Ciência
23/03/2024 às 18:00•2 min de leituraAtualizado em 23/03/2024 às 18:00
Há alguns motivos que podem explicar o porquê da gengiva estar mais escura em algumas pessoas — e, diga-se de passagem, essa ocorrência é natural e bem mais comum do que imaginamos. Além de não ser indicativo de falta de higiene bucal, a tonalidade escura não é decorrente de alguma doença, mas um resultado direto de uma maior produção de melanina pelo organismo.
No entanto, há cenários em que as mudanças na aparência e cor das gengivas, ou mesmo o surgimento de manchas, podem ser associadas a medicamentos, assim como é um sinal de algo errado, como no caso do melanoma, um tipo de câncer. O hemangioma também é uma outra condição que provoca esse efeito, e que costuma ser consequência de uma má formação dos vasos sanguíneos.
E o tabagismo não fica de fora dessa lista, uma vez que também pode desencadear alterações nas gengivas e deixá-las escurecidas, bem como contribuir com o surgimento de diversas doenças.
Dentre os problemas associados ao tabagismo, uma condição conhecida como melanose do fumante merece destaque. Ela desencadeia mudanças na pigmentação da gengiva e também é fruto do acúmulo de nicotina na boca.
Mas, como isso ocorre? A melanose do fumante é provocada pela nicotina do cigarro, e como ela estimula a maior produção de melanina, ocasiona as manchas escuras na gengiva.
Se tratando de saúde bucal, o tabagismo também é associado a outras condições, como a halitose (mau hálito). Consequência do ressecamento da mucosa bucal, a menor produção de saliva compromete a limpeza da boca e acaba configurando esse quadro bastante desconfortável.
Ou seja, os problemas decorrentes do hábito de fumar vão além dos efeitos percebidos do ponto de vista estético. Inclusive, tumores que surgem na boca são mais recorrentes justamente entre os fumantes.
Para esse público específico, as doenças respiratórias são as que mais costumam ser lembradas, mas a verdade é que são diversos os tipos de câncer que apresentam maior chance de se desenvolver entre aqueles que fumam: dentre eles, o câncer de pulmão, na laringe e no cérebro.
Vale lembrar que, por atrapalhar o processo de cicatrização bucal, o cigarro ainda pode prejudicar a mucosa da boca. Em outras palavras: isso gera impactos no próprio processo de recuperação dessa região e a torna mais vulnerável à ação de vírus, fungos e bactérias diversas.
Por isso, quando uma mancha ou lesão surge e não desaparece espontaneamente, é fundamental buscar auxílio médico para investigar a causa. Inclusive, há problemas que desaparecem após a pessoa parar de fumar, ainda que isso leve alguns anos para ocorrer, como a melanose do fumante.