Imagem de A Família: o culto de Anne Hamilton Byrne no megacurioso

Pregando ser Jesus Cristo reencarnado, a mulher conseguiu reunir 500 pessoas, abusou e submeteu diversas crianças a altas doses de LSD para manipular as suas mentes

<p>Originalmente nascida Evelyn Grace Victoria, em 30 de dezembro de 1921, na cidade de Sale, na Austr&aacute;lia, Anne Hamilton Byrne n&atilde;o teve uma inf&acirc;ncia recheada de privil&eacute;gios como sua vida de adulta indicava. Na verdade, ela n&atilde;o era absolutamente nada do que aparentava.</p>
<h2>Jesus reencarnado</h2>
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<figure class="image"><img alt="" height="465" src="https://cbsnews3.cbsistatic.com/hub/i/r/2017/04/29/f0c46fbc-0177-4a3e-841b-cf1363dc4f05/resize/620x465/0cd59757f371dfc5b47e831b4e352cb6/ahb-reincarnation.jpg" width="339" /> <figcaption>(Fonte: CBS News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)</figcaption></figure>
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<p>Ela era a filha mais velha de Ralph Edwards e Florence Holie &mdash; que tiveram oito filhos &mdash; e desde pequena foi vitimada pela inconsist&ecirc;ncia do ambiente familiar. Seu pai vivia entrando e saindo de sua vida e da de seus irm&atilde;os, abandonando-os sempre que a situa&ccedil;&atilde;o ficava dif&iacute;cil demais para aguentar &mdash;&nbsp;o que geralmente era reflexo direto dos problemas mentais que sua m&atilde;e enfrentava.</p>
<p>Florence Holie tinha esquizofrenia, depress&atilde;o profunda e sinais de transtorno de identidade; por isso, sua vida era definida pelas temporadas que passava nos hospitais psiqui&aacute;tricos. Anne Byrne chegou a afirmar n&atilde;o se recordar de um momento em que n&atilde;o foi preciso conter a m&atilde;e durante os momentos agressivos ou busc&aacute;-la no meio da rua, &agrave;s vezes at&eacute; mesmo totalmente despida.</p>
<p>Em contraste com isso, por&eacute;m, durante a transi&ccedil;&atilde;o da inf&acirc;ncia para a adolesc&ecirc;ncia, Anne Byrne alegou nunca ter enxergado a instabilidade dos pais como algo ruim &mdash; por mais que fossem ela e os irm&atilde;os que sofressem com o desamparo parental. Ela dizia os ver como dois seres mundanos e iluminados. Anne era absolutamente resignada em rela&ccedil;&atilde;o a tudo por que passava, at&eacute; mesmo ter que, por vezes, largar os estudos para cuidar de seus irm&atilde;os quando a m&atilde;e estava internada e o pai n&atilde;o voltava para casa.</p>
<p>No entanto, em an&aacute;lise por psic&oacute;logos e psicanalistas, essa condescend&ecirc;ncia toda foi definida como uma possibilidade de se tratar de tra&ccedil;os sutis de um dist&uacute;rbio antissocial e de falta de empatia, uma vez que, na verdade, Anne Byrne n&atilde;o conseguia nutrir qualquer tipo de sentimento&nbsp;por seus parentes, mas criava um tipo de realidade alternativa. Nunca amada ou cuidada, parte de seu mundo de del&iacute;rios tinha a ver com a maneira deturpada como carregava a sua religiosidade, alegando ser Jesus Cristo reencarnado no corpo de uma mulher loira e bonita.</p>
<h2>&nbsp;O falso farol</h2>
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<figure class="image"><img alt="" height="447" src="https://cbsnews2.cbsistatic.com/hub/i/r/2017/04/29/1976531f-23d5-4720-a809-690de0c46c56/thumbnail/620x447/43d9278845711bddd9489d2c13ea173c/anne-bill-hamilton-byrne.jpg" width="620" /> <figcaption>(Fonte: CBS News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)</figcaption></figure>
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<p>Em meados de 1941, depois de alguns anos vivendo em orfanatos, Anne Byrne atingiu a vida adulta, mudou-se para Melbourne e conheceu e se casou com o seu primeiro marido, Lionel Harris; ela ent&atilde;o teve sua primeira filha, Natasha Harris. J&aacute; em 1951, ela se tornou obcecada por yoga e logo come&ccedil;ou a dar aulas na escola Gita School of Yoga, tanto em Melbourne quanto em Geelong. L&aacute;, ela conheceu Margrit Sagesman e deu in&iacute;cio &agrave;&nbsp;sua carreira inventada e repleta de mentiras. Anne se apresentou como psicoterapeuta, enfermeira e se autoproclamou uma l&iacute;der espiritual. Todos esses falsos atributos contribu&iacute;ram para que ela conseguisse conquistar a simpatia das pessoas, ainda mais por ela ser considerada muito &ldquo;iluminada e s&aacute;bia&rdquo; pela maioria de seus alunos.</p>
<p>De fala mansa e olhar hipnotizante, Anne Byrne valeu-se disso para pavimentar os primeiros passos que daria na sua futura estrada de manipula&ccedil;&atilde;o e controle. Durante todo esse tempo, enquanto desenvolvia os seus discursos, ela se aproximava de&nbsp;mulheres ricas, m&atilde;es e esposas de meia-idade que chegavam at&eacute; ela com as suas insatisfa&ccedil;&otilde;es,&nbsp;em busca de apoio e compreens&atilde;o &mdash;&nbsp;j&aacute; que o div&oacute;rcio era algo incomum para &eacute;poca &mdash;, e Anne tinha o trabalho de convenc&ecirc;-las a deixarem seus maridos e suas fam&iacute;lias. A t&aacute;tica focava em pregar o seguinte pensamento: &ldquo;N&atilde;o h&aacute; fam&iacute;lia pr&oacute;pria, apenas grande amor&rdquo;.</p>
<h2>A Fam&iacute;lia</h2>
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<figure class="image"><img alt="" src="https://images.vice.com/vice/images/articles/meta/2015/08/03/sneaking-around-the-headquarters-of-australias-most-notorious-cult-1438567140.jpg?crop=1xw%3A0.8440685164212911xh%3Bcenter%2Ccenter&amp;resize=2000%3A*" /> <figcaption>(Fonte: Vice.com/Reprodu&ccedil;&atilde;o)</figcaption></figure>
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<p>Em 1958, Lionel Harris sofreu um acidente de carro e morreu. Em vez de sofrer a perda do marido, Anne Byrne aproveitou a trag&eacute;dia para ganhar ainda mais a simpatia das pessoas e pela primeira vez atraiu o apoio de homens. Nessa &eacute;poca, j&aacute; havia um pequeno grupo de pessoas que dava&nbsp;suporte e ouvia&nbsp;os pensamentos que ela pregava. Anne passou ent&atilde;o a inventar relatos ainda mais ficcionais para alguns membros, no intuito de conquistar confian&ccedil;a.</p>
<p>Essa base j&aacute; mais s&oacute;lida foi fundamental para o ponto de virada do&nbsp;culto, que aconteceu no inverno de 1961. Anne Byrne conheceu o doutor Reynor Johnson, mestre na Queen&rsquo;s College, Universidade de Melbourne, que tamb&eacute;m era uma autoridade em misticismo. Ele estimulou ainda mais a obssess&atilde;o da mulher&nbsp;por assuntos que envolviam Nova Era, Cristianismo, Apocalipse, Ufologia, Parapsicologia e Hindu&iacute;smo.</p>
<p>Unindo tudo isso a cren&ccedil;as esot&eacute;ricas diversas e seu carisma pessoal, Anne Byrne desenvolveu sua pr&oacute;pria religi&atilde;o idiossincr&aacute;tica. Em 1963, junto com Raynor, ela fundou o culto "A Grande Irmandade Branca", depois renomeado para "A Fam&iacute;lia". Milion&aacute;rio, Raynor comprou&nbsp;n&atilde;o s&oacute; a loucura de Anne, mas tamb&eacute;m um terreno em Ferny Creek&nbsp;a 37 quil&ocirc;metros&nbsp;do corrupto hospital psiqui&aacute;trico Newhaven, onde os m&eacute;dicos e as enfermeiras compactuavam com o pensamento dos dois.</p>
<h2>A peregrina&ccedil;&atilde;o</h2>
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<figure class="image"><img alt="" height="392" src="https://i.dailymail.co.uk/i/pix/2017/02/22/00/3D80480500000578-4247422-image-a-12_1487721878353.jpg" width="634" /> <figcaption>(Fonte: Daily Mail/Reprodu&ccedil;&atilde;o)</figcaption></figure>
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<p>Assim foi intitulada a fase que fez centenas de pessoas seguirem Anne Byrne ap&oacute;s um acidente de carro de sua primog&ecirc;nita. A garota sofreu um traumatismo craniano, e os m&eacute;dicos afirmavam que isso lhe custaria a vis&atilde;o. Relutante em aceitar isso, Anne ficou diante da cama pregando que a filha voltaria do coma ilesa&nbsp;e, quando isso de fato aconteceu, ela vendeu o fato como um milagre, fazendo todos acreditarem que ela tinha grandes poderes.</p>
<p>No Santiniketan Lodge, o quartel-general d&rsquo;A Fam&iacute;lia, havia um trono p&uacute;rpura; era de l&aacute; que Anne pregava seus discursos incompreens&iacute;veis sobre &ldquo;seguir em dire&ccedil;&atilde;o &agrave;&nbsp;unidade&rdquo; e outras coisas que aparentemente s&oacute; faziam sentido na cabe&ccedil;a dos membros, pois todos a adoravam. O uso de drogas, em especial o LSD, era&nbsp;uma pr&aacute;tica que fazia parte dos rituais do culto, visto que deixava a mente mais suscet&iacute;vel a implanta&ccedil;&otilde;es de falsas mem&oacute;rias e ao acesso aos sentimentos mais profundos das pessoas. O objetivo perverso era usar essas informa&ccedil;&otilde;es contra elas e a favor de Anne.</p>
<p>Para a mulher, eles estavam enfrentando o apocalipse e somente ela e seus seguidores escolhidos a dedo sobreviveriam para recriar a humanidade. Anne era a salvadora deles, mas apenas seguindo as ordens divinas de uma miss&atilde;o.&nbsp;Sendo assim, todos precisavam ouvi-la&nbsp;com a mente e deixar que ela entrasse para consert&aacute;-la&nbsp;e torn&aacute;-los, enfim, dignos.</p>
<h2>A chegada dos prometidos</h2>
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<figure class="image"><img alt="" height="630" src="https://cbsnews2.cbsistatic.com/hub/i/r/2017/04/30/adbe4b05-b76f-488b-b278-b91b84fbf15c/thumbnail/1200x630/c1108468f98932a659131739d28390a7/cult-family-kids.jpg" width="1200" /> <figcaption>(Fonte: CBS News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)</figcaption></figure>
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<p>Sempre muito bem vestida e cheia de joias, mas ainda insegura quanto &agrave; sua apar&ecirc;ncia &mdash; por isso fazia diversas cirurgias pl&aacute;sticas &mdash;, em 1971 Anne Byrne come&ccedil;ou a atrair crian&ccedil;as para o culto. Primeiro, um pequeno grupo de sete, que eram sobrinhos e filhos de membros, e que ela passou a vestir exatamente com a mesma roupa e o mesmo corte de cabelo &mdash; sempre tingido de loiro. Todos necessariamente brancos e iguais, considerados &ldquo;Os Prometidos&rdquo;.</p>
<p>Depois, as coisas pioraram. Anne Byrne passou a adquirir, por meios ilegais, beb&ecirc;s e crian&ccedil;as&nbsp;entre os anos de 1971 e 1975. As ado&ccedil;&otilde;es eram irregulares e organizadas por advogados, m&eacute;dicos e assistentes sociais que faziam parte do culto e que podiam burlar o sistema. As identidades das crian&ccedil;as eram alteradas para que o sobrenome Hamilton-Byrne fosse inserido.</p>
<p>Elas ent&atilde;o eram mantidas no Uptop, um acampamento em Taylor Bay, perto da cidade de Eildon, e recebiam educa&ccedil;&atilde;o dom&eacute;stica. A lavagem cerebral por parte das "Tias", um grupo de inspetoras, come&ccedil;ava com a informa&ccedil;&atilde;o de que Anne Byrne era a m&atilde;e biol&oacute;gica. Todo o acesso ao mundo exterior era&nbsp;privado, e elas sofriam di&aacute;rias sess&otilde;es de espancamento e quase afogamento. Anne os agredia com salto de sapato, varas, peda&ccedil;os de madeira e cabos de vassouras. Em meio a isso, as crian&ccedil;as eram submetidas a dietas espartanas que consistiam em apenas saladas. Desesperadas de fome, acabavam comendo grama, sementes e lixo.</p>
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<figure class="image"><img alt="" height="720" src="https://cf-images.eu-west-1.prod.boltdns.net/v1/jit/4221396001/f34bb388-ee58-4d68-ad1f-a9ad0d4e251e/main/1280x720/1m6s386ms/match/image.jpg" width="1280" /> <figcaption>(Fonte: The Mirror/Reprodu&ccedil;&atilde;o)</figcaption></figure>
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<p>Sob o efeito de LSD, as crian&ccedil;as eram ainda colocadas em uma sala escura e for&ccedil;adas a escutar repetidamente os serm&otilde;es de controle mental de Anne Byrne atrav&eacute;s de alto-falantes, &agrave;s vezes por mais de 17 horas seguidas. Al&eacute;m disso, recebiam medicamentos psiqui&aacute;tricos fornecidos pelo hospital Newhaven, os quais causaram impactos irrevers&iacute;veis na autoestima e no humor delas. Havia tamb&eacute;m os tratamentos com choque, com a voltagem a partir de 50 volts, mas podendo aumentar se existisse mau comportamento. Quando atingiam a adolesc&ecirc;ncia, os jovens eram iniciados em um processo que consistia&nbsp;em um estupro coletivo envolvendo os membros do culto, m&eacute;dicos, enfermeiras e at&eacute; a pr&oacute;pria Anne Byrne.</p>
<p>Enquanto todos cresceram bul&iacute;micos, autodestrutivos e com tend&ecirc;ncias&nbsp;de automutila&ccedil;&atilde;o, Anne Byrne vivia seu sonho perfeito, descendo de seu carro de luxo ao lado de seu terceiro marido, sorrindo e acenando, com v&aacute;rias joias. Ela checava os corpos das garotas como se elas fossem animais &agrave; espera do abate, pois os via durante a puberdade como algo nojento. Por isso, ordenava que as "Tias" racionassem&nbsp;os produtos de higiene feminina, pois n&atilde;o queria que elas se tornassem independentes. As garotas eram submetidas a pesagens frequentes e costumavam vomitar antes da medi&ccedil;&atilde;o, para que seus alimentos n&atilde;o fossem racionados.</p>
<h2>Eu amo crian&ccedil;as</h2>
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<figure class="image"><img alt="" height="366" src="http://cdn.newsapi.com.au/image/v1/dbd0e04ca61813ff7fbafea3ae77464f" width="650" /> <figcaption>(Fonte: Cult News 101/Reprodu&ccedil;&atilde;o)</figcaption></figure>
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<p>Foi Sarah Hamilton-Byrne, uma das primeiras crian&ccedil;as do Uptop, que em&nbsp;1987 denunciou todo o culto para as autoridades&nbsp;depois de ser expulsa por Anne Byrne&nbsp;devido ao seu comportamento incontrol&aacute;vel e ap&oacute;s v&aacute;rias tentativas quase destrutivas de conten&ccedil;&atilde;o. O FBI invadiu o Uptop e realizou o resgate das crian&ccedil;as. Anne e o marido&nbsp;ficaram foragidos por 6 anos e foram presos, processados e condenados s&oacute; em 1993 &mdash; e apenas por crimes de perj&uacute;rio e fraude. Os demais crimes n&atilde;o foram contemplados.</p>
<p>Aos 98 anos e com dem&ecirc;ncia avan&ccedil;ada, Anne Byrne faleceu em junho de 2019 em uma institui&ccedil;&atilde;o de idosos. Em uma entrevista, enquanto alisava uma boneca velha, a guru disse: &ldquo;Eu amava crian&ccedil;as. Fiz tudo por amor&rdquo;. O resultado desse amor era o retrato de uma fam&iacute;lia Von Trapp de crian&ccedil;as com ansiedade, s&iacute;ndrome do p&acirc;nico, depress&atilde;o, hipervigil&acirc;ncia e pensamentos suicidas por tr&aacute;s das roupas, dos sorrisos e dos cabelos iguais. Era o amor de m&atilde;e dela. O amor maior que ela pregava. O amor que ela nunca nem conheceu.</p>

