Imagem de As faces de Bélmez: evidência espiritual ou esquema criminoso? no megacurioso

O maior e mais intrigante mistério da Espanha ainda assusta especialistas e habitantes. Qual é a sua opinião sobre ele?


<p>Localizada entre as montanhas da comunidade autônoma de Andaluzia, na província de Xaém (Espanha), Bélmez de la Moraleda sempre foi considerada uma cidade tranquila e praticamente bucólica. Entre as casas de paredes brancas e estradas de pedras, ela se enquadrava como sendo o típico local pitoresco onde nada de relevante acontecia. Porém, isso mudou no início da década de 1970.</p>



<p>No verão de 1971, em uma pequena aldeia em meio às montanhas de Bélmez, morava a família de agricultores Gómez Pereira. Era uma manhã comum de 23 de agosto daquele ano quando María Gómez Pereira estava preparando o almoço e avistou o que parecia ser um rosto humano estampado no chão de sua cozinha.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/27/27180040380089.jpeg" alt="(Fonte: Andalucia Org/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Andalucia Org/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>A princípio, a mulher ficou fascinada com a aparição, uma vez que há declarações de que ela mesma era considerada uma médium e tinha uma crença espiritual muito forte. No entanto, isso teria durado pouco, pois o rosto se transformara em uma carranca perturbadora. Para piorar, segundo relatos, a face teria começado a mudar de posição.</p>



<p>María até tentou limpar aquela mancha de seu chão com água e sabão, mas não adiantou. Seu marido, Juan Gómez Pereira, e o filho, Miguel Gómez Pereira, decidiram arrancar todas as tábuas do assoalho com uma picareta e cimentar o chão inteiro do cômodo para que aquilo parasse de aparecer. O rosto desapareceu, mas não por muito tempo.</p>



<h2>A “casa dos rostos”</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/27/27193805207137.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Pinterest/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Cerca de uma semana depois, vários “rostos” começaram a surgir pelo chão da casa, e o medo se transformou também em um transtorno. Não demorou para que a notícia se espalhasse pela cidade e logo todos estivessem chamando a casa da família de “a casa dos rostos”, a qual acabou sendo alvo de curiosos que iam até a fazenda espiar o fenômeno.</p>



<p>Juan Gómez estava pronto para começar a destruir o chão novamente quando o prefeito de Bélmez interveio e o proibiu de tomar qualquer atitude. Ele pediu a especialistas que cortassem uma parte do concreto para que fosse enviado a estudos e depois para ser exposto – o que atrairia a atenção do mundo para a pequena cidade.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/27/27193912473138.jpg" alt="(Fonte: Diario Sur/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Diario Sur/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>A família relatou que outros rostos apareciam conforme eles destruíam o chão para consertá-lo. Alguns desbotaram até o final de dezembro daquele mesmo ano, mas outros permanecerem nítidos.</p>



<p>Para a surpresa de todos, o diagnóstico de um especialista para o pedaço de chão que continha o rosto foi inconclusivo.</p>



<h2>Análise paranormal</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/27/27194052240139.jpg" alt="(Fonte: ABC News/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: ABC News/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Tentando descobrir o motivo de os rostos aparecerem, em abril de 1972, o professor Gérman De Argumosa viajou de Madrid até Bélmez para saber mais sobre o caso. Ele havia escavado documentos históricos os quais apontavam que um então governador de Granada, cidade da região de Andaluzia, havia assassinado 5 membros de uma família no século XVI. O local exato do crime ninguém sabia, mas muitos acreditavam que era nas redondezas da casa da família Gómez Pereira.</p>



<p>O professor também ergueu a hipótese de que os rostos apareciam porque a casa foi construída sobre um antigo cemitério, visto que ela era próxima de uma igreja. Quando o prefeito de Bélmez foi fazer estudos no solo, ele de fato encontrou alguns pedaços de ossadas que tinham em média 700 anos.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/27/27194222257140.jpg" alt="(Fonte: El Espanol/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: El Espanol/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>A pesquisa psíquica do professor De Argumosa se estendeu a várias gravações de Fenômeno da Voz Eletrônica (EVP), que conseguiu captar “uma mistura de inferno e bordel” vindo do plano astral da casa. Em 6 de junho de 1972, outro rosto apareceu no chão e mudou de expressão ligeiramente ao longo do dia. De tão impressionado, o professor pagou uma espécie de aluguel para a família a fim de poder ficar em um outro cômodo da casa e prosseguir com suas investigações sem ser interrompido.</p>



<p>Em meio a uma comoção da comunidade parapsicológica, que definia o caso como um “mistério”, muitos investigadores apontaram María como sendo o “pilar espiritual” e que tinha uma influência direta nas aparições. Isso porque elas pareciam reagir ao estado emocional da mulher, portanto arriscaram dizer que o fenômeno desapareceria quando ela morresse.</p>



<h2>O ceticismo técnico</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/27/27194422071142.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Pinterest/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Em setembro de 1990, o Instituto de Cerâmica e do Vidro (ICV) coletou amostras das faces recuperadas pelo Padre JM Pilón e as submeteu a testes granulométricos, mineralógicos e químicos. “O resultado, em resumo, foi de que não há nenhum vestígio de tinta em qualquer parte das amostras”, disse um dos especialistas.</p>



<p>Por outro lado, os céticos e críticos mais ferrenhos não acreditaram nisso, principalmente porque não foi revelado quais partes das faces foram analisadas. A edição de julho de 1933 do <em>Journal of the Society for Psychical Research</em> observou, por meio de um artigo de Luiz Ruiz-Noguez, a presença de três cátions usados como pigmentação na fabricação de tintas: zinco, chumbo e cromo. Isso levantou a suspeita de o uso de tinta na confecção dos rostos. Ruiz-Noguez também apontou que o chumbo pode causar colorações escuras difíceis de serem enxergadas.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/27/27194605791143.jpg" alt="(Fonte: Magonia/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Magonia/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>O sociólogo Manuel Martín Serrano, da Universidade Complutense de Madrid, desenvolveu um estudo em seu livro por meio de entrevistas com habitantes da cidade para tentar provar que o fenômeno era uma fraude a fim de gerar ganho financeiro.</p>



<p>Em meados de 2014, o programa de TV de jornalismo investigativo chamado <em>Cuarto Milenio</em> desempenhou mais testes para tentar descobrir se o caso era de fato uma fraude. O gerente geral da Medco e doutor em Engenharia Química, José Javier Gracenea, e Luis Alamancos, criminalista forense presidente do Gabinete Pericial Inpeval e diretor do Instituto Espanhol de Criminalística Aplicada, extraíram amostras das faces com autorização de Juan Gómez Pereira.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/27/27194820965144.jpg" alt="(Fonte: Diario Sur/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Diario Sur/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>A análise final concluiu que as imagens não foram feitas com tinta e, de acordo com o conhecimento científico e técnico empregado nos testes, não havia manipulação externa ou elementos externos nos rostos. Alamancos tentou reproduzir as imagens com uma ampla gama de métodos, porém falhou em todas.</p>



<p>Em 3 de fevereiro de 2004, aos 85 anos, María Gómez Pereira faleceu, e centenas de pessoas foram até a fazenda para prestar suas últimas homenagens. E, muito diferente do que alguns pesquisadores paranormais imaginavam, os rostos não pararam de surgir no chão da cozinha após a morte da mulher.</p>



<p>O debate ainda se mantém, apesar dos anos, e com a opinião pública dividida entre um esquema fraudulento criado para atrair turistas para a casa e evidências paranormais genuínas.</p>


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As faces de Bélmez: evidência espiritual ou esquema criminoso?

Imagem de Overtoun bridge: a ponte que faz os cachorros se jogarem no megacurioso

Desde 1950, mais de 600 cães já saltaram para uma queda que pode ser fatal. Por quê?


