Ciência
14/09/2020 às 03:00•2 min de leitura
A modificação corporal é uma expressão cultural muito antiga e que está presente até hoje em sociedades do mundo todo. Acredita-se que os piercings e as tatuagens sejam, de certa forma, uma adaptação moderna de costumes que diferentes grupos têm há séculos.
Em alguns casos, essas modificações corporais podem atingir proporções um tanto chocantes para pessoas não acostumadas com a cultura. Entretanto, todas elas carregam um significado importante para a sociedade na qual estão vivendo.
Assim, o Mega Curioso decidiu separar cinco tipos de modificação corporal por motivos culturais presentes em diferentes regiões do mundo.
Este aqui é um bom exemplo de algo que foi se adaptando a mais de uma cultura com o passar dos anos. A circuncisão é o ato de remover o prepúcio do pênis, que é aquela pele extra que envolve a glande. Hoje em dia, a circuncisão é uma decisão médica simples e até mesmo comum. Entretanto, nasceu há muitos anos na África.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Acredita-se que em por volta de 3000 a.C., circuncidar um bebê tinha o intuito de promover ao homem um sacrifício dos prazeres da vida para se obter uma "morte melhor". O costume foi trazido para as culturas atuais por meio dos judeus, que têm o costume de circuncidar os bebês oito dias após o nascimento, honrando a aliança entre Abraão e Deus.
Uma das primeiras expressões de algo semelhante ao piercing são os discos labiais, uma modificação cultural existente em algumas partes da África. Essa forma de alteração existe desde em torno de 8.700 a.C. e está presente em regiões como Equador, Sudão, Etiópia, Mesoamérica e Eritreia.
(Fonte: Rod Waddington/Wikimedia Commons)
A prática represente uma expressão ligada ao casamento das pessoas. Os povos Mursi e Surma, da Etiópia, costumam começar a colocar os discos nos lábios cerca de 6 a 12 meses antes do casamento. De início, são colocadas estacas com circunferência menor até os lábios aguentarem os grandes discos.
O maior disco labial já registrado media cerca de 59 cm de circunferência e 19 cm de largura.
(Fonte: Thiado Almeida/Reprodução)
O ato de adicionar argolas no pescoço para alongá-lo é um costume da tribo Kayan Lahwi, de Mianmar. A prática dos kayans tem o intuito de embelezar a mulher, portanto, quanto mais argolas ela tiver no pescoço, mais bonita ela será.
As praticantes dessa modificação corporal ganharam o apelido pejorativo de Mulheres-Girafa aqui no Brasil, pela referência aos longos pescoços. A adição das argolas começa logo aos 2 anos de idade e vai evoluindo com o tempo. A remoção dos anéis, apesar de possível, pode acabar gerando a morte da mulher.
Esta modificação corporal é um costume do povo Bagobo, que fica na região de Mindanao, nas Filipinas. A tribo é extremamente antiga e está naquele local há muitos anos.
(Fonte:Rat Tailed Boy/Reprodução)
Ao atingirem a puberdade, os jovens Bagobo têm os dentes lixados até ficarem semelhantes a uma ponta bastante afiada. Após isso, eles ainda precisam escurecer os dentes utilizando um pó criado a partir de uma árvore ou da fumaça preta que passa pelos bambus.
É um processo bastante severo. Durante toda a modificação corporal, os jovens não podem tomar água, comer alimentos azedos, nem participar de funerais.
Essa ação bastante drástica e aparentemente muito dolorosa é uma modificação corporal comum na tribo secreta dos Dani, localizada nas florestas da Indonésia. Quando um ente querido morre, as mulheres da família removem a extremidade dos dedos.
A ação é chamada de Ikipalin e é feita para afastar os espíritos. Acredita-se que seja um símbolo de luta nas mulheres e, ao mesmo tempo, ajude a manter o espírito inquieto longe da família.