O perturbador legado da família Guinness

13/01/2022 às 09:304 min de leitura

O sobrenome "Guinness", ainda que você esteja pensando no notório livro dos recordes, está diretamente vinculado com o poderio da cerveja irlandesa que ficou famosa pelo mundo todo.

Essa família deu início à indústria em meados do século XVIII, acumulando títulos aristocráticos, um espaço proeminente na sociedade e toneladas de dinheiro — que já somam mais de 600 milhões de euros.

Toda família guarda seus "esqueletos no armário", que fica repleto de passados obscuros, e os Guinness não são diferentes. Na verdade, a história deles é considerada perturbadora demais.

Devido a isso, não demorou muito para que a mídia definisse como uma maldição os eventos ao longo das gerações dessa família, e é até difícil pensar que seja algo diferente, dado ao nível catastrófico dos acontecimentos.

O início de tudo

Sir Arthur Guinness. (Fonte: Wikipedia/Reprodução)Sir Arthur Guinness. (Fonte: Wikipedia/Reprodução)

Sir Arthur Guinness, que viveu entre 1725 e 1803, foi o responsável por fundar todo o império da cervejaria em Dublin. O empreendedor teve 21 filhos com sua esposa, Olívia Whitmore, dos quais apenas 11 sobreviveram até atingirem a idade adulta para dar continuidade à linhagem da família — o que era completamente comum para os padrões do século XVIII, quando a taxa média de mortalidade de jovens era de 46%.

Foi com eles, os desafiadores das estatísticas, que a maldição teve início. O Lorde Moyne, nascido Walter Edward Guinness, em 1880, ministro britânico residente no Oriente Médio, foi o 1° de todos. Em 6 de novembro de 1944, ele estava estacionando um veículo na garagem de sua casa, no Cairo, quando foi atacado por um grupo de jovens que efetuaram 3 disparos contra o peito dele pela janela do carro. Moyne chegou a ser levado para o hospital e operado, mas morreu no mesmo dia.

Os responsáveis pelo homicídio foram identificados como dois membros da organização terrorista clandestina Lohamei Herut Yisrael (LEHI — Lutadores pela Liberdade de Israel).

A série de infortúnios

Tara Browne. (Fonte: Independent/Reprodução)Tara Browne. (Fonte: Independent/Reprodução)

Patrick "Tara" Browne, nascido em 4 de março de 1945, era o filho de Oonagh Guinness e herdeiro de uma fortuna de 1 milhão de libras pela sua parte na cervejaria da família. Na década de 1960, ele era considerado um dos pilares da elite social de Londres, o equivalente a uma Kardashian atualmente.

Na época, a cena cultural da cidade passava por uma revolução cultural chamada "Swinging London", um período em que o significado das distinções de classe estavam se desintegrando, com aristocratas e celebridades recentes se misturando em todos os meios, inclusive aqueles antes considerados "restritos". Várias dessas festas aconteciam na casa de Browne, onde ele fez amizade com os integrantes dos Rolling Stones e até dos Beatles.

Até que, em 18 de dezembro de 1966, Browne bateu com seu carro esporte Lotus Elan em uma van estacionada, morrendo aos 21 anos. Chocados com o acidente fatal, os Beatles compuseram a música "A Day in the Life", falando do impacto que foi receber a notícia da morte de um amigo querido.

Lady Henrietta Guinness. (Fonte: The Esoteric Curiosa/Reprodução)Lady Henrietta Guinness. (Fonte: The Esoteric Curiosa/Reprodução)

Em 1978, foi a vez de Lady Henrietta Guinness colocar mais uma vírgula na linhagem de desgraças da família. Ela chegou a se casar com 3 homens diferentes até terminar com o chef Luigi Marinori, que abandonou a faculdade de Medicina na Itália para ter uma filha com ela.

No entanto, isso não foi o suficiente para curar a depressão que assolava a mente de Henrietta. Aos 35 anos, ela cometeu suicidou pulando da Ponte delle Torri. Segundo o The Irish Times, um pouco antes de tirar a própria vida, Henrietta disse que teria sido feliz se fosse pobre.

O ano das mortes

(Fonte: Independent/Reprodução)(Fonte: Independent/Reprodução)

Mas o ano de 1978 não parou por aí para a família Guinness. O diplomata e também presidente do banco Guinness, John Guinness, envolveu-se em um acidente de carro que foi fatal para seu filho de 4 anos, Peter Guinness. Além dele, um membro de 17 anos da família morreu de uma suspeita de overdose de drogas.

O vício desempenhou um papel importante na interrupção e ruína na vida de vários membros Guinness. A filha mais velha de Maureen Guinness, Lady Caroline Blackwood, por exemplo, viveu uma vida turbulenta, sendo musa de vários artistas. Ela tacabou se tornando alcoólatra e, por isso, não conseguia construir relacionamentos duradouros. A instabilidade dela como mãe resultou na morte de uma de suas filhas, Natalya Citkowit, aos 18 anos, que, drogada de heroína, após bater a cabeça, afogou-se na banheira de casa.

Maureen Guinness. (Fonte: National Portrait Gallery/Reprodução)Maureen Guinness. (Fonte: National Portrait Gallery/Reprodução)

Dennys Guinness foi outro membro alcançado pela maldição ao ser encontrado morto em uma cabana em Hampshire, na Inglaterra. Ele havia sido recentemente questionado pela polícia sobre crimes com armas de fogo.

Se John Guinness sobreviveu para contar a triste história da morte de seu filho, isso foi apenas uma questão de tempo até que ele se encontrasse no meio de uma tragédia da qual não teve saída. 

Após se livrar de um sequestro, em 8 de abril de 1986, 2 anos depois, John morreu ao cair de 150 metros de altura da montanha Snowdon, no norte do País de Gales, durante uma escalada com sua família e 3 amigos.

Maldição sem fim

Honor Uloth. (Fonte: Jovem Pam/Reprodução)Honor Uloth. (Fonte: Jovem Pam/Reprodução)

Os tabloides voltaram a noticiar que nada havia sido feito para quebrar o ciclo de maldição da família Guinness em 2020, quando, em 31 de julho, Honor Uloth, a neta de 19 anos de Benjamin Guinness, envolveu-se em um acidente fatal.

Durante um churrasco na mansão da família em Sussex, na presença de amigos, Uloth decidiu tomar um banho na banheira de hidromassagem e depois mergulhar na piscina sozinha. Alguns minutos depois, seu irmão mais novo a encontrou deitada no fundo da piscina.

A jovem foi retirada e levada às pressas para o hospital mais próximo. Os médicos identificaram um ombro quebrado e significantes lesões cerebrais. Apesar de todo o empenho dos médicos, Uloth acabou falecendo após uma semana hospitalizada na unidade de tratamento intensivo.

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