<p>No mundo animal, o suicídio de uma espécie é visto como um comportamento altruísta na maioria dos casos, principalmente se for em defesa de um grupo ou quando o animal fica doente. Insetos e parasitas tendem a se suicidar em algumas situações, como os pulgões que se explodem para proteger os demais pulgões do ataque de joaninhas.</p>



<p>Em 1845, o <em>Illustrated London News </em>noticiou que um cão de Newfoundland teria-se lançado na água esforçando-se para afundar depois de agir por dias de maneira depressiva. Todas as vezes que ele foi resgatado, ele tentava se suicidar, até que finalmente conseguiu. Existem relatos de animais de estimação enlutados que tiveram o mesmo tipo de comportamento após a morte de seu dono, ou animais monogâmicos que se recusaram a se alimentar após o falecimento de seu parceiro.</p>



<h2>A “desgraça anual”</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/18/18082254046278.jpg" alt="(Fonte: BBC/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: BBC/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Alguns estudos definiram que esse tipo de comportamento não é considerado suicídio, uma vez que atingir a morte não era necessariamente o propósito ou objetivo do comportamento. Há anos a Itália pesquisa a possibilidade de cães cometerem suicídio. Foi por meio de artigos e notícias que pesquisadores perceberam que o país vivia uma “desgraça anual”, com muitos animais cometendo suicidando por ficarem deprimidos após serem largados em casa durante as férias.</p>



<p>Só em 2007, foram documentados mais de 9 mil suicídios caninos, o que gerou uma indignação pública, fazendo com que o número diminuísse para 7 mil óbitos só 3 anos depois. Em 2010, essa preocupação se tornou mais forte quando 2 cães temporariamente abandonados em Roma e em Bolzano, extremo norte do país, atiraram-se das varandas de apartamentos, por ficarem tão perturbados e deprimidos por estarem sozinhos.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/18/18082450746279.jpg" alt="(Fonte: Pete the Vet/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Pete the Vet/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Quando indagada sobre a possibilidade de uma depressão canina, a diretora-executiva do American College of Veterinary Behaviorists, Bonnie Beaver, disse que os veterinários não sabem exatamente se os cães sofrem de depressão da mesma forma que os humanos. </p>



<p>“É difícil porque não podemos perguntar a eles o que sentem, mas na prática clínica existem algumas situações em que essa é a única explicação”, esclareceu ela. No entanto, Beaver reforçou que é raro os animais de estimação, especialmente os cães, sofrerem de depressão a longo prazo.</p>



<p>Quando o assunto é suicídio canino, os veterinários enxergam a ideia de um cachorro deprimido se lançando para a morte como algo difícil de aceitar, ainda que seja possível. Isso porque o instinto de sobrevivência acionado em uma situação de perigo deve ser mais forte do que esse “estado de espírito”, uma vez que a depressão não é processada na mente animal como é na de humanos.</p>



<p>Então, o que acontece com a ponte de Overtoun, o lugar onde os cachorros simplesmente pulam para a morte?</p>



<h2>Não se aproxime</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/18/18082614902280.jpg" alt="(Fonte: Atlas Obscura/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Atlas Obscura/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Construída em 1895 pelo arquiteto paisagista H. E. Milner, a Overtoun bridge está localizada na estrada perto de Overtoun House, em West Dunbartonshire, na Escócia. Desde 1950, os tabloides escoceses registraram que cerca de 600 cachorros pularam do parapeito da ponte sem propósito aparente, a maioria durante caminhadas com seus donos. Por outro lado, o <em>The New York Times </em>levantou uma pesquisa de que só em 2005 por volta de 300 animais teriam tentado suicídio, sendo que 50 deles encontraram o destino final nas rochas a 15 metros abaixo.</p>



<p>“Eu tive certeza de que ela estava morta”, disse Lottie Mackinnon, ao <em>The Independent</em>, sobre a sua border collie, Bonnie, ter pulado da ponte. “Alguma coisa aconteceu com Bonnie assim que nos aproximamos da ponte. A princípio, ela paralisou, mas depois foi ‘possuída’ por uma energia estranha que a fez correr e pular do parapeito”, revelou Mackinnon. “É um milagre que Bonnie está viva”, ela afirmou.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/18/18082654667283.jpg" alt="(Fonte: Dog Time/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Dog Time/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Em 2011, David e Louise McPhail estavam passeando na ponte com a labradora Sophie quando ela simplesmente correu, pulou do parapeito e mergulhou antes que qualquer um dos dois pudessem reagir. “Comecei a gritar para David: ‘Sophie pulou da ponte! Ela pulou da ponte!’ Aconteceu muito rápido, em segundos”, revelou a mulher.</p>



<p>Em entrevista ao jornal <em>Vice UK</em>, uma moradora de Glasgow chamada Jenna, de 20 anos, relatou: “Eu lembro que estava andando pela ponte e cheguei a um ponto que foi como se o ar ficasse mais rarefeito e meu estômago saltasse, como quando você erra um degrau ao descer um lance de escada. Eu simplesmente não conseguia parar de sentir que algo de ruim estava para acontecer. Havia uma mulher com um cachorro na ponte, ele se recusava a dar mais um passo. Naquela mesma semana, um casal de cachorros havia pulado do mesmo ponto e morrido na queda”.</p>



<h2>Natural ou sobrenatural?</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/18/18082820682284.jpg" alt="(Fonte: The New York Times/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: The New York Times/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>O estranho fenômeno causou um pânico entre os habitantes de Dunbartonshire, que tentavam evitar passar pelo caminho com seus animais de estimação ou até mesmo ir sozinhos devido às superstições que cresceram envolvendo o local. A Sociedade Escocesa para a Prevenção da Crueldade contra Animais enviou representantes para investigar a ponte Overtoun, porém nenhum deles conseguiu solucionar o mistério.</p>



<p>Os moradores locais atribuem explicações puramente paranormais, ainda mais por serem muito supersticiosos no geral. Aqueles que recorrem às fontes de lendas enraizadas no folclore da cultura escocesa dizem que a ponte fica em um ponto chamado de “lugar estreito”, que segundo os celtas pagãos seria onde o Céu e a Terra se sobrepõem.</p>



<p>Por outro lado, outros apontam um viés mais espiritual devido ao histórico de Overtoun. Em 1994, um homem de 32 anos jogou seu filho da ponte alegando que ele teria nascido possuído por uma entidade demoníaca. O homem tentou se matar 2 vezes, primeiro pulando da ponte e depois cortando os pulsos com uma faca. A criança morreu no dia seguinte no hospital, e o homem foi declarado inocente por motivo de insanidade e internado no Hospital Psiquiátrico Carstairs, em South Lanarkshire.</p>



<p>Contudo, para David Sexton, uma autoridade em animais selvagens na Escócia, o motivo dos pulos talvez seja devido ao cheiro emanado pelos ratos, esquilos e visons da área.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/18/18083018370285.jpg" alt="(Fonte: My Animals/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: My Animals/Reprodução)</figcaption></figure></div>



<p>Em 2010, o psicólogo comportamental animal David Sands, de Lancashire, na Inglaterra, apontou que 7 a cada 10 cães ficavam muito agitados com o cheiro de um vison por causa de seu odor almiscarado. E, apesar dos visons não serem nativos da Grã-Bretanha nem terem predadores naturais, eles têm-se reproduzido em grandes números desde meados de 1950 — que foi quando os pulos dos cães começaram.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/18/18083141746286.jpg" alt="(Fonte: The Sun/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: The Sun/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Os estudos e experimentos que Sands fez na ponte Overtoun indicaram que os cães — principalmente as raças de nariz comprido — eram atraídos pelo cheiro desses mamíferos. Ele também explicou que a capacidade de perspectiva limitada dos cães, a falta de compreensão de que o caminho muda do nível do solo para uma ponte que atravessa um desfiladeiro, contribuiu para que os cães pulassem deliberadamente, sendo guiados apenas pelo cheiro pairando no ar.</p>



<p>Depois que o estudo foi publicado na maioria dos jornais e das revistas de Dunbartonshire, muitos residentes consideraram a explicação plausível, mas outros se recusam a acreditar. Eles alegam que o fenômeno não ocorre na mesma proporção em outras pontes onde os visons moram embaixo e também não conseguem desprezar a sensação estranha de que há algo de errado pairando sobre as pedras da ponte e silvando na garganta de arbustos abaixo dela.</p>


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Overtoun bridge: a ponte que faz os cachorros se jogarem

Imagem de Stranger Things da vida real: os poderes de Nina Kulagina no megacurioso

Em um período no qual os poderes psíquicos eram estudados como armamento, a mulher russa virou projeto do governo


<p class="has-text-align-left">A década de 1970 ficou marcada pela supervalorização do sobrenatural. Tudo que envolvesse possessão demoníaca, fenômenos paranormais e espíritos se tornou um atrativo, principalmente após o lançamento do clássico filme <em>O Exorcista —</em> adaptação do clássico livro de William Peter Blatty. </p>



<p class="has-text-align-left">Rapidamente, uma “onda” de conteúdo envolvendo esse tipo de assunto tomou conta de prateleiras de livrarias e das telas dos cinemas dos Estados Unidos, com filmes como <em>The Dunwich Horror</em> e <em>Equinox</em>.</p>



<p class="has-text-align-left">No meio da década, o lançamento do livro<em> Carrie, a Estranha</em>, de Stephen King, no apogeu da Guerra Fria, trouxe uma nova “onda”, só que focando em um assunto que há anos perturbava até mesmo os governos mundiais (especialmente o da União Soviética): os poderes da mente. Foi nessa época que os norte-americanos desenvolveram o <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/114706-o-controverso-projeto-stargate-para-leitura-de-mentes.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Projeto Stargate para controle de mentes</a>, que custou mais de US$ 80 milhões para os cofres públicos, tornando-se um dos mais controversos experimentos da história no campo de estudos de percepção extrassensorial (PES).</p>



<p class="has-text-align-left">Quando os idos anos de 1980 chegaram, a obsessão governamental pelos escrutínio da força da mente já havia-se transformado em cultura popular, com Uri Geller entortando colheres com “poderes psíquicos” em programas de auditório nos Estados Unidos.</p>



<h2>Os poderes de Kulagina</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/13/13202310899010.jpg" alt="(Fonte: BAOMOI/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: BAOMOI/Reprodução)</figcaption></figure>



