Ciência
25/01/2018 às 11:30•3 min de leitura
Umas das maiores teorias da conspiração de todos os tempos ganhou um novo capítulo. Um tópico no Reddit iniciou uma discussão sobre as diversas teorias envolvendo os filmes da Disney, até que um usuário apontou essa dúvida: “E se a Disney tiver criado um filme intitulado Frozen para tentar esconder as buscas relacionadas sobre ‘Is Walt Disney Frozen?’ (Walt Disney está congelado?)”. Seria a forma de a casa do Mickey tirar o foco dessa teoria que a acompanha desde os anos 60?
De acordo com esse usuário, trata-se mesmo de uma tática para desviar o foco dos algoritmos dos sites de busca. Antes de o filme ser lançado, quando pessoas procuravam “Walt Disney Frozen” no Google, os primeiros links que apareciam eram as teorias ligadas ao congelamento. Hoje em dia, quando se busca a mesma sentença, só aparecem sites, notícias e imagens referentes ao filme. Somente quem for bastante específico consegue encontrar logo na primeira página de resultados. Outro usuário ainda atribuiu a música tema do filme, “Let it go”, a uma tentativa do estúdio de fazer os fãs “deixarem pra lá” essa teoria.
O criador da Disney, Walter Elias Disney, faleceu em virtude de câncer de pulmão em 15 de dezembro de 1966 e, pouco antes de sua morte, teria pedido para ter seu corpo congelado criogenicamente. Algumas pessoas que se diziam ligadas a Walt Disney afirmam que o cineasta doou uma generosa quantia para pesquisas de congelamento criogênico e que ele seria a primeira pessoa a participar da experiência. Ele tinha a esperança de que um dia a medicina descobriria a cura do câncer; assim, em seguida, ele poderia ser “revivido” curado da doença.
Conspiradores propagam que o corpo dele está guardado embaixo da atração “Piratas do Caribe” no complexo “Walt Disney World” em Orlando, na Flórida. Outros dizem que apenas sua cabeça está guardada, enquanto uns mais radicais garantem que somente o cérebro do criador do Mickey foi conservado. Muitos confirmam que apenas funcionários altamente gabaritados podem acessar os bastidores desse brinquedo.
Apesar dos boatos, existem pontos que podem validar essa teoria. Walt Disney era um entusiasta da ciência e de novas descobertas — vide a atração “Tomorrowland” e sua participação na “New York World’s Fair” em 1964-1965. A partir desse amor pela inovação e das pesquisas sobre criogenia ganhando força na década de 50 e 60, muitos confirmam o possível investimento na tecnologia. Outro ponto é: o primeiro registro oficial de um indivíduo congelado ocorreu 1 mês após a morte de Walt Disney, e algumas pessoas dizem que, após o congelamento bem-sucedido dele, a experiência foi liberada para demais pessoas.
Sobre a teoria ligada à Frozen, a Disney é mesmo conhecida por tentar mascarar todas notícias que podem denegrir ou gerar algum comentário indevido em relação a seus produtos. Eis um exemplo antigo e um novo para ilustrar: nas primeiras animações do estúdio, vemos personagens fumando, e um conteúdo relativamente pesado para crianças era produzido, mas de uma certa forma era liberado para a época. Com o passar do tempo, ela foi limpando a imagem desses personagens e tirando de circulação esses desenhos — e inclusive processando quem os coloca na internet.
Outro exemplo é a série de declarações de Mark Hamill sobre Star Wars: Os Últimos Jedi. Logo que o filme saiu, o ator disse que não gostou da forma como Luke Skywalker é apresentado. Como o longa começou a sofrer com críticas de fãs sobre o herói, interferindo no sucesso financeiro do filme, Hamill logo “mudou” de opinião dizendo que estava enganado e que não tinha visto a versão final do filme. Um claro puxão de orelha da Disney.
Uma coisa é certa: se a intenção da Disney era “esconder” dos sites de busca a teoria do congelamento, a coisa não funcionou, e os conspiradores de plantão ganharam mais “fatos” para confirmar essa teoria.
Esse texto foi escrito por Pedro Henrique via n-Experts.