Imagem de Peste Bubônica: onde foi que tudo começou? no megacurioso

Estudos feitos com DNA antigo sugerem que doença devastadora tenha começado no que hoje é o norte do Quirguistão

A <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120550-como-uma-vila-inglesa-se-sacrificou-para-evitar-a-peste-bubonica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Peste Bub&ocirc;nica</a>, tamb&eacute;m conhecida como Peste Negra, foi uma das doen&ccedil;as mais devastadoras de todos os tempos, varreu a Eur&aacute;sia e matou dezenas de milh&otilde;es de pessoas nos meados dos anos 1300. Mesmo sendo um acontecimento t&atilde;o marcante, no entanto, algumas quest&otilde;es se mantiveram em aberto por anos e anos.
Por&eacute;m, tudo indica que a ci&ecirc;ncia tem caminhado para obter algumas respostas. Atrav&eacute;s de vest&iacute;gios de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112548-duas-pessoas-podem-ter-o-mesmo-dna.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">DNA</a> encontrados nos dentes das v&iacute;timas da peste, pesquisadores passaram a buscar por onde tudo teria come&ccedil;ado e como a doen&ccedil;a se espalhou pela Europa. Entenda!
<h2>Principais hip&oacute;teses</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/23/a-23184613216751.jpg" alt="" />(Fonte: Shutterstock)
Com o material coletado at&eacute; agora, acredita-se que a Peste Bub&ocirc;nica tenha tido in&iacute;cio na regi&atilde;o que hoje &eacute; o norte do Quirguist&atilde;o. De acordo com as descobertas publicadas na revista Nature, tudo indica que depois a doen&ccedil;a teria se espalhado para o restante da Europa por meio de rotas comerciais.
Respons&aacute;vel por matar aproximadamente entre 30 a 50% da popula&ccedil;&atilde;o da Europa, a Peste Negra acabou recebendo esse nome por conta das manchas negras que se formavam no corpo de suas v&iacute;timas. A doen&ccedil;a era conhecida por matar rapidamente e causar linfonodos bastante inchados &mdash; os famosos bub&otilde;es.&nbsp;
Entre os sintomas da peste estavam febre alta, v&ocirc;mitos, del&iacute;rio e diversos outros problemas desagrad&aacute;vel. Embora essa seja uma doen&ccedil;a que ainda pode ser contra&iacute;da nos tempos modernos, atualmente ela passou a ser facilmente trat&aacute;vel com antibi&oacute;ticos. Por fim, o aumento do saneamento b&aacute;sico e higiene global contribu&iacute;ram para que toda a situa&ccedil;&atilde;o melhorasse desde o s&eacute;culo XIV.
<h2>Solucionando o mist&eacute;rio da Peste Bub&ocirc;nica</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://pt.wikipedia.org/wiki/Peste_Negra#/media/Ficheiro:Bubonic_plague_victims-mass_grave_in_Martigues,_France_1720-1721.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/22/22022221971013.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Para desvendar de onde teria surgido o primeiro surto de Peste Negra no mundo, os pesquisadores do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, na Alemanha, passaram a confiar em diversas pistas. A principal fonte de evid&ecirc;ncia de tudo estava no corpo de tr&ecirc;s mulheres enterradas no cemit&eacute;rio de uma comunidade medieval perto do Lago Issyk Kul.&nbsp;
Nas l&aacute;pides, era poss&iacute;vel ver o ano de suas mortes: 1338 e 1339. O peda&ccedil;o de pedra tamb&eacute;m dizia que todas haviam morrido de "peste". Com isso, os pesquisadores passaram a notar que muitas outras l&aacute;pides dessa regi&atilde;o traziam essas datas com os mesmos dizeres, sete ou oito anos antes mesmo da praga chegar &agrave; Europa.
Ao fazem testes de DNA extra&iacute;do da polpa dos dentes dos cad&aacute;veres, foi poss&iacute;vel descobrir uma antiga cepa de Yersinia pestis, a bact&eacute;ria respons&aacute;vel pela Peste Negra. Al&eacute;m disso, as marmotas que vivem na regi&atilde;o atualmente t&ecirc;m pulgas que carregam uma cepa dessa bact&eacute;ria &mdash; o que est&aacute; possivelmente relacionado &agrave; vers&atilde;o antiga. Uma teoria dos pesquisadores &eacute; a de que as marmotas talvez tenham come&ccedil;ado a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118178-quais-sao-as-diferencas-entre-pandemia-epidemia-e-surto.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">epidemia</a>.
As novas descobertas tornaram a cepa encontrada no Quirguist&atilde;o a cepa "m&atilde;e" de toda a Peste Bub&ocirc;nica e dela surgiu a maioria das bact&eacute;rias da peste que ainda existem at&eacute; hoje.&nbsp;

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Peste Bubônica: onde foi que tudo começou?

Imagem de A Peste Bubônica realmente eliminou metade da população europeia? no megacurioso