<p class="has-text-align-left">Nascida em 30 de julho de 1926, em Leningrado (atual São Petersburgo), na então União Soviética, Nina Kulagina acreditava que havia herdado de sua mãe a habilidade psíquica de mover objetos apenas com impulsos mentais. Apesar de já ter ouvido de sua mãe sobre a capacidade oculta que ela tinha, Kulagina só foi perceber que também tinha esse tipo de poder durante um pico de raiva, quando as coisas se moveram ao seu redor, caíram, tremeram e foram arremessadas.</p>



<p class="has-text-align-left">Após servir o Exército Vermelho, entrando para o regimento dos tanques de guerra durante a Segunda Guerra Mundial, quando tinha apenas 14 anos, Kulagina cresceu e se tornou uma dona de casa comum. Nesse ínterim, ela educou a própria mente, pois notou que os poderes só funcionavam após períodos de meditação em que ela limpava sua mente de todos os pensamentos, e que as “tempestades de raiva” só lhe causavam dor na coluna e turvamento de sua visão, interferindo em sua capacidade.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/13/13202531007011.jpg" alt="(Fonte: Ghost Hunters Roma" /><figcaption>(Fonte: Ghost Hunters Roma</figcaption></figure>



<p class="has-text-align-left">No início de 1970, Kulagina foi recrutada pelo governo soviético para ter sua suposta capacidade psicocinética estudada. Em 10 de março daquele ano, ela foi colocada em uma sala do Instituto Militar Ukhtomskii, em Leningrado, para uma série de testes. Primeiro, os cientistas extraíram o coração de uma rã, depositaram em uma solução que o manteria batendo por até 1 hora, e pediu para que a mulher o fizesse parar só com o poder da mente.</p>



<p class="has-text-align-left">Após um período de concentração de 20 minutos, com o coração do anfíbio sendo monitorado através de eletrodos assim como o de Kulagina, os médicos relataram que a frequência cardíaca dela aumentou drasticamente logo que ela focou o olhar no sapo. Em 7 minutos, o coração dele parou de bater.</p>



<p class="has-text-align-left">Na sequência, um médico cético foi conectado a aparelhos de ECG (eletrocardiograma) e Kulagina foi instruída a elevar a frequência cardíaca dele. Em apenas 2 minutos, a aparelhagem indicou que o coração do médico batia a uma taxa perigosa, portanto o experimento foi encerrado.</p>



<h2>A ameaça internacional</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/13/13202734287012.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Pinterest/Reprodução)</figcaption></figure>



<p class="has-text-align-left">A União Soviética produziu diversas gravações mudas, em preto e branco nas quais Kulagina mostrava seus poderes telecinéticos, como a movimentação de objetos em uma mesa sem tocá-los. Sob o olhar minucioso de 40 cientistas, dos quais 2 eram ganhadores do Prêmio Nobel, a mulher foi filmada separando as claras das gemas de ovos quebrados submersos em água, enquanto os cientistas registravam relatórios de aumento crítico do batimento cardíaco e das ondas cerebrais dela, além de alterações de campo eletromagnético.</p>



<p class="has-text-align-left">Para conseguir remover um palito de fósforo de uma pilha de palitos sob uma redoma de vidro, Kulagina foi confinada em uma gaiola de metal para que os campos eletromagnéticos externos não interferissem no movimento psíquico dela.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/13/13202933693013.jpg" alt="(Fonte: Splendid Magazine/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Splendid Magazine/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Como esses filmes foram gravados em um ambiente fortemente controlado pelas autoridades militares soviéticas e a “nata” científica da época, eles acabaram causando um furor na comunidade de pesquisadores psíquicos ao redor do mundo. A maioria deles acreditava que o estudo de Kulagina apresentava evidência empíricas sobre a existência de fenômenos telecinéticos.</p>



<p>As gravações foram recebidas pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos com dúvida e muita cautela. Apesar de desde 1930 os soviéticos estarem estudando os poderes extrassensoriais de maneira altamente secreta para potencialmente usá-los na composição de um arsenal de espionagem internacional, os norte-americanos também temiam que aquilo não passasse de enganação. De qualquer forma, se o intuito era chamar a atenção deles, o feito tinha dado muito certo.</p>



<h2>A “bonita charlatã de olhos escuros”</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/13/13203101944014.jpg" alt="(Fonte: Nova Mais/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Nova Mais/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Por outro lado, nem todas as opiniões científicas estavam do lado de Kulagina. A Fundação Educacional James Randi e o Comitê Italiano para Investigação de Alegações sobre o Paranormal (CICAP) expressaram total ceticismo em relação aos estudos soviéticos, tendo um artigo de Massimo Polidoro declarando que o tempo longo de preparação do local do experimento e a ambientação informal (normalmente tudo acontecia em quartos de hotel) deixavam muitas brechas e aumentavam o potencial para trapaças.</p>



<p>A comunidade de mágicos apoiou os cientistas e argumentou que as façanhas desempenhadas por Kulagina poderiam ser facilmente ser realizadas por alguém experiente em ilusionismo e prestidigitação (capacidade de mover muito rapidamente as mãos), controlando o “fenômeno” através de fios, espelhos e outros artefatos. Afinal de contas, a Guerra Fria havia estabelecido a “corrida psi” depois da corrida espacial e a armamentista — embora esta ainda fosse recorrente. Assim ficava claro a possibilidade de os soviéticos manipularem, exagerarem ou falsificarem qualquer resultado para aumentar o valor de propaganda.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/13/13203238226015.jpg" alt="(Fonte: BAOMOI/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: BAOMOI/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>O político Vladimir Nikolaevich Lvov publicou no jornal <em>Pravda</em> (o mais famoso meio de comunicação da antiga União Soviética) um artigo que acusava Nina Kulagina de cometer fraude, dizendo que ela teria sido muito bem paga para encenar aquela personagem. Enquanto isso, o escritor de Ciência, Martin Gardner, descreveu a mulher como uma “bonita charlatã de olhos escuros”. Segundo ele, Kulagina teria sido pega mais de uma vez pelos militares soviéticos usando ímãs e fios ocultos durante os experimentos.</p>



<p>No entanto, a mulher não ficou calada diante das acusações. Em meados de 1987, ela processou a <em>Pravda</em> por difamação e obteve uma vitória parcial no caso. Apesar de Nina Kulagina ter caído no descrédito e esquecimento logo em seguida, exatamente como aconteceu com <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/114769-eleonore-zugun-foi-considerada-a-garota-fantasma-da-romenia.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Eleonore Zugun</a> e os centenas de projetos malfadados do país, isso não tirou do “pescoço” da União Soviética a placa mundial de “ameaça psicoenergética soviética”.</p>


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Stranger Things da vida real: os poderes de Nina Kulagina

Imagem de 3 coisas sobre vampiros reais que você provavelmente não sabe no megacurioso

Nada de Edward, Drácula ou Nosferatu; vampiros de verdade não precisavam tomar sangue para aterrorizar as pessoas


<p>Entre os anos de 1650 e 1930, algumas criaturas assombrosas costumavam amedrontar os habitantes da Grécia, <a href="https://www.megacurioso.com.br/turismo-e-viagens/52414-veja-15-razoes-pelas-quais-voce-deve-visitar-a-romenia-um-dia.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Romênia</a> e Sérvia em meio às suas ruas lamacentas: os vampiros. Mas esquece a figura romantizada dessas criaturas criada pelo universo cinematográfico nos últimos anos e pense em um ser verdadeiramente pavoroso.</p>



<p>Na vida real, os vampiros não eram estilosos e muito menos charmosos. Apesar de nem todos serem bebedores de <a href="https://www.megacurioso.com.br/historias-macabras/35591-vampiro-da-vida-real-e-viciado-em-sangue-e-chama-a-atencao-dos-medicos.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">sangue</a>, como reza a lenda, eles costumavam assustar as pessoas até a morte — em alguns casos, literalmente. Então dá uma olhada nessas cinco informações sobre esses seres míticos que nós separamos para você!</p>



<h2>1. Hábitos diários</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/24/24040334075462.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" /><figcaption>(Fonte: Pixabay)</figcaption></figure>



<p>Por muito tempo, o “vampirismo” foi visto como uma seita comum pelas praças da Grécia e da Romênia. Apesar do que foi espalhado como verdade, eles podiam muito bem andar pelas ruas locais em plena luz do dia. Os caixões, que ficaram batizados como lar dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/humor/44508-5-sinais-que-indicam-que-os-vampiros-poderiam-existir.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">vampiros</a>, só era utilizado para descanso entre as cerimônias litúrgicas de sábado a noite até domingo de manhã.</p>



<p>Segundo os relatos da época, essas criaturas se alimentavam de restos mortais de cadáveres e atacavam criações de gado e plantações rurais. </p>



<h2>2. Aparência</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/24/24040055557461.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" /><figcaption>(Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure>



<p>Segundo os contos de época, um vampiro de verdade tinha a aparência de uma pessoa morta ambulante. Para ser mais preciso, a visão se assemelhava a de um cadáver que parecia ter falhado o processo de decomposição e agora possuía uma pele esticada pela quantidade de gases contidas dentro do corpo.</p>