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A Família: o culto de Anne Hamilton Byrne

Imagem de O que aconteceu no massacre a fazenda Hinterkaifeck? no megacurioso

Assombração ou crime? Esse caso segue como um dos maiores mistérios da história da Alemanha

<p>Ninguém sabe exatamente o que aconteceu naquela sexta-feira,&nbsp;dia 31 de março de 1922. Ninguém sabe exatamente o que ocasionou a matança, tampouco o motivo. O único fato que se mantém em pé até hoje e que nada pode anular&nbsp;é de que seis pessoas foram brutalmente massacradas na fazenda Hinterkaifeck. Uma família inteira mais a empregada. O que paira sobre o crime torpe e sanguinolento, porém, são os detalhes e pistas que levaram ao final bizarro.</p><h2>Antes: os Gruber-Gabriel</h2><figure class="image"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2024/09/18/18115822692196.jpg" alt="65b10d03dfb6ce001d1b4207.jpg" srcset="https://mega.ibxk.com.br/2024/09/18/18115822708197.jpg 245w,https://mega.ibxk.com.br/2024/09/18/18115822723199.jpg 500w,https://mega.ibxk.com.br/2024/09/18/18115822723198.jpg 750w,https://mega.ibxk.com.br/2024/09/18/18115822864200.jpg 1000w," sizes="100vw"><figcaption>A família Gruber-Gabriel. (Fonte: All THat's Interesting)</figcaption></figure><p>Situada na Baviera, no sul da Alemanha, a fazenda Hinterkaifeck ficava em meio a hectares de planícies esverdeadas cobertas por árvores selvagens das florestas ao redor. Com seu nome herdado da cidadela de Kaifeck, o local foi erguido entre o ano de 1862 e 1864&nbsp;pela família Gruber-Gabriel&nbsp;e o único rastro de vizinhança mais próxima ficava a meio quilômetro a&nbsp;leste, num vilarejo chamado Grober, onde não viviam mais do que 75 famílias.</p><p>Os fatos históricos documentados que norteavam a vida da família Gruber-Gabriel era&nbsp;que, por mais que não fossem má pessoas, eram o pior exemplo de gentileza que existia. Eram considerados antipáticos, reclusos e esquisitos pela maneira como desprezavam qualquer tipo de possibilidade&nbsp;de receberem em sua grande construção de pedra em formato de L&nbsp;qualquer viajante ou visitante da cidade. Ou também a&nbsp;incapacidade que possuíam de&nbsp;tecer uma relação social com os membros da comunidade.</p><p>Com um ótimo tino para os negócios e para&nbsp;qualquer tipo de trabalho duro, eles possuíam hábitos parcos e personalidades retraídas e discretas, provavelmente como&nbsp;resultado de anos prestando serviços durante a guerra e por causa da fome e de toda a montanha-russa financeira e política pela&nbsp;qual o país havia passado.</p><p>Depois que ficou viúva em 1885 e se casou com Andreas Gruber, a esposa, Cazilia Gruber, assinou com o esposo&nbsp;um acordo de copropriedade dessa&nbsp;fazenda que&nbsp;havia herdado do ex-marido.&nbsp;A&nbsp;mulher passou de uma vida sossegada a um inferno de espancamentos diários que a deixavam totalmente roxa. Mas ela jamais se curvou diante de Andreas, apesar de tudo, mostrando-se sempre o mais firme o possível, embora estivesse desabando.</p><p>Quando Viktoria Gabriel nasceu, no ano seguinte ao casamento dos dois, ela foi a primogênita deles, sendo que a segunda filha que tiveram, Sofia Gruber, morreu com dois anos de idade. Em 1914, Viktoria se casou com o militar Karl Gabriel, que morreu em abril do mesmo ano servindo a Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial, deixando a esposa grávida de sua filha, Cazilia Junior.</p><p>Depois de ser proibida de se casar novamente, foi a partir desse ano que Viktoria passou a dividir com a sua mãe as sessões de agressões de Andreas. Todos na cidade sabiam disso&nbsp;devido aos hematomas que ela tentava esconder quando era vista pelo comércio local, principalmente porque era a que mais frequentava o centro da cidade. Em maio de 1915, os comentários fervilharam quando ela foi sentenciada a um mês de encarceramento por estabelecer uma relação incestuosa com o seu pai, que a abusou&nbsp;por várias vezes e acabou a fazendo engravidar de seu segundo filho, Josef.</p><p>Tudo o que se sabe acerca da vida dos Gruber-Gabriel é, em sua maioria, fruto de fofocas, rumores e histórias que já foram tão requentadas e enfeitadas por vizinhos e empregados&nbsp;que perderam a sua idoneidade.</p><h2>Durante: os passos no sótão</h2><div class="image-align-center"><figure class="image"><img src="https://miro.medium.com/max/960/1*8wbPHBYb0IVmgOVLLt14SA.jpeg" alt="" height="365" width="480"><figcaption>Fonte: Medium/Reprodução)</figcaption></figure></div><p>&nbsp;</p><p>A verdade é que ninguém que tenha passado pela fazenda jamais se sentiu confortável lá. O ar do local inspirava uma atmosfera sinistra e muitos acreditavam que a casa era assombrada, principalmente os funcionários. Tudo começou com alguns eventos atípicos, como passos contínuos e repetitivos no sótão, segundo uma das empregadas que trabalhou na fazenda&nbsp;durante um longo&nbsp;período. Mas ela não era a única:&nbsp;Viktoria e a filha também se sentiam incomodadas com o barulho. Depois do ocorrido fatal, a professora de Cazilia Junior se recordou&nbsp;que a menina reclamava de sono e do cansaço que sentia por estar sempre perseguindo a avó pela floresta durante a noite.</p><p>O pai, Andreas, era outro que escutava os passos insólitos, no entanto fazia questão de revelar a todos que não os temia, uma vez que possuía seu rifle, emprestado por colegas de bar, como segurança. O homem chegou a realizar algumas buscas, inclusive ficou de guarda por várias noites, mas não conseguiu achar nada, nem ninguém. Mais tarde, ele&nbsp;descobriu que a fechadura da casa de máquinas havia sido violada, porém nada havia sido&nbsp;roubado ou mexido.</p><p>Durante a temporada do inverno, Andreas encontrou pegadas de sapatos na neve que iam e vinham em várias direções e todas terminavam em direção à&nbsp;floresta, mais precisamente no início dela,&nbsp;nunca além. Era como se o autor delas simplesmente desaparecesse no ar. Em seguida, as chaves da casa sumiram&nbsp;e um jornal de Munique surgiu na soleira da porta deles. Ninguém pensou em ligar para a polícia, afinal eram donos das próprias terras e cresceram aprendendo a gerir esse tipo de situação.</p><p>Decidiram ignorar essas ocorrências potencialmente perigosas, assim como Maria Baumgarterner, de 44 anos de idade, quando se candidatou a trabalhar na fazenda Hinterkaifech, apesar de todo o falatório local pesando em seus ombros. Naquela tarde de 31 de março de 1922, ela atravessou a porta de entrada da casa para nunca mais sair.</p><h2>Ainda: cabelos e pilhas de feno</h2><figure class="image"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2024/09/18/18115952820201.jpg" alt="1_pi8ie7ackkjc4gf_vsrmew.jpg" srcset="https://mega.ibxk.com.br/2024/09/18/18115952820202.jpg 245w,https://mega.ibxk.com.br/2024/09/18/18115952867203.jpg 500w," sizes="100vw"><figcaption>Um dos corpos encontrados no celeiro. (Fonte: All That's Interesting)</figcaption></figure><p>Sentiram a falta da voz Viktoria Gabriel cantando no coral da igreja no primeiro sábado do início de abril. Cazilia Junior também faltou na escola naquele dia e&nbsp;algumas pessoas ficaram preocupadas com isso. Lorenz Schlittenbauer, um fazendeiro que trabalhou com Andreas, perguntou a um garçom do bar que frequentava&nbsp;se ele havia visto algum dos Grubers. Mais cedo, ele havia passado pela fazenda e não havia fumaça escapando da chaminé da casa.</p><p>Até aí poderia se tratar de qualquer coisa. Talvez a família reclusa tivesse optado por se fechar ainda mais — o que não seria nenhuma surpresa. Mas depois que se passaram mais de cinco dias sem movimentação alguma, nem mesmo das máquinas agrícolas, alguns vizinhos e comerciantes concluíram que algo não estava certo. Lorenz lembra de ter pedido para que seus filhos, Joan e Josef, fossem até a fazenda e batessem na&nbsp;porta ou nas janelas, mas não houve nenhum sinal de vida como resposta.</p><p>Então, Lorenz,&nbsp;Jakob Sigl e Michael Poll, às 17 horas do dia 4 de abril de 1922, foram visitar o local. No instante em que entraram no celeiro, o choque foi imediato. Michael deu de cara com um pé brotando de uma pilha de feno. Logo descobriram que era o cadáver de Andreas Gruber, vestido com uma calça e uma camiseta. Sua cabeça havia sido totalmente esburacada com uma picareta — o que viria a ser uma suposição da perícia devido às lesões.</p><p>Viktoria Gabriel e sua mãe, Cazilia Gruber, ambas vestidas, embora descalças, foram encontradas empilhadas com&nbsp;uma grande quantidade de feno jogado nelas, na tentativa de ocultá-las. E por cima disso&nbsp;estava Cazilia Junior. A garotinha também estava morta, só que o mais curioso é que havia tufos e mais tufos do que foi provado ser o próprio cabelo dela&nbsp;que, inclusive, não foram encontrados no resto de sua cabeça, indicando que ela deveria tê-los arrancado antes do ataque.&nbsp;Todas elas haviam sofrido múltiplas e graves lesões faciais, a maioria de caráter desfigurador.</p><p>Por último, no quarto, os homens encontraram o corpo da empregada Maria Baumgarterner sem vida, caída ao lado da mochila que trouxera para o seu primeiro dia de trabalho. Havia um buraco grotesco aberto no meio de seu rosto.</p><h2>Depois</h2><div class="image-align-center"><figure class="image"><img src="https://www.augsburger-allgemeine.de/img/aichach/crop19439206/1019562943-cv16_9-w940/Copy-of-144304137-4-.jpg" alt="" height="528" width="940"><figcaption>Fonte: Augusburger/Reprodução)</figcaption></figure></div><p>&nbsp;</p><p>Na manhã do dia 5 de abril de 1922, o investigador Georg Reingruber chegou à&nbsp;fazenda Hinterkaifeck e reuniu um time de 50 oficiais, que colheram depoimentos de mais de 100 pessoas e lançaram uma campanha de recompensa de 500 mil marcos para quem localizasse o assassino.</p><p>Conforme o caso ganhava forma, o investigador passou a acreditar que o assassino cometeu o crime durante a noite do dia 31 de março ou até mesmo dois dias mais tarde. Relatos de vizinhos afirmam&nbsp;terem visto fumaça saindo da chaminé — o que&nbsp;realmente acabou sendo&nbsp;comprovado, pois ela havia sido acesa&nbsp;depois do massacre. Havia comida fresca para o gado no celeiro onde foi realizado o massacre, embora o cachorro amarrado a um dos postes não tivesse sido alimentado por dias.</p><p>A brutalidade e a falta de coerência em relação às&nbsp;mortes&nbsp;despertou não só o terror na sociedade, como também intimidou as autoridades a resolverem logo o caso. Josef Bartl, Anton e Charlers Bichler, um fugitivo de um hospital psiquiátrico, e dois assassinos de alta periculosidade, respectivamente, foram considerados suspeitos do caso. Até mesmo Karl Gabriel, o ex-marido de Viktoria&nbsp;e também Lorenz Schlittenbauer, o parceiro de trabalho de Andreas, foram cotados. No entanto, todas as investigações abertas contra eles se provaram ou infundadas ou não deram em lugar algum.</p><p>E, embora acredita-se que tenham sido utilizados vários instrumentos, foi achada&nbsp;apenas uma arma do crime: uma picareta&nbsp;contendo o sangue de um dos membros da família. Ela foi localizada embaixo da estrutura do piso da casa depois que os novos donos da propriedade a demoliram.</p><p>O que aconteceu naquela noite de 1922 na fazenda Hinterkaifeck permanece um mistério sem solução, um dos maiores da Alemanha&nbsp;e que, mesmo 97 anos depois, assombra a ideia e alimenta as lendas de que o assassino poderia ser também qualquer coisa que vagava naquele sótão. De um lado para o outro. De um lado para o outro...</p>

thumb-image-2024-02-29T14:04:22.125Z

O que aconteceu no massacre da fazenda Hinterkaifeck?

Imagem de Marcus Wesson: assassinato e estupro em nome de Deus no megacurioso

Com um harém e filhos frutos dos estupros que cometeu, o homem pregava que Jesus Cristo era um vampiro

