Artes/cultura
16/02/2021 às 14:00•2 min de leitura
Um dos símbolos da realeza britânica, os Guardas da Rainha, foram objeto de uma entrevista feita pelo site Live Science ao comentarista e especialista em realeza, Richard Fitzwilliams, para esclarecer algumas dúvidas sobre esse importante destacamento militar, principalmente à questão: por que esses guardas usam chapéus tão altos?
Por incrível que pareça, o tamanho dos chapéus, e também a cor vermelha dos uniformes foram projetados para intimidar os inimigos. “A ideia era que você fazia seus soldados parecerem mais altos e, portanto, mais temíveis”, explicou Fitzwilliams, afirmando que era uma necessidade prática da infantaria da época, que enfrentava soldados franceses, da Guarda Napoleônica, que também usavam chapéus altos.
Esses chapéus são conhecidos na Inglaterra como peles de urso, porque… são feitos de peles de ursos, no caso dos ursos-negros canadenses (Ursus americanus), uma espécie que, embora não ameaçada de extinção, tem seu número de abates controlado, o que significa que o urso não é morto especificamente para fornecer os famosos capacetes peludos de 46 centímetros.
Pelo contrário (sem trocadilho!), após a saída do Reino Unido da União Europeia no ano passado, a tendência é que o país proíba completamente o comércio de peles de qualquer espécie. Mas, enquanto isso não ocorre, o exército britânico continuará adquirindo entre 50 e 100 chapéus anuais, ao custo de US$ 900 (R$ 4,8 mil) cada.
Considerados uma atração turística em Londres, os headpieces são um detalhe charmoso a acrescentar mais pompa ao uniforme do exército britânico durante certas tarefas cerimoniais, como a troca da guarda do Palácio de Buckingham ou o desfile anual para o aniversário da rainha.
O que muita gente não sabe é que aquelas pessoas que usam chapéus de urso também trabalham em outras funções não cerimoniais, funcionando normalmente em escalas de outras atribuições militares comuns do exército britânico.
Quanto à cor vermelha das túnicas, Fitzwilliams desmente uma versão popular que diz que era para disfarçar as manchas de sangue, e garante que o motivo único é que o corante vermelho era mais barato na época de sua origem. Questionado se a cor não transformaria os soldados em alvo, ele argumenta que, em meio à fumaça, a cor é ideal para evitar o “fogo amigo”.