<p>Sua coloração não era exatamente pálida, mas um negro azulado resultante do processo químico da morte. Conforme os registros históricos, os vampiros tinham a capacidade de se transformar em animais além dos morcegos, como cachorros, gatos e outras espécies.</p>



<h2>3. Idade</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/24/24040457592463.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)" /><figcaption>(Fonte: Unsplash)</figcaption></figure>



<p>Alguns estudos sugerem que a existência de vampiros é conhecida pela humanidade há milênios. Um dos exemplos disso seria a descoberta do “esqueleto vampiro” em Mikulovice, na República Tcheca. </p>



<p>A tumba de 4 mil anos foi descoberta por arqueólogos em 2008, onde um homem havia sido enterrado junto de duas enormes pedras sobre seu peito e sua cabeça. Essas regiões do corpo eram vistas como locais onde a alma humana habitava e, portanto, a prática de enterrar um cadáver junto das rochas era uma tentativa de evitar que um vampiro se reerguesse. </p>


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3 coisas sobre vampiros reais que você provavelmente não sabe

Imagem de Mais 5 superstições envolvendo números no megacurioso

A galera faz malabarismo com os algarismos para justificar suas crenças


<p>Diversos são os números envolvendo <a href="https://www.megacurioso.com.br/cotidiano/69440-minha-vo-ja-me-dizia-30-supersticoes-e-crendices-populares.htm">superstições</a>, como o 13, o 7 ou o <a href="https://www.megacurioso.com.br/polemica/39784-revelacao-voce-sabia-que-666-nao-e-o-numero-da-besta-.htm">666</a>. Porém, ao redor do mundo, existem muitas outras crenças mirabolantes envolvendo os algarismos. Nós já falamos algumas delas no Mega Curioso (<a href="https://www.megacurioso.com.br/supersticoes/75253-7-supersticoes-envolvendo-numeros.htm">aqui</a> e <a href="https://www.megacurioso.com.br/supersticoes/69486-acredita-em-supersticao-entao-veja-estes-numeros-do-azar.htm">aqui</a>), por isso, que tal conhecer 5 novas superstições envolvendo números? Confira:</p>



<h2>1. Bater na madeira</h2>



<p>Em muitos países, o ato de bater na madeira para afastar a má sorte é muito comum. Porém, na Islândia, a tradição inclui números. Quando os islandeses batem na madeira, eles também dizem: “sjö níu þrettán”. Isso pode ser traduzido como “sete nove treze”.</p>



<p>O 7 é mágico na Islândia por ser a soma do 3 e do 4, que representam o espírito e o mundo material, respectivamente. Já o 9 é obtido pela multiplicação 3 x 3, que é o número da Santíssima Trindade. Por fim, o 13 é uma referência ao antigo 13º mês, que foi excluído com a adoção do atual calendário – algo que não foi muito bem aceito pelos islandeses e remete a má sorte. Assim, o “sete nove treze” tem a função de afastar maus presságios.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/22/22135251842002.gif" alt="Bater na madeira" /><figcaption>Bater na madeira</figcaption></figure>



<h2>2. Terça-feira 13</h2>



<p>Enquanto a maioria do mundo acha a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/39045-voce-sabe-qual-e-a-origem-das-superticoes-ao-redor-da-sexta-feira-13.htm">sexta-feira 13</a> um dia de má sorte, na Espanha isso acontece quando a data cai em uma terça-feira. A superstição tem a ver com Marte, o deus da guerra, que teria dominado as terças-feiras – tanto que nomeou esse dia no espanhol, “martes”. </p>



<p>Também faz uma referência a datas históricas, como a terça-feira 13 de abril de 1204, no qual caiu Constantinopla. A confusão das línguas, que teria acontecido por conta da construção da Torre de Babel, também teria sido em uma terça-feira 13. Por fim, há o capítulo 13 do Apocalipse, na Bíblia, que fala da volta do Anticristo. </p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/22/22135415296003.gif" alt="Terça-feira 13" /><figcaption>Terça-feira 13</figcaption></figure>



<h2>3. Fortuna e riqueza</h2>



<p>Na cultura chinesa, o 8 é visto como símbolo de fortuna e riqueza. Por isso, algumas situações inusitadas já aconteceram. Em 2016, por exemplo, um prédio de escritório em Sydney, na Austrália, foi oferecido a desenvolvedores chineses por A$ 88.888.888,00. O valor inusitado fez o empreendimento ser vendido rapidamente.</p>



<p>Outra construção australiana, localizada no número 88 da Rua Alfred, em Sydney, também conseguiu ser vendida sem dificuldades a investidores da China. Inclusive, o 8º andar e os apartamentos com final 8 também são muito procurados pelos chineses.</p>



<p>Já os Jogos Olímpicos de Verão de Pequim, em 2008, começaram no dia 8 de agosto (8/8/08) às 20h08 (ou 08:08, como preferir). Além disso, as Petrona Twin Towers possuem 88 andares cada uma. E muitas outras curiosidades estão ligadas ao número.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/22/22135511297004.gif" alt="Número da sorte" /><figcaption>Número da sorte</figcaption></figure>



<h2>4. Na terra dos Leprechauns</h2>



<p>Na Irlanda, o Dia de São Patrício é tão enraizado na cultura que trouxe junto o culto ao trevo de 4 folhas. Isso começou na Idade Média, quando a população do país acreditava que andar com um trevo de 4 folhas poderia dar a capacidade de ver as fadas. O amuleto também serviria para proteção mágica contra o mal. </p>



<p>Outra superstição dos irlandeses envolve números e funerais: você não deve contar a quantidade de carros de um cortejo, pois isso irá lhe dizer quantos anos faltam para você morrer.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/22/22135733705005.gif" alt="Trevo de 4 folhas" /><figcaption>Trevo de 4 folhas</figcaption></figure>



<h2>5. A questão do 23</h2>



<p>No Facebook, existe uma galera fascinada pelo número 23. O grupo compartilha imagens e histórias de seu dia a dia envolvendo o algarismo. Segunda eles, tudo começou com o escritor William Burroughs, que teria conhecido um capitão que naufragou no mesmo dia em que havia se gabado de nunca ter sofrido um acidente no mar em 23 anos de carreira. Na mesma noite, Burroughs ouviu sobre a queda de um avião, na Flórida, que fazia a rota chamada “voo 23”. Tanto o piloto do avião quanto o capitão do navio se chamavam Clark e morreram nos acidentes.</p>



<p>Burroughs transmitiu seu fascínio pelo número 23 a diversos intelectuais, inclusive ao matemático John Forbes Nash, retratado no filme “Uma Mente Brilhante”, que considerava esse o seu número primo favorito.</p>



<p>Outras coincidências: as Torres Gêmeas do World Trade Center foram atacadas em 11/09/2001 (11 + 9 + 2 + 0 + 0 + 1 = 23), Júlio César foi supostamente morto com 23 facadas e, por fim, Kurt Cobain nasceu em 1967 (1 + 9 + 6 + 7 = 23) e morreu em 1994 (1 + 9 + 9 + 4 = 23).</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/22/22135906957006.gif" alt="23" /><figcaption>23</figcaption></figure>


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Mais 5 superstições envolvendo números

Imagem de O fantasma de Hammersmith: o caso que mudou o código penal inglês no megacurioso

O acontecimento originou a pergunta: agir em legítima defesa é um crime? 


<p>Foi em meados de novembro de 1803 que surgiram as histórias de que alguns moradores de Hammersmith viram e até foram atacados por um fantasma. Descrita como um vulto altaneiro vestido de branco, mas que também tinha pele de bezerro, chifres e olhos de vidro, a assombração foi vista rondando o cemitério local. </p>



<p>Não demorou muito para que as pessoas especulassem que era o espírito de um homem que cometera suicídio no ano anterior. De acordo com a crença, que permaneceu até 1882, aqueles que tiravam a própria vida não deveriam ser enterrados em solo sagrado, pois suas almas não descansavam.</p>



<p>Os boatos logo contaminaram todo o distrito. Thomas Groom, o servo de um cervejeiro, alegou que foi surpreendido pelo fantasma enquanto caminhava com um amigo, por volta das 21h, perto da igreja do cemitério, quando a aparição surgiu e o agarrou pelo pescoço. Segundo Groom, se não fosse pelo amigo, que também foi atacado, ele não saberia qual seria seu fim.</p>



<h2>O homem de branco</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/06/06145920804234.jpg" alt="(Fonte: National Galleries of Scottland/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: National Galleries of Scottland/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Em 29 de dezembro, foi a vez de William Girdler, um vigia noturno, ver e perseguir o fantasma próximo a Beaver Lane, mas a aparição conseguiu jogar sua mortalha para trás e escapar. Uma vez que Londres não possuía uma força policial adequada, muitos cidadãos aterrorizados pelos ataques decidiram formar esquadrões armados na esperança de capturar o fantasma. Porém, prender uma aparição com as próprias mãos não pareceu uma decisão insensata.</p>