Novo estudo sugere que pandemia pode ter sido menos letal do que se acredita

A <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/119673-6-fatos-para-entender-a-peste-bubonica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Peste Bub&ocirc;nica</a> &eacute; conhecida como uma das <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/110654-peste-bubonica-endemia-epidemia-ou-pandemia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pandemias mais devastadoras da hist&oacute;ria da humanidade</a>. Alguns registros estimam que entre 1347 e 1352, a peste possa ter matado cerca de 50 milh&otilde;es de pessoas no continente europeu &mdash; o que significaria uma redu&ccedil;&atilde;o de cerca de 60% da popula&ccedil;&atilde;o europeia na &eacute;poca.
Por&eacute;m, um estudo recente utilizou dados paleoecol&oacute;gicos para tentar confirmar estes n&uacute;meros. O resultado foi apresentado na Nature&nbsp;em fevereiro deste ano e pode sugerir uma nova interpreta&ccedil;&atilde;o do que realmente aconteceu. Embora seja imposs&iacute;vel saber realmente quantas pessoas morreram da peste, o estudo sugere que, enquanto alguns pa&iacute;ses europeus sofreram muito com a praga, outros <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120550-como-uma-vila-inglesa-se-sacrificou-para-evitar-a-peste-bubonica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">escaparam quase ilesos</a>.
<h2>O estudo</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/06/06104823096135.jpg" alt="" />
A pesquisa foi conduzida pelo Instituto Max Planck e avaliou os n&iacute;veis de p&oacute;len fossilizado de diferentes plantas que ficaram armazenados nas regi&otilde;es onde a peste supostamente teve maior impacto. De acordo com Adam Izdebski, historiador ambiental do Instituto, plantas diferentes criam p&oacute;len de diferentes formas, que podem ficar presos em p&acirc;ntanos ou lagos lamacentos.
Como esse p&oacute;len fica preservado por centenas de anos, &eacute; poss&iacute;vel determinar quais plantas estavam produzindo mais p&oacute;len durante a &eacute;poca da Peste Bub&ocirc;nica. O objetivo do estudo foi verificar se houve uma mudan&ccedil;a significativa nos n&iacute;veis de p&oacute;len de trigo e de outras culturas que demandam pr&aacute;ticas agr&iacute;colas.
Caso fosse notado um aumento no p&oacute;len de plantas que normalmente n&atilde;o s&atilde;o encontradas em terras agr&iacute;colas, como &aacute;rvores e arbustos, poderia indicar um alto n&uacute;mero de mortos pela praga. Com menos pessoas, as fazendas ficariam abandonadas e isso seria percebido na maneira como o ambiente responde &agrave; aus&ecirc;ncia de humanos.
&ldquo;Se um ter&ccedil;o ou metade da popula&ccedil;&atilde;o da Europa morrer dentro de alguns anos, pode-se esperar um quase colapso da paisagem cultivada&rdquo;, escreveu a equipe de Izdebski para o The Conversation.
<h2>Os resultados</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/06/06104606516129.jpg" alt="Em verde os locais com mais p&oacute;lens de culturas agr&iacute;colas e em rosa os locais onde houve um decl&iacute;nio deste tipo de p&oacute;len." />Em verde os locais com mais polens de culturas agr&iacute;colas e em rosa os locais onde houve um decl&iacute;nio deste tipo de p&oacute;len.
Foram analisadas amostras de p&oacute;len fossilizado de 261 locais em 19 pa&iacute;ses europeus. Das 21 regi&otilde;es, apenas sete tiveram uma mudan&ccedil;a dr&aacute;stica &mdash; sugerindo que l&aacute;, as pessoas morreram da praga em grande n&uacute;mero. Mas em lugares como a Catalunha, no nordeste da Espanha, e a Rep&uacute;blica Tcheca, &ldquo;n&atilde;o houve diminui&ccedil;&atilde;o percept&iacute;vel na press&atilde;o humana sobre a paisagem&rdquo;.&nbsp;
O estudo tamb&eacute;m observou que na Pol&ocirc;nia e no centro da Espanha, o &ldquo;cultivo intensivo em m&atilde;o de obra&rdquo; realmente aumentou. &ldquo;Isso significa que a mortalidade da Peste Negra n&atilde;o foi universal nem universalmente catastr&oacute;fica&rdquo;, explicaram Izdebski e seus coautores. &ldquo;Se fosse, os registros de sedimentos da paisagem da Europa diriam isso&rdquo;.
&Eacute; importante destacar que Izdebski e sua equipe n&atilde;o t&ecirc;m como fazer uma nova estimativa do n&uacute;mero aproximado de pessoas que morreram durante a Peste Bub&ocirc;nica, somente com os dados desta pesquisa. O estudo apenas sugere que a peste pode ter sido menos letal do que se acredita, e corrobora com outras pesquisas que indicam que o n&uacute;mero de mortos n&atilde;o foi igual em toda a Europa.

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A Peste Bubônica realmente eliminou metade da população europeia?

Imagem de Varíola dos macacos: tudo que se sabe sobre a doença no megacurioso

Doença tem se espalhado por diversos países, mas não deve causar os mesmos problemas que a covid-19

<head></head><body>Se você acompanha o noticiário, já deve ter ouvido falar no surto de <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/121951-monkeypox-o-medo-de-uma-nova-epidemia-de-variola.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">varíola dos macacos</a> que tem acontecido em algumas regiões do mundo. Se por um lado ela pode parecer assustadora por surgir enquanto a pandemia de <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120882-covid-19-5-duvidas-sobre-a-pandemia-que-ainda-nao-desvendamos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">covid-19</a> ainda não acabou, por outro ainda não há motivos para se preocupar.&nbsp;Por ser menos contagiosa e mais fácil de ser diagnosticada, tudo indica que não devemos ter uma nova pandemia. Mas isso não significa que a doença não merece atenção e que nós não precisamos nos cuidar. Abaixo você confere um resumo de tudo o que já se sabe sobre a varíola dos macacos, como preveni-la e como tratá-la.<h2>O que é e como começou?</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/01/01173109593378.jpg" alt="A varíola do macaco deixa erupções na pele. (Fonte: Shutterstock)">A varíola do macaco deixa erupções na pele. (Fonte: Shutterstock)A primeira coisa importante a se saber sobre a doença, é que diferente da covid-19, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119438-a-controversa-origem-da-vacina-da-variola.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">varíola</a> dos macacos já é bem conhecida pela ciência. Ela foi descoberta em 1958 em macacos de laboratório, mas o primeiro caso em humanos só foi diagnosticado em 1970, na República Democrática do Congo. Desde então a doença se tornou endêmica no continente africano.&nbsp;Ainda não se sabe exatamente como a doença começou a se espalhar pelo mundo. Até o momento, o vírus já foi registrado em pelo menos 20 países, incluindo EUA, Canadá, Israel, Europa e Brasil. Segundo um comunicado feito pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no último domingo (29), 257 casos da doença já foram confirmados e outros 120 casos suspeitos estão sendo investigados. Nenhuma morte foi relatada até o momento.&nbsp;<h2>Sintomas, contágio e prevenção</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/01/01094501790033.jpg" alt="Prevenção contra o vírus. (Fonte: Shutterstock)">Prevenção contra o vírus. (Fonte: Shutterstock)Os sintomas iniciais da varíola dos macacos são semelhantes aos da gripe e incluem febre, fadiga, dor de cabeça e gânglios inchados, calafrios e dores no corpo. Depois de 3 a 4 dias dos primeiros sintomas, o paciente passa a ter uma erupção cutânea (no rosto e depois em outras partes do corpo) antes que elas comecem a cair. A doença costuma durar de 2 a 4 semanas.Normalmente, a varíola dos macacos ocorre em pessoas que tiveram contato com animais infectados. Pode ocorrer após uma mordida ou arranhão, ou após o consumo de carne animal mal cozida. Entre pessoas o contágio costuma acontecer principalmente por contato direto. Com menos frequência, por meio de contato indireto (manuseio as roupas de uma pessoa infectada) ou pela inalação de gotículas respiratórias, também é possível que aconteça o contágio.A boa notícia é que a doença só é transmitida de pessoa para pessoa, depois que o paciente já apresenta os primeiros sintomas, sendo mais fácil de evitar o contato em comparação com a covid-19. A prevenção acontece principalmente evitando o contato direto com os pacientes. Caso você tenha algum caso na sua família, use máscara e luvas, lave regularmente as mãos e pratique o distanciamento físico quando possível.<h2>Tratamento, recuperação e prevenção</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/01/01171507546355.jpg" alt="Teste do vírus da varíola do macaco. (Fonte: Shutterstock)">Teste do vírus da varíola do macaco. (Fonte: Shutterstock)Aqui temos mais uma notícia positiva. Além de já ser bem conhecida, a doença tem uma baixa taxa de letalidade (cerca de 1% dos casos), sendo mais grave em crianças, grávidas ou pessoas com imunossupressão. O tratamento consiste basicamente de repouso, beber muita água e o uso de antivirais, visto que a doença costuma ser leve e os pacientes se recuperam em poucas semanas.&nbsp;Porém, como toda a doença ela exige atenção e cuidado, uma vez que pode evoluir para um quadro mais grave e, em alguns casos, levar a óbito. Segundo Viviane Botosso, diretora do Laboratório de Virologia do Butantan, “Apesar de ser uma doença autolimitante, que tende a se curar sozinha, e muito menos grave do que a varíola, pacientes imunocomprometidos e crianças podem desenvolver doenças mais graves e isso pode acarretar problemas de saúde pública”.Pessoas que já foram vacinadas contra a varíola humana (erradicada em 1980) podem ter uma proteção de até 85% para a varíola dos macacos. Isso acontece porque os vírus pertencem a uma mesma família e compartilham material genético. “As pessoas vacinadas contra varíola têm anticorpos que protegem contra a monkeypox, o que não sabemos é se isso dura até hoje porque são mais de 40 anos”, concluiu Botosso.</body>

