Ciência
06/09/2019 às 06:00•2 min de leitura
Para um escritor, o momento de pôr para fora um texto pode ser muito complexo. Para nós, meros mortais, a primeira coisa a se fazer é sentar em um lugar confortável para seguir com o processo criativo, mas um bom escritor às vezes precisa que o processo seja um pouco mais agitado, seja pela inspiração, seja para evitar o sedentarismo.
O político, cientista e jornalista Benjamin Franklin viveu em uma época na qual já se acreditava que o sedentarismo era prejudicial, por isso levantar e caminhar um pouco durante o seu tempo de escrita se tornou um hábito do inventor. Com o passar do tempo, sofrendo de gota, ele acabou abandonando o costume e ficando mais tempo sentado.
O escritor de Um Conto de Natal também costumava escrever em pé, e, de acordo com a escritora vitoriana Elizabeth Gaskell, Dickens tinha uma mesa elevada, na qual ele podia escrever ficando em pé, e no seu escritório havia diversas poltronas muito confortáveis, para que o autor pudesse fazer "passeios criativos" sem abandonar o cômodo.
O jornalista George Plimpton descreveu o quarto de Hemingway, em 1954, contando que sua máquina de escrever ficava sobre uma estante de livros, com vários lápis e um peso de papel ao lado. O próprio escritor de O Velho e o Mar uma vez contou que escrever em pé o ajudava a se concentrar.
O escritor do polêmico e clássico Lolita contou que começava seu dia apenas ao meio-dia, escrevendo em pé, em uma espécie de púlpito. Para ele, era uma forma de relembrar e fixar os seus pensamentos. Conforme o dia passava, Nabokov se sentava em uma cadeira mais confortável e terminava o dia escrevendo deitado em um sofá.
De acordo com os biógrafos da autora, Woolf escrevia em uma mesa inclinada com 105 cm de altura. Ela contemplava as suas obras como se fossem pinturas, observando-as de diversos ângulos, aproximando-se e afastando-se, e por isso era melhor trabalhar em pé.