Ciência
30/05/2021 às 10:00•2 min de leitura
O ano era de 1984 quando Karel Soucek, um dublê profissional tcheco de 37 anos que morava em Ontário, no Canadá, decidiu que desceria as Cataratas do Niágara em um barril feito com suas próprias mãos.
Ele executou todo o trabalho de design de sua embarcação, que deveria ter um formato cilíndrico, ser feita de madeira e um plástico resistente a impactos. O resultado final foi um barril de 2,7 metros de comprimento com um lastro central para equilibrar o peso na base da cápsula para que caísse em pé no momento da queda. O barril também foi equipado com almofadas e muitas espumas para absorverem o impacto nas águas.
Com tudo pronto, em um nublado 2 de julho de 1984, Soucek foi selado em sua cápsula vermelha com um rádio bidirecional em mãos e liberado no Rio Niágara, que fica aproximadamente 1 quilômetro das quedas vertiginosas.
Em poucos minutos, o barril atingiu uma velocidade de 120 km/h e foi lançado com força pelas cataratas. A polícia levou 45 minutos para localizar a embarcação de Soucek com ele vivo e repleto de pequenos ferimentos no rosto, causados pelo vidro do relógio de pulso que usava.
(Fonte: The Aprecity/Reprodução)
Soucek foi da cadeia, após pagar uma multa de US$ 500, diretamente para as capas de jornais e revistas do Canadá. A fama aconteceu mais rápido do que sua queda, e qualquer um queria entrevistar o homem corajoso – ou louco – o suficiente para se atirar das Cataratas do Niágara.
O sucesso trouxe patrocínio, que foi essencial para o dublê continuar quebrando recordes e estipulando desafios. E, assim que uma empresa o financiou, ele lançou seu próximo desafio: ser atirado do alto de um estádio do Texas dentro de uma cápsula para cair em uma piscina de apenas 3 metros de largura.
(Fonte: Times Union/Reprodução)
No fatídico 19 de janeiro de 1985, Karel Soucek foi içado dentro de sua nova cápsula até o topo do Houston Astrodome, a cerca de 60 metros do chão, mesmo com o dublê Evel Knievel tentando dissuadi-lo, pois "era a coisa mais perigosa que ele já tinha visto". Knievel estava certo.
A cápsula de Soucek foi solta alguns segundos antes do tempo programado, fazendo-a atingir a borda do tanque de água. As almofadas de impacto não foram o suficiente e, apesar de Karel Soucek ter sido retirado com vida da embarcação, ele acabou morrendo poucas horas depois.