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Varíola dos macacos: tudo que se sabe sobre a doença

Imagem de Desde 2014, doença misteriosa parecida com a polio preocupa os médicos no megacurioso

Até o momento, foram 682 casos confirmados em pacientes com faixa etária entre 4 e 18 anos

<head></head><body>Foi em meados de 2012 que os médicos do Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos começaram a ficar preocupados com uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-e-beleza/95834-7-doencas-incomuns-que-ja-apareceram-aqui-no-mega-curioso.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">doença</a> misteriosa que surgiu em surtos em várias regiões do mundo, afetando as crianças com sintomas similares ao da temida <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/121961-incidente-de-cutter-quando-a-vacina-da-polio-causou-mortes-e-doencas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">poliomielite</a>.A princípio, aqueles afetados pela doença apresentaram fraqueza nos músculos dos braços, pernas e da face, evoluindo para um quadro de paralisia das extremidades do corpo, como os dedos; então afetando os músculos pulmonares a ponto de tornar a respiração um desafio.Os cientistas compararam os sintomas com a polio, o vírus do Nilo Ocidental e até o adenovírus, mas essas doenças virais que atacam o sistema nervoso não responderam a testes suficientes.<h2>Um problema silencioso</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/24/24125210920281.jpg" alt="(Fonte: Ilana Panich-Linsman/Time/Reprodução)">(Fonte: Ilana Panich-Linsman/Time/Reprodução)O CDC conseguiu determinar que a doença é uma infecção causada por um enterovírus, responsável por doenças frequentes em crianças, e a chamou Mielite Flácida Aguda (AFM). Em 2018, a agência lançou uma campanha de divulgação sobre a doença para que as pessoas se conscientizassem e estivessem cientes dos sintomas para que o CDC pudesse coletar mais informações para tentar, ao menos, rastrear o AFM a uma fonte viral.“Não determinamos qual o patógeno ou resposta imune causa a fraqueza e paralisia do braço ou da perna na maioria dos pacientes. Não sabemos quem pode estar em maior risco de desenvolver AFM, tampouco as razões pelas quais podem estar em risco”, disse Nancy Massonnier, diretora do Centro Nacional de Imunização e Doenças Respiratórios do CDC, em matéria da&nbsp;Popular Science.Eles simplesmente não entendem completamente quais são as consequências da doença a longo prazo, apenas que alguns pacientes diagnosticados e acompanhados por eles se recuperaram rapidamente. No entanto, outros continuam com paralisia e precisam de cuidados contínuos.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/24/24125316139286.jpg" alt="(Fonte: ABC7 San Francisco/Reprodução)">(Fonte: ABC7 San Francisco/Reprodução)O esforço de encontrar a fonte da doença também vêm do fato de que não existe nenhum teste sensível ou específico para detectá-la, e o diagnóstico depende apenas da identificação de várias características clínicas, como de neuroimagem e do líquido cefalorraquidiano.O CDC estima que a idade média dos pacientes com AFM é entre 4 e 18 anos, com 90% dos casos documentados ocorrendo entre essa faixa de idade. Desde que a doença começou a ser rastreada, em agosto de 2014, houve 682 casos confirmados, com índice de aumento entre 2016 e 2018, geralmente no final do verão e início do outono.Para Massonnier, esses picos indicam que existe um único agente causador da doença, tornando a busca desenfreada para descobrir qual é, ainda mais frustrante. Apesar disso tudo, a AFM é uma doença considerada rara. As chances de uma criança contraí-la são inferiores a um em um milhão, porém isso não significa que os olhos devam ser fechados para o quão preocupante ela é.</body>

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Desde 2014, doença misteriosa parecida com a polio preocupa os médicos

Imagem de Incidente de Cutter: quando a vacina da polio causou mortes e doenças no megacurioso

Em 1955, devido a um erro fatal da fabricante do imunizante, as vacinas quase foram proibidas pelo governo pela primeira vez na História

