Artes/cultura
24/03/2024 às 18:00•2 min de leituraAtualizado em 24/03/2024 às 18:00
Há casos em que os cabelos têm naturalmente o aspecto mais rebelde, mas há outros, mais incomuns, que podem ser algo a mais: é o que ocorre na síndrome do cabelo impenteável. Causada por uma mutação genética bastante rara, ela faz com que o cabelo cresça de uma forma diferente da qual estamos acostumados a ver.
Em vez de deixar os fios voltados para baixo, nas pessoas com esta condição, a ponta do cabelo fica com um aspecto irregular e os fios crescem em várias direções. Em muitos dos casos, o formato da haste capilar se assemelha ao de um triângulo.
Mais comum na infância, essa doença autossômica recessiva faz com que os cabelos fiquem crespos, mais secos e ásperos. Por deixar os fios mais grossos, a condição dificulta que o cabelo seja alisado com um pente ou uma escova uniformemente.
Com crescimento mais lento, os fios são geralmente de uma cor mais clara, com tons de branco ou loiro platinado. Mas, claro, nem todos os casos apresentam manifestam esses sintomas da mesma forma.
Características como a cor dos olhos, dos cabelos, bem como seu aspecto, são transmitidas geneticamente. Neste caso, não é diferente, existem três genes envolvidos na formação da haste capilar associados aos sintomas: PADI3, TGM3, e TCHH. No entanto, pesquisadores ainda suspeitam que exista outro não identificado.
A doença pode se manifestar antes que a criança apresente 3 anos, mas também pode se tornar perceptível mais adiante, até os 12 anos. Outro fato é que ela provoca alterações apenas na região do couro cabeludo. Ou seja, os demais pelos do corpo crescem normalmente.
Vale destacar que a síndrome do cabelo impenteável não possui tratamento. Por isso, é importante que os pais e responsáveis pela criança não apliquem nenhum produto químico no cabelo, sob risco de agravar os sintomas.
Especialmente no caso de produtos com formulações mais agressivas, que sequer devem ser utilizados em crianças, eles podem provocar reações e não devem ser adotados. Cortar ou tentar pentear excessivamente o cabelo da criança também não é recomendado, visto que isso não irá reduzir os sintomas percebidos.
Mesmo cremes condicionadores ou que prometem mudar a aparência dos fios, com propriedades mais hidratantes, não surtem o efeito prometido neste cenário.
A síndrome do cabelo impenteável regride espontaneamente no final da infância. Por esse motivo, é expressiva a dificuldade de avaliar a taxa de prevalência de casos, já que são poucos os documentados, e o próprio fenótipo fica imperceptível durante a idade adulta.
O diagnóstico, por sua vez, é feito por meio de um exame físico, em que o médico avalia as características e sintomas apresentados e também poderá fornecer orientações complementares com base no caso específico.
Além disso, testes com mecha de cabelo e exames de sangue também podem ser realizados para confirmar a doença. Por se tratar de uma condição que pode afetar a autoestima da criança, é importante que ela tenha acompanhamento de um psicólogo.