Ciência
06/01/2022 às 02:00•2 min de leitura
Há algo errado envolvendo o nome Madeleine Paule Hélène Morès. Em 1924, quando ela nasceu, filha de Abert e Anna Morès, na cidadezinha de Meurthe-et-Moselle (França), ninguém esperava que outra como ela estivesse nascendo no mesmo momento em outro lugar. Se isso pareceu confuso, então se prepare para o que está por vir.
Em 1960, aos 36 anos, Madeleine se casou com um ferroviário e se mudou para a Argélia, no norte da África, onde viveu por cerca de 40 anos até voltar para sua cidade natal na França. Foi lá onde toda a confusão começou.
Quando a mulher foi providenciar a renovação de sua carteira de identidade e da pensão do governo, descobriu que outra Madeleine Paule Hélène Morès, moradora de Saint-Étienne, estava reivindicando o dinheiro havia 20 anos.
(Fonte: Soha/Reprodução)
As autoridades acreditaram que não passava de um simples caso de roubo de identidade, ainda mais porque a verdadeira Madeleine havia passado praticamente metade da vida fora do país. Detetives arranjaram um encontro entre as mulheres, na esperança de que uma delas entrasse em pânico e denunciasse seu disfarce. No entanto, para a perplexidade de todos, quando as duas Madeleines se encontraram, revelaram detalhes de seu nascimento e da vida com convicção e riqueza de descrição.
Elas tinham documentos, entre certidão de nascimento e recibos bancários, comprovando que não só eram Madeleine Morès como também eram a mesma Madeleine Morès. As duas tinham os mesmos pais e foram doadas para famílias adotivas quando ainda eram crianças. Ou seja, do ponto de vista administrativo, eram a mesma pessoa.
(Fonte: Ripley's/Reprodução)
Confusos com a situação, agentes do governo pediram um teste de DNA ao irmão da Madeleine reclamante, René Morès, para ser comparado ao da outra Madeleine. O cenário sofreu um revés inusitado: no dia que o resultado do exame saiu, atestando que a Madeleine reclamante era considerada a "pessoa genuína" da situação, uma foto chegou ao conhecimento das autoridades.
Nela, as duas mulheres se reconheceram, ainda muito jovens, sentadas lado a lado e de braços dados no gramado de um orfanato em Orleans, uma cidade às margens do Rio Loire, no centro-norte da França. Elas alegaram que não se lembravam do encontro, tampouco quando ou como a foto foi tirada.
O caso foi "resolvido", mas só gerou mais perguntas sem resposta. Até hoje ninguém conseguiu decifrar o enigma que se tornou a vida dessas mulheres. Alguns sugerem que tudo não passa do golpe mais longo e menos prático de todos os tempos, enquanto outros apostam que existe algo genuinamente errado nessa situação.