<head></head><body>Em 95% dos casos em que as pessoas são infectadas pelo vírus causador da poliomielite, elas não sabem que foram, tornando a doença ainda mais perigosa, devido ao seu alto nível de transmissibilidade.A outra porcentagem pode desenvolver febre, dor de garganta, dor de estômago e sintomas semelhantes aos de gripe; mas também podem sofrer de paralisia, rigidez nas costas ou pernas e sensibilidade aumentada. Os sintomas graves, inclusive que podem levar à perda dos movimentos das pernas, costumam aumentar conforme a idade do <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120882-covid-19-5-duvidas-sobre-a-pandemia-que-ainda-nao-desvendamos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">infectado</a>.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/18/18101947974112.jpg" alt="(Fonte: CBS News/Reprodução)">(Fonte: CBS News/Reprodução)Causada pelo Poliovírus, que vive na garganta e no trato intestinal humano, a doença é disseminada por exposição a fezes infectadas devido às más práticas de saneamento ou secreções eliminadas pela boca de pessoas infectadas, e apareceu na forma de surto em meados de 1868, em Oslo, na Noruega.Treze anos depois, vários casos foram detectados no norte da Suécia, e na mesma época surgiram relatos que a doença causava paralisia infantil e era altamente transmissível. Mas demorou até 1952 para que o mundo enfrentasse o pior surto de poliomielite, com 58 mil casos só naquele ano, dos quais 3.145 pessoas morreram e 21.259 ficaram com paralisia leve a incapacitante.<h2>Um grande problema</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/18/18102223052118.jpg" alt="(Fonte: NBC News/Reprodução)">(Fonte: NBC News/Reprodução)Com as pessoas encarando a doença como uma verdadeira praga, principalmente aqueles que moravam nas áreas urbanas e temiam a chegada dos verões, os órgãos de saúde deram início a uma corrida contra o tempo para formular uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119390-voce-sabe-como-surgiram-as-vacinas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vacina&nbsp;</a>que fosse efetiva contra a poliomielite.Em 12 de abril de 1955, após ser aprovada pelo Food And Drug Administration (FDA), mais de 200 mil crianças em cinco estados do oeste e centro-oeste americanos, receberam pela primeira vez a dose da vacina, feita através do processo de inativação do vírus vivo.No entanto, dias depois, relatos de paralisia surgiram entre crianças vacinadas, e um mês depois, o governo abandonou a campanha de <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/119932-voce-sabe-como-as-vacinas-funcionam.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vacinação</a> em massa quando mais de 40 mil casos de polio foram documentados, dos quais 200 deixaram graus variados de paralisia, e 10 causaram óbito.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/18/18102338021121.jpg" alt="(Fonte: National Geographic/Reprodução)">(Fonte: National Geographic/Reprodução)O motivo foi uma falha catastrófica na produção do imunizante, fabricado pela empresa Cutter Laboratories, especificamente no processo de inativação do vírus. A empresa acabou produzindo 120 mil doses da vacina da polio que continha o vírus vivo, não inativado.O caso ficou conhecido como o Incidente de Cutter, um dos piores desastres farmacêuticos da história americana, com a empresa fabricante tendo que lidar com centenas de processos judiciais, tanto do Estado, quanto daqueles que tiveram suas vidas afetadas pelo erro.&nbsp;As demais empresas que produziram a vacina em 1955 — Eli Lilly, Parke-Davis, Wyeth e Pitman-Moore — também encontraram dificuldade em inativar completamente o vírus naquela época, sendo que três delas acabaram processadas por isso.<h2>Erro em duas partes</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Cincinnati Enquirer&nbsp;" data-fonte-url="https://www.cincinnati.com/story/news/2019/05/10/our-history-albert-sabin-jonas-salk-competed-for-safest-polio-vaccine/1140590001/"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/18/18102422880123.jpg" alt="(Fonte: Cincinnati Enquirer/Reprodução)">(Fonte: Cincinnati Enquirer/Reprodução)Em seu livro The Cutter Incident, o pediatra e defensor da vacinação, Paul Offit, coloca o que aconteceu com a Cutter no contexto da luta da ciência médica contra a polio e outras doenças infecciosas ao longo do século XX.Fazendo uma análise de todo o incidente, Offit chega à conclusão de que o governo federal, através da agência reguladora de vacinas, foi o principal culpado pela tragédia. Isso porque a Cutter apresentou falta de experiência e perícia, critérios que não foram detectados pelos inspetores, acabando por causar o desastre. Isso já não aconteceu no caso das três empresas maiores que produziram a vacina de maneira segura ao inativar o vírus em formaldeído e seguindo o protocolo Vacina Poliovírus Inativada (IPV/Salk), desenvolvido por Jonas Salk.O Incidente de Cutter levou à substituição da vacina tipo Salk pela cepa atenuada de Sabin, a VOP, imunizante composto pelos três vírus atenuados causadores da poliomielite. E, apesar de a vantagem de ser administrada por via oral e proporcionar uma "imunidade de contato", ela causou a doença em 6 a 8 crianças todos os anos entre as décadas de 1980 e 1990, porque o vírus acabava sendo reativado em sua passagem pelo intestino.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/18/18105013963147.jpg" alt="(Fonte: DW/Reprodução)">(Fonte: DW/Reprodução)Foi por isso que a vacina Salk modificada foi reintroduzida e se tornou extremamente segura e responsável pela diminuição dos casos no mundo inteiro até hoje. O legado do Incidente de Cutter se tornou ambivalente, criando a percepção ao público de que a ciência e as vacinas eram perigosas, estando no centro de ações judiciais, fazendo o governo quase proibir uma vacina pela primeira vez na História; ao passo que também serviu para promover à efetiva regulamentação federal de imunizantes, que hoje possuem um histórico de segurança incomparável por qualquer outro tipo de produto médico.Desde o século passado, as vacinas reduziram a incidência de doenças infecciosas que historicamente mataram centenas de milhões de pessoas, contribuindo para maior expectativa de vida, que subiu de 47 para 80 anos nos países desenvolvidos.Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a vacinação evita que 2 a 3 milhões de pessoas morram a cada ano. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA emitiu um relatório indicando que, entre 1994 a 2013, as vacinas evitaram 322 milhões de doenças, 21 milhões de hospitalizações e 732 mil mortes prematuras; economizando US$ 295 bilhões em custos médicos e US$ 1,38 trilhão em custos sociais.Ainda assim, a OMS estima que 23 milhões de crianças menores de 1 ano <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/121431-poliomielite-baixa-vacinacao-traz-novos-casos-e-sinal-de-alerta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">não recebam as vacinas básicas</a>, o maior número desde 2009. Em 2020, o número de crianças completamente não vacinadas aumentou em 3,4 milhões, refletindo os problemas de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117590-negacionismo-falta-de-conhecimento-ou-resposta-instintiva-ao-medo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">negacionismo</a> cada vez maiores em um cenário dominado por notícias falsas e extremismo político e ideológico.</body>

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Incidente de Cutter: quando a vacina da polio causou mortes e doenças

Imagem de Vírus: entenda o que são o porque precisamos deles no megacurioso

Os vírus dividem este planeta com a humanidade e eliminá-los da Terra seria um erro, além de impossível, é claro

<head></head><body>Desde o final do ano de 2019, a humanidade passou a olhar de forma amedrontada para os vírus. É verdade que nós sempre soubemos da existência deles. Também é verdade que eles já haviam nos assustado antes, como na <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/121028-vacina-contra-hiv-comeca-a-ser-testada-em-humanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">epidemia de Aids</a> no final do século passado.Contudo, a pandemia de covid-19 nos relembrou do poder mortal que esses seres têm e de como eles podem transformar a vida da humanidade, espécie que pensa comandar o planeta, &nbsp;em um piscar de olhos. Mas será que eles só existem para nos fazer mal?<h2>Ruim com eles, pior sem eles</h2>A verdade é que os vírus fazem partem do equilíbrio do ecossistema do planeta. Sem eles, a humanidade não duraria muito tempo — e a maioria dos vírus não causa doenças aos humanos.&nbsp;Contudo, eles fazem com que fungos, plantas e animais consigam viver de forma mais harmônica. Um exemplo disso é o controle populacional dos seres vivos, como as bactérias.Cerca de 40% da mortalidade das bactérias é causada por vírus. Sendo assim, bactérias que causariam doenças a plantas e animais são eliminadas, dando lugar a vírus inofensivos a essas espécies, por exemplo. Sem os vírus, as bactérias reinariam soberanas no planeta.&nbsp;Além disso, os vírus estão presentes no organismo de seres vivos, como o nosso. Um estudo da universidade de Tóquio, publicado em 2020, identificou a presença de vírus em vários tecidos humanos — e os pesquisadores não identificaram nenhuma patologia.<h2>Vírus: o que eles são?</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/04/19/19155630207421.jpg" alt="Fonte: Shutterstock">Fonte: ShutterstockA primeira palavra que podemos usar para definir um vírus é “parasita”. Mas eles não são parasitas por opção. Eles não têm outra escolha. Os vírus não conseguem produzir proteínas — e as proteínas são usadas pelos seres vivos para criar tecidos, órgãos, obter energia etc.Isso porque os vírus não têm uma estrutura que está presente nas células animais e vegetais: os ribossomos. Sem os próprios ribossomos, resta ao vírus parasitar organismos alheios e, assim, conseguir ter acesso aos preciosos ribossomos dos outros.Aliás, a simplicidade da estrutura dos vírus nos impede de afirmar que eles sejam seres vivos, já que eles não têm uma estrutura celular. Os vírus são compostos por um ácido nucleico (DNA ou RNA) e uma cápsula que encobre esse ácido chamada de capsídeo.A diversidade de vírus impressiona. Eles têm uma variedade muito maior do que a dos animais, vegetais e <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/121443-6-doencas-causadas-por-bacterias.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bactérias</a>, e a humanidade está longe, mas muito longe, de catalogar a maioria deles.</body>