<p>Era por volta de 22h30 de 3 de janeiro de 1804 quando Girdler encontrou o oficial de impostos Francis Smith, então com 29 anos, fazendo a patrulha da área atrás da suposta entidade maligna. Armado com uma espingarda, Smith disse a Girdler que estava determinado a colocar um fim no fantasma naquela noite. Girdler disse que em meia hora poderia se juntar ao homem para fazerem isso juntos, então eles seguiram em caminhos separados.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/06/06150058181236.gif" alt="(Fonte: Library of Congress/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Library of Congress/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Era pouco mais que 23h quando Thomas Millwood levava sua irmã, Anne Millwood, para casa — ele ainda vestia a roupa que usava no trabalho: calça branca de linho, colete de flanela branco e um avental da mesma cor por cima — quando cruzou caminho com Smith enquanto se dirigia para Black Lion Lane.</p>



<p>Segundo testemunho de Anne, ela ouviu Smith gritar: “Maldito seja! Quem é você?! Maldito seja, vou atirar em você!”. Logo depois de dizer isso, ela viu o homem disparar contra seu irmão no lado esquerdo de sua mandíbula inferior, causando sua morte imediata.</p>



<p>Ainda muito assustado, Smith foi levado sob custódia para a delegacia.</p>



<h2>O julgamento de um século</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/06/06150432605241.jpg" alt="(Fonte: Crime Magazine/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Crime Magazine/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>O julgamento de Francis Smith aconteceu na Corte Criminal Central de Londres, conhecida também como Old Bailey, no final de 1804. Smith foi acusado de homicídio simples.</p>



<p>Durante o julgamento, a Sra. Fullbrooke, esposa de Thomas Millwood, testemunhou que já havia pedido várias vezes para que o marido não andasse todo de branco durante à noite por causa da aparição que rondava Hammersmith. O homem já havia sido confundido outras vezes com a entidade, mas felizmente nada de pior tinha acontecido até então. Por outro lado, Anne Millwood alegou que, apesar de Smith ter pedido para que seu irmão parasse, ele atirou imediatamente, sem margem para que seu irmão fizesse algo.</p>



<p>Várias testemunhas deram declarações sobre o caráter e boa índole de Francis Smith, porém o juiz do caso, Sir Lord Baron Archibald MacDonald, deixou claro que a malícia não era necessária em um assassinato, apenas a intenção de matar.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/06/06150654435243.gif" alt="(Fonte: British History Online/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: British History Online/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Smith confessou que atirou em Millwood, mas porque acreditava piamente que ele era o fantasma. O depoimento de John Locke deixou claro que Smith cometera o crime em legítima defesa, afirmando que a vítima “tinha avançado”. A defesa então recorreu à acusação de homicídio culposo, quando não há intenção de matar. O júri tomou a mesma decisão.</p>



<p>No entanto, o juiz declarou que Smith acreditar que a vítima era uma assombração não deveria ser considerado um fator. No final das contas, o réu não tinha agido em legítima defesa, pois não havia sido atacado pela suposta aparição nem atirara em Millwood por acidente. Portanto, Baron fez o júri deliberar: condenava o réu a assassinato ou o inocentava.</p>



<p>Thomas Smith foi considerado culpado e condenado à morte por enforcamento, porém sua sentença foi reduzida para 1 ano de reclusão e trabalhos forçados depois que o juiz levou seu caso à Suprema Corte Real.</p>



<h2>O dilema de Smith</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/06/06151232487246.jpg" alt="(Fonte: Free Movement/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Free Movement/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>O caso de Francis Smith e o fantasma de Hammersmith revelou uma falha grave no código penal inglês: a falta de defesa para uma pessoa que agia de boa fé em uma situação em que a ação, incluindo a violência, fazia-se necessária. Ao longo de 180 anos, a questão de saber se agir com base em uma crença errada era uma defesa suficiente para uma acusação criminal foi debatida até 1984, quando o código penal se deparou no Tribunal de Apelação com o caso Regina v Williams.</p>



<p>Em 1983, Williams Gladstone atacou gravemente um homem após vê-lo arrastando um jovem no meio da rua. Contudo, ele descobriu depois que o jovem havia cometido roubo e que ele tinha interrompido a sua apreensão. Em seu julgamento, Gladstone alegou que só atacou a vítima porque genuinamente acreditava que ela era o criminoso. O júri foi informado de que o erro só podia ser uma defesa se fosse razoável, então eles o consideraram culpado.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/06/06150959407244.jpg" alt="(Fonte: Londonist/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Londonist/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>O réu apelou o veredicto e seu advogado apresentou o caso de Smith para o tribunal. Gladstone teve a sua condenação anulada devido ao código penal falho. Mais tarde, o recurso foi transformado na Lei de Justiça e Imigração Criminal de 2008, que na Seção 78 declara: “Se um indivíduo acreditou erroneamente que a força era necessária para se proteger ou para evitar que um crime fosse cometido, então, desde que essa crença seja razoavelmente mantida e a acusação não possa provar o contrário, nenhum crime terá ocorrido”.</p>



<p>O caso de Williams Gladstone se encerrou junto ao de Francis Smith, que ganhou uma placa do lado de fora do pub Black Lion, em Londres. O fantasma que assombrava Hammersmith nunca mais foi visto depois da morte de Millwood, o que só levantou a possibilidade de que de fato poderia ser uma pessoa por debaixo do lençol branco.</p>


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O fantasma de Hammersmith: o caso que mudou o código penal inglês

Imagem de Qual é o mistério do rancho Skinwalker? no megacurioso

Teoria da conspiração, atividade paranormal ou lenda urbana?


<p>Localizado no sudeste de Ballard, no Utah (Estados Unidos), o Rancho Sherman, mais conhecido como Rancho Skinwalker, parece ter saído diretamente do conto <em>A Cor que Caiu do Céu</em>, um clássico do terror lovecraftiano. Com aproximadamente 207 hectares, a área é assombrada por acontecimentos inexplicáveis desde a época em que os missionários espanhóis andavam por lá.</p>



<p>Há anos, cientistas e jornalistas, como George Knapp, tentaram atribuir uma explicação científica e plausível para os eventos de Skinwalker, porém nenhum deles conseguiu contornar a palavra “sobrenatural”.</p>



<h2>O incidente dos Sherman</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/28/28202339589115.jpg" alt="(Fonte: Timber Creek Talon/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Timber Creek Talon/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>De 1934 até 1994, Kenneth e Edith Meyers foram os proprietários do rancho até venderem para o casal Terry e Gwen Sherman, cujo sonho era morar em uma casa de campo. Um dia depois de terminarem a mudança e terem estabelecido os primeiros animais, o casal foi surpreendido por uma criatura que parecia um lobo ou coiote e espreitava o curral.</p>



<p>Quando o animal atacou um bezerro e o arrastou, Terry atirou nele com uma pistola e depois com um rifle, mas isso não o parou. Por incrível que pareça, o animal seguiu seu caminho sem nem parecer ter sido atingido pelo disparo e se afastou para a floresta lentamente.</p>



<p>A partir disso, uma série de eventos estranhos começaram a acontecer: rugidos esquisitos vindo da floresta, luzes pairando e zunindo no céu durante a madrugada, com luzes azuis muito fortes sobre todo o terreno. No entanto, tudo se tornou ainda mais perturbador quando os cães de estimação surgiram incinerados certa manhã e as vacas desmembradas cirurgicamente — os membros delas foram arrumados sobre a grama como que em um quebra-cabeças.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/28/28202610947116.jpg" alt="(Fonte: IMDb/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: IMDb/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>De acordo com uma matéria do<em> Desert News</em>, datada de 1996, a família relutou muito até ceder à possibilidade de que tudo aquilo se tratava de uma ação sobrenatural. “Não era possível, simplesmente não fazia sentido para nós”, revelou Terry Sherman.</p>



<p>Após 3 meses que a matéria tinha ido ao ar, o casal vendeu o rancho para o bilionário Robert Bigelow, por US$ 200 mil. Esse homem tinha uma verdadeira obsessão por tudo que envolvia paranormalidade e ufologia – que era a teoria mais especulada pela mídia. Bigelow era tão fissurado pelo assunto que chegou a fundar o Instituto Nacional para a Ciência de Descobertas (NIDS), que era basicamente a sua versão do Arquivo X.</p>



<h2>Escavando fundo</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/28/28202831446117.jpg" alt="(Fonte: History /Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: History /Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Foi em Skinwalker que Bigelow estabeleceu a sede do NIDS e criou um sistema de vigilância de 24 horas por dia, com o intuito de capturar alguma dessas alegações paranormais. Entretanto, ele foi incapaz de coletar qualquer evidencia física que fosse significativa e pudesse embasar todo o histórico obscuro e abstrato do rancho, pois todos os equipamentos acabavam sofrendo de funcionamento ruim toda vez que algo acontecia. Eles usaram apenas as interferências repentinas, quedas de sinal e a maneira como a aparelhagem era danificada para apoiar a teoria de fenômenos paranormais.</p>



