5 mecanismos bizarros que os animais usam para se refrescar

22/08/2014 às 06:564 min de leitura

Em dias de verão intenso, é comum ver pessoas bebendo muita água, vestindo roupas leves e desejando estar em ambientes que incluam praia ou piscina. O fato é que manter a temperatura corporal equilibrada envolve mais do que a simples sensação de conforto – nos refrescamos, na verdade, por uma questão de sobrevivência.

Quando nossa temperatura aumenta, muitas de nossas funções corporais acabam sendo afetadas em maiores ou menores níveis. Entre o que pode acontecer com um corpo febril está o aumento do fluxo sanguíneo, o que é um fator de risco para dois órgãos vitais: coração e cérebro.

É fato que a temperatura global está ficando cada vez mais alta e manter-se fresco é mais uma forma de não entrar em extinção. Humanos são os únicos animais capazes de diminuir a temperatura do corpo por meio do suor, então imagine que não é muito agradável transpirar durante o verão quando você é um animal com muitos pelos, por exemplo. É por isso que muitos animais desenvolveram maneiras próprias de manter a temperatura corporal equilibrada. Confira:

1 – O bom e velho suor

Agora você já sabe que é por meio da transpiração que nós, humanos, costumamos reduzir a temperatura do corpo. É por isso que suamos muito em dezembro e nem tanto assim em julho. O suor é feito de água, potássio, sal e outros minerais. Quando o suor evapora, a temperatura do nosso corpo diminui.

Tudo isso é produzido em nossas glândulas sudoríparas, que são ativadas pelo hipotálamo, a área cerebral responsável por controlar alguns de nossos processos biológicos — entre eles, obviamente, está a temperatura corporal. Detalhe: o corpo humano tem entre 2 e 5 milhões de glândulas sudoríparas.

É verdade que transpirar não é uma exclusividade dos seres humanos, mas nós somos uma das poucas espécies que produz grandes quantidades de suor para reduzir o calor. Alguns cientistas acreditam que essa é uma vantagem evolutiva. Daniel Lieberman, professor de Evolução Humana em Harvard, afirma que nossa habilidade de suar nos permite correr longas distâncias e em altas velocidades.

Isso significa que nós, humanos, conseguimos correr mais e melhor em dias quentes, enquanto os outros animais sempre vão precisar fazer uma pausa para descanso. A antropóloga Nina Jablonski, da Universidade da Pensilvânia, acredita que suar não só equilibra a temperatura corporal como contribui para o aumento do cérebro humano no decorrer da evolução.

2 – Fazer cocô

Lembra as cegonhas, aquelas aves simpáticas que entregam bebês em todo o mundo? Pois é. Para diminuir a temperatura do corpo, esses animais têm um costume meio estranho e nojentinho: o de defecar em suas próprias pernas — afinal, você já deve ter percebido, talvez de uma forma não muito agradável, que cocô de passarinho é líquido.

Por ser geladinho, o cocô molengo da cegonha atua da mesma forma que o suor para humanos – agora você pode fazer um minuto de silêncio e agradecer por ser uma pessoa e não uma cegonha. Se o suor humano evapora e leva o calor embora, com as cegonhas o cocô fica seco e absorve o calor. Aí a casquinha cai. E o processo se repete quando a temperatura do corpo da cegonha subir de novo. Que lambança!

3 – Chafurdando na lama

Vamos relembrando: o humano transpira, a cegonha faz cocô em si mesma e os porcos, os hipopótamos, os javalis e os búfalos rolam na lama. Parece mesmo que a mamãe natureza estava fanfarrona quando escolheu a forma como os animais se livrariam do excesso de calor. Aparentemente, isso faz com que o calor desses bichinhos vá embora mais rapidamente.

Funciona assim: à medida que a água da lama evapora do corpinho do animal, o calor vai embora também e o verão passa a ser mais suportável. A preferência por lama em vez de água é porque, veja só, a água da lama evapora mais lentamente, fazendo com que a sensação de “pele fresca” dure mais. Vem daí a fama de que o porco é um animal sujo. E, na verdade, ele só quer ficar fresquinho por mais tempo. A humanidade e suas injustiças...

Quando porcos rolam na lama mesmo durante o inverno significa que eles provavelmente estão com alguns carrapatos ou outros parasitas na pele. De novo: é uma questão de necessidade. E, claro, tem os porcos que estão tão acostumados a rolar na lama que não vão parar de fazer isso só porque a lama está congelando. Corajosos, hein!

4 – Por que essas orelhas tão grandes?

Se você fizer essa pergunta a uma lebre, ela vai responder que as orelhas avantajadas são, na verdade, uma forma de livrar o corpo desses animais do calor. O mais indicado mesmo é não falar com lebres, mas, se isso acontecer, e principalmente se ela responder, procure ajuda médica.

Voltando ao lado biológico da coisa, as orelhonas das lebres são assim tão grandes para abrigar a enorme quantidade de vasos sanguíneos que esses bichinhos precisam para controlar a temperatura. Funciona assim: se a lebre está muito gelada, esses vasos se contraem para aumentar a temperatura corporal. Se o ambiente está muito quente, esses vasos se dilatam, o que faz o calor diminuir.

Esse sistema de controle de temperatura permite que as lebres não percam muita água, afinal elas não suam nem desidratam facilmente.

Os elefantes também usam as orelhas como reguladores de temperatura, e a forma como eles fazem isso é bem engraçadinha: eles agitam suas orelhas, como se estivessem batendo palmas. Isso faz com que o sangue dos vasos sanguíneos fique mais frio e a região, que já é fina, fique fresca. Para melhorar a sensação, eles costumam jogar água em suas orelhonas.

5 – E essa respiração ofegante?

Imagine que você é um cachorro peludo que sofre quando a temperatura sobe. Para piorar, até mesmo a sua respiração é quente. Esperto que só, você descobriu que respirar rapidinho, como se estivesse sempre correndo, vai expulsar esse ar quente e, de quebra, trazer ar fresco para a sua boca. É basicamente isso o que os cachorros fazem para ficar numa boa em dias de muito calor. Repare.

O ar frio, quando entra em contato com a superfície úmida da garganta e dos pulmões dos cachorros, faz com que a temperatura do corpo desses animais diminua. E, se você acha que esse é um mecanismo exclusivo dos cães, saiba que pesquisadores já descobriram que alguns pássaros fazem a mesma coisa para não morrer de calor. Ainda bem!

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