Artes/cultura
12/11/2020 às 03:00•2 min de leitura
Para quem visita Mena Creek, em Queensland (Austrália), um dos lugares a conhecer é o Paronella Park. E se há algo que encanta mais do que o local em si, é a história de como tudo começou.
Em 1913, o espanhol José Paronella se mudou para a Austrália, onde com o tempo juntou dinheiro trabalhando em fazendas de cana-de-açúcar e como comerciante de terras. Catorze anos depois, ele comprou um lote de floresta tropical e começou a construir o que era seu sonho: uma espécie de castelo mágico isolado dos movimentados centros urbanos.
O primeiro passo foi plantar 7 mil árvores, para criar a vegetação exuberante que tinha em mente; em seguida, foi construída a Grande Escadaria, que facilitava o transporte da areia do rio para fazer o concreto.
Foram anos de trabalho intenso até a abertura ao público, em 1935. A essa altura, além da moradia de José e sua esposa, a estrutura do local já abrigava piscina, café, quadras de tênis, cinema, salão de festas, jardins e até uma barragem hidrelétrica. Durante cerca de 10 anos, o Paronella Park foi palco de vários eventos sociais, como casamentos e jantares.
Infelizmente, em 1946 aconteceu o primeiro dos desastres naturais que atingiram o Paronella Park: uma inundação terrível causou danos sérios, que exigiram gastos bastante consideráveis. José faleceu 2 anos depois, e sua família fez o possível para manter a estrutura funcionando. Porém, não foi fácil, pois o local sofreu novamente com inundações (1967, 1972, 1974). No fim, não teve jeito: o Paronella foi vendido em 1977 e acabou fechando em 1986.
Já na década de 1990, o local chamou a atenção de Mark e Judy Evans. “Foi como entrar em outro mundo”, lembra Mark. “Dava para sentir que havia uma história. Dissemos ao mesmo tempo: ‘Sim, este é o lugar que temos que comprar’.” O casal então reformou o Paronella Park, inclusive o sistema hidrelétrico, e reabriu o espaço para o público.
A iniciativa deu tão certo que o Paronella Park ganhou vários prêmios de turismo. Além disso, recebeu a visita e o reconhecimento de Teresa, filha de José Paronella: “Ela nos contou histórias da perspectiva de uma criança; disse que era como voltar no tempo”, conta Mark.