Ciência
26/12/2021 às 07:00•2 min de leitura
O Ano Novo está chegando. Para muitos de nós, é hora de fazer planos, resoluções ou começar do zero. Das festas em família a queima de fogos em lugares paradisíacos, essa celebração sempre foi carregada de sentimentos e significados para muitas pessoas.
Embora seja uma das datas mais celebradas e importantes do mundo, há muita história por trás dela que é desconhecida por boa parte da população. Por exemplo, você sabia que nem todo mundo comemora o Ano Novo sempre em 1° de janeiro?
(Fonte: cottonbro/Pexels/Reprodução)
O Ano Novo tem uma história muito antiga e longa, por isso, precisar exatamente quando e como surgiu é quase que impossível. No entanto, a primeira celebração de que temos notícia data de cerca de 4 mil anos atrás, na antiga Babilônia.
Os babilônicos costumavam comemorar essa data na primeira lua nova, logo após o equinócio vernal. A data, geralmente, coincidia com o final de março. Era uma celebração de 11 dias, batizada de Akitu, sendo que a cada dia um ritual diferente era realizado.
O Caminho da Procissão na Antiga Babilônia para o Festival de Ano Novo Akiti / Akitu. (Fonte: Mardukite/ Reprodução)
Para os babilônios, as festas e cerimônias comemoravam a vitória do deus dos céus, Marduk, sobre a deusa do mar, Tiamat. Mas também servia para coroar um novo rei ou dar aval para que o antigo permanecesse no governo. Seja como for, fazer um Réveillon de 11 dias é para poucos!
Talvez, o engano mais recorrente entre as pessoas é pensar que o Ano Novo sempre foi celebrado em 1° janeiro. Mas ao longo dos séculos as coisas já foram muito diferentes — ainda são. Por exemplo, os gregos festejavam a data por ocasião do solstício de inverno, em 20 ou 21 dezembro. Os egípcios, segundo o historiador romano Censório, celebravam mais uma volta da Terra em torno do Sol no mês de julho.
Nos tempos do domínio romano, março era considerado o primeiro mês do ano. Contudo, em 46 a.C., o imperador Júlio César criou o calendário juliano, usado pelos cristãos ortodoxos até hoje, visando corrigir alguns erros. Porém, nem ele conseguiu padronizar as coisas. Os séculos foram passando e a data continuava a flutuar, sendo que em alguns momentos caia no mesmo dia que o Natal.
Na Roma antiga, o ano novo começava inicialmente em 15 de março, mas hoje é em 1° de janeiro (Fonte: Imperium Romanum/Reprodução)
Mas, em 1582, o Papa Gregório XIII colocou em prática o calendário gregoriano, como uma tentativa de parar com as variações apresentadas nos calendários com relação às estações, fazendo com as datas ficassem com as conhecemos hoje. Para comparar, o modelo de Júlio César, por ter alguns anos bissextos a mais, fazia com o primeiro dia da primavera, por volta de 1500, caísse dez dias antes da chegada da estação.
Apesar de toda essa bagunça ao longo dos séculos e a seleção da data de Ano Novo ter sido arbitrária e sem sentido em vários momentos, há uma perspectiva astronômica por trás dela: no início de janeiro é o período em que o planeta Terra está mais próximo do Sol, ponto conhecido como periélio.
Atualmente, 1° de janeiro se tornou universalmente conhecido como o início de um novo ano. Ainda assim, há países que tem suas próprias convenções para determinar a data, como é o caso da China, Arábia Saudita, Nepal, Irã e Afeganistão.
Além disso, o Ano Novo ainda depende da cultura religiosa de muitos lugares. Por exemplo, os judeus, que usam o calendário lunar, comemoram a data nas festividades de Rosh Hashanah, que costuma ser realizado entre setembro e outubro. Outra religião que usa o calendário lunar é o islamismo, por isso, o Ano Novo para eles também pode variar muito.