Naqsh-e Rustam: a impressionante necrópole persa de cruzes gigantes do Irã

26/02/2018 às 13:312 min de leitura

Você nós não sabemos, mas a gente aqui do Mega Curioso está cada vez mais convencido de que o nosso planeta é realmente incrível e cheio de mistérios! Veja por exemplo, o caso de Naqsh-e Rustam — você já tinha ouvido falar a respeito desse lugar?  Situado na província de Fars, no Irã, a pouco mais de 10 quilômetros das ruínas de Persépolis, o sítio consiste em uma antiga necrópole construída para abrigar as tumbas reais do Império Aquemênida, que floresceu entre os anos 500 e 330 a.C. até ser derrotado por Alexandre, o Grande.

Cruzes imponentes

Também conhecidas como “Cruzes Persas”, de acordo com Max Cortesi, do site Atlas Obscura, os imensos túmulos foram construídos para guardar os corpos de Dário I, Xerxes I, Artaxerxes I e Dário II, mas, com exceção da tumba de Dário I, não é possível identificar qual sepultura corresponde a qual monarca especificamente, uma vez que as inscrições gravadas na rocha não esclarecem quem foi colocado onde.

Naqsh-e Rustam(Wikimedia Commons/Roodiparse)

Segundo Max, nas bases das sepulturas é possível encontrar talhadas na rocha imagens de importantes batalhas vencidas pelo Império Aquemênida, enquanto que sobre a entrada de cada uma das tumbas existem figuras reais sendo ungidas por criaturas divinas.

Os impressionantes túmulos foram esculpidos em um paredão rochoso a uma altura significativa da base, e cada um deles conta com uma abertura que leva à câmara principal onde, originalmente, os sarcófagos contendo os restos mortais dos reis foram colocados. No entanto, ninguém sabe dizer ao certo como, exatamente, os corpos dos monarcas chegaram até as suas sepulturas.

Naqsh-e Rustam (Wikimedia Commons/Diego Delso)

Isso porque, como Naqsh-e Rustam é um monumento do zoroastrismo, segundo a tradição funerária seguida por essa religião, os cadáveres primeiro deveriam ser deixados em uma Torre do Silêncio — construção em forma de torre situada nas montanhas onde os mortos eram colocados para que fossem devorados por abutres —, portanto, é possível que os sarcófagos contivessem apenas os ossos dos reis.

Local sagrado multicultural

De acordo com Dhwty, do site Ancient Origins, arqueólogos também identificaram em Naqsh-e Rustam inscrições na rocha que foram criadas antes do período Aquemênida, indicando que o local já havia sido usado por outras culturas — provavelmente pelos povos Elamitas — antes de se transformar em necrópole real.

Naqsh-e Rustam(Wikimedia Commons/Amir Hussain Zolfaghar)

Então, a partir do século 3, após a queda do Império Aquemênida, Naqsh-e Rustam se converteu em um sítio sagrado do Império Sassânida e permaneceu em uso até o século 7 para a realização de cerimonias religiosas.

Naqsh-e Rustam (Wikimedia Commons/Maasaak)

Outra estrutura que existe na necrópole é um edifício chamado Ka’ba-ye Zartosht — cujo nome se traduz como Cubo de Zoroastro — que representa uma réplica da Prisão de Salomão (ou Zendan-e Solayman) situada na antiga cidade de Pasárgada, local que serviu como primeira capital do Império Aquemênida —, mas ninguém sabe ao certo para qual propósito ele era usado. Independentemente de seu verdadeiro uso, o fato é que Naqsh-e Rustam é um local incrível e existem planos de que esse sítio seja incluído na lista oficial de monumentos da UNESCO.

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