<p>Bigelow chegou a escrever o livro <em>Hunt for the Skinwalker: Science Confronts the Unexplained in a Remote Ranch in Utah</em>, no qual cientistas e pesquisadores deram seus depoimentos sobre os acontecimentos. Contudo, cerca de 3 anos depois, aparentemente frustrado por não conseguir registrar nada significativo, ele decidiu vender o rancho para um proprietário que, a princípio, não quis se identificar.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/28/28202955368118.jpg" alt="(Fonte: History/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: History/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>O acesso a Skinwalker foi totalmente bloqueado, o perímetro da propriedade foi cercado com câmeras e arames farpado, e o local renomeado para Rancho Skinwalker. Um tempo depois, Brandon Fugal, um magnata do mercado imobiliário, apresentou-se como o novo proprietário das terras. Ele decidiu escolher aquele nome para o rancho a fim de fazer uma alusão às <em>skinwalkers —</em> bruxas malignas que dominam a habilidade de se transformar em diferentes criaturas, de acordo com o folclore nativo americano da cultura navajo, muito presente naquela região do Utah.</p>



<p>Segundo a historiadora Sondra Jones, autora de <em>Being and Becoming Ute</em>, os Navajo eram considerados povos mais agressivos, pois tomavam e transformavam em escravos as pessoas da tribo de Ute. A lenda local também sugere que a disputa territorial entre as duas tribos consistia em amaldiçoar a terra uma da outra, na intenção de libertar as<em> skinwalkers</em> que lá rondavam.</p>



<p>Em contraponto, Betsy Chapoose, Diretora de Direitos Culturais e Proteção da Tribo Ute, disse que nunca chegou a ler sobre alguma maldição navajo sendo lançada sobre terras inimigas, apesar de a base histórica de cada lenda e cultura daquele povo ser muito confusa e nebulosa em geral.</p>



<h2>A condenação de anos</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/28/28203339807121.jpg" alt="(Fonte: WTAJ/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: WTAJ/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>O astrofísico e cientista de dados Dr. Travis Taylor disse em entrevista que “tudo o que acontece no Universo é normal para o Universo”, porém admite que de fato fenômenos inexplicáveis cercam o Rancho Skinwalker, apesar de ele não gostar do termo “paranormal” para descrevê-los.</p>



<p>Além disso, o rancho não é o único local onde as pessoas se queixam sobre a aparição de indícios ufológicos, pois toda a Bacia Uintah está associada a estranhos eventos há mais de 2 séculos. O professor de ciências, Joseph Hicks, falecido no início de 2020, investigou mais de 400 avistamentos de OVNIs na Bacia desde o início da década de 1950. Muitos também apontam o lugar como um ótimo sítio de experimentação governamental, exatamente por causa de seu histórico.</p>



<p>Depois que o local foi “contaminado” por um caráter de lenda urbana e notícias sensacionalistas, ficou cada vez mais difícil de conseguir estudar a terra de maneira totalmente científica e imparcial. O History Channel<em> </em>tentou fazer isso lançando uma série com uma equipe de especialistas usando termografia, drones e tecnologia a laser para examinar cada acre do rancho, mas parece que a premissa de algo mais técnico e menos fantasioso se perdeu ao longo do caminho.</p>



<p>Sendo assim, a pergunta ainda permanece: o que há de errado com o Rancho Skinwalker? Será que tudo não passa de uma invenção? Será que mais uma vez não passou de uma conspiração para que o local fosse apenas incluso em rotas turísticas e ganhasse certificações por isso? Ou será que os fenômenos são tão anômalos e diferentes que estão além de uma explicação? De qualquer forma, a pergunta inicial se refaz.</p>


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Qual é o mistério do rancho Skinwalker?

Imagem de Canneto di Caronia: a cidade que pegava fogo sozinha no megacurioso

Qual é a explicação para o mistério? Sobrenatural, científica ou conspiratória?


<p>Era meados de dezembro de 2003 em Canneto di Caronia, uma cidadela italiana localizada no norte da Sicília, na província de Messina, quando os incêndios começaram. </p>



<p>A primeira casa foi a de Antonino Pezzino, um vendedor de seguros de 43 anos, que jantava no momento em que a caixa de fusíveis se incendiou e as chamas começaram a pegar as cortinas que estavam próximas.</p>



<p>Pezzino simplesmente apagou o fogo e tirou foto da parede fuliginosa e escurecida pelo fogo. Dias depois, foi a vez do ventilador da cozinha e a televisão, que simplesmente pegaram fogo de repente. Logo, não chegou a passar 1 semana e a mobília de Pezzino foi consumida pelas chamas. Intrigado, o homem resolveu instalar uma nova fiação elétrica, imaginando que esse pudesse ser o motivo, porém os incêndios continuaram. Ele chegou a cortar a energia de sua casa por dias, mas não adiantou.</p>



<h2>Estranha combustão</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/28/28193731818096.jpg" alt="(Fonte: Revista UFO/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Revista UFO/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Por outro lado, Pezzino percebeu que não estava sozinho naquela situação, pois seus vizinhos também estavam sendo afetados pelo mesmo problema. Locais públicos e casas entravam em chamas sem motivo aparente e, devido ao apelo dos habitantes, o prefeito Pedro Spinnato foi convocado para tentar solucionar o problema.</p>



<p>Spinnato contratou dois eletricistas para testar o sistema elétrico da cidade, mas eles não conseguiram encontrar a origem das chamas. Sendo assim, o prefeito decidiu cortar a energia da usina central para que pudessem tentar identificar como o fogo estava surgindo. Por incrível que pareça, as chamas continuaram, com tomadas derretendo, móveis queimando e construções inteiras ardendo em brasa.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/28/28193911804097.jpg" alt="(Fonte: IBTimes UK/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: IBTimes UK/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Incrédulo, o prefeito convocou especialistas da ENEL (a principal empresa de energia italiana), entrou em contato com o governo estadual e a Proteção Civil. “Eu precisava de todas as instituições porque estávamos diante de um caso anormal”, revelou Spinnato.</p>



<p>Sobre Canneto di Caronia se formou uma bolha de fumaça escura, e o sons da natureza, inclusive do mar, foram substituídos pelo ruído persistente das sirenes dos carros de bombeiros, pois há 3 meses a cidade não parava de arder em chamas. Em março de 2004, as autoridades italianas já contabilizavam 92 focos de incêndios.</p>



<p>As ruas da cidade foram tomadas pelos moradores desabrigados e temerosos de acordarem em chamas. O resto de mobílias e pertences pessoais também se acumularam pelas calçadas, disputando espaço com os bombeiros exaustos que se espalhavam por bancos, esteiras e colchonetes. Canneto di Caronia viveu um cenário apocalíptico às margens do mar Tirreno.</p>



<h2>Ameaça maligna</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/28/28194212947099.jpg" alt="(Fonte: Paranorms/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Paranorms/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Não demorou muito para que o incidente ganhasse um aspecto religioso. O padre católico da igreja local afirmou que tudo aquilo se tratava de uma obra demoníaca, que o mal estava envolvendo a cidade para tentar destruir a todos. Uma turba de fiéis comprou a afirmação do padre, o que só serviu para intensificar a histeria de todos.</p>



<p>Para piorar, o padre Gabriele Amorth, um famoso exorcista, declarou que os cidadãos precisavam de uma intervenção religiosa rapidamente, pois o fogo significava a entrada do demônio por meio de qualquer tipo de magia, provocada por algum habitante. Essa alegação ofendeu o padre de Canneto: “Os habitantes são pessoas trabalhadoras que lutam todos os dias para trazer o pão a suas casas, não o satanismo”. Contudo, isso foi o suficiente para que a imprensa pudesse rotular o caso com alguma coisa.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/28/28194408667101.jpg" alt="(Fonte: Vietnam Daily/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Vietnam Daily/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Diante dessas circunstâncias, o prefeito decidiu realocar os habitantes para o Za Maria, o único hotel da cidade, localizado nos arredores de Canneto. Com as notícias dos estranhos acontecimentos ganhando os jornais, o psicólogo e escritor Massimo Polidoro, do Comitê para Investigação de Reivindicações de Pseudociências (CICAP), chegou na cidade para entrevistar os habitantes pela revista <em>The Skeptical Enquirer</em>. O homem foi atraído pelo tom sobrenatural do caso, muito embora fosse um cético em sua essência.</p>



<p>Naquela altura, químicos, engenheiros, físicos e geomagnetistas do governo já estavam com seus equipamentos em cada local da cidade, trabalhando 24 horas por dia para tentar desvendar o motivo dos incêndios. Eles interceptaram e estudaram as ferrovias, estruturas elétricas, emissão de gases vulcânicos e atividade sísmica, porém não conseguiram encontrar nenhuma pista. Até explosões de ondas magnéticas foram consideradas por um grupo de estudiosos do governo italiano, mas a pesquisa não chegou à conclusão alguma.</p>