<p style="text-align: justify;">Nascido em 22 de agosto de 1946&nbsp;na cidade do Kansas, nos Estados Unidos,&nbsp;Marcus Delon Wesson teve uma estrutura familiar e aspectos de uma inf&acirc;ncia caracter&iacute;sticos de um perfil psicol&oacute;gico que pode constituir uma mente psic&oacute;tica.</p>
<p style="text-align: justify;">Entre quatro filhos, ele era o mais velho, e sua m&atilde;e, Carrie Wesson, uma fan&aacute;tica religiosa, for&ccedil;ava-o a enxergar absolutamente tudo atrav&eacute;s da B&iacute;blia desde pequeno. Marcus frequentava com ela a Igreja Adventista do S&eacute;timo Dia e, segundo relatos do pr&oacute;prio, por vezes era agredido com o livro&nbsp;sagrado quando se recusava a ir aos cultos ou queria brincar ao inv&eacute;s de ler as par&aacute;bolas durantes horas e horas seguidas em casa.</p>
<p style="text-align: justify;">O pai, o Pastor Benjamin Wesson, al&eacute;m de um fan&aacute;tico como a mulher, era alco&oacute;latra, agressor e molestador de crian&ccedil;as. Marcus confessou que o pai o tocava &agrave; noite e o espancava durante o dia, tanto por conta das bebedeiras di&aacute;rias&nbsp;quanto para ensin&aacute;-lo li&ccedil;&otilde;es que Deus o havia instru&iacute;do.</p>
<h2 style="text-align: justify;">O in&iacute;cio de uma mente perturbada</h2>
<div class="image-align-center">
<figure class="image"><img alt="" height="480" src="https://miro.medium.com/max/1200/1*ZMoJsq_oCXozy_Zv3WlD3A.jpeg" width="372" /> <figcaption>(Fonte: Medium/Reprodu&ccedil;&atilde;o)</figcaption></figure>
</div>
<p style="text-align: justify;">Vivendo em um lar ca&oacute;tico e sob ensinamentos distorcidos e perturbados, Marcus Wesson aprendeu a ser exatamente o fruto do meio no qual estava inserido. Enquanto crian&ccedil;a, suas brincadeiras favoritas n&atilde;o eram futebol, carrinhos ou bonecos, mas fingir ser um pastor&nbsp;liderando seu rebanho, que costumava ser composto por outras crian&ccedil;as.</p>
<p>Com o poder de persuas&atilde;o da m&atilde;e misturado com o tom agressivo do pai, ele sempre queria ser o centro das aten&ccedil;&otilde;es, chegando a intimidar e repreender qualquer um que tentasse&nbsp;roubar seu lugar. Para o garoto, as cren&ccedil;as da igreja se misturaram com as convic&ccedil;&otilde;es da m&atilde;e e com as fantasias que ele criava em sua cabe&ccedil;a, como a certeza de que ele e a fam&iacute;lia eram vampiros que possu&iacute;am almas.&nbsp;Essa inven&ccedil;&atilde;o infantil foi apenas o in&iacute;cio de um pensamento que ganhou propor&ccedil;&otilde;es grotescas e acabou em assassinatos.</p>
<p>No in&iacute;cio de 1960, quando Marcus tinha 14 anos de idade, a fam&iacute;lia se mudou para San Bernardino, na Calif&oacute;rnia, pois o pai havia os abandonado para viver um caso com o sobrinho. Na escola, durante o per&iacute;odo da adolesc&ecirc;ncia, Marcus foi um aluno entre mediano e praticamente inexpressivo, cumprindo apenas o necess&aacute;rio para conseguir se formar no ensino m&eacute;dio. Toda&nbsp;sua participa&ccedil;&atilde;o estudantil foi preenchida por&nbsp;diversos "n&atilde;os" e um "nunca": n&atilde;o se destacava em nada, n&atilde;o participava&nbsp;de nada, n&atilde;o tinha amigos, n&atilde;o conversava, n&atilde;o sa&iacute;a,&nbsp;nunca cedeu ao &aacute;lcool nem a drogas.</p>
<p>Ele era ningu&eacute;m e teria passado despercebido&nbsp;se n&atilde;o fosse pelo seu porte alto e corpulento e o fato de vestir terno e gravata em vez&nbsp;de jeans e camiseta. Apesar de sua apar&ecirc;ncia e tamanho, Marcus sempre esteve mais propenso a ser intimidado do que a causar algum tipo de intimida&ccedil;&atilde;o.</p>
<p>Enquanto isso, a cada dia ele se tornava ainda mais obcecado pela religi&atilde;o.&nbsp;Foi quando o pai voltou, como se nada tivesse acontecido,&nbsp;depois de mais de 10&nbsp;anos vivendo um romance com o pr&oacute;prio sobrinho, que ele passou a acreditar que n&atilde;o havia problema em manter rela&ccedil;&otilde;es sexuais com membros da pr&oacute;pria fam&iacute;lia e que cada pai, inclusive o dele, tinha maneiras diferentes de "amar" os filhos.</p>
<h2>O falso Messias</h2>
<div class="image-align-center">
<figure class="image"><img alt="" height="525" src="https://allthatsinteresting.com/wordpress/wp-content/uploads/2018/05/wesson-family-children-portrait.jpg" width="900" /> <figcaption>(Fonte: All That's Interesting/Reprodu&ccedil;&atilde;o)</figcaption></figure>
</div>
<p><span style="background-color: transparent;">Em 1968, depois de ficar um tempo nas For&ccedil;as Armadas dos Estados Unidos, Marcus conheceu Rosemary Solorio, uma mulher casada e com filhos&nbsp;que morava em San Jose, na Calif&oacute;rnia, com quem ele passou a ter uma rela&ccedil;&atilde;o &agrave;s escondidas. Meses depois do&nbsp;envolvimento, Rosemary se separou do marido, pegou as crian&ccedil;as e foi morar com Marcus.</span></p>
<p>No in&iacute;cio do relacionamento, o homem chegou a trabalhar por um curto per&iacute;odo em um banco, mas logo ficou desempregado e come&ccedil;ou a viver com o benef&iacute;cio do governo que Rosemary podia receber&nbsp;por conta de problemas familiares.</p>
<p>Em 1971, a mulher deu &agrave; luz o primog&ecirc;nito de Marcus, chamado Adair Wesson. A empolga&ccedil;&atilde;o de se tornar pai durou apenas o tempo necess&aacute;rio para que conseguisse se aproximar o suficiente da enteada Elizabeth. Em 1974, quando a garota tinha 8 anos de idade, o homem passou a molest&aacute;-la, toc&aacute;-la e se insinuar para ela, sempre deixando muito claro que tudo aquilo que estava fazendo era o "certo", pois Deus a havia escolhido para que fosse sua esposa, que era a sua "prometida".</p>
<p>Foi nessa &eacute;poca, inclusive, quando ele tinha 27 anos de idade, que em uma cerim&ocirc;nia realizada na sala de estar de sua casa Marcus&nbsp;se "casou" com a menina de 8 anos&nbsp;ap&oacute;s convenc&ecirc;-la de que a m&atilde;e j&aacute; sabia de absolutamente tudo e que havia permitido. Marcus Wesson realizou a suposta uni&atilde;o com uma pseudo-B&iacute;blia que ele mesmo havia escrito ao longo dos anos, deturpando passagens e ensinamentos, adicionando convic&ccedil;&otilde;es pr&oacute;prias e estabelecendo leis divinas que beneficiavam e sustentavam seu pensamento doentio e descontrolado.</p>
<p>Quando Elizabeth completou 12 anos, o homem passou a estupr&aacute;-la diariamente, enquanto fazia uma lavagem mental na garota, injetando seus pensamentos&nbsp;e, de certa forma, oprimindo-a e fazendo-a aceitar toda aquela hist&oacute;ria de terror. Quando ela completou 15 anos de idade e engravidou, Marcus se casou legalmente com ela e declarou a Rosemary que se mudaria para come&ccedil;ar a constituir sua fam&iacute;lia n&atilde;o convencional e "mais amada aos olhos de Deus".</p>
<h2>Abusos e opress&atilde;o</h2>
<div class="image-align-center">
<figure class="image"><img alt="" height="411" src="https://s.abcnews.com/images/Primetime/ht_girls_in_tent0001_100702_ssh.jpg" width="531" /> <figcaption>(Fonte: Abc News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)</figcaption></figure>
</div>
<p><span style="background-color: transparent;">A irm&atilde; mais velha de Elizabeth deixou seus sete filhos para que ela cuidasse, pois seria incapaz de fazer isso por conta de seu v&iacute;cio em drogas. Marcus pediu para que Rosemary entregasse&nbsp;a van da fam&iacute;lia para o transporte de todos ou ele levaria Adair Wesson consigo.&nbsp;</span>Sendo assim, ela deixou que partissem com o carro.</p>
<p>Desempregado e vivendo de fraudes que tramava para conseguir receber o benef&iacute;cio do governo, em 1989 Marcus foi condenado a pagar uma multa por defrauda&ccedil;&atilde;o e perj&uacute;rio. A partir disso, a fam&iacute;lia come&ccedil;ou a viver como n&ocirc;made, invadindo casas vazias, morando em barracos e at&eacute; mesmo em barcos. Eles sobreviviam&nbsp;de tickets-alimenta&ccedil;&atilde;o.</p>
<p>Nesse &iacute;nterim, Elizabeth passou a ter uma vida de priva&ccedil;&atilde;o e encarceramento. Os abusos vieram ao longo disso. Marcus come&ccedil;ou impedindo que a garota participasse da educa&ccedil;&atilde;o das crian&ccedil;as, que passou a ser de modo dom&eacute;stico, uma vez que sequer tinham acesso a uma casa que fosse mais do que uma barraca militar no meio da floresta e porque&nbsp;ele precisava doutrin&aacute;-las com sua B&iacute;blia adaptada, cujo conte&uacute;do retratava Jesus como um grande vampiro. Marcus at&eacute; chegou a ordenar que s&oacute; se referissem a ele como Mestre ou Milorde. Al&eacute;m do treino exaustivo que fazia para o Armagedom, o homem logo deu in&iacute;cio ao processo de prepara&ccedil;&atilde;o das sobrinhas de Elisabeth para se tornarem suas esposas.</p>
<p>Durante meses, ele separou os meninos das meninas, temendo que desenvolvessem algum tipo de atra&ccedil;&atilde;o sexual uns pelos outros. Em mais uma cerim&ocirc;nia, o homem se casou com Ruby Ortiz, Rosa e Sofina, com 7, 8 e 11 anos de idade, respectivamente. Marcus passou uma noite inteira estuprando-as&nbsp;em um suposto ato para "consumar" a uni&atilde;o, como ele mesmo disse. Quando entraram na puberdade, cada uma delas, incluindo a pr&oacute;pria filha, acabou engravidando dele. Os registros indicam que Marcus teve sete&nbsp;mulheres, sendo cinco delas suas filhas, e 18 filhos, todos frutos de rela&ccedil;&otilde;es incestuosas.</p>
<p>Em meio a tudo isso, havia muito espancamento e dor. Tacos de beisebol, fios el&eacute;tricos e os pr&oacute;prios punhos eram apenas alguns dos meios que o homem se valia para atacar a fam&iacute;lia. No tribunal, o filho Serafino disse de ter apanhado durante 30 dias sem parar simplesmente por ter roubado uma colher de pasta de amendoim. Sofina tamb&eacute;m confessou que Marcus agrediu o filho de apenas 1 m&ecirc;s de idade at&eacute; que as perninhas dele sangrassem.</p>
<h2>O plano engatilhado</h2>
<div class="image-align-center">
<figure class="image"><img alt="" height="452" src="https://cbsnews3.cbsistatic.com/hub/i/r/2004/03/16/474300bd-a642-11e2-a3f0-029118418759/resize/620x465/7c119d6d12c2a560c060ca315847ebce/image606676.jpg" width="620" /> <figcaption>(Fonte: CBS News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)</figcaption></figure>
</div>
<p><span style="background-color: transparent;">Marcus era fascinado por&nbsp;David Koresh, l&iacute;der de um culto religioso e que tamb&eacute;m tinha diversas mulheres e filhos de rela&ccedil;&otilde;es incestuosas. Quando a pol&iacute;cia fez o cerco ao complexo de Koresh, em 1993, ele alertou: "Esse homem &eacute; como eu. Ele est&aacute; criando os filhos para o Senhor". Logo em seguida, Marcus anunciou um pacto de suic&iacute;dio se o governo federal tentasse destituir sua&nbsp;fam&iacute;lia. E diariamente ele discutia com todos cada detalhe de seu plano de assassinato.</span></p>
<p>&Eacute; absolutamente imposs&iacute;vel medir ou imaginar o grau de subjuga&ccedil;&atilde;o a que cada uma das v&iacute;timas era exposta, sendo totalmente controladas por aquele mundo que o homem de 130 quilos havia criado. No entanto, aquela lavagem cerebral n&atilde;o havia liquefeito o c&eacute;rebro de Ruby Ortiz e Sofina Solorio o suficiente. Elas pediram para ir embora e Marcus concordou, contanto que elas deixassem seus filhos para tr&aacute;s. Desesperadas, as duas acabaram concordando e, &agrave; medida que foram absorvendo tudo o que havia da realidade e aprendendo, logo se deram conta de que aquilo que o homem estava fazendo n&atilde;o era nada normal.</p>
<p>Em 12 de mar&ccedil;o de 2004, as duas mulheres reuniram alguns familiares e foram at&eacute; a casa de Marcus para reivindicar os filhos. Elas foram recebidas com xingamentos das outras esposas, que ordenavam que se curvassem diante do mestre delas. A pol&iacute;cia foi acionada pelos parentes assim que a gritaria come&ccedil;ou.&nbsp;Ruby e Sofina entraram em p&acirc;nico e avisaram que Marcus machucaria as crian&ccedil;as, lembrando do pacto de assassinato quando um dos policias come&ccedil;ou a falar por um megafone.</p>
<p>Armado com um rifle de calibre 22, Marcus cumpriu seu plano maligno de assassinato e, &agrave;s 14h30,&nbsp;executou&nbsp;nove membros da fam&iacute;lia com tiros na cabe&ccedil;a, quase todos entre os olhos das v&iacute;timas. Os policiais negaram ter&nbsp;ouvido os diversos disparos, apesar de v&aacute;rios vizinhos, e inclusive transeuntes, terem afirmado o contr&aacute;rio, e s&oacute; entraram em a&ccedil;&atilde;o quando o homem apareceu &agrave; porta ensopado de sangue. Ele assassinou todos os filhos e os empilhou no quarto de acordo com suas idades.</p>
<p>Em 27 de junho de 2005, ap&oacute;s um longo per&iacute;odo de julgamento, Marcus Wesson foi considerado culpado das 9 acusa&ccedil;&otilde;es de assassinato e de 14 crimes sexuais,&nbsp;sendo sentenciado &agrave; pena de morte e&nbsp;condenado a andar n&atilde;o como o "Cristo vivo",&nbsp;como ele mesmo se declarava, mas como o monstro, o estuprador e assassino que&nbsp;era.</p>

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Marcus Wesson: assassinatos e estupros em nome de Deus

Imagem de Juana Barraza: a estranguladora no megacurioso

Estima-se que entre o ano de 2000 e 2006, a mulher tenha feito cerca de 40 vítimas. Todas elas mulheres idosas

<p>Juana Dayanara Barraza Samperio nasceu &agrave;s 8h30 da manh&atilde; do dia 27 de dezembro de 1957&nbsp;no norte do M&eacute;xico, numa cidade de &aacute;rea rural chamada Hidalgo. A sua inf&acirc;ncia come&ccedil;ou corrompida&nbsp;desde o minuto de&nbsp;sua concep&ccedil;&atilde;o at&eacute; o dia em que nasceu. De l&aacute; at&eacute; sua vida adulta, tudo apenas piorou de maneira dr&aacute;stica.</p>

<p>Sua m&atilde;e, Justa Samperio, era uma prostituta alco&oacute;latra quando conheceu o policial Ted Avila Barraza, com quem manteve uma rela&ccedil;&atilde;o conjugal livre, continuando os seus trabalhos noturnos enquanto passava um pouco de seu tempo com ele. A rela&ccedil;&atilde;o durou cerca de cinco anos at&eacute; que ela desse &agrave; luz Juana e resolvesse abandonar o que possu&iacute;a com Ted para se dedicar totalmente &agrave;&nbsp;vida de amante com Refugio Samperio, um homem casado que conhecera em um dos bares onde usava como ponto de prostitui&ccedil;&atilde;o.</p>

<p></p>

<figure class="image"><img alt="" height="300" src="https://vanguardia.com.mx/sites/default/files/styles/paragraph_image_large_desktop_1x/public/duro-un-ano-el-amor-de-la-mataviejitas-se-divorcia-cbcde46be427b49ec8234d94804cdb80-1.jpg" width="449" />
<figcaption>(Fonte: Vanguardia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)<br />
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</figure>

<p>Durante sua inf&acirc;ncia e um pouco antes do in&iacute;cio de sua&nbsp;adolesc&ecirc;ncia, Juana&nbsp;n&atilde;o se lembra de ter mantido nenhum&nbsp;contato verbal com a m&atilde;e, com quem n&atilde;o possu&iacute;a absolutamente nenhum v&iacute;nculo afetivo. Justa a espancava boa parte do tempo quando ela estava por perto. Seu padrasto, a &uacute;nica figura paternal reconhecida por ela em toda a sua inf&acirc;ncia, tamb&eacute;m n&atilde;o se importava muito com o que a mulher deixava ou n&atilde;o de fazer com a filha.</p>

<p>Juana nunca foi &agrave; escola, por isso jamais aprendeu a ler ou escrever. Aos 12 anos de idade, ela foi vendida por sua m&atilde;e para um alco&oacute;latra chamado Jos&eacute; Lugo&nbsp;em troca de tr&ecirc;s cervejas. Durante os cinco anos que Juana viveu encarcerada na casa do homem, servindo como empregada dom&eacute;stica, ela foi estuprada centenas de vezes, assim como foi agredida. Por conta de toda essa viol&ecirc;ncia sexual, ela engravidou dele duas vezes, sendo uma aos 13 anos de idade e outra quando tinha 16. Em ambos os casos, ela sofreu abortos espont&acirc;neos.</p>

<h2>A Dama do Sil&ecirc;ncio</h2>

<figure class="image"><img alt="" height="397" src="https://pwa.wrestlingx.net/wrestlerimages/la_dama_del_silencio.jpg" width="345" />
<figcaption>(Fonte: PWA Wrestling/Reprodu&ccedil;&atilde;o)<br />
</figcaption>
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<p>Por volta de 1980, quando sua m&atilde;e, Justa Samperio, morreu de cirose, Juana finalmente p&ocirc;de deixar a cidade onde morava para viver na capital do M&eacute;xico. Com o passar dos anos, depois de possuir a pr&oacute;pria casa e enquanto trabalhava como empregada dom&eacute;stica e vendedora ambulante, acredita-se que ela encontrou na luta-livre uma maneira de canalizar toda a raiva inconstante que acontecia dentro dela e que, aparentemente, n&atilde;o conseguia entender de onde vinha.</p>

<p>De 1980 a 1990, com um porte robusto e musculoso, Juana passou de aluna a aspirante a profissional, integrando o painel de lutadoras de um dos muitos centros de <em>lucha libre</em>&nbsp;que existiam na Cidade do M&eacute;xico.&nbsp;Caracterizada com m&aacute;scaras e roupas extravagantes e coloridas, a luta livre conferiu &agrave;&nbsp;mulher o nome fantasia de &quot;A Dama do Sil&ecirc;ncio&quot;, por conta de sua timidez e introspec&ccedil;&atilde;o, tanto dentro quanto fora do ringue.</p>

<p>Em meio a turn&ecirc;s de cidade em cidade pela &aacute;rea&nbsp;central&nbsp;do M&eacute;xico, Juana Barraza teve quatro filhos, todos de pais diferentes. E apesar de aparentemente possuir uma rela&ccedil;&atilde;o est&aacute;vel com eles,&nbsp;como m&atilde;e&nbsp;e&nbsp;pessoa, o infort&uacute;nio continuou a seguir Juana como se fosse sua pr&oacute;pria sombra. Seu filho mais novo morreu ainda bem jovem&nbsp;depois de ser atacado por assaltantes que o espancaram at&eacute; a morte com um taco de beisebol. Sua segunda filha&nbsp;casou-se e deixou a casa onde moravam quando ainda era menor de idade, embora tenha permanecido pelas redondezas.</p>