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Vírus: entenda o que são o porque precisamos deles

Imagem de Poliomielite: baixa vacinação traz novos casos e sinal de alerta no megacurioso

A poliomielite está erradicada no Brasil, mas a pouca adesão vacinal pode significar a volta da doença

No m&ecirc;s de fevereiro, autoridades sanit&aacute;rias do Malawi, pa&iacute;s na &Aacute;frica Oriental, confirmaram o primeiro caso de poliomielite por poliov&iacute;rus selvagem depois de mais de 5 anos sem ocorr&ecirc;ncia da doen&ccedil;a na &Aacute;frica. Apesar de estar erradicada no Brasil, a p&oacute;lio pode voltar a circular no pa&iacute;s por conta da pouca ades&atilde;o vacinal.
Essa informa&ccedil;&atilde;o foi revelada em uma entrevista de&nbsp;O Globo feita com o infectologista Gerson Salvador, do Hospital Universit&aacute;rio da Universidade de S&atilde;o Paulo (USP), que fez um grande alerta com rela&ccedil;&atilde;o &agrave; taxa de cobertura vacinal atual no Brasil.&nbsp;
At&eacute; 2015, a cobertura vacinal contra a doen&ccedil;a no pa&iacute;s era pr&oacute;xima de 100%, mas a partir do ano de 2016 essa realidade mudou. De acordo com dados do Programa Nacional de Imuniza&ccedil;&otilde;es (PNI), em 2020, o &iacute;ndice chegou a 76%. Mas h&aacute; uma disparidade nos &iacute;ndices de cada regi&atilde;o brasileira, a taxa mais baixa do pa&iacute;s &eacute; registrada no Nordeste, onde somente 54% das crian&ccedil;as fizeram o ciclo de imuniza&ccedil;&atilde;o completo.
A apreens&atilde;o &eacute; ainda maior com o avan&ccedil;o do v&iacute;rus. Neste m&ecirc;s, foi registrado uma ocorr&ecirc;ncia de p&oacute;lio em Israel, pa&iacute;s que h&aacute; 3 d&eacute;cadas n&atilde;o tinha casos da doen&ccedil;a. De acordo com a imprensa israelense, a crian&ccedil;a de 4 anos n&atilde;o estava vacinada.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/10/10081033277011.jpg" alt="A poliomielite s&oacute; foi declarada como um problema de sa&uacute;de p&uacute;blica a partir do s&eacute;culo XIX. (Fonte: Pexels / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />A poliomielite s&oacute; foi declarada como um problema de sa&uacute;de p&uacute;blica a partir do s&eacute;culo XIX. (Fonte: Pexels / Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<h2 class="uk-text-justify">O que &eacute; a poliomielite?</h2>
A <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/108686-por-que-e-importante-vacinar-contra-a-poliomielite-e-o-sarampo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">poliomielite</a>, tamb&eacute;m chamada de &ldquo;paralisia infantil&rdquo;, &eacute; uma doen&ccedil;a infectocontagiosa ocasionada pelo poliov&iacute;rus, que se aloja no intestino. A transmiss&atilde;o se d&aacute; pelo contato com fezes, alimentos e &aacute;gua contaminados. Tamb&eacute;m no expelir de secre&ccedil;&otilde;es da garganta, tosse ou espirro.
&Eacute; causada por tr&ecirc;s tipos de poliov&iacute;rus (I, II e III) e manifesta, na grande maioria dos casos, infec&ccedil;&otilde;es ou quadro febril. Em situa&ccedil;&otilde;es mais graves, a doen&ccedil;a pode ocasionar meningite ass&eacute;ptica, paralisia ou &oacute;bito.
<h2 class="uk-text-justify">Como tudo come&ccedil;ou</h2>
As primeiras <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121236-5-casos-de-histeria-coletiva-completamente-bizarros.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">epidemias</a> de poliomielite surgiram na forma de surtos em Oslo (Noruega), em 1868, com 14 ocorr&ecirc;ncias, e no norte da Su&eacute;cia em 1881, com 13 casos. Outra epidemia significativa, com 132 casos comprovados, aconteceu em 1894, em Vermont, um estado americano.
Em 1905, houve na Su&eacute;cia outra incid&ecirc;ncia de poliomielite, com uma epidemia ainda mais significativa, com 1031 pessoas sendo atingidas. Nessa mesma &eacute;poca, Ivar Wickman, m&eacute;dico-epid&ecirc;mico que buscava um ant&iacute;geno para a doen&ccedil;a, compreendeu que pacientes mesmo sem condi&ccedil;&otilde;es paral&iacute;ticas poderiam transmitir o v&iacute;rus.
Mas foi em meio a uma epidemia de 3840 ocorr&ecirc;ncias, em 1911, que conseguiram recuperar o v&iacute;rus de portadores saud&aacute;veis e de pacientes paral&iacute;ticos para estudar mais a fundo a doen&ccedil;a.
&Eacute; nesse contexto que o profissional da <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sa&uacute;de</a> Carl Kling identificou o v&iacute;rus da p&oacute;lio instalado na garganta das v&iacute;timas e tamb&eacute;m no intestino delgado. Essa descoberta permitiu entender que as pessoas estavam se tornando imunes por conta de infec&ccedil;&otilde;es assintom&aacute;ticas anteriores e n&atilde;o porque houve uma recupera&ccedil;&atilde;o da doen&ccedil;a em seu estado sintom&aacute;tico.
<h2 class="uk-text-justify">Mais casos</h2>
Em 1916, em Pigtown, bairro de imigrantes localizado no Brooklyn (Nova York), fam&iacute;lias come&ccedil;aram a relatar para m&eacute;dicos e padres locais a dificuldade do filho em segurar a mamadeira ou controlar as pernas, que pareciam &ldquo;moles&rdquo;.
Dias ap&oacute;s as queixas, vieram as primeiras mortes, e investigadores do departamento de Sa&uacute;de foram convocados para Pigtown para inspecionar cada caso. Os ind&iacute;cios apontavam para &ldquo;p&oacute;lio&rdquo;.
&Agrave; medida que a doen&ccedil;a era disseminada no Brooklyn, as demais regi&otilde;es fechavam suas fronteiras, utilizando for&ccedil;as policiais armadas para patrulhar esta&ccedil;&otilde;es de trem e estradas. Esse cen&aacute;rio durou at&eacute; outubro de 1916, fazendo 6 mil v&iacute;timas e deixando 27 mil pessoas paralisadas.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/10/10094439665068.jpg" alt="Em 1994 o Brasil recebeu o Certificado de Erradica&ccedil;&atilde;o da Transmiss&atilde;o Aut&oacute;ctone do Poliov&iacute;rus Selvagem nas Am&eacute;ricas. (Fonte: Pexels/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Em 1994, o Brasil recebeu o Certificado de Erradica&ccedil;&atilde;o da Transmiss&atilde;o Aut&oacute;ctone do Poliov&iacute;rus Selvagem nas Am&eacute;ricas. (Fonte: Pexels/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<h2 class="uk-text-justify">A doen&ccedil;a mais temida na &eacute;poca</h2>
Em meados das d&eacute;cadas de 1940 e 1950, a poliomielite se tornou a doen&ccedil;a mais temida da Europa Ocidental e da Am&eacute;rica do Norte, com ocorr&ecirc;ncias quase anuais. Em seu pico de exist&ecirc;ncia, em 1952, foram documentados cerca de 21 mil casos.
As crian&ccedil;as foram impedidas de frequentar piscinas, cinemas e outros locais de aglomera&ccedil;&otilde;es onde poderiam ter contato com o v&iacute;rus. At&eacute; que, em 1955, foi anunciada uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/119932-voce-sabe-como-as-vacinas-funcionam.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vacina</a> eficaz.
<h2 class="uk-text-justify">Surgimento no Brasil</h2>
Os primeiros relatos de casos de poliomielite no Brasil ocorreram em 1911, na cidade de S&atilde;o Paulo, foi nesse ano tamb&eacute;m que aconteceu o 1&deg; surto. Em 1971, foi estabelecido o Plano Nacional de Controle da Poliomielite (PNCP), uma estrat&eacute;gia de vacina&ccedil;&atilde;o em massa, a qual permitiu que futuramente a doen&ccedil;a fosse erradicada no pa&iacute;s.
Os &uacute;ltimos casos de isolamento foram registrados em 1989 ap&oacute;s campanhas vacinais, conscientiza&ccedil;&atilde;o e vigil&acirc;ncia epidemiol&oacute;gica. No ano de 1991, foi apontado a &uacute;ltima ocorr&ecirc;ncia nas Am&eacute;ricas, mais especificamente no Peru.
<h2 class="uk-text-justify">O cen&aacute;rio atual</h2>
A doen&ccedil;a est&aacute; erradicada em grande parte dos pa&iacute;ses, com casos espor&aacute;dicos na &Aacute;sia e &Aacute;frica, mas o cen&aacute;rio atual preocupa especialistas e deixa o Brasil na lista de &ldquo;alto risco&rdquo; na volta da p&oacute;lio.&nbsp;
Tudo porque o esquema vacinal dos brasileiros est&aacute; bem abaixo do considerado &ldquo;aceit&aacute;vel&rdquo; pelo Minist&eacute;rio de Sa&uacute;de.&nbsp;Apesar de serem casos distantes do Brasil, a pandemia do <a href="https://www.megacurioso.com.br/coronavirus/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">coronav&iacute;rus</a> &eacute; uma prova de que eles devem ser motivos de aten&ccedil;&atilde;o e mudan&ccedil;a de cen&aacute;rio.