<h2>Encontrando explicação</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/28/28194859186103.png" alt="(Fonte: Alchetron/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Alchetron/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Em abril, o grupo de pesquisa interdisciplinar da Proteção Civil da Sicília, coordenado por Francesco Venerando Mantegna, relatou uma “atividade eletromagnética anômala”, com luzes inexplicáveis e danos insólitos a um helicóptero. Os investigadores notaram também que as trancas dos carros estavam com defeito, os celulares funcionavam sem sinal de satélite e as bússolas ficavam confusas.</p>



<p>O engenheiro Francesco Valenti submeteu um estudo intitulado <em>Eventos </em><em>Eletromagnéticos Imprevisíveis</em>, que seriam causados por cargas em movimento, como um raio sem uma tempestade. Ele sugeriu que as linhas férreas fossem removidas e os sistemas elétricos consertados acima e abaixo do solo. O governo, porém, não adotou seus métodos. Sem evidências científicas suficientes, as pessoas recorreram ao sobrenatural para obter respostas.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/28/28195215205107.jpg" alt="(Fonte: The Times/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: The Times/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Em junho de 2004, os moradores de Canneto di Caronia voltaram para suas casas depois que os incêndios simplesmente pararam. Mas as pessoas já temiam o que poderia acontecer, visto que aquela região da Sicília era muito apegada às superstições. De demônios a extraterrestres, a cidade não teve mais descanso. Todos tentavam esclarecer a dúvida: o que causou os incêndios?</p>



<p>Nigel Watson, autor do livro <em>The Haynes UFO Investigations Manual</em>, afirmou que a combustão de aparelhos eletrônicos e a interferência deles estavam associadas aos avistamentos de OVNIs. Surgiu, inclusive, uma teoria de que haveria uma base subaquática a 100 km da costa da Sicília, onde o governo estudava uma nave espacial, cujo campo magnético poderia estar causando os incêndios.</p>



<h2>A conspiração de Caronia</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/28/28195442363108.jpg" alt="(Fonte: Secolo d'Italia/Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Secolo d’Italia/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Em julho de 2014, os incêndios voltaram com força total, sendo contabilizados 50 focos em um período de 18 horas. A família de Pezzino, a mais velha da cidade e que sempre esteve à frente dos noticiários, dando entrevistas ao longo dos 10 anos, foi novamente evacuada com os demais habitantes.</p>



<p>A Proteção Civil montou um novo grupo para estudar os incêndios, junto dos Ministérios da Defesa, Saúde e Meio Ambiente, e instalou câmeras de monitoramento secretas em pontos estratégicos da cidade. Mais uma vez, Canneto di Caronia dominou os jornais. “Demorou 10 anos, mas eu sabia que os incêndios não tinham partido para sempre”, declarou Antonio Pezzino.</p>



<p>Em 30 de setembro, o sistema de segurança oculto gravou Giuseppe Pezzino, o filho de 25 anos de Antonio Pezzino, ateando fogo no carro de seu tio e do seu primo durante a madrugada. Em uma outra gravação, o próprio Antonio foi visto atrás de um galpão instantes antes de o local pegar fogo.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/28/28195651990112.jpg" alt="Giuseppe Pezzino. (Fonte: Stretto Web/Reprodução)" /><figcaption>Giuseppe Pezzino. (Fonte: Stretto Web/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Através das filmagens, a polícia conseguiu identificar 40 incêndios provocados pela família Pezzino. Grampeando o telefone deles, as autoridades também gravaram conversas nas quais Antonio falava sobre aumentar os incêndios para atrair mais fama para a cidade e arrecadar mais dinheiro para seus bolsos com as entrevistas e as aparições na televisão.</p>



<p>Na manhã de 5 de março de 2015, Giuseppe Pezzino foi preso por incêndio criminoso e formação de quadrilha para cometer fraude. Giuseppe alegou que de fato os incêndios eram genuínos quando começaram em 2003, e que agora a família só queria desfrutar de novo de todo aquele sucesso e dinheiro fácil.</p>



<p>Muitos concordaram que era impossível que a família tivesse feito tudo aquilo por tanto tempo sem ser pega naquela época. No entanto, o tom sobrenatural do caso adquiriu o mesmo caráter das histórias de <em>Scooby-Doo</em> e foi contaminado pelo enredo clichê de ambição familiar de uma cidade pequena, como na versão fictícia da cidade de Pagford descrita por J.K Rowling em seu livro <em>Morte Súbita.</em></p>


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Canneto di Caronia: a cidade que pegava fogo sozinha

Imagem de 10 festivais que existem pelo mundo para homenagear os mortos no megacurioso