<p>Juana ficou com os outros dois filhos, um garoto de 13 e uma menina de 11 anos de idade, que logo foram deixados aos cuidados de sua irm&atilde; mais velha depois de&nbsp;todo o horror que viria a acontecer. Apesar de tudo, a mulher se orgulhava de ter sido o m&iacute;nimo do&nbsp;pai e da m&atilde;e que n&atilde;o teve durante a sua inf&acirc;ncia.</p>

<p>No decorrer dos idos anos de 1995, com pouco dinheiro entrando das faxinas e do que ganhava como lutadora, Juana passou a cometer furtos em lojas&nbsp;que rapidamente evolu&iacute;ram para assaltos a resid&ecirc;ncias. Assim, em 1996, junto de sua amiga Araceli Martinez, elas come&ccedil;aram a se vestir&nbsp;como&nbsp;enfermeiras para conseguir&nbsp;acesso &agrave; casa de idosos e poder roub&aacute;-los. O que a mulher n&atilde;o imaginava era que Araceli, que estava em um relacionamento com um policial federal corrupto chamado Mois&eacute;s Flores, tra&ccedil;ou um plano junto com seu namorado para poder extorquir 12 mil pesos de Juana&nbsp;em troca de n&atilde;o prend&ecirc;-la&nbsp;durante um&nbsp;asssalto no qual a&nbsp;rendeu.</p>

<p>No in&iacute;cio dos anos 2000, quando Juana se aposentou da luta livre, onde chegava a ganhar 500 pesos por luta, a sua situa&ccedil;&atilde;o financeira atingiu um n&iacute;vel alarmante e tudo o que havia dentro dela quis saltar para fora.</p>

<h2>&ldquo;El Mataviejitas&rdquo;</h2>

<figure class="image"><img alt="" height="271" src="https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTAVEp6cJ--Xce2uoP2n9OUE_w3Yzs41_sF3llRZUOBL0RMXyk6RQ&amp;s" width="494" />
<figcaption>(Fonte: TKM/Reprodu&ccedil;&atilde;o)<br />
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</figure>

<p>Foi durante o ano de 2002 que o &iacute;ndice de assassinatos e roubos a propriedades de idosos come&ccedil;ou a aumentar na Cidade do M&eacute;xico. Era o desespero de Juana Barraza ganhando finalmente liberdade, em combust&atilde;o com toda a raiva armazenada dentro dela por tempo o suficiente para destruir o resto dos sentimentos bons que ainda podia nutrir. Acredita-se que, apesar do momento de dificuldade financeira que ela atravessava, os assassinatos n&atilde;o foram motivados por dinheiro.</p>

<p>Foi no dia 25 de novembro de 2002&nbsp;que Juana Barraza bateu &agrave; porta de uma senhora chamada Maria de la Luz Gonz&aacute;lez. Usando uma credencial falsificada, ela alegou ter sido enviada pelo governo para prestar um tipo de assist&ecirc;ncia m&eacute;dica. Uma vez no apartamento da idosa, a ex-lutadora disse ter ficado com raiva dos coment&aacute;rios depreciativos que Maria fez e, por isso, espancou-a e a enforcou com as pr&oacute;prias m&atilde;os at&eacute; que ela morresse.</p>

<p>Depois do primeiro assassinato, levaram tr&ecirc;s meses at&eacute; que Juana atacasse novamente. Pois, em contraste com essa sua f&uacute;ria desenfreada, havia uma coer&ecirc;ncia sistem&aacute;tica e maligna na maneira como planejava e encontrava as suas v&iacute;timas:&nbsp;atrav&eacute;s de uma lista de mulheres que estavam em um programa de assist&ecirc;ncia m&eacute;dica do governo que ela acabou conseguindo adquirir, Juana identificava&nbsp;apenas mulheres idosas e que moravam sozinhas.</p>

<p>De um crime, rapidamente Juana chegou &agrave;&nbsp;marca de 40 assassinatos, todos eles por estrangulamento, sempre com as pr&oacute;prias m&atilde;os ou com objetos que possu&iacute;ssem fios. Ela as espancava, geralmente com golpes na cabe&ccedil;a, mas n&atilde;o fortes o suficientes para que levassem &agrave; morte imediata. Todas as v&iacute;timas eram mulheres com mais de 80 anos de idade, solteiras ou vi&uacute;vas, que moravam sozinhas em suas casas. A motiva&ccedil;&atilde;o de Juana era apenas a raiva, o que fez os psic&oacute;logos conclu&iacute;rem de que a mulher projetava em suas v&iacute;timas o rancor do relacionamento deficiente que ela tivera com a m&atilde;e.</p>

<p>Essa onda aterrorizante de assasinatos em s&eacute;rie que ainda n&atilde;o havia sido documentada na hist&oacute;ria do M&eacute;xico&nbsp;deu o t&iacute;tulo &agrave; Juana de &ldquo;El Mataviejitas&rdquo; (O Matador de Velhinhas). A pol&iacute;cia acreditava que o assassino era um&nbsp;travesti&nbsp;por conta das descri&ccedil;&otilde;es das testemunhas, que confundiam a apar&ecirc;ncia musculosa e mais masculinizada da estranguladora.</p>

<h2>Opera&ccedil;&atilde;o Parque e Jardins</h2>

<figure class="image"><img alt="" height="384" src="http://3.bp.blogspot.com/_cVWzoWVhpLU/TVLvcNwmiII/AAAAAAAADB0/9N_PQMq_v0o/s1600/Juana%2BBarraza.JPG" width="245" />
<figcaption>(Fonte: The Woman Who Kill/Reprodu&ccedil;&atilde;o)<br />
</figcaption>
</figure>

<p>Em 28 de setembro de 2005, com a sociedade ainda horrizada com os crimes e o fato de o assassino ainda estar &agrave; solta, uma mulher de classa alta e m&atilde;e de um famoso criminologista mexicano de nome Lu&iacute;s Rafael Moreno&nbsp;vendeu &agrave;s autoridades a ideia de iniciarem uma opera&ccedil;&atilde;o especial intitulada &quot;Opera&ccedil;&atilde;o Parques e Jardins&quot;. A for&ccedil;a-tarefa consistia basicamente em patrulhas de oficiais nas &aacute;reas em que o asassino era mais ativo e a distribui&ccedil;&atilde;o de panfletos, aconselhando os idosos a desconfiarem de estranhos e a n&atilde;o abrirem&nbsp;a porta de suas&nbsp;casas para ningu&eacute;m.</p>

<p>Num movimento altamente criticado, a pol&iacute;cia chegou a prender cerca de 49 travestis e prostitutas para colher&nbsp;suas digitais. Nenhum delas, no entanto, eram compativeis com as encontradas nos cad&aacute;veres das v&iacute;timas. A&nbsp;essa altura, os investigadores estavam convictos de que ao menos deveria se tratar de uma mulher transg&ecirc;nero.</p>

<p>E ent&atilde;o, no dia 25 de janeiro de 2006, Juana Barraza&nbsp;foi vista por uma vizinha ao deixar a casa de Ana Mar&iacute;a de los Reyes Alfaro&nbsp;ap&oacute;s estrangul&aacute;-la&nbsp;com um estetosc&oacute;pio. A patrulha local foi rapidamente acionada e a ex-lutadora foi presa a apenas algumas quadras da cena do crime, depois de quatro&nbsp;anos de pura barb&aacute;rie.</p>

<p>Com todas as provas que a pol&iacute;cia possu&iacute;a, em 2008, Juana foi julgada por 30&nbsp;homic&iacute;dios e declarada culpada por 16&nbsp;deles, al&eacute;m de tamb&eacute;m ser enquadrada por cometer 12&nbsp;assaltos. A mulher foi condenada a 759 anos de encarceramento&nbsp;sem chance de recorrer &agrave; liberdade condicional.</p>

<p>Questionada sobre os motivos de tantos assassinatos, Juana Barraza, a estranguladora, confessou que sentia raiva, muita raiva, &oacute;dio profundo em ver aquelas idosas. Ela via nelas a pr&oacute;pria m&atilde;e. Aquela que a vendeu. Aquela que permitiu que fosse violentada. Aquela que morreu e a deixou quebrada.</p>

<p>E por isso, ela n&atilde;o sentia arrependimento algum.</p>


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Juana Barraza: a estranguladora

Imagem de Rod Ferrell era Vesago, o vampiro assassino no megacurioso

Obcecado por morte, sangue, satanismo e práticas do vampirismo, o garoto de 17 anos era uma mente doentia e sem controle, em rumo à destruição

<p>Desde o&nbsp;in&iacute;cio de&nbsp;sua adolesc&ecirc;ncia e por toda sua&nbsp;vida, Sondra Gibson sempre foi obcecada pela cultura dos vampiros&nbsp;a ponto de abandonar o lado ficcional da coisa para se juntar a grupos e seitas que praticavam o &quot;vampirismo&quot;. Ela via essa suposta &ldquo;arte&rdquo;&nbsp;como uma canaliza&ccedil;&atilde;o de seus desejos mais profundos e a oportunidade de viver na pele como era a sensa&ccedil;&atilde;o de estar numa realidade pr&oacute;xima &agrave;&nbsp;dos vampiros descritos nas p&aacute;ginas de livros e nos filmes que consumia.</p>

<p>Com uma inicia&ccedil;&atilde;o sexual muito precoce, em junho de 1973, Sondra tinha apenas 16 anos de idade quando engravidou. Seu namorado, Ricky Allan Ferrell, tamb&eacute;m de 16 anos, a deixou tr&ecirc;s semanas ap&oacute;s se casarem&nbsp;e foi se juntar ao ex&eacute;rcito. Emocionalmente quebrada, Sondra n&atilde;o sabia nada de si mesma, muito menos sobre maternidade, quando o seu primog&ecirc;nito Roderrick Justin Ferrell nasceu, em mar&ccedil;o de 1980, na cidade de Murray, nos Estados Unidos.</p>

<p></p>

<figure class="image"><img alt="" height="281" src="https://rabrewstercom.files.wordpress.com/2018/11/rod-and-mom.jpg?resize=274%2C188" width="409" />
<figcaption>(Fonte: R.A.Brewster/Reprodu&ccedil;&atilde;o)<br />
</figcaption>
</figure>

<p>A partir desse momento, a vida de Rod come&ccedil;ou a ser transformada. Durante anos, Sondra saiu e voltou da casa de seus pais, deixando o lugar cada vez que havia uma briga acerca&nbsp;de seu trabalho na noite como dan&ccedil;arina e tamb&eacute;m&nbsp;prostituta. Nesse per&iacute;odo, quando tinha apenas 5 anos de idade e enquanto era deixado na casa dos av&oacute;s pela m&atilde;e, Rod Ferrell foi estuprado algumas vezes pelo av&ocirc;.</p>

<p>No pouco tempo que exercia o seu papel de m&atilde;e, Sondra fez quest&atilde;o de inserir o filho nesse universo vamp&iacute;rico pelo qual era fascinada. Eles jogavavam videogames&nbsp;sobre vampiros, liam sobre vampiros e assistiam filmes apenas sobre vampiros. Ao longo desse caminho, m&atilde;e e filho passaram a consumir tamb&eacute;m mais material voltado para mortos-vivos, com desmembramentos e tanto derramamento de sangue que, segundo Rod Ferrell, &quot;quase vazava pelos altos-falantes da televis&atilde;o&quot;.</p>

<h2>Mais do que divers&atilde;o</h2>

<figure class="image"><img alt="" height="353" src="http://cdn.lifedaily.com/wp-content/uploads/2018/02/04-rod-ferrell-story.jpg" width="529" />
<figcaption>(Fonte: LifeDaily/Reprodu&ccedil;&atilde;o)<br />
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<p>Para Sondra, tudo era apenas um passatempo saud&aacute;vel e nunca lhe ocorreu que nada daquilo fosse meramente violento para o filho &mdash;&nbsp;ou talvez a sua falta de tato e maturidade a tenham inibido&nbsp;de perceber. Para Rod Ferrell, no entanto, havia um gosto a mais. Ele chegou a confessar ao tribunal que, apesar de amar a m&atilde;e, ela podia ser muito odiosa e descontrolada &agrave;s vezes, e que era nesses momentos que se acalmava imaginando como a mataria.</p>

<p>Havia uma din&acirc;mica complicada e conturbada entre ele e a m&atilde;e, uma rela&ccedil;&atilde;o de amor e &oacute;dio que, h&aacute; quem acredite,&nbsp;poderia ultrapassar o la&ccedil;o afetivo que possu&iacute;am. Tudo por conta das cartas que Sondra, na &eacute;poca com 34 anos, escreveu para um amigo de 14 anos do filho, dizendo: &ldquo;Eu queria estar perto de voc&ecirc; para o seu abra&ccedil;o. Sim... tornar-se um vampiro, uma parte da famil&iacute;a, imortal e verdadeiramente sua para sempre. S&oacute; espero que um dia voc&ecirc; volte para Murray. Voc&ecirc; vir&aacute; atr&aacute;s de mim e me atravessar&aacute;. E eu serei sua noiva para a eternidade e voc&ecirc; ser&aacute; o meu senhor&rdquo;.</p>

<p>Rod Ferrell lembra que a m&atilde;e escreveu esse trecho da carta na sua frente, beijou o papel e pediu para que ele entregasse ao garoto. N&atilde;o h&aacute; relatos que confirmem um abuso sexual da parte de Sondra para com o filho, por&eacute;m os psic&oacute;logos envolvidos no caso nunca descartaram a ideia, principalmente pela maneira como Rod parecia admirado e revoltoso ao mesmo tempo.</p>

<h2>O Cl&atilde; Vampiro</h2>

<figure class="image"><img alt="" height="296" src="https://rabrewstercom.files.wordpress.com/2018/11/rod-ferrell-4.jpg?resize=388%2C258" width="445" />
<figcaption>(Fonte: R.A.Brewster/Reprodu&ccedil;&atilde;o)<br />
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</figure>

<p>Nessa &eacute;poca, em 1990, quando Rod morava em Eustis, na Fl&oacute;rida, ele j&aacute; era um garoto problem&aacute;tico na escola. Viciado em todos os tipos de drogas, principalmente LSD e hero&iacute;na, ele era solit&aacute;rio e considerado um esquisito, vestindo a t&iacute;pica apar&ecirc;ncia de um adolescente&nbsp;g&oacute;tico: cabelos longos e soltos, roupas pretas e &agrave;s vezes at&eacute; maquiagem. A&nbsp;ira juvenil compartilhada por muitos naquele periodo n&atilde;o era algo sem prop&oacute;sito para o garoto. Ele sentia uma inquiet&acirc;ncia, raiva e nojo de tudo que estava &agrave; sua volta. Enquanto&nbsp;tudo inspirava&nbsp;vida, ele cultuava a profundidade da morte. Sua obsess&atilde;o havia ultrapassado qualquer n&iacute;vel e tudo do que se aproximava tinha&nbsp;rela&ccedil;&atilde;o com&nbsp;entidades demon&iacute;acas, satanismo, assassinato e tortura. Tudo pontuado com muito sangue.</p>

<p>O seu quarto era o lado mais obscuro do Ocultimo e um reflexo de como ele estava por dentro. Haviam cruzes de cabe&ccedil;a para baixo e cacos de vidro espalhados pelos cantos&nbsp;feito lan&ccedil;as. Haviam ganchos de a&ccedil;ougue e tamb&eacute;m cabos de metal enrolados, como no filme <em>Hellraiser</em>, onde ele dormia pendurado.</p>

<p>No apogeu de seus del&iacute;rios, na maneira como tentou abra&ccedil;ar o estilo de vida de ser um jovem vampiro, ele se convenceu de que era esse ser chamado Vesago, um vampiro que possu&iacute;a 500 anos de idade. Rod Ferrell atribuiu sua convic&ccedil;&otilde;es, em parte, ao mundo fantasioso no qual havia constru&iacute;do em sua cabe&ccedil;a desde pequeno&nbsp;e tamb&eacute;m&nbsp;por conta dos suspostos &ldquo;chamados&rdquo; que dizia ter recebido durante rituais de vampirismo, enquanto se lambuzava com sangue animal e tamb&eacute;m sugava o de alguns colegas da pr&aacute;tica.</p>

<p></p>

<figure class="image"><img alt="" height="275" src="https://www.oxygen.com/sites/oxygen/files/field_blog_image/2019/02/vampire_clan_rod_ferrell_cropped_lake_county_sherriff.png" width="480" />
<figcaption>(Fonte: Oxygen/Reprodu&ccedil;&atilde;o)??????</figcaption>
</figure>

