Ciência
31/10/2021 às 11:00•2 min de leitura
Descoberta acidentalmente em 1835 em Kent, na Inglaterra, a Margate Shell Grotto é uma construção impressionante que até hoje intriga estudiosos e moradores locais, já que seu interior decorado com cerca de 4,6 milhões de conchas marinhas não dá respostas sobre quem tenha construído a gruta ou por quê.
Com cerca de 185 m² metros de corredores sinuosos ornamentados por conchas de búzios, mexilhões e ostras, a caverna subterrânea britânica é palco para inúmeras teorias, reforçadas pela exibição de mosaicos de padrões e símbolos estranhos em que é possível observar representações de deuses e árvores da vida. Um verdadeiro depósito para a imaginação humana, o local é um cenário artístico que se destaca pelo capricho e detalhamento, sugerindo que o artesão tinha um grande conhecimento de técnicas e culturas distintas.
(Fonte: Flickr / Reprodução)
Apesar dos relatos sobre sua origem conflitarem, tudo indica que a caverna foi descoberta por Fanny Newlove, que tinha cerca de 12 anos quando encontrou os primeiros blocos próximo à cabana onde morava. Após o achado, a administração foi oficializada por seu pai, James, que passou alguns anos estudando a estrutura para, posteriormente, a abrir formalmente como um local de visita turística.
(Fonte: Flickr / Reprodução)
“Se a gruta tivesse sido construída nos anos 1700, é possível que todo o conhecimento dela tivesse desaparecido na época de sua descoberta em 1835? A construção da gruta teria sido uma tarefa gigantesca: a escavação das passagens, transportando 4,6 milhões de conchas para o local, separando essas conchas e alistando mão de obra suficiente para criar o mosaico. Como fazer tudo isso em terreno aberto, ao lado de uma pista movimentada, sem ninguém perceber?”, questiona o site da Margate Shell Grotto.
Desde que os primeiros visitantes desceram ao subterrâneo para observar os incríveis mosaicos, um debate acalorado sobre a origem da gruta se formou com parte do público sugerindo que seu conceito veio através de uma civilização antiga que agregou visões das mais diversas sociedades, como egípcios, romanos, indianos e fenícios. Além disso, a existência de altares bem definidos aponta para um provável ponto de encontro de uma seita secreta.
(Fonte: Flickr/Reprodução)
Enquanto isso, outra possível explicação sugere que a estrutura foi levantada por um rico aristocrata que dominou as terras de outra pessoa para ostentar seus bens, construindo uma espécie de esconderijo secreto para evidenciar um estilo de vida superior. Isso foi reforçado pela ampla presença de follies — objetos decorativos sem propósito além de enfeite — nas paredes, já que as conchas eram utilizadas por ricos proprietários de terras no século XVIII.
Atualmente, a gruta de Kent recebe passeios guiados por cerca de US$ 6,20 (cerca de R$ 35, em conversão direta).