Estilo de vida
08/11/2020 às 08:00•2 min de leitura
Durante a Segunda Guerra Mundial, os nazistas assassinaram e encarceraram milhões de judeus ao redor da Europa. Um sistema meticuloso e opressor prendia as vítimas de ódio em campos de concentração e de trabalho forçado, nos quais muitos acabavam morrendo de fome, frio ou eram brutalmente assassinados. Neste esquema rígido, cada local tinha uma tarefa desumana para aplicar. Um destes ambientes era a Lévitan.
Durante a ocupação nazista, esta loja de departamento parisiense se tornou campo de trabalho e um local no qual judeus aprisionados eram obrigados a vender seus pertences. Por lá, 800 pessoas ficaram presas e viveram épocas de terror com o trabalho forçado.
O local era uma espécie de base para a Möbel Aktion (que, em português, seria algo como Ação ou Operação dos Móveis), um projeto que recolhia toda e qualquer coisa de valor das casas das pessoas enviadas para campos de concentração ou que haviam fugido temendo por suas vidas, como uma forma de erradicar sua existência por completo. Nada era poupado: relógios, porta-retratos, roupas de cama, panelas eram confiscados para venda.
No Lévitan, os soldados nazistas podiam comprar os itens roubados e enviá-los para suas família como um presente. A ideia era fingir que o objeto havia sido comprado durante uma visita a Paris, pois a maioria das coisas disponíveis ali era considerada barata e fácil de encontrar em lojas comuns.
Neste campo de trabalho, os judeus normalmente vinham do campo de internamento Drancy e, depois de passar um tempo ali, iam para Auschwitz. Para ir para a loja de departamento, era necessário que o prisioneiro tivesse habilidades de costura ou de trabalho manual, para arrumarem objetos danificados.
O prédio tinha quatro andares. Nos três primeiros, ficava uma espécie de showroom nos quais os itens roubados ficavam expostos para os soldados escolherem. O último andar era o local onde os judeus dormiam e comiam.
Naquele tempo, o prédio era um ambiente de tortura e de desumanização dos prisioneiros, que tinham suas casas esvaziadas por soldados nazistas. Agora, o local continua em pé e funciona como escritório de uma agência de publicidade.