<p>Quando se mudou de volta para Kentucky, Rod Ferrell conheceu um grupo de pessoas que compartilhavam das mesmas ideias e fanatismo que ele,&nbsp;promovendo discuss&otilde;es sobre dem&ocirc;nios, vampiros e participando de rituais de ocultismo. Junto com um garoto chamado Howard Scott, ele chegou a ser preso ap&oacute;s atacar c&atilde;es num abrigo de animais, deixando v&aacute;rios deles gravemente feridos.</p>

<p>Rod invadiu um pr&eacute;dio abandonado conhecido por ser assombrado na cidade e nomeou-o como Hotel Vampiro, onde passou a realizar rituais que envolviam a morte de animais e pr&aacute;ticas de suc&ccedil;&atilde;o de sangue, tanto dos animais quanto um do outro. Quando Rod Ferrell come&ccedil;ou a cortar o pr&oacute;prio bra&ccedil;o e obrigar novos membros recrutados a beber o seu sangue, e tamb&eacute;m a queimar um pequeno V em seus bra&ccedil;os, nasceu assim o Cl&atilde; Vampiro. Futuramente, a seita teria 30 adeptos das pr&aacute;ticas macabras, sendo que todos eles acreditavam serem vampiros de verdade.</p>

<h2>A fuga criminosa</h2>

<figure class="image"><img alt="" height="246" src="https://www.oxygen.com/sites/oxygen/files/styles/blog-post-embedded--mobile/public/rod-ferrell-vampire-clan-ap.jpg?itok=M6JyChi1" width="500" />
<figcaption>(Fonte: Oxygen/Reprodu&ccedil;&atilde;o)<br />
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</figure>

<p>O culto composto por jovens teve sua virada tr&aacute;gica e derradeira quando Heather Wendorf, uma amiga de inf&acirc;ncia de Rod Ferrell, expressou interesse de fugir de casa e se juntar ao cl&atilde; dele. Encorajado e lisonjeado, o garoto reuniu Howard Scott, Charity Keesee e Dana Cooper, os primeiros integrantes da seita, para organizarem uma pequena viagem at&eacute; Eustis, na Fl&oacute;rida, para buscar Heather.</p>

<p>O grupo chegou na cidade no domingo do dia 24 de novembro de 1996. Eles foram visitar a casa de Shannon Yokee e Jeanine LeClaire, duas amigas de Rod, onde tamb&eacute;m encontraram com Heather Wendorf. Ele chegou a perguntar a Audrey Presson, outro amigo, se tamb&eacute;m queria fugir com todos eles, mas o menino explicou&nbsp;que havia alguns assuntos inacabados na cidade. At&eacute; ent&atilde;o, ningu&eacute;m do grupo havia dito nada sobre matar algu&eacute;m.</p>

<p>Ent&atilde;o, na ter&ccedil;a-feira, dia 26 de novembro de 1996, o grupo dirigiu at&eacute; o bairro de Heather Wendorf e a encontrou no final da rua de sua casa. Enquanto as outras duas garotas foram encontrar o namorado de Heather junto com ela, Rod Ferrell e Howard Scott decidiram assaltar a casa dos Wendorf e roubar o dinheiro e o carro do casal.</p>

<p>O pai, Richard Wendorf, de 49 anos, estava dormindo no sof&aacute; da sala quando Rod entrou sorrateiramente. Armado com um p&eacute; de cabra que havia pegado na garagem, ele desferiu doze golpes certeiros na cabe&ccedil;a do homem, que morreu enquanto dormia, devido a lacera&ccedil;&otilde;es no&nbsp;cr&acirc;nio e traumatismo. N&atilde;o houveram motivos para que ele matasse Richard&nbsp;sen&atilde;o a compuls&atilde;o incontrolavel que o garoto sentia de que aquela pessoa precisava morrer.&nbsp;E&nbsp;ver acontecer o que sempre reverenciava nos filmes, da maneira mais infantil o possivel, foi classificado por ele como um alcance espiritual.</p>

<p>Por outro lado, Rod afirmou que teve inten&ccedil;&otilde;es de deixar a m&atilde;e, Naomi Ruth Queen, viver, mas que acabou perdendo o controle quando ela entrou na sala, se chocou com a cena e atirou uma x&iacute;cara de caf&eacute; fervendo nele antes de se virar para fugir. A mulher foi espancada at&eacute; que seus miolos vazassem para o ch&atilde;o e que morresse&nbsp;por causa de&nbsp;afundamento e ruptura no cr&acirc;nio.</p>

<p>E num&nbsp;ato final de barb&aacute;rie e loucura, Rod Ferell dan&ccedil;ou ao redor dos cad&aacute;veres dos pais de Heather Wendorf.</p>

<h2>Para sempre</h2>

<figure class="image"><img alt="" height="327" src="https://emadion.it/wp-content/uploads/2019/09/rod-ferrell-cwd-1200x630-731x460-640x403.jpg" width="519" />
<figcaption>(Fonte: Emadion/Reprodu&ccedil;&atilde;o)<br />
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<p>Depois de quatro dias viajando entre os estados, o grupo foi encontrado no dia 28 de novembro, em Baton Rouge, Louisiana, depois que Charity Keesee ligou para a m&atilde;e querendo dinheiro.</p>

<p>O julgamento do Cl&atilde; Vampiro&nbsp;rapidamente ganhou as manchetes dos Estados Unidos&nbsp;e tudo se tornou um grande show de horrores, com Rod fazendo alega&ccedil;&otilde;es de que um vampiro rival que havia cometido os crimes e que ele possu&iacute;a diversas personalidades que assumiam seu corpo.</p>

<p>No entanto, no dia 12 de fevereiro de 1998, aos 17 anos de idade, Rod Ferrell se declarou culpado pelos assassinatos e foi condenado &agrave; pris&atilde;o perp&eacute;tua, sem chance de recorrer &agrave; liberdade, cumprindo a pena no centro Tomoka Correctional Instituition, na Fl&oacute;rida. Charity Keesee e Dana Cooper receberam 10 e 17 anos de reclus&atilde;o, respectivamente. Howard Scott recebeu pris&atilde;o perp&eacute;tua e depois teve a pena reduzida para 40 anos de encarceramento.</p>

<p>Numa grava&ccedil;&atilde;o, as palavras finais do juiz Jerry Lockett a Rod Ferrell antes de proferir a sua senten&ccedil;a, foram: &ldquo;Voc&ecirc; &eacute; um garoto doente e perturbado. Eu sinto que sua fam&iacute;lia falhou com voc&ecirc;. Eu sinto que a&nbsp;sociedade falhou com voc&ecirc;&rdquo;.</p>

<p>Em resposta a isso, o garoto disse&nbsp;em tom sarc&aacute;stico: &ldquo;N&oacute;s viveremos para sempre&rdquo;.</p>


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Rod Ferrell era Vesago, o vampiro assassino

Imagem de A loucura infame das irmãs Papin assombra a França até hoje no megacurioso

Em 1933, as irmãs Papin foram de assassinas frias a peões do sistema social, loucas, lendas urbanas e caso de entretenimento

<p>Na cidade de Le Mans, no noroeste da Fran&ccedil;a, a famosa corrida automobil&iacute;stica disputa lugar com a notoriedade e influ&ecirc;ncia do caso das irm&atilde;s Papin. De modo banal e com um ar quase de lenda urbana, as duas mulheres se tornaram refer&ecirc;ncia hist&oacute;rica para estudos, ensaios, teses, livros, filmes e s&eacute;ries &mdash; s&atilde;o um marco amargo e infame com intento agridoce.</p>
<h2>A conturbada&nbsp;vida dos&nbsp;Papin</h2>
<figure class="image"><img alt="" height="360" src="https://www.newsbee.com/blog/wp-content/uploads/2017/05/the-creepy-story-of-the-papin-si.jpg" width="480" /> <figcaption>(Fonte: Newsbee/Reprodu&ccedil;&atilde;o)</figcaption></figure>
<p>A fam&iacute;lia Papin gerava problemas e era assunto em Le Mans antes de as irm&atilde;s nascerem. Na &eacute;poca, os boatos na comunidade eram de que Cl&eacute;mence Derr&eacute; estava traindo o marido, Gustave Papin, com seu chefe. Em outubro de 1901, ela engravidou de Gustave, e eles se casaram no mesmo m&ecirc;s, para evitar que qualquer especula&ccedil;&atilde;o fosse feita com rela&ccedil;&atilde;o &agrave;&nbsp;paternidade da crian&ccedil;a. Emilia, a primog&ecirc;nita, nasceu em fevereiro de 1902, e&nbsp;apesar de todo o engajamento e a dedica&ccedil;&atilde;o de Cl&eacute;mence com o relacionamento, o amor de Gustave pela mulher n&atilde;o conseguia ser o suficiente para eliminar todas as d&uacute;vidas e a desconfian&ccedil;a incans&aacute;vel que rondava sua cabe&ccedil;a e aumentava a cada dia.</p>
<p>Dois anos ap&oacute;s o nascimento da filha, o homem encontrou trabalho em outra cidade e anunciou que a fam&iacute;lia se mudaria de Le Mans. Foi ent&atilde;o que Cl&eacute;mence entrou em uma espiral de loucura e protestos, amea&ccedil;ando cometer suic&iacute;dio se ele insistisse na ideia de sa&iacute;rem dali. A rea&ccedil;&atilde;o da mulher, que j&aacute; tinha um longo hist&oacute;rico de instabilidade emocional, apenas refor&ccedil;ou a suspeita de trai&ccedil;&atilde;o, e o casamento foi enfraquecendo.</p>
<p>Cl&eacute;mence odiava ser m&atilde;e. N&atilde;o gostava de nada relacionado, tampouco da pr&oacute;pria filha, e isso foi se fortificando conforme o casamento ia por &aacute;gua abaixo. Para tentar afogar as incertezas, Gustave acabou se tornando alco&oacute;latra e, segundo registros e documentos inspecionados anos depois da trag&eacute;dia, houve ind&iacute;cios de que ele come&ccedil;ou a estuprar a filha diariamente.</p>
<p>Nesse &iacute;nterim, em uma tentativa frustrada de n&atilde;o cederem ao fato de que eram pais horr&iacute;veis, negligentes e de que o casamento n&atilde;o existia mais, Cl&eacute;mence deu &agrave; luz Christine e L&eacute;a Papin. Mas nada adiantou; na verdade, tudo pareceu ter piorado com o nascimento das duas, pois o descontrole de Cl&eacute;mence aumentou, assim como as bebedeiras de Gustave, as quais resultavam em ataques de f&uacute;ria.</p>
<p>Em comum acordo e cansados de toda aquela situa&ccedil;&atilde;o, os pais decidiram mandar Emilia, aos 9 anos de idade, para o orfanato cat&oacute;lico Bon Pasteur Catholic Orphanage.</p>
<h2>As irm&atilde;s insepar&aacute;veis</h2>
<figure class="image"><img alt="" height="313" src="https://coolinterestingstuff.com/wp-content/uploads/2019/01/FBD98E73-51AE-48F6-87B1-5E3A077B44F6-1024x868.jpeg" width="369" /> <figcaption>(Fonte: Cool Interesting Stuff/Reprodu&ccedil;&atilde;o)</figcaption></figure>
<p>Quando Christine Papin nasceu, em 8 de mar&ccedil;o de 1905, Cl&eacute;mence n&atilde;o a queria desde antes de sua concep&ccedil;&atilde;o. Por essa e outras raz&otilde;es, a menina foi levada para morar com a irm&atilde; de&nbsp;Gustave, que acabou a criando.&nbsp;Com um temperamento dif&iacute;cil desde a mais tenra idade, aos 7 anos Christine&nbsp;foi tirada da casa dos tios e deixada no mesmo orfanato cat&oacute;lico que a irm&atilde; mais velha, embora tivesse afirmado para a m&atilde;e que preferia ir para um convento.</p>
<p>Em 15 de setembro de 1911, L&eacute;a Papin, a &uacute;ltima filha do casal, nasceu. A princ&iacute;pio, Cl&eacute;mence decidiu cuidar dela, mas acabou descobrindo que Gustave tinha abusado da filha mais velha, Emilia. Em vez de se horrorizar, a mulher se sentiu tra&iacute;da tanto por Emilia, que acusava de&nbsp;ter seduzido o pai, quanto por Gustave. A mulher&nbsp;colocou toda a culpa do div&oacute;rcio nesses dois fatos e acabou deixando que L&eacute;a fosse criada pelos tios-av&ocirc;s. Quando os parentes morreram, a garota foi enviada para perto das irm&atilde;s no orfanato, onde permaneceu at&eacute; completar 15 anos e poder ser empregada.</p>
<h2>A casa n&uacute;mero 6 na Rua Bruyere</h2>
<figure class="image"><img alt="" height="368" src="http://criminocorpus.hypotheses.org/files/2017/03/901.jpg" width="273" /> <figcaption>(Fonte: Crimino Corpus/Reprodu&ccedil;&atilde;o)<br /> </figcaption></figure>
<p>Com a sede de Cl&eacute;mence pelo sal&aacute;rio das filhas e a necessidade de ter mais dinheiro, em 1926, com os dotes culin&aacute;rios que sabia que Christine tinha e a retid&atilde;o aplicada de L&eacute;a, as duas foram trabalhar como empregadas na casa da fam&iacute;lia Lancelin: Monsieur Ren&eacute; Lancelin, sua mulher L&eacute;onie e a filha Genevi&egrave;ve.</p>
<p>Em contraste com Christine, que era reconhecida por seu comportamento insolente e grosseiro, somente relevado por suas &oacute;timas habilidades na cozinha, L&eacute;a Papin era t&iacute;mida e introspectiva, o que facilitava a sua subservi&ecirc;ncia aos patr&otilde;es&nbsp;e a todos os tipos de abuso de poder.</p>
<p>Christine ficava na cozinha e tinha o trabalho de servir, enquanto L&eacute;a era encarregada dos servi&ccedil;os gerais. Eram discretas, comunicavam-se apenas por escrito, faziam de tudo para n&atilde;o existir em meio &agrave; fam&iacute;lia, tornando-se um modelo a ser seguido pelas demais trabalhadoras. Fora isso, eram consideradas "boas meninas"&nbsp;por serem educadas, diligentes e por todos os domingos irem &agrave; missa na igreja local. Eram tidas como pouco sociais, preferindo, por vezes, a clausura do pr&oacute;prio quarto a aproveitar as 2 horas de almo&ccedil;o que tinham.</p>
<p>As irm&atilde;s trabalhavam cerca de 14 horas por dia sob as ordens rigorosas e excessivas de L&eacute;onie Lancelin, que usava a t&eacute;cnica da "luva branca" para inspecionar o n&iacute;vel de limpeza da superf&iacute;cie dos m&oacute;veis. A mulher ordenava que ambas repetissem o mesmo trabalho v&aacute;rias vezes ao dia, e, caso n&atilde;o fizessem da maneira como foram instru&iacute;das, ela descontava de seus sal&aacute;rios.</p>
<h2>Orgia de sangue</h2>
<figure class="image"><img alt="" height="296" src="https://image.side3.no/4438865.jpg?imageId=4438865&amp;x=0&amp;y=0&amp;cropw=100&amp;croph=100&amp;width=480&amp;height=274" width="519" /> <figcaption>(Fonte: Sid3/Reprodu&ccedil;&atilde;o)<br /> </figcaption></figure>
<p>Em 1933, ap&oacute;s 6 anos de servi&ccedil;o para a fam&iacute;lia,&nbsp;as irm&atilde;s Papin desenvolveram uma imagem materna de L&eacute;onie, principalmente quando a patroa descobriu que as duas enviavam para a m&atilde;e todo o&nbsp;sal&aacute;rio que recebiam. Assim, a&nbsp;mulher passou a encoraj&aacute;-las para que n&atilde;o fizessem mais isso, mas essa bondade n&atilde;o durou muito. Com o passar do tempo, ela se tornou ainda mais severa, e&nbsp;o que antes eram ordens r&iacute;spidas evolu&iacute;ram para agress&otilde;es f&iacute;sicas, com tapas, socos, belisc&otilde;es e pux&otilde;es de cabelo.</p>
<p>Os abusos que aumentavam a cada dia foram&nbsp;minando o afeto que as irm&atilde;s nutriam pela mulher e o transformando em ira e revolta. At&eacute; que, na tarde de 2 de fevereiro de 1933, L&eacute;onie e Genevi&egrave;ve foram &agrave;s compras para um jantar na casa de um amigo da fam&iacute;lia, ficando fora o dia todo.&nbsp;Quando retornaram, por volta das 17h30, encontraram a casa mergulhada na escurid&atilde;o. Era a segunda vez na semana que o ferro de passar roupa provocava a queima de um dos fus&iacute;veis enquanto Christine o usava. Na mesma semana, ela fora obrigada a levar o aparelho a um t&eacute;cnico, pagando com o pr&oacute;prio dinheiro s&oacute; para confirmar que o apag&atilde;o n&atilde;o tinha sido causado pelo objeto.</p>
<p>Christine avisou que o ferro tinha quebrado mais uma vez, e isso foi o suficiente para que L&eacute;onie surtasse. Ela xingou, esbravejou e bateu em&nbsp;Christine. A empregada, por&eacute;m, n&atilde;o conseguiu se controlar: pegou um jarro e o atirou na cabe&ccedil;a da senhora Lancelin. Vendo toda essa cena, Genevi&egrave;ve saiu em defesa da m&atilde;e e passou a discutir e agredir Christine de todas as formas. Atra&iacute;da pela gritaria, L&eacute;a imobilizou Genevi&egrave;ve at&eacute; que ela ca&iacute;sse no ch&atilde;o, ent&atilde;o arrancou os olhos da mo&ccedil;a com as pr&oacute;prias unhas.</p>
<p>L&eacute;a falou para que Christine fizesse a mesma coisa com L&eacute;onie&nbsp;enquanto ela buscava uma faca e um martelo. Quando voltou, as duas irm&atilde;s espancaram, esfaquearam e deram marteladas no corpo de L&eacute;onie e Genevi&egrave;ve Lancelin durante 30 minutos. Elas prepararam os cad&aacute;veres como se fossem uma refei&ccedil;&atilde;o, fatiando e os regando com o sangue da menstrua&ccedil;&atilde;o de Genevi&egrave;ve.</p>
<p>Quando a pol&iacute;cia entrou no local, ap&oacute;s ser acionada por Ren&eacute; Lancelin, o psiquiatra Jacques Lacan definiu a cena do crime como "uma orgia de sangue", devido &agrave; maneira como os cr&acirc;nios das duas mulheres foram esmagados contra o piso.</p>
<h2>"Eram elas ou n&oacute;s"</h2>
<figure class="image"><img alt="" height="365" src="https://www.citazine.fr/sites/default/files/field/miniature/694lessoeurspapins2jpg_1.jpg" width="487" /> <figcaption>(Fonte: Citazine/Reprodu&ccedil;&atilde;o)</figcaption></figure>
<p>Christine e L&eacute;a Papin foram encontradas nuas e ensanguentadas, deitadas juntas em uma das camas do quarto que dividiam. Elas confessaram o crime de maneira calma e sem nenhum tra&ccedil;o de remorso. As irm&atilde;s foram presas em celas separadas, o que causou um &iacute;ndice violento de estresse em Christine, deixando claro que ela mantinha uma rela&ccedil;&atilde;o incestuosa com L&eacute;a.</p>
<p>Conforme toda a Fran&ccedil;a fervia &agrave; espera do julgamento das irm&atilde;s assassinas, Christine tinha ataques de loucura que duravam horas,&nbsp;a ponto de ter que ser contida &agrave; for&ccedil;a para que n&atilde;o tentasse arrancar os pr&oacute;prios olhos. No tribunal, ela alegou que tinha sofrido um desses epis&oacute;dios, justificando o crime, mas tamb&eacute;m disse que o que elas fizeram n&atilde;o passava de uma manifesta&ccedil;&atilde;o da classe trabalhadora contra a&nbsp;burguesia opressora e abusiva da &eacute;poca, o que acabou inspirando pequenas revolu&ccedil;&otilde;es dos pobres para denunciar as condi&ccedil;&otilde;es que sofriam ao conviver com os ricos.</p>
<p>As palavras finais de Christine sobre o assassinato das Lancelin foi: "eram elas ou n&oacute;s". Em setembro de 1933, ap&oacute;s v&aacute;rias delibera&ccedil;&otilde;es e an&aacute;lises psicol&oacute;gicas, o juiz concluiu que as irm&atilde;s Papin eram s&atilde;s e condenou L&eacute;a a 10 anos de reclus&atilde;o por ter sido influenciada por sua irm&atilde; mais velha. J&aacute; Christine foi condenada &agrave; pris&atilde;o perp&eacute;tua.</p>
<p>Em 1941, L&eacute;a foi liberada e se mudou para Nantes, onde passou a trabalhar em um hotel e viver com a m&atilde;e sob uma nova identidade. Christine, por outro lado, teve um destino t&atilde;o amargo quanto sua senten&ccedil;a eterna. Sem a irm&atilde;, ela sucumbiu &agrave; depress&atilde;o profunda e &agrave;&nbsp;loucura extrema, mas foi a autopenit&ecirc;ncia que decretou seu fim: ela deixou de comer, at&eacute; que foi encontrada morta em sua cela.</p>