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Poliomielite: baixa vacinação provoca novos casos e sinal de alerta

Imagem de História do movimento antivacina foi da liberdade ao negacionismo no megacurioso

Movimentos antivacina surgiram no século XIX, mas sua força e popularidade cresceram mesmo no século XX

<head></head><body>A pandemia do novo coronavírus trouxe aos holofotes um grupo que, não se engane, é antigo na arte de questionar a ciência — e passar vergonha por conta disso. Os primeiros relatos sobre o movimento antivacina remontam à Inglaterra do século XIX.Àquela época, o governo havia ordenado que a vacina contra a varíola fosse aplicada a toda a população. Houve, é claro, uma rebelião popular, que via exagero dos governantes em exigir a vacinação, enquanto alguns temiam que a vacina fosse perigosa e estivessem sendo utilizados como cobaias.Pode parecer piada, mas o <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120221-5-pessoas-que-foram-antivacina-ao-longo-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">movimento antivacina</a> surgiu no mesmo instante que a primeira vacina foi criada. Historiadores apontam que a responsabilidade disso é dos próprios governantes, que tiveram dificuldades de se comunicar apropriadamente com a população.<h2>A origem libertária do movimento antivacina</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/07/07110310480114.jpg" alt="Obra &quot;A primeira vacinação de Edward Jenner&quot; (Fonte: Melingue Gaston/The Economist)">Obra "A primeira vacinação de Edward Jenner" (Fonte: Melingue Gaston/The Economist)O conceito que conhecemos até hoje de vacinação se originou com uma prática chamada de inoculação. Muito difundida no Oriente Médio e na China, a inoculação chegou à Europa no século XVIII. Resumidamente, médicos inoculavam uma quantidade controlada de varíola nos pacientes, de modo que seu organismo desenvolvesse resposta ao vírus.&nbsp;O método era eficaz, ainda que fosse perigoso para o paciente e para a população, afinal essa inoculação ainda era contagiosa. A solução veio quando, em 1790, Edward Jenner desenvolveu uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120934-conheca-6-mitos-sobre-as-vacinas-que-devem-ser-combatidos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vacina</a> para a varíola, ao perceber que pessoas que contraíram a forma bovina da doença eram imunes ao vírus que acometia humanos. Por sinal, a palavra "vacina" se origina da forma latina para vaca.Em 1853, a vacinação tornou-se obrigatória, o que levou ao surgimento de um movimento antivacinação organizado. Historiadores afirmam, porém, que neste caso, o movimento tinha menos apelo negacionista e mais libertário, já que a população acreditava que não deveria ser imposta pelo governo a maneira como cada cidadão cuidava de sua saúde.Isso, no entanto, não significa dizer que não existiam preocupações de cunho religioso ou ideológico, apenas que a resistência da população surge e se manifesta de diferentes formas.<h2>Negacionismo foi importado pela Inglaterra</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The Historical Medical Library of The College of Physicians of Philadelphia/The Atlantic&nbsp;" data-fonte-url="https://cdn.theatlantic.com/thumbor/Ql0ePIy_nesFbn_p1Aq-EAyUqN8=/0x76:1093x691/976x549/media/img/mt/2015/07/antivaccination/original.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/07/07105947651109.jpg" alt="(Fonte: The Historical Medical Library/The Atlantic)">(Fonte: The Historical Medical Library/The Atlantic)Os inúmeros protestos que tomaram cidades inglesas se tornaram, em algum momento no final do século XIX, um dos principais produtos de exportação da Inglaterra. Mesmo com a eficácia da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119438-a-controversa-origem-da-vacina-da-variola.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vacina da varíola</a>, que fez recuar em 50% a taxa de mortalidade entre crianças, os ativistas antivacinas se organizaram e espalharam a mensagem pela Europa, iniciando pela França. Mas foi atravessando os oceanos que os movimentos contrários à vacinação ganharam maior relevância.Comitiva de ativistas saíram do Reino Unido e foram até os Estados Unidos, onde disseminaram dúvidas a respeito da vacina. É neste momento que a roupagem deixa de ser somente libertária e assume a vergonhosa capa de negacionista. Isso persiste por quase toda a segunda metade do século XIX.Já na entrada do século XX, há uma considerável diminuição na relevância do agrupamento. Governantes foram, pouco a pouco, deixando a obrigatoriedade de vacinação de lado. Sem ter contra o que lutar, afinal você poderia escolher se tomaria ou não a vacina, os antivacinas quase somem. Este também foi um período de fortalecimento da confiança pública na medicina como ciência, com o crescimento dos serviços públicos de saúde e o consequente aumento da qualidade de vida das populações graças às medidas tomadas neste âmbito.<h2>Segunda metade do século XX viu reacender movimento antivacina</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/07/07110058558112.jpg" alt="(Fonte: Sasha Krasutska/Coda Story)">(Fonte: Sasha Krasutska/Coda Story)Apesar dos bons resultados das políticas de saúde pública em todo o mundo, a pesquisa científica passou por controversos episódios, como o <a href="https://www.megacurioso.com.br/policia/89519-4-falcatruas-escandalosas-que-foram-expostas-ao-longo-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">experimento Tuskegee</a>, que, mesmo com tratamento para a sífilis, permitiu que homens negros contaminados morressem para executarem seus estudos nos anos 1940.A imprensa, infelizmente, também contribuiu para o reavivamento destes grupos negacionistas, especialmente quando deu publicidade a estudos controversos e a pesquisadores que propagavam boatos ligando vacinas ao surgimento de doenças. Todas essas atitudes contribuem para certo descrédito público com as vacinas, e o distanciamento entre pesquisa e público parece ter aumentado ainda mais.Em um cenário com tantos países sem sistema público de saúde, ganhou peso, ainda, a ideia de que laboratórios de pesquisa estariam interessados apenas em aumentar seus lucros, criando falsas doenças e utilizando cidadãos como cobaias. Esse cenário ficou evidente com a pandemia de <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120882-covid-19-5-duvidas-sobre-a-pandemia-que-ainda-nao-desvendamos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">covid-19</a> e o movimento de países em tornar a vacinação obrigatória. Talvez, o que a história ensine, é que essa confiança precisa ser conquistada, e uma maneira eficaz seria maior investimento em programas de saúde pública.</body>