Toda cultura possui seus rituais para a morte; conheça alguns deles

<p><span style="background-color: transparent;">Uma coisa &eacute; ineg&aacute;vel: o ceifador far&aacute; uma visita a todos n&oacute;s. Assustadora para uns e significado de paz para outros, a morte &eacute; homenageada em s&iacute;mbolos, artes e rituais em todas as culturas do mundo.</span></p>
<p>Abaixo, selecionamos 10 eventos que acontecem em todo o globo para relembrar, venerar e homenagear o momento da passagem.</p>
<h2>1. Dia de Todos os Santos e Dia de Todas as Almas</h2>
<figure class="mt-2"><img src="http://mega.ibxk.com.br/2015/02/04/04180742762153.jpg" alt="" /></figure>
<p>Religi&otilde;es que seguem os dogmas cat&oacute;licos t&ecirc;m o primeiro e o segundo dia de novembro como sagrados. Considerado at&eacute; feriado em muitos pa&iacute;ses, eles s&atilde;o chamados de Dia de Todos os Santos e Dia de Todas as Almas (ou Finados, aqui no Brasil). As ra&iacute;zes desses eventos nasceram nos prim&oacute;rdios do catolicismo para honrar m&aacute;rtires e santos desconhecidos, bem como as almas que estariam no purgat&oacute;rio. Segundo a lenda, as almas relembradas em ora&ccedil;&otilde;es durante o dia de Finados teriam sua entrada facilitada no &ldquo;c&eacute;u&rdquo;.</p>
<h2>2. Bon Festival</h2>
<figure class="mt-2"><img src="http://mega.ibxk.com.br/2015/02/04/04180845396160.jpg" alt="" /></figure>
<p>Para honrar os antigos ancestrais, os japoneses promovem esse festival h&aacute; mais de 500 anos. De orienta&ccedil;&atilde;o budista, ele dura tr&ecirc;s dias e come&ccedil;a em 15 de agosto. Se voc&ecirc; acha que por homenagear a morte o evento &eacute; solene, voc&ecirc; est&aacute; enganado.</p>
<p>Ele envolve queima de fogos, diversos jogos, banquetes e dan&ccedil;as &mdash; como a Bon Odori, que d&aacute; as boas-vindas aos esp&iacute;ritos. O evento nasceu de uma passagem na hist&oacute;ria de Buda: um homem buscou a ajuda do Desperto para salvar sua mulher, que estava presa no &ldquo;reino dos fantasmas famintos&rdquo;; ent&atilde;o, Buda disse ao homem para homenagear os monges. No final das contas, a mulher foi solta e o homem come&ccedil;ou a dan&ccedil;ar e festejar. Assim nasceu o Bon Festival.</p>
<h2>3. Chuseok</h2>
<figure class="mt-2"><img src="http://mega.ibxk.com.br/2015/02/04/04180941416162.jpg" alt="" /></figure>
<p>S&atilde;o tr&ecirc;s dias seguidos de feriado na Coreia do Sul para agradecer os ancestrais mortos pela boa colheita. S&atilde;o realizados rituais pela manh&atilde;, banquetes por todo o dia e visitas aos t&uacute;mulos de parentes.</p>
<p>Como os japoneses, os sul-coreanos tamb&eacute;m costumam comer, dan&ccedil;ar e beber muito. Do outro lado da fronteira, na Coreia do Norte &mdash; o festival &eacute; mais antigo que a divis&atilde;o &mdash;, ele &eacute; celebrado apenas com a visita aos cemit&eacute;rios.</p>
<h2>4. Gai Jatra</h2>
<p><span data-fonte="" data-fonte-url="" class="img-fc"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/05/20/a-20184723645446.jpg" alt="a" /></span></p>
<p>Tamb&eacute;m conhecido como o Festival das Vacas, o Gai Jatra &eacute; um evento de oito dias que acontece em agosto e setembro no Nepal.</p>
<p>A homenagem &eacute; feita com uma prociss&atilde;o de vacas que passa pelo centro da cidade acompanhada por pessoas que perderam seus amados at&eacute; o ano anterior &mdash; caso uma vaca n&atilde;o seja encontrada, uma crian&ccedil;a com uma fantasia do animal j&aacute; serve.</p>
<p>Segundo o hindu&iacute;smo, as vacas s&atilde;o sagradas, e o Gai Jarta serve para ajudar as pessoas a aceitar a morte e tornar o momento da passagem mais tranquilo.</p>
<h3>5. Qingming</h3>
<figure class="mt-2"><img src="http://mega.ibxk.com.br/2015/02/04/04181121647165.jpg" alt="" /></figure>
<p>Tamb&eacute;m conhecido como Dia dos Ancestrais, o feriado nacional chin&ecirc;s &eacute; celebrado em abril desde 732 a.C. Nele, as fam&iacute;lias v&atilde;o at&eacute; o cemit&eacute;rio para limpar as l&aacute;pides e sepulturas. Al&eacute;m da pr&oacute;pria fam&iacute;lia, as pessoas homenageiam mortos em eventos hist&oacute;ricos, como o Tiananmen Square.</p>
<h2>6. Pitru Paksha</h2>
<figure class="mt-2"><img src="http://mega.ibxk.com.br/2015/02/04/04181228727166.jpg" alt="" /></figure>
<p></p>
<p>O evento &eacute; uma tradi&ccedil;&atilde;o hindu de 15 dias em que as pessoas levam coisas aos mortos em rituais di&aacute;rios feitos por padres. Se tudo for realizado corretamente, segundo a lenda, a pessoa receber&aacute; sa&uacute;de, dinheiro e a salva&ccedil;&atilde;o.</p>
<h2>7. El Dia de los Muertos</h2>
<figure class="mt-2"><img src="http://mega.ibxk.com.br/2015/02/04/04181336510167.jpg" alt="" /></figure>
<p></p>
<p>Igual ao feriado de Finados no Brasil, mas muito mais feliz: este &eacute; o El Dia de los Muertos. Todo o M&eacute;xico fica decorado com esqueletos ornamentados, principalmente os restaurantes.</p>
<p>Al&eacute;m dos mexicanos, residentes nas Filipinas e EUA costumam comemorar a data. A origem do evento vem das colheitas astecas. Hoje, &eacute; celebrado com m&aacute;scaras, fantasias, banquetas, shows e dan&ccedil;as.</p>
<h3>8. Lemuralia</h3>
<figure class="mt-2"><img src="http://mega.ibxk.com.br/2015/02/04/04181528113183.jpg" alt="" /></figure>
<p></p>
<p>Diferente de todos os eventos j&aacute; citados &mdash; que buscam celebrar ou ajudar os esp&iacute;ritos &mdash;, a Lemuralia era um festival romano feito para banir os esp&iacute;ritos mal&eacute;volos presentes em casa.</p>
<p>O procedimento para expulsar os filhotes de cramunh&atilde;o seguia assim: o dono da casa acordava &agrave; meia-noite e lavava as m&atilde;os tr&ecirc;s vezes. Ent&atilde;o, enquanto andava descal&ccedil;o pela casa, ele jogava feij&otilde;es pretos sobre os ombros por nove vezes recitando a seguinte frase: &ldquo;<em>haec ego mitto; his redimo meque meosque fabis</em>&ldquo;. Isso significa algo como: &ldquo;Eu envio estes; com estes feij&otilde;es eu redimo a mim e aos meus&rdquo;.</p>
<p>Segundo a lenda, o ritual teve in&iacute;cio com fratricida R&ocirc;mulo, que buscava agradar o esp&iacute;rito do seu irm&atilde;o g&ecirc;meo Remo.</p>
<h2>9. O Festival do Fantasma Faminto</h2>
<figure class="mt-2"><img src="http://mega.ibxk.com.br/2015/02/04/04181633665184.jpg" alt="" /></figure>
<p></p>
<p>O Hungry Ghost Festival &eacute; celebrado pelos chineses no s&eacute;timo m&ecirc;s de seu calend&aacute;rio. Acredita-se que, durante esse tempo, os esp&iacute;ritos conseguem escapar do c&iacute;rculo infernal mais baixo. Para os tao&iacute;stas e budistas, &eacute; um festival solene para diminuir o sofrimento dessas almas.</p>
<p>S&atilde;o feitas oferendas aos mortos e, durante jantares, cadeiras s&atilde;o deixadas vazias para &ldquo;eles se sentarem&rdquo;.</p>
<p>Ap&oacute;s o festival, para garantir que esses esp&iacute;ritos tenham dire&ccedil;&atilde;o para onde ir, os chineses costumam acender lanternas em forma de flores na &aacute;gua em lagos e rios. Assim, o caminho de luz guiar&aacute; as almas.</p>
<h2>10. Famadihana</h2>
<figure class="mt-2"><img src="http://mega.ibxk.com.br/2015/02/04/04181727703197.jpg" alt="" /></figure>
<p></p>
<p>Este n&atilde;o &eacute; um festival espec&iacute;fico para homenagear os mortos. Por&eacute;m, n&atilde;o deixa de ser interessante.</p>
<p>Todo inverno, as pessoas de Madagascar participam do Famadihana. N&atilde;o &eacute; nada mais que abrir as tumbas e retirar os corpos para enrol&aacute;-los em seda e carreg&aacute;-los para &ldquo;dan&ccedil;ar com a m&uacute;sica&rdquo;.</p>
<p>Seguindo a tradi&ccedil;&atilde;o, esse povo acredita que o esp&iacute;rito n&atilde;o vai para a Terra dos Ancestrais at&eacute; o corpo estar completamente decomposto. Por isso, eles fazem esse procedimento a cada 7 anos &mdash; o evento tamb&eacute;m serve para unir fam&iacute;lias distantes.&nbsp;</p>
<p><em>*Publicado originalmente em 02/11/2016</em></p>

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10 festivais que existem pelo mundo para homenagear os mortos

Imagem de Os nossos animais de estimação vão para o Céu? no megacurioso

Crenças sobre o pós-vida de pets se tornou um conceito mais aceitável dentro da sociedade a partir do século XIX


<p>A morte de um animal de estimação pode deixar marcas emocionais tão fortes quanto a perda de um outro ser humano. Para aliviar esse sentimento de luto, desde o século XIX, os donos de <a href="https://www.megacurioso.com.br/astrologia/100255-conheca-o-signo-do-seu-pet-e-saiba-como-lidar-com-sua-personalidade.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">pets</a> começaram a demonstrar uma maior tendência a acreditar na existência de um Céu onde poderiam reencontrar seus bichinhos do coração.</p>



<p>Um dos exemplos disso é o primeiro cemitério público exclusivamente para animais criado no Hyde Park, em Londres, no ano de 1881, que foi utilizado como fonte de pesquisa para um estudo abordando as relações históricas afetivas entre humanos e bichos de estimação.</p>



<h2>Parte da família</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/28/28164255614044.webp" alt="(Fonte: Eric Tourigny)" /><figcaption>(Fonte: Eric Tourigny)</figcaption></figure>



<p>Apesar dos cemitérios para animais terem se tornado um conceito comum nos dias atuais, essa visão sobre o mundo nem sempre existiu. De acordo com o historiador da Newcastle University, no Reino Unido, Eric Tourigny, apenas no início do século XX que os túmulos passaram a tratar os pets como &#8220;membros da família&#8221;.</p>



<p>Para Tourigny, os cemitérios de pets são um &#8220;prato cheio&#8221; para identificar padrões de comportamento que revelem mais sobre o passado das relações entre humanos e animais. Pensando nisso, o pesquisador analisou 1.169 lápides em quatro <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/40479-voce-sabe-qual-e-o-tamanho-do-maior-cemiterio-do-mundo-.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">cemitérios</a> britânicos, datando entre 1881 e 1993.</p>



<p>Segundo o estudo conduzido por Tourigny, com o passar das décadas, as lápides passaram a exibir mais símbolos religiosos cristãos e a ideia de que seria possível uma reunião com o animal falecido no Céu começou a ser difundida em larga escala pela sociedade.</p>



<h2>As relações entre animais e humanos</h2>



<figure class="mt-2 size-large"><img loading="lazy" width="970" height="546" src="https://mega.ibxk.com.br/sites/2/2020/10/5f9b1cb21ca72.jpeg" alt="" class="wp-image-125086" srcset="https://mega.ibxk.com.br/sites/2/2020/10/5f9b1cb21ca72.jpeg 970w, https://mega.ibxk.com.br/sites/2/2020/10/5f9b1cb21ca72-768x432.jpeg 768w" sizes="(max-width: 970px) 100vw, 970px" /><figcaption>(Fonte: Eric Tourigny)</figcaption></figure>



<p>Mesmo com a maioria dos túmulos serem destinados a cachorros, o estudo mostra que, em meados do século XX, uma maior quantidade de gatos também começaram a ser enterrados nessas locações.</p>



<p>Após a Segunda Guerra Mundial, mais pessoas em luto se referiam como &#8220;mamães&#8221; e &#8220;papais&#8221; de seus pets e a sociedade britânica passou a demonstrar menos vergonha em expressar opiniões a favor de uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/107177-eita-segundo-as-leis-da-fisica-a-vida-apos-a-morte-seria-impossivel.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">vida após a morte</a> animal. De maneira geral, as referências a reunião no Céu encontradas nas lápides quadruplicaram entre 1940 e 1950 e escalaram ainda mais a partir dos anos 1960.&nbsp;</p>



<p>Além disso, apesar dos monumentos em pedra terem diminuído de tamanho depois da Primeira Guerra Mundial, os cemitérios se tornaram maiores e mais elaborados, demonstrando a importância emocional depositada em um espaço utilizado pra que os donos possam matar a saudade de seus &#8220;entes&#8221; queridos.</p>


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