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A loucura infame das irmãs Papin assombra a França até hoje

Imagem de O garoto na caixa: o maior mistério dos Estados Unidos no megacurioso

Em 1957, um garoto foi encontrado dentro de uma caixa de berço no meio da floresta da Filadélfia. Ele não existia em nenhum tipo de registro

<p>H&aacute; exatamente 61 anos, no in&iacute;cio da tarde de inverno do dia 23 de fevereiro de 1957, um estudante chamado Frederik Benois caminhava pelas florestas da Susquehanna Road, em Fox Chase, na Filad&eacute;lfia. Naquele s&aacute;bado, Frederik seguia por entre a mata para exercer mais uma vez o seu hobby abjeto de vigiar as mulheres que moravam no Good Shepherd Home, um centro de corre&ccedil;&atilde;o para jovens problem&aacute;ticas.</p>
<p>Em seu caminho at&eacute; o local onde se escondia, Frederik se deparou com a caixa de papel&atilde;o de um ber&ccedil;o que levava as seguintes palavras: &ldquo;Cuidado. Fr&aacute;gil. N&atilde;o abrir com faca&rdquo;. Incapaz de conter a pr&oacute;pria curiosidade, ele deu uma olhada por cima da tampa levemente dobrada e avistou o que aparentemente se tratava de um boneco sentado no fundo da caixa e enrolado em um cobertor. Ainda mais instigado, o homem foi se aproximando mais, abrindo a tampa e revirando o suposto brinquedo.</p>
<p>Foi ent&atilde;o&nbsp;que ele teve a inevit&aacute;vel e fria surpresa de que, na verdade, era o cad&aacute;ver de um garotinho que ocupava a embalagem.</p>
<h2>Quem &eacute; voc&ecirc;?</h2>
<figure class="image"><img alt="" height="410" src="https://www.historicmysteries.com/wp-content/uploads/2010/01/cover-2.jpg" width="325" /> <figcaption>(Fonte: Historic Mysteries/Reprodu&ccedil;&atilde;o)<br /> </figcaption></figure>
<p>Sabendo que teria que prestar esclarecimento sobre o que fazia no meio da floresta, Fr&eacute;derik n&atilde;o acionou as autoridades logo de cara, temendo n&atilde;o s&oacute; todo o constrangimento que passaria, mas tamb&eacute;m o medo de acabar envolvido. Por isso, ele foi&nbsp;primeiramente&nbsp;se confessar com o padre, que o incentivou a contar.</p>
<p>Na cena, depois de 24 horas que a pol&iacute;cia chegou no local, encontraram um chap&eacute;u&nbsp;azul ca&iacute;do na trilha de terra que a caixa havia deixado ao ser arrastada at&eacute; o ponto onde foi descartada. Foram coletadas digitais&nbsp;e investiga&ccedil;&otilde;es entraram em curso no dia seguinte ao achado&nbsp;com a inte&ccedil;&atilde;o&nbsp;de identificar rapidamente a crian&ccedil;a e devolv&ecirc;-la aos pais &mdash; para que a submetessem a&nbsp;um funeral digno. Mas eles n&atilde;o foram capazes de localizar nenhum registro da crian&ccedil;a&nbsp;em&nbsp;lugar algum. Ela&nbsp;basicamente n&atilde;o existia.</p>
<p>Sem uma identidade, o garoto, enrolado num cobertor xadrez, tamb&eacute;m n&atilde;o tinha nenhuma roupa quando foi encontrado. Segundo a aut&oacute;psia executada pelo doutor Joseph Spelman, ele possu&iacute;a por volta de 4 a 6 anos de idade e pesava 30 quilos, demonstrando um quadro de desnutri&ccedil;&atilde;o severa. Havia&nbsp;fortes indica&ccedil;&otilde;es de que o cabelo loiro dele havia sido cortado depois de sua morte, pois haviam mechas e peda&ccedil;os de cabelos grudados por sua pele extremamente esbranqui&ccedil;ada.</p>
<p>Al&eacute;m de uma subst&acirc;ncia escura no es&ocirc;fago, o legista notou cicatrizes cir&uacute;rgicas no tornozelo e na virilha do garoto, possivelmente devido a uma h&eacute;rnia, al&eacute;m de uma em forma de &ldquo;L&rdquo; sob o queixo, e outra cicatriz do lado esquerdo do peito. Havia tamb&eacute;m res&iacute;duo de um corante para tratamentos oculares nos olhos azuis do garoto.</p>
<p>Devido a contus&otilde;es no lado esquerdo do corpo e no rosto da v&iacute;tima, o doutor Spelman declarou em seu prontu&aacute;rio que a causa da morte do garoto&nbsp;havia sido por traumatismo craniano, e que ele&nbsp;tamb&eacute;m foi&nbsp;submerso&nbsp;em &aacute;gua um pouco antes ou depois de seu assassinato. As condi&ccedil;&otilde;es clim&aacute;ticas do corpo exposto ao frio rigoroso durante pouco mais que um dia acabaram com a possibilidade de determinar a hora da morte e quanto tempo o menino ficou vivo.</p>
<h2>Procurando por voc&ecirc;: o ber&ccedil;o</h2>
<figure class="image"><img alt="" height="410" src="https://i1.wp.com/www.killerdellastoria.it/wp-content/uploads/2018/10/Americas_Unknown_Child_box.jpg?resize=417%2C410&amp;ssl=1" width="417" /> <figcaption>(Fonte:&nbsp;Killerdelastoria/Reprodu&ccedil;&atilde;o)<br /> </figcaption></figure>
<p>Com poucas provas e evid&ecirc;ncias do assassinato, a pol&iacute;cia decidiu que o seu primeiro passo seria vestir a crian&ccedil;a com v&aacute;rias roupas diferentes, fotograf&aacute;-la &mdash;&nbsp;apesar de seu estado desumano &mdash;&nbsp;e divulgar o seu rosto atrav&eacute;s de todas as m&iacute;dias. Em seguida, foram consultar&nbsp;as listas de crian&ccedil;as desaparecidas nos Estados Unidos nos &uacute;ltimos anos. Nada. Recorreram a todos os hospitais da cidade em busca de um registro m&eacute;dico. E tamb&eacute;m nada.</p>
<p>Nesse meio tempo, com o rosto alquebrado do garoto circulando, ningu&eacute;m ainda havia entrado em contato com a pol&iacute;cia para reclamar a identidade do menino. Ele permanecia um desconhecido.</p>
<p>Ainda motivados, eles continuaram em dire&ccedil;&atilde;o &agrave;s provas que possu&iacute;am. A caixa de papel&atilde;o que havia se tornado o caix&atilde;o do menino&nbsp;era de um ber&ccedil;o comercializado pela rede suburbana de lojas de departamentos&nbsp;chamada JC Penney. As &uacute;nicas 12 pe&ccedil;as do produto foram vendidas na cidade de Upper Derby, na Pensilv&acirc;nia, durante o per&iacute;odo de 3 de dezembro de 1956 a 16 de fevereiro de 1957. Ironicamente, todo mundo que comprou o ber&ccedil;o havia pagado apenas em dinheiro, infelizmente n&atilde;o deixando nenhum registro que pudesse levar diretamente aos compradores.</p>
<p>Ainda assim, eles foram capazes de localizar 11 dos 12 ber&ccedil;os vendidos pela loja atrav&eacute;s das pr&oacute;prias pessoas que viam os panfletos circulando pela cidade e na televis&atilde;o, mas, infelizmente, o resultado n&atilde;o levou a ningu&eacute;m em potencial que pudesse estar conectado com a v&iacute;tima.</p>
<h2>Procurando por voc&ecirc;: o chap&eacute;u</h2>
<figure class="image"><img alt="" height="264" src="https://i2.wp.com/talkmurder.com/wp-content/uploads/2019/09/boy-in-the-box-BLUEHAT2.jpg?resize=350%2C264&amp;ssl=1" width="350" /> <figcaption>(Fonte: Talk Murder to Me/Reprodu&ccedil;&atilde;o)<br /> </figcaption></figure>
<p>O chap&eacute;u&nbsp;foi mais um dos passos otimistas em dire&ccedil;&atilde;o a&nbsp;uma poss&iacute;vel conclus&atilde;o. Os investigadores foram at&eacute; a f&aacute;brica de bon&eacute;s e chap&eacute;us de nome Robbins Bald Eagle Hat and Cap Company&nbsp;e conversaram diretamente com a propriet&aacute;ria, Hannah Robbins, que os informou que apenas 12 modelos daquele haviam sido confeccionados.</p>
<p>O acess&oacute;rio, inclusive, era vendido junto com um cord&atilde;o&nbsp;de couro afivelado na &eacute;poca&nbsp;e fazia parte de uma tiragem exclusiva e limitada. A mulher lembrou-se de que uma das pessoas que o comprou e&nbsp;voltou &agrave; loja para que a tira&nbsp;fosse substitu&iacute;da. Essa pessoa era um homem, loiro e com mais de vinte anos de idade, e que era muito semelhante ao&nbsp;garotinho na foto que os oficiais mostraram.</p>
<p>Contudo, mais uma vez, nenhum registro do nome ou endere&ccedil;o foram registrados no ato da compra.&nbsp;Mais uma vez, n&atilde;o tinham nada.</p>
<p>Eles at&eacute; chegaram a analisar&nbsp;o cobertor encontrado junto com o cad&aacute;ver, mas descobriram que o produto foi fruto de uma linha de produ&ccedil;&atilde;o de milhares deles, tornando-se praticamente imposs&iacute;vel de rastrear.</p>
<h2>Teorias e desassossego</h2>
<figure class="image"><img alt="" height="440" src="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a5/BoyInBoxPoster.jpg" width="295" /> <figcaption>(Fonte: Wikipedia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)<br /> </figcaption></figure>
<p>Com o passar dos anos e das investiga&ccedil;&otilde;es, centenas de teorias surgiram, levantando a hip&oacute;tese de que o garoto era filho de um dono de um orfanato que possu&iacute;a cobertores iguais ao que fora encontrado enrolado a ele, al&eacute;m de caixas de ber&ccedil;os como a que se tornara o caix&atilde;o dele.</p>
<p>Cogitaram, tamb&eacute;m, que o garoto era fruto de uma m&atilde;e abusiva que o espancou e causou a sua morte depois de ele ter vomitado uma sopa de feij&atilde;o. Ou ainda que ele era Stephen Craig Dammon, o filho de um aviador, sequestrado com apenas dois anos de idade, que possu&iacute;a semelhan&ccedil;as muito grandes. Todas as teorias foram verificadas e igualmente acabaram sendo consideradas infundadas e descartadas.</p>
<p>Depois de cinco meses de muito furor, o garotinho foi enterrado, primeiro&nbsp;como indigente, depois ganhou uma cova decente&nbsp;no cemit&eacute;rio Ivy Hill, na Filad&eacute;lfia, ap&oacute;s a exuma&ccedil;&atilde;o de seu corpo em 1998 para mais coleta de DNA. Ao longo dos anos, mais de 300 oficiais se envolveram no caso e estima-se que por volta&nbsp;de 500 milh&otilde;es de cartazes foram distribu&iacute;dos com o rosto desajustado do garoto, que ningu&eacute;m conheceu ou viu.</p>
<p>Apesar de midiaticamente o caso ter esfriado, muitas investiga&ccedil;&otilde;es ainda s&atilde;o feitas&nbsp;visando solucion&aacute;-lo de vez, como as realizadas pela genealogista Barbara Rae-Venter no ano de 2018. Os curiosos tamb&eacute;m t&ecirc;m sua parte no papel, fazendo an&aacute;lises e tentando descobrir algo que tenha escapado da mira dos derradeiros 61 anos desde o ocorrido.</p>
<p>Conhecido nacional e mundialmente como O Garoto na Caixa ou O Garoto Desconhecido, ele descansa cercado de flores e ursinhos de pel&uacute;cia e em sua&nbsp;l&aacute;pide permanece o triste epit&aacute;fio:&nbsp;&ldquo;Pai Celestial, aben&ccedil;oe esse Garoto Desconhecido&rdquo;.</p>

thumb-image-2024-02-29T14:04:21.056Z

O garoto na caixa: o maior mistério dos Estados Unidos

Imagem de O massacre dos irmãos Bever no megacurioso

Motivados pelo desejo de serem famosos, Michael e Robert Bever assassinaram friamente os pais e os irmãos mais novos