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História do movimento antivacina foi da liberdade ao negacionismo

Imagem de O que fazer com suas máscaras de tecido velhas? no megacurioso

Em 2 anos de pandemia, muita gente acumulou máscaras de tecido desgastadas em casa; se esse é o seu caso, saiba o que é possível fazer com elas

J&aacute; enfrentamos 2 anos de pandemia de&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/coronavirus" rel="noopener noreferrer" target="_blank">covid-19</a>, e se tem um assunto sobre o qual aparentemente entendemos bem s&atilde;o as m&aacute;scaras. No in&iacute;cio de 2020, as <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120926-usar-mascara-te-protege-se-ninguem-mais-estiver-usando-uma.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">m&aacute;scaras</a>&nbsp;de tecido foram declaradas pelos &oacute;rg&atilde;os de sa&uacute;de como a preven&ccedil;&atilde;o mais f&aacute;cil e eficaz contra o coronav&iacute;rus &mdash; fora o isolamento. Mas, com o avan&ccedil;ar das pesquisas, descobriu-se que elas n&atilde;o s&atilde;o t&atilde;o seguras quanto algumas op&ccedil;&otilde;es descart&aacute;veis &mdash; em alguns casos, elas poderiam filtrar apenas 5% dos aeross&oacute;is vindos de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/36663-descubra-o-que-seus-espirros-dizem-sobre-voce.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">espirros</a>.
Pesquisadores orientam que as melhores m&aacute;scaras&nbsp;para garantir a prote&ccedil;&atilde;o s&atilde;o as de modelo <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/219468-diferenca-entre-mascaras-pff2-n95.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">PFF2 e N95</a>: ambas garantem a filtragem de at&eacute; 95% das part&iacute;culas suspensas no ar, al&eacute;m de vedarem muito bem a boca e o nariz. Ent&atilde;o, se essas m&aacute;scaras s&atilde;o mais eficientes, o que fazer com aquela grande quantidade de modelos de pano que foram comprados ou costurados no in&iacute;cio da pandemia de covid-19?
Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120930-parosmia-a-terrivel-sequela-da-covid-19.htm" target="_blank">Parosmia: a terr&iacute;vel sequela da covid-19</a>
<h2>A dificuldade na reciclagem de tecidos</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/02/22/22203819990579.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
Muita gente que se preocupa com o meio ambiente j&aacute; se perguntou qual seria o melhor destino dessas m&aacute;scaras, uma vez que a quantidade de tecido usada nelas &eacute; grande. Estima-se que, apenas em 2020, os moradores da cidade de S&atilde;o Paulo (SP) tenham utilizado tantos metros de tecido que seria poss&iacute;vel cobrir 68 campos de futebol.
Uma solu&ccedil;&atilde;o plaus&iacute;vel &eacute; a <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119145-e-necessario-lavar-as-embalagens-que-vao-para-coleta-seletiva.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">reciclagem</a>, mas h&aacute; uma quest&atilde;o importante aqui: os tecidos n&atilde;o cont&ecirc;m apenas um tipo de fibra. H&aacute; m&aacute;scaras feitas de fibras naturais, como algod&atilde;o e linho, e outras de fibras sint&eacute;ticas, como poli&eacute;ster e <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/115094-a-revolta-do-nylon-levou-milhares-as-ruas-em-1941.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">nylon</a>.
Por isso, reciclar um tecido n&atilde;o &eacute; t&atilde;o simples quanto reciclar vidro ou metal. Em teoria, &eacute; f&aacute;cil reutilizar uma m&aacute;scara de algod&atilde;o ou de poli&eacute;ster, mas esbarra-se em um problema, que &eacute; a falta de estrutura para fazer isso. "N&atilde;o existem mecanismos reais sobre aonde levar essas m&aacute;scaras. Voc&ecirc; n&atilde;o pode simplesmente lev&aacute;-las a um ponto de coleta ou coloc&aacute;-las em lixeiras, como faz com garrafas de <a href="https://www.megacurioso.com.br/papo-de-bar/39086-coca-cola-10-curiosidades-sobre-uma-das-bebidas-mais-consumidas-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Coca-Cola</a>", explica Robert Speight, professor de Biotecnologia Microbiana na Universidade de Tecnologia de Queensland (Austr&aacute;lia).
<h2>Ent&atilde;o, qual &eacute; a solu&ccedil;&atilde;o?</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Freepik&nbsp;" data-fonte-url="https://img.freepik.com/fotos-gratis/mascaras-faciais-artesanais-produzidas-por-um-alfaiate-africano-com-tecido-tradicional-de-cera-senegales-um-exemplo-de-um-pequeno-empresario-que-produz-protecoes-sanitarias-anticoronavirus_164678-559.jpg?w=1380"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/02/22/22204250412580.jpg" alt="(Fonte: Freepik)" />(Fonte: Freepik)
A solu&ccedil;&atilde;o ideal para as m&aacute;scaras de tecido velhas seria encontrar um local de descarte apropriado desse material. Em S&atilde;o Paulo, a Renovar T&ecirc;xtil coleta res&iacute;duos t&ecirc;xteis na regi&atilde;o do Br&aacute;s e do Bom Retiro e recebe m&aacute;scaras que ser&atilde;o usadas para desfibramento, um processo que faz a fibra ser reutilizada.
No entanto, nem todas as cidades t&ecirc;m esses centros dispon&iacute;veis &mdash; e um destino dado a essas m&aacute;scaras &eacute; a incinera&ccedil;&atilde;o, que gera efeitos poluentes na atmosfera. Nesse sentido, talvez jog&aacute;-las no lixo seja at&eacute; melhor que queim&aacute;-las.
Outra ideia &eacute; reaproveitar o tecido das m&aacute;scaras, usando-as, por exemplo, para fazer colchas, panos de limpeza, fuxicos ou novas roupas, dependendo da criatividade. Caso decida dar nova vida &agrave;s m&aacute;scaras, n&atilde;o esque&ccedil;a que elas precisam estar bem higienizadas. Um m&eacute;todo f&aacute;cil e seguro para fazer isso &eacute; mergulh&aacute;-las em uma solu&ccedil;&atilde;o de 1 litro de &aacute;gua e 10 mililitros de &aacute;gua sanit&aacute;ria por 40 minutos.

