Artes/cultura
25/10/2020 às 04:00•2 min de leitura
Os recentes protestos nos Estados Unidos do movimento Black Lives Matter têm despertado a atenção sobre as injustiças históricas sofridas e vivenciadas pela população negra, e entre elas, a mais impactante de todas: a escravidão.
Pensando em dar voz para o discurso antirracismo, o editor de fotografia Tom Marshall resolveu coletar uma série de imagens em preto e branco do fim do período de escravatura nos EUA, entre aos anos 1850 e 1930, e entregar a elas uma nova coloração que destaquem os horrores da época.
A imagem do “escravo açoitado” se tornou uma das mais populares sobre a escravidão norte-americana e circulava bastante entre os grupos abolicionistas do país. Nela, o escravo fugitivo Gordon, também conhecido como “Peter chicoteado”, mostra seus ferimentos durante uma consulta médica realizada na Luisiana, em abril de 1863.
Antes da sua fuga, Gordon precisou esfregar cebolas em todo seu corpo para enganar o olfato dos cães farejadores. O homem, então, refugiou-se entre o Exército da União, que lutava pelo lado abolicionista na Guerra Civil Americana.
O retrato é a marca de dor e sofrimento deixado sobre a pele da população negra neste período sombrio da história humana.
Essa fotografia tirada no dia 8 de abril de 1862 mostra a realidade dentro das plantações de batata-doce na Carolina do Sul, após a região ser bombardeada pela União durante o conflito armado.
Anos antes da guerra, os ataques no território afugentaram os plantadores confederados, os quais exigiram que seus escravos lhes acompanhassem para uma nova locação.
Entretanto, a maioria dos trabalhadores se recusou e manteve-se no local, onde posteriormente substituiriam as plantações de algodão pelas de milho e batata através das novas medidas de trabalho livre.
Enquanto a União ocupava a cidade de Atlanta, na Georgia, em 1864, o fotógrafo oficial do Gabinete do Engenheiro Chefe, George N. Barnard, registrou essa imagem do local utilizado para o leilão e vendas de negros na Rua Whitehall.
Os escravos africanos eram inspecionados fisicamente, cutucados e forçados a abrir a boca para os seus potenciais compradores. O leiloeiro então decidira uma quantia inicial para o evento, que variava entre valores altos para escravos jovens e baixos para os mais velhos, e o indivíduo era vendido para quem oferecesse a maior quantia.