<p>A fam&iacute;lia Bever possu&iacute;a um comportamento muito diferente das outras que tamb&eacute;m habitavam a rua Magnolia, na cidade de Broken Arrow, em Oklahoma. Na casa de n&uacute;mero 709, as cinco crian&ccedil;as nunca eram vistas do lado de fora e apenas os brinquedos espalhados pela entrada&nbsp;denunciavam um rastro infantil. Nenhum vizinho sabia os nomes deles at&eacute; que fossem noticiados pelos canais de televis&atilde;o dos Estados Unidos.</p>

<p>April Bever, a m&atilde;e de 44 anos, praticava o ensino dom&eacute;stico de todos os filhos para evitar que sa&iacute;ssem de casa. Eles n&atilde;o se aproximavam das janelas para n&atilde;o serem vistos. Ningu&eacute;m podia brincar ou praticar qualquer tipo de atividade. Os &uacute;nicos momentos em que a fam&iacute;lia sa&iacute;a de casa era para ir, uma vez&nbsp;ao m&ecirc;s, ao mercado e ao boliche.</p>

<p>A priva&ccedil;&atilde;o de uma vida saud&aacute;vel e social era acompanhada, tamb&eacute;m, por muita agressividade e viol&ecirc;ncia por parte do pai, David Bever, assim como por&nbsp;April, que amea&ccedil;ava os filhos de morte, por vezes os espancavam&nbsp;e os doutrinavam biblicamente. Ambos os pais discutiam muito sobre o Apocalipse e o Dia do Arrebatamento, refor&ccedil;ando que o mundo estava repleto de pessoas que queriam machucar a todos eles (os filhos) e que, por isso, precisavam mant&ecirc;-los longe do pecado&nbsp;a fim de que n&atilde;o fossem corrompidos quando a hora chegasse.</p>

<p>Todos morreriam, e David e April acreditavam que os salvariam da condena&ccedil;&atilde;o.</p>

<h2>Mentes enfraquecidas e doentes</h2>

<figure class="image"><img alt="" height="295" src="https://ktul.com/resources/media/98cb2b40-f97c-4e32-8e83-90191746814e-large16x9_RobertBeverandMichaelBever.jpg?1465318088273" width="526" />
<figcaption>(Fonte: Ktul.com/Reprodu&ccedil;&atilde;o)<br />
</figcaption>
</figure>

<p>Toda essa solid&atilde;o, agressividade, opress&atilde;o e desajuste social&nbsp;foram demais para a cabe&ccedil;a dos dois irm&atilde;os mais velhos, Robert e Michael Bever, de 18 e 16 anos, respectivamente.</p>

<p>Futuramente diagnosticado com depress&atilde;o profunda, tend&ecirc;ncias psic&oacute;ticas e com uma mente lim&iacute;trofe, Robert Bever&nbsp;aprendeu a odiar os pais. Ele fantasiava com a morte deles todos os dias desde que tinha 13 anos de idade, pondo para fora todo o desafeto, falta de empatia e desamor que sentia&nbsp;atrav&eacute;s de desenhos que retratavam os membros da fam&iacute;lia mortos.</p>

<p>&Agrave; medida que foi amadurecendo, Robert ficou cada vez mais familiarizado com tudo o que lia e assistia na internet, uma vez que era a &uacute;nica ferramenta que o conectava com o mundo de fora, desenvolvendo nele uma sede de vingan&ccedil;a e aproxima&ccedil;&atilde;o obscura ainda maior por massacres. Ele queria se sentir empoderado da mesma maneira que o pai acreditava ser todas as vezes que dizia que poderia mat&aacute;-lo&nbsp;simplesmente por ser o seu pai. Ele queria mostrar ao mundo do que era capaz.</p>

<p>No entanto, Robert n&atilde;o estava sozinho nessa. Michael Bever compartilhava&nbsp;n&atilde;o apenas&nbsp;dos mesmos gostos, mas tamb&eacute;m do mesmo sentimento de ira que o irm&atilde;o. Sempre muito pr&oacute;ximos um do outro, os garotos cada dia mais demonstravam um interesse excessivo por assassinos em s&eacute;rie, armas e homic&iacute;dios. Entre todos os casos, o que mais os inspirava era o massacre na&nbsp;escola&nbsp;Columbine. Os dois jovens admiravam a for&ccedil;a dos assassinos, o poder que possu&iacute;am. Eles queriam ser iguais, ou melhor, desejavam ser&nbsp;mais. Queriam entrar para a hist&oacute;ria com um feito que se equiparasse ao de 1999 realizado&nbsp;na escola. Queriam poder ter o controle da situa&ccedil;&atilde;o. Mas queriam, sobretudo, ser&nbsp;famosos por isso. Ser&nbsp;lembrados.</p>

<p>Michael odiava a sociedade, ao passo que Robert s&oacute; se importava com o n&uacute;mero de pessoas que eles poderiam matar. Ent&atilde;o, no dia 30 de junho de 2015, os irm&atilde;os come&ccedil;aram a construir um plano.</p>

<h2>&quot;Eu te amo&quot;</h2>

<figure class="image"><img alt="" height="495" src="https://i.dailymail.co.uk/i/pix/2015/07/24/19/2ACF33FD00000578-3173491-Bever_in_a_red_T_shirt_was_arrested_after_his_two_parents_two_of-m-13_1437762051517.jpg" width="414" />
<figcaption>(Fonte: Daily Mail/Reprodu&ccedil;&atilde;o)<br />
</figcaption>
</figure>

<p>A ideia era simples e objetiva: matar a fam&iacute;lia toda, pegar o carro e dirigir em dire&ccedil;&atilde;o a Washington, atirando em pessoas aleat&oacute;rias ao longo do&nbsp;caminho. No m&iacute;nimo 50 &mdash; era esse o desejo de Robert.</p>

<p>Aos 17 anos, Robert Bever havia trabalho por pouqu&iacute;ssimo tempo em um <em>call center</em>&nbsp;e todo o seu sal&aacute;rio foi usado para comprar facas, armas, coletes &agrave; prova de balas, capacetes e muni&ccedil;&atilde;o. Atrav&eacute;s de compras&nbsp;online, eles aumentaram o arsenal em menos de um m&ecirc;s. O plano seria realizado em setembro, por&eacute;m eles decidiram que estavam preparados o suficiente para realiz&aacute;-lo antes. Sendo assim, Michael encomendou um carregamento de mais de mil cartuchos de muni&ccedil;&atilde;o para ser entregue um dia antes, uma pe&ccedil;a fundamental&nbsp;para que a fase dois do massacre pudesse acontecer.</p>

<p>Por volta das 11h da manh&atilde; do dia 22 de julho de 2015, os irm&atilde;os instalaram c&acirc;meras pela casa com o intuito de as imagens viralizarem na internet depois que fossem pegos. Inventando que tinha algo para mostrar em seu computador, Michael atraiu a sua irm&atilde;, Crystal Bever, de 13 anos de idade, at&eacute; o seu quarto. Robert, por sua vez, veio por tr&aacute;s da garota, tapou a boca dela com a m&atilde;o e lhe cortou a garganta. O sangue vazou em abund&acirc;ncia e ele esperava que a irm&atilde; fosse morrer r&aacute;pido e em sil&ecirc;ncio, mas ela lutou.</p>

<p>Crystal gritou pela m&atilde;e e tentou atacar o irm&atilde;o. Ele enforcou-a at&eacute; que perdesse a consci&ecirc;ncia. April entrou &agrave;s pressas no quarto para tentar interromper a tentativa de assassinato. O garoto, ent&atilde;o, alegou que naquele momento sentiu ter &ldquo;ligado o modo assassino&rdquo; de vez dentro de sua cabe&ccedil;a. Num movimento, Robert puxou uma faca laranja do cinto e come&ccedil;ou a desferir apunhaladas no pesco&ccedil;o da m&atilde;e, em seu peito, cabe&ccedil;a, bra&ccedil;os e m&atilde;os. Ao todo, foram 48 facadas que levaram &agrave; morte imediata de April Bever.</p>

<p>Naquele momento, Christopher Bever, de apenas 10 anos de idade, vendo toda a cena, teve tempo de correr e acionar o alarme de seguran&ccedil;a da casa. Depois de pedir para que Michael desligasse esse&nbsp;sistema de defesa, Robert esfaqueou o garotinho por seis vezes nas costas, na barriga, no peito, ombros e na altura da perna, matando-o na hora.</p>

<p>O pai, David Bever, tentou par&aacute;-los &mdash; &ldquo;como se ele&nbsp;fosse&nbsp;mais poderoso&nbsp;que eu&rdquo;, descreveu Robert &mdash;, antes de levar 28 facadas no rosto, no peito, no pesco&ccedil;o e nos ombros, resultando em&nbsp;sua morte. Robert alegou ter esperado at&eacute; que o patriarca desse o seu &uacute;ltimo suspiro&nbsp;enquanto&nbsp;girava a faca dentro dele.</p>

<p>Em seguida, Michael bateu &agrave; porta do banheiro t&eacute;rreo onde Victoria Bever, com 5 anos de idade, e Daniel Bever, de 12 anos, haviam se trancado para fugir da f&uacute;ria assassina do irm&atilde;o. Ele gritou para que ela deixasse-o entrar antes que Robert o matasse. Ingenuamente, Victoria destrancou a porta e Michael arrebentou-a das dobradi&ccedil;as com um chute. Robert confessou ter hesitado antes de cravar a faca na barriga de Victoria, mas ele precisava &ldquo;terminar a miss&atilde;o&rdquo;. Victoria Bever foi morta com 18 facadas no pesco&ccedil;o, peito, barriga e cabe&ccedil;a. Os &oacute;rg&atilde;os dela foram t&atilde;o brutalmente mutilados que a per&iacute;cia os encontrou espalhados pelo ch&atilde;o.</p>

<p>Em seu &uacute;ltimo movimento, Robert seguiu para o escrit&oacute;rio do pai,&nbsp;onde Daniel havia corrido para escapar dele. O garoto conseguiu ligar para a pol&iacute;cia e dizer o que estava acontecendo, mas a&nbsp;liga&ccedil;&atilde;o foi interrompida assim que Michael estourou a porta do c&ocirc;modo. As &uacute;ltimas palavras que o garoto de 12 anos disse foram: &ldquo;N&atilde;o me mate. Eu te amo&rdquo;. Ainda assim, n&atilde;o impediram que Robert desferisse nove facadas em sua barriga, peito e nas costas. Ele morreu na hora.</p>

<p>Em menos de 15 minutos, quatro membros da fam&iacute;lia foram assassinados fria e cruelmente.</p>

<h2>Cinzas</h2>

<figure class="image"><img alt="" height="302" src="https://bloximages.newyork1.vip.townnews.com/tulsaworld.com/content/tncms/assets/v3/editorial/c/64/c649ab12-89f9-512c-a40f-df7f4e0db2c0/58cd54f06c2fa.image.jpg?resize=1200%2C733" width="493" />
<figcaption>(Fonte: Tulsa World/Reprodu&ccedil;&atilde;o)<br />
</figcaption>
</figure>

<p>Naquela manh&atilde; de 2015, apenas Crystal Bever e Autumm Bever, de 2 anos de idade, sobreviveram ao ataque dos irm&atilde;os. Michael e Robert Bever fizeram quest&atilde;o de procurar as c&acirc;meras de televis&atilde;o quando deixaram a casa, algemados pela pol&iacute;cia.</p>

<p>Robert foi condenado &agrave; pris&atilde;o perp&eacute;tua, sem chance de liberdade condicional. Michael, enquanto isso, tamb&eacute;m foi condenado a passar o resto de sua vida na pris&atilde;o, por&eacute;m com chance de recorrer &agrave; liberdade condicional, pelo fato de ter entregado provas, nomeado o irm&atilde;o como o l&iacute;der e n&atilde;o ter participado ativamente na morte da fam&iacute;lia. Ao total, os irm&atilde;o somaram 253 anos de encarceramento.</p>

<p>E como se fosse algum tipo de rea&ccedil;&atilde;o natural e uma autolimpeza a todo o derramamento de sangue que aconteceu, em mar&ccedil;o de 2017&nbsp;a casa dos Bever pegou fogo por conta de um curto-circuito e queimou durante uma madrugada inteira at&eacute; que sobrassem apenas os alicerces.</p>


thumb-image-2024-02-29T14:04:20.994Z

O massacre dos irmãos Bever

Imagem de Anatoly Moskvin: o psicopata que mumificou 29 meninas  no megacurioso

Moskvin era historiador, jornalista e falava 13 idiomas, porém, apesar de sua genialidade, ficou conhecido por fazer “bonecas” com os corpos de meninas mortas há anos

<p>O caso envolvendo o psicopata russo Anatoly Moskvin que ficou mundialmente conhecido como o &ldquo;Fazedor de Bonecas&rdquo; est&aacute; entre os mais bizarros j&aacute; registrados na hist&oacute;ria. Mas, ao contr&aacute;rio da maioria, ele n&atilde;o matava as suas v&iacute;timas: as roubava depois de estarem enterradas.</p>

<h2>O in&iacute;cio de tudo</h2>

<p>No ano de 2009, algumas fam&iacute;lias de mul&ccedil;umanos come&ccedil;aram a perceber atos de vandalismo nos t&uacute;mulos dos seus falecidos. Mesmo com as investiga&ccedil;&otilde;es a pol&iacute;cia demorou um pouco para entender o que, de fato, estava acontecendo.</p>

<div style="text-align:center">
<figure class="image" style="display:inline-block"><img alt="" src="https://i.dailymail.co.uk/1s/2019/02/08/08/9549418-6681825-image-m-4_1549614606222.jpg" />
<figcaption>(Fonte: Dailymail/Reprodu&ccedil;&atilde;o)</figcaption>
</figure>
</div>

<p>Apesar das poucas pistas e suspeitos, os investigadores conseguiram concluir que as viola&ccedil;&otilde;es nos t&uacute;mulos coincidiam com datas em que o psicopata visitava os cemit&eacute;rios em Nizhny Novgorod, sua cidade.</p>

<p>Por&eacute;m, Moskvin foi deixado de lado a princ&iacute;pio. Afinal, o sujeito era jornalista, historiador e&nbsp;graduado em estudos celtas, o que justificou suas idas aos cemit&eacute;rios como visitas para fins acad&ecirc;micos &mdash; isso sem contar os 13 idiomas que fala e suas diversas publica&ccedil;&otilde;es para jornais locais.</p>

<p>Meses mais tarde, em 2011, finalmente Moskvin foi preso. Desta vez n&atilde;o havia muito o que fazer, j&aacute; que foi flagrado vandalizando itens e fotos de mul&ccedil;umanos falecidos. Ap&oacute;s esse epis&oacute;dio a pol&iacute;cia decidiu fazer buscas em seu apartamento.</p>

<div style="text-align:center">
<figure class="image" style="display:inline-block"><img alt="" src="https://i.dailymail.co.uk/1s/2019/02/08/08/9549428-6681825-image-m-11_1549614990614.jpg" />
<figcaption>(Fonte: Dailymail/Reprodu&ccedil;&atilde;o)</figcaption>
</figure>
</div>

<p>Ao chegar &agrave; resid&ecirc;ncia de Moskvin, os policiais imaginaram que as bonecas em tamanho real dispostas no sof&aacute; e em v&aacute;rios lugares da casa se tratassem de algo relacionado a algum hobby. Por&eacute;m, o cheiro levantou ainda mais suspeitas e, ap&oacute;s uma primeira an&aacute;lise, ficou constatado que se tratavam de 29&nbsp;m&uacute;mias de meninas mortas &mdash; elas tinha de 03 a 12 anos.</p>

<p>O bizarro da hist&oacute;ria ainda n&atilde;o para por a&iacute;: ao remover os corpos roubados, eles come&ccedil;aram a tocar m&uacute;sica,&nbsp;dando a entender que, al&eacute;m de cobrir e posicionar suas v&iacute;timas como se fossem bonecas, o psicopata russo ainda havia embutido caixas de m&uacute;sicas nelas!</p>