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O que fazer com as máscaras de tecido velhas?

Imagem de Vacina contra HIV começa a ser testada em humanos no megacurioso

Os primeiros participantes já receberam as doses da vacina com tecnologia de mRNA

Na semana passada, o laborat&oacute;rio farmac&ecirc;utico Moderna anunciou que os primeiros participantes do ensaio cl&iacute;nico de Fase I para a vacina experimental contra o v&iacute;rus da imunodefici&ecirc;ncia humana (HIV) j&aacute; receberam suas doses. A tecnologia usada pela companhia foi a de RNA mensageiro (mRNA), que ensina as c&eacute;lulas do corpo a sintetizar prote&iacute;nas que levam a resposta imune.
O teste, chamado de IAVI G002, est&aacute; sendo feito por meio de uma parceria entre o laborat&oacute;rio estadunidense e a International AIDS Vaccine Initiative (IAVI), entidade sem fins lucrativos com foco em pesquisas cient&iacute;ficas.
Leia tamb&eacute;m: <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120806-e-possivel-ter-hiv-e-viver-sem-transmitir-o-virus.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&Eacute; poss&iacute;vel ter HIV e viver sem transmitir o v&iacute;rus?</a>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/02/01/01125530423251.jpg" alt="(Fonte: Anna Shvets/ Pexels/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Anna Shvets/ Pexels/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120816-7-fatos-surpreendentes-sobre-as-vacinas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vacina</a>&nbsp;em quest&atilde;o fornece ao organismo do indiv&iacute;duo ant&iacute;genos espec&iacute;ficos do HIV, com a finalidade de provocar uma resposta imune. Em um primeiro momento, esses ant&iacute;genos foram desenvolvidos por cientistas da IAVI e do Scripps Research, institui&ccedil;&atilde;o de pesquisas m&eacute;dicas, sob a lideran&ccedil;a do dr. William Schief.
<h2 class="uk-text-justify">A vacina</h2>
Os pesquisadores dessa novidade n&atilde;o&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119438-a-controversa-origem-da-vacina-da-variola.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">desenvolveram apenas a vacina prim&aacute;ria</a>, como&nbsp;tamb&eacute;m criaram um refor&ccedil;o para fornecer ao corpo imun&oacute;genos do HIV &mdash; mol&eacute;culas respons&aacute;veis por provocar a resposta imune &mdash; via mRNA.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/02/01/01124921340249.jpg" alt="(Fonte: Gustavo Fring/ Pexels/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Gustavo Fring/ Pexels/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Segundo a Moderna, a expectativa &eacute; que esse processo seja capaz de atuar em gl&oacute;bulos brancos espec&iacute;ficos chamados de c&eacute;lulas B, com capacidade de se transformarem em anticorpos de amplo poder neutralizante que podem inutilizar o v&iacute;rus.
Segundo o comunicado divulgado pelo laborat&oacute;rio, a Fase I conta com 56 participantes adultos saud&aacute;veis e com HIV negativo. Dos volunt&aacute;rios desse grupo, 48 foram selecionados para tomar 1 ou 2 doses da vacina de mRNA, e outros 32 receber&atilde;o a vacina e o refor&ccedil;o. Os 8 participantes restantes tomar&atilde;o apenas o refor&ccedil;o.
Mark Feinberg, CEO e presidente da IAVI, disse em um comunicado &agrave; imprensa: "Estamos tremendamente empolgados em avan&ccedil;ar nessa nova dire&ccedil;&atilde;o no design de vacinas contra o HIV com a plataforma de mRNA da Moderna. A busca por uma vacina contra o HIV tem sido longa e desafiadora, e ter novas ferramentas em termos de imun&oacute;genos e plataformas pode ser a chave para um r&aacute;pido progresso em dire&ccedil;&atilde;o a uma vacina eficaz e urgente contra o HIV".
<h2 class="uk-text-justify">HIV no mundo</h2>
De acordo com dados da UNAIDS, cerca de 38 milh&otilde;es de pessoas em todo o mundo vivem com HIV. Apenas no Brasil, os registros apontam para 920 mil indiv&iacute;duos com a s&iacute;ndrome. Desse total, 77% realizam tratamentos com antivirais, sendo que, entre os que se tratam, 94% n&atilde;o transmitem mais a doen&ccedil;a devido &agrave; baixa carga viral.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/02/01/01125820674256.jpg" alt="(Fonte: cottonbro /Pexels/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: cottonbro /Pexels/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Entre as d&eacute;cadas de 1980 e 1990, ser diagnosticado com HIV era algo fatal. No auge da epidemia de Aids nos Estados Unidos (EUA), em meados dos anos 1990, eram registradas mais de 50 mil mortes por ano.
Por&eacute;m, isso ficou para tr&aacute;s gra&ccedil;as aos avan&ccedil;os possibilitados por investimentos em pesquisas cient&iacute;ficas robustas sobre o v&iacute;rus. Embora ainda n&atilde;o haja uma cura atualmente, os medicamentos dispon&iacute;veis s&atilde;o capazes de reduzir a carga viral de um portador de HIV a tal ponto que o v&iacute;rus n&atilde;o possa mais ser transmitido. Como resultado, essas pessoas conseguem viver e desfrutar da vida tanto quanto uma pessoa sem o v&iacute;rus.
Nas &uacute;ltimas d&eacute;cadas, foram feitas v&aacute;rias tentativas de vacinas contra HIV, mas os resultados nos ensaios cl&iacute;nicos fracassaram. A esperan&ccedil;a &eacute; que, com a <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/119345-por-que-algumas-pessoas-sentem-dores-no-braco-apos-se-vacinar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">nova vacina</a> da Moderna, os resultados sejam diferentes.

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