriagadas.<h2>Tentando resolver um problema</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/26/26152817722219.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">Algumas iniciativas foram desenvolvidas na tentativa de humanizar o acolhimento das pessoas embriagadas na cidade de Houston, estado do Texas. &nbsp;(Fonte: Getty Images)</figure>Há quase 10 anos que se fala sobre alternativas menos perigosas para prender e isolar pessoas bêbadas. Desde 2017 que em Houston, no Texas, os bêbados são encaminhados para um centro de recuperação clínica que fez parte das reformas locais do sistema carcerário estadunidense, resultando em uma queda de 95% nas internações por intoxicação, de 20.508 em 2010 para 835 em 2017, quando os dados foram colhidos.Essas instalações fornecem monitoramento seguro, transporte para casa e <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/235383-duas-cervejas-dia-encolher-cerebro-acelerar-envelhecimento.htm">encaminhamento para cuidados médicos e de saúde mental</a> — tudo o que é necessário, mas que geralmente não existe no ambiente prisional dos drunk tanks. Fazendo isso, os recursos policiais e judiciais são aliviados e voltados para o que realmente importa: a segurança pública. Esse caminho também coopera com o departamento de emergência dos hospitais locais.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/26/26152917433222.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"> Apesar da conscientização e tentativas de humanização, os drunk tanks, ainda são vistos com lugares fatais. &nbsp;(Fonte: GettyImages)</figure>Apesar disso, alguns países, como a Inglaterra, insistem em métodos que em nada contribuirão com o bem-estar das pessoas embriagadas. Em 2013, a Association of Chief Police Officers (ACPO) propôs que empresas privadas administrassem os drunk tanks em vez de criar um sistema médico adequado.“Não vejo por que os serviços de polícia ou de saúde devem assumir o dever de cuidar de uma pessoa embriagada. Então por que não os levamos para um 'tanque de bêbado' de uma empresa comercial e fazemos com que ela cuide deles” disse Adrian Lee, chefe de polícia de Northamptonshire, ao The Guardian. Além disso, as pessoas ainda seriam multadas em US$ 500 pela empresa por sua estadia nessas instalações.Essa ideia não considerou, porém, que historicamente centros administrados por empresas privadas foram considerados inseguros pela falta de treinamento médico dos policiais. Considerando a frequência com que pessoas morrem em drunk tanks administrados pelo Estado, que têm o mínimo de regulamentação, é mais do que provável que as instalações particulares acabem sendo ainda mais fatais.Ficou com alguma dúvida? Conte para gente em nossas redes sociais!

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"Drunk tanks": as controversas prisões para bêbados

Pesquisa revolucionária proporciona uma nova perspectiva para a remissão do HIV em crianças, desafiando paradigmas estabelecidos

Em um avanço notável na <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/125119-hiv-40-anos-da-identificacao-do-virus-causador-da-aids.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pesquisa médica sobre o HIV</a>, uma pesquisa inovadora financiada pelos Institutos Nacionais de Saúde (NIH), nos Estados Unidos, revela resultados promissores. Quatro crianças expostas ao HIV durante o nascimento mantiveram uma carga viral indetectável por mais de um ano após interromperem o tratamento medicamentoso. O estudo, liderado por pesquisadores do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID), foi apresentado na Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas de 2024, que ocorreu em Denver, Colorado (EUA).<h2>Avanços na terapia antirretroviral</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/10/10201013060002.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)">(Fonte: Getty Images/Reprodução)</figure>O panorama atual do tratamento do HIV experimentou uma transformação significativa graças aos avanços da Terapia Antirretroviral (TARV), permitindo que pessoas soropositivas tenham uma vida longa e saudável. Esses medicamentos suprimem eficientemente a replicação viral, reduzindo as cargas virais e melhorando significativamente a qualidade de vida dos pacientes.Contudo, embora a TARV tenha revolucionado o tratamento do HIV, a abordagem padrão pode não ser tão eficaz em neonatos expostos ao vírus durante o nascimento. Isso ocorre, principalmente, devido às diferenças no desenvolvimento do sistema imunológico neonatal, às barreiras biológicas únicas, às características distintas do vírus nessa população e aos desafios associados à administração de medicamentos em recém-nascidos.<h2>Tratamento precoce e controle da infecção</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/10/10201046700003.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"> (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figure>As quatro crianças que alcançaram a <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/122585-pesquisadores-confirmam-4-caso-de-paciente-curado-do-hiv.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">remissão do HIV</a> após a interrupção do tratamento foram submetidas a um tratamento extremamente precoce, iniciado dentro das primeiras 48 horas após o nascimento. Desse modo, o ensaio clínico fundamenta-se na ideia de que iniciar o tratamento neonatal nas primeiras 48 horas de vida induz uma resposta diferenciada do sistema imunológico.Essa abordagem inovadora sugere que o tratamento muito precoce pode impedir o estabelecimento do vírus no corpo, destacando características únicas do sistema imunológico neonatal. Desse modo, as nuances da resposta imunológica dos neonatos parecem indicar a necessidade de estratégias personalizadas e inovadoras para otimizar a eficácia do tratamento do HIV desde os estágios iniciais da vida.<h2>Desafios e perspectivas futuras</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/10/10201213432004.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"> (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figure>Apesar dos resultados promissores, os pesquisadores alertam para a necessidade de monitorização cuidadosa ao interromper o tratamento, pois alguns participantes do estudo manifestaram sintomas quando houve recuperação das cargas virais após a interrupção do tratamento.A busca por regimes medicamentosos mais potentes é crucial, considerando que as crianças utilizavam terapias padrões existentes há décadas. O estudo levanta perguntas intrigantes sobre por que o sistema imunitário neonatal possui esse potencial único, indicando um caminho de pesquisa e inovação em busca de uma remissão mais abrangente do HIV.Esse avanço significativo representa um passo importante em direção à mudança de paradigma na abordagem do HIV em crianças, despertando a esperança de uma vida livre do vírus. O futuro, impulsionado por pesquisas como essa, promete não apenas tratamento, mas potencialmente uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120431-mulher-se-livra-de-hiv-sem-tratamento-e-anima-cientistas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vida livre do vírus</a>, guiando-nos em direção a um horizonte mais promissor.

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