<h2>A quase liberdade</h2>

<p>Em 2019, por meio de um movimento legal, foi solicitada a sua soltura mesmo sob protestos dos familiares. Por&eacute;m, um juiz exigiu uma s&eacute;rie de testes psiqui&aacute;tricos para analisar a situa&ccedil;&atilde;o de Anatoly e os especialistas avaliaram negativamente o quadro do psicopata.</p>

<div style="text-align:center">
<figure class="image" style="display:inline-block"><img alt="" src="https://i.dailymail.co.uk/1s/2019/02/08/08/9549358-6681825-image-m-2_1549614546503.jpg" />
<figcaption>(Fonte: Dailymail/Reprodu&ccedil;&atilde;o)</figcaption>
</figure>
</div>

<p>A justi&ccedil;a russa costuma seguir a recomenda&ccedil;&atilde;o de m&eacute;dicos nesses casos. Recentemente, foi divulgado que um juiz decidiu por sua perman&ecirc;ncia na cl&iacute;nica psiquiatra j&aacute; que ele n&atilde;o tinha condi&ccedil;&otilde;es de ser julgado segundo os laudos m&eacute;dicos.</p>


thumb-image-2024-02-29T14:04:20.737Z

Anatoly Moskvin: o psicopata que mumificou 29 meninas 

Imagem de O demônio austríaco: o doentio sequestro de Elizabeth Fritzl no megacurioso

Em 1984, Josef Fritzl não só planejou o sequestro de sua própria filha e a manteve presa por 24 anos como também cometeu os piores horrores que o mundo testemunharia

<p>Josef Fritzl nasceu no dia 9 de abril de 1935, em Amstetten, na &Aacute;ustria, e nunca chegou a conhecer o pr&oacute;prio pai, que lutou na Segunda Guerra Mundial e abandonou a fam&iacute;lia quando ele tinha apenas quatro&nbsp;anos de idade. Josef n&atilde;o possu&iacute;a uma boa rela&ccedil;&atilde;o com sua m&atilde;e, que o espancava diversas vezes ao dia, o impedia de ter amigos ou qualquer tipo de liberdade. Ele aprendeu a n&atilde;o demonstrar o que sentia, a n&atilde;o conversar com ningu&eacute;m, a se fechar dentro de si mesmo.</p>
<p>A partir de seus 12 anos de idade, devido ao p&eacute;ssimo relacionamento com a m&atilde;e, ele entrou para o sistema de ado&ccedil;&atilde;o e come&ccedil;ou a ser enviado de lar em lar. Em 1956, aos 21 anos, o homem conheceu e se casou com Rosemarie, de apenas 17 anos, com quem teve cinco meninas e dois meninos. Ele se formou em engenharia, viajou o mundo e comprou e alugou propriedades o suficiente para ter uma vida est&aacute;vel quando chegasse o momento de se aposentar.</p>
<div style="text-align: center;">
<figure class="image" style="display: inline-block;"><img alt="" height="301" src="https://s2.glbimg.com/G0HOx5WTl5GqFM4c6bz77KOmGFA=/645x388/i.glbimg.com/og/ig/infoglobo1/f/original/2019/03/18/36935443_an_austrian_police_handout_picture_released_april_28_2008_shows_a_man_suspected_of_keep.jpg" width="500" /> <figcaption>(Fonte: Globo Blogs/Reprodu&ccedil;&atilde;o)&nbsp;</figcaption></figure>
</div>
<p>Foi s&oacute; em 1967&nbsp;que o homem deu liberdade &agrave;&nbsp;sua natureza monstruosa quando invadiu a casa de uma enfermeira de nome Linz e a estuprou com uma faca em seu pesco&ccedil;o, enquanto amea&ccedil;ava mat&aacute;-la caso gritasse. Depois, ele tamb&eacute;m foi acusado pela tentativa de estupro de uma mulher de 21 anos, al&eacute;m de v&aacute;rios outros epis&oacute;dios de atentado ao pudor. Josef acabou sendo preso e cumpriu 12 meses de pris&atilde;o&nbsp;de uma senten&ccedil;a de pouco mais de um ano. Ap&oacute;s 15 anos, sem nenhuma movimenta&ccedil;&atilde;o ilegal, o seu hist&oacute;rico criminal foi limpo do sistema judici&aacute;rio austr&iacute;aco.</p>
<p>Vinte e cinco anos depois, ele planejaria e cometeria um dos sequestros mais dantescos&nbsp;que o mundo testemunharia.</p>
<h2>A c&acirc;mara</h2>
<div style="text-align: center;">
<figure class="image" style="display: inline-block;"><img alt="" height="334" src="https://i.dailymail.co.uk/i/pix/2011/08/13/article-2025622-0000022000000CB2-716_634x523.jpg" width="405" /> <figcaption>(Fonte: Daily Mail/Reprodu&ccedil;&atilde;o)&nbsp;</figcaption></figure>
</div>
<p>No final dos anos 1970, n&atilde;o foi muito dif&iacute;cil para que Josef recebesse permiss&atilde;o legal do governo para que constru&iacute;sse o que intitulava como &ldquo;adega subterr&acirc;nea&rdquo;, sobretudo se tratando do apogeu da Guerra Fria, em que se faziam ainda mais necess&aacute;rios os bunkers residenciais para se prevenir de poss&iacute;veis ataques nucleares. Era a desculpa perfeita para a consuma&ccedil;&atilde;o de seu plano diab&oacute;lico.</p>
<p>Josef, no entanto, havia colocado a nova casa em cima de restos de uma propriedade constru&iacute;da em 1880 em seu terreno, preservando o por&atilde;o dela e o ocultando das autoridades e tamb&eacute;m da fam&iacute;lia com uma parede. Ningu&eacute;m mais sabia da exist&ecirc;ncia daquele segundo por&atilde;o, apenas ele. Sem dutos de ventila&ccedil;&atilde;o, frestas ou janelas, num total de 18 metros quadrados e com oito portas, sendo uma delas articulada e refor&ccedil;ada com concreto, al&eacute;m de&nbsp;outra operada atrav&eacute;s de senha e sistema de controle remoto, o empreendimento todo era apertado, abafado e &uacute;mido, como um pequeno labirinto de ratos.</p>
<p>Durante dois longos anos, entre 1981 e 1982, o homem se empenhou para que o local ficasse pronto, instalando pia, vaso sanit&aacute;rio, fog&atilde;o e&nbsp;cama.</p>
<p>Finalmente, em 1984, o trabalho terminou e ele pediu para que sua filha Elisabeth, na &eacute;poca com 18 anos, o ajudasse a carregar at&eacute; o por&atilde;o&nbsp;o que se tornaria a porta final que selaria o seu&nbsp;destino.</p>
<h2>O &uacute;ltimo dia de sol</h2>
<p style="text-align: center;"><img alt="" height="400" src="https://media.beliefnet.com/~/media/espanol/2013/fotos-galerias-2013/fotos-galeria-mayo-2013/sobrevivi-a-un-secuestro/elizabeth_fritzl.jpg?as=1&amp;w=400" width="300" /></p>
<p>Nascida em abril de 1966, um pouco antes de seu pai mostrar os primeiros ind&iacute;cios do que se tornaria, Elisabeth Fritzl era considerada uma garota meiga e gentil, apesar de extremamente quieta e reservada. Sua personalidade retra&iacute;da&nbsp;em grande parte&nbsp;se dava&nbsp;pelos abusos f&iacute;sicos e sexuais que sofria&nbsp;do pai desde os 11 anos, por isso ela praticamente n&atilde;o possu&iacute;a amigos e jamais comentava sobre garotos ou rela&ccedil;&otilde;es sexuais.</p>
<p>Naquela tarde quente de 28 de agosto de 1984,&nbsp;Elisabeth n&atilde;o contrariou o pai quando esse apresentou a sua ratoeira de concreto e pediu sua ajuda para ajustar uma pesada porta. E ela assim o obedeceu, sem questionar. Por&eacute;m, enquanto&nbsp;a garota deixava o local pelas escadas do por&atilde;o que levava &agrave; sua casa, Josef a puxou para tr&aacute;s e cobriu o&nbsp;nariz dela com uma toalha carregada de &eacute;ter, sustentando-a&nbsp;at&eacute; que a garota&nbsp;perdesse a consci&ecirc;ncia.</p>
<p>Aquele foi o &uacute;ltimo dia de sol de Elisabeth Fritzl e tamb&eacute;m o primeiro dos pr&oacute;ximos 8.760 dias encarcerada debaixo do jardim da pr&oacute;pria casa.</p>
<p>Em poucas horas, Rosemarie notou o desaparecimento s&uacute;bito da filha e come&ccedil;ou a procurar por ela&nbsp;at&eacute; acionar a pol&iacute;cia. Mas Josef possu&iacute;a a hist&oacute;ria perfeita: para todos os efeitos, Elisabeth havia cansado da pr&oacute;pria vida e fugido para se juntar a um culto religioso. N&atilde;o teria sido a primeira vez. A garota fizera a mesma coisa ao completar 15 anos:&nbsp;tentando fugir das garras do pai abusivo, ela encontrou abrigo na casa de uma amiga em Vienna, por&eacute;m foi encontrada pela pol&iacute;cia tr&ecirc;s semanas depois.</p>
<p>Para que a sua teoria fosse comprada bem, um m&ecirc;s depois do sumi&ccedil;o de Elisabeth, e ainda no auge das investiga&ccedil;&otilde;es, o homem entregou &agrave;s autoridades uma carta que for&ccedil;ou a filha a escrever. Nela, a garota dizia estar bem e&nbsp;na companhia de amigos num lugar&nbsp;longe dali, e que se a procurassem, deixaria o pa&iacute;s.</p>
<p>O caso, ent&atilde;o, esfriou e, apesar de Rosemarie continuar querendo saber o paradeiro da filha, as autoridades deixaram-na de lado.</p>
<h2>24 anos de horror</h2>
<p style="text-align: center;"><img alt="" height="388" src="https://www.nydailynews.com/resizer/-Da8ulearr657vdLQ-7NTrAKe44=/800x597/top/arc-anglerfish-arc2-prod-tronc.s3.amazonaws.com/public/NEGZQZBUYQEXZP2UR6YPMKRPUM.jpg" width="520" /></p>
<p>Durante dois anos, Josef manteve Elisabeth presa na cama com correntes que a permitiam se mover apenas meio metro. Ele mal falava ou olhava para ela. A garota conviveu com a pr&oacute;pria solid&atilde;o, com frio e calor intensos, com as infiltra&ccedil;&otilde;es sobre as quais, mais tarde, ela teria&nbsp;que colocar cobertores nas paredes para poder absorver a &aacute;gua que escorria. Em meio &agrave;&nbsp;sujeira, ela chegava a apanhar ratos com as pr&oacute;prias m&atilde;os.</p>
<p>Depois que Josef removeu as correntes dela, durante os vinte quatro anos que a visitou, ele&nbsp;estuprou Elisabeth mais de 3 mil vezes. Em dois anos, ela ficou gr&aacute;vida do primeiro filho, que morreu em seus bra&ccedil;os com apenas sessenta horas de vida, devido a complica&ccedil;&otilde;es respirat&oacute;rias. Josef queimou o corpo da crian&ccedil;a em um incinerador.</p>
<p>Dois anos depois, em 1988, nasceu Kerstin, a primeira de sete filhos que Josef daria a Elisabeth atrav&eacute;s de suas rela&ccedil;&otilde;es incestuosas. Todos vieram ao mundo sem ajuda m&eacute;dica. Durante 12 anos, Josef providenciou &agrave; filha&nbsp;desinfetante, uma tesoura velha e um livro de 1960 sobre partos. Elisabeth fez tudo sozinha, tirando dela o fruto de anos de sofrimento e repulsa. As crian&ccedil;as, no entanto, apesar da dor, acabaram se tornando companhia para a mulher e afastaram os pensamentos suicidas que ela cultivava todos os dias. N&atilde;o mais estava sozinha.</p>
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<figure class="image" style="display: inline-block;"><img alt="" height="283" src="https://s.abcnews.com/images/US/wnn_dungeon_111019_wg.jpg" width="503" /> <figcaption>(Fonte: ABC News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)&nbsp;</figcaption></figure>
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<p>Lisa, Monika e Alexander, por&eacute;m, foram levados por Josef logo que nasceram para viver uma vida fora do cativeiro&nbsp;como se fossem seus netos. Ele deixou-os na soleira da porta da pr&oacute;pria casa, com cartas escritas &agrave; for&ccedil;a por Elisabeth, alegando que era para que os av&oacute;s os criassem.</p>
<p>As crian&ccedil;as que ficaram para tr&aacute;s, al&eacute;m de viverem como bichos, eram obrigadas a acompanharem o homem violentando&nbsp;a m&atilde;e expl&iacute;cita e repetidamente, &agrave;s vezes at&eacute; que ela desmaiasse. Eram tamb&eacute;m espancadas, amea&ccedil;adas de morte e deixadas com ela na escurid&atilde;o por semanas. Eles que ajudaram Elisabeth a expandir o calabou&ccedil;o onde moravam, cavando a terra com as pr&oacute;prias m&atilde;os. A m&atilde;e os ensinou a ler, a brincar e a tentar ter o m&iacute;nimo que se esperava de uma vida normal, apesar de todas as piores circunst&acirc;ncias.</p>
<h2>Finalmente respirando</h2>
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<figure class="image" style="display: inline-block;"><img alt="" height="269" src="https://i.guim.co.uk/img/static/sys-images/Guardian/Pix/pictures/2009/3/14/1236993607053/Josef-Fritzls-house-in-Am-001.jpg?width=300&amp;quality=85&amp;auto=format&amp;fit=max&amp;s=db8b406b920401536e0f182b9ed3be97" width="449" /> <figcaption>(Fonte: The Guardian/Reprodu&ccedil;&atilde;o)&nbsp;</figcaption></figure>
</div>
<p>Num s&aacute;bado,&nbsp;dia 19 de abril de 2008, a filha mais velha de Elisabeth, Kerstin, de 19 anos, ficou t&atilde;o doente que nada a salvaria da morte&nbsp;se n&atilde;o fosse socorrida. A m&atilde;e, ent&atilde;o, implorou por muito tempo a Josef at&eacute; que ele cedesse e levasse a filha para o hospital, abandonando-a na entrada para que ningu&eacute;m o questionasse sobre o seu estado alarmante.</p>
<p>Sem documentos ou registros, Kerstin n&atilde;o existia no mundo, ent&atilde;o o hospital achou melhor entrar em contato imediato com a pol&iacute;cia. Em poucas horas, o misterioso surgimento daquela garota desconhecida foi algo t&atilde;o estranho, que o caso come&ccedil;ou a ser televisionado e Elisabeth foi capaz de ver tudo, uma vez que possu&iacute;a uma televis&atilde;o no cativeiro. Ela acabou suplicando de novo a Josef para poder ajudar a filha fornecendo informa&ccedil;&otilde;es essenciais aos m&eacute;dicos para que ela tivesse alguma chance, garantindo a todo o momento&nbsp;que n&atilde;o diria absolutamente nada. Josef, mais uma vez, cedeu aos pedidos da filha.</p>
<p>Entre discursos inconsistentes de Elisabeth e o nervosismo aterrorizado da situa&ccedil;&atilde;o, os investigadores afirmaram que daria voz de pris&atilde;o a ela por maus-tratos e abandono&nbsp;se ela n&atilde;o come&ccedil;asse a falar a verdade. A mulher prometeu que contaria tudo o que estava acontecendo se eles prometessem que ela nunca mais teria que olhar na cara de seu pai.</p>
<p>E naquela noite, foi atrav&eacute;s do desespero de salvar a vida de uma filha que a voz de Elisabeth Fritzl foi ouvida depois de 24 anos de puro sil&ecirc;ncio. Enquanto o seu pai, Josef Fritzl, foi acusado de sequestro, estupro, homic&iacute;dio culposo e outros crimes. Ele se declarou&nbsp;culpado e recebeu a senten&ccedil;a de pris&atilde;o perp&eacute;tua.</p>
<p>Desde 2009, Elisabeth Fritzl vive sob uma nova identidade&nbsp;em um vilarejo vigiado na &Aacute;ustria. A inexist&ecirc;ncia de qualquer detalhe pessoal espalhado pelas garras da m&iacute;dia&nbsp;se deve porque a mulher decidiu viver uma vida que n&atilde;o fosse definida por uma outra que foi tirada dela. Elisabeth se deixou para tr&aacute;s ap&oacute;s depor por 11 horas sobre uma vida que j&aacute; n&atilde;o a pertencia mais.</p>

Serial Killers e Psicopatas

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