Artes/cultura
14/02/2022 às 11:00•2 min de leitura
Nem todo mundo acredita que a História como a conhecemos aconteceu exatamente da maneira que foi compilada por centenas de historiadores ao longo dos séculos – o matemático Anatoli Fomenko é a prova viva disso.
Em meio ao caos de questionamentos erguidos, o calendário e a ideia básica de História também foram fortemente questionados, e o responsável por isso foi Heribert Illig.
Um dos membros ativo da Sociedade para a Reconstrução da História Humana e Natural, em 1991, Illig publicou a sua "Hipótese do Tempo Fantasma", uma teoria em que ele defende que houve uma conspiração no ano 1000, no século X, para alterar o sistema de datação por três governantes mundiais.
Heribert Illig. (Fonte: Amazon/Reprodução)
De acordo com Illig, o Papa Silvestre II, com o sacro imperador romano Otão III e o imperador bizantino Constantino VII, teriam se reunido para mudar o calendário e fazer parecer que Otão havia começado seu reinado no ano de 1000 em vez de em 996.
Em uma conspiração de poder, o trio teria alterado todos os documentos ao seu alcance até aquela época, criando eventos históricos e pessoas fictícias para embasar a sua fraude. Um de suas alterações teria sido com relação ao sacro imperador romano Carlos Magno que, segundo essa revisão, não teria sido um governante real, apenas uma lenda no melhor estilo Rei Arthur.
Illig explica que, devido a toda essa falsificação histórica, 297 anos extras teriam sido adicionados à História a partir do início da Idade Média, mas que foram completamente ignorados pela dependência excessiva de conteúdo escrito e um sistema inadequado de datação de artefatos medievais.
(Fonte: Forbes/Reprodução)
O pesquisador aponta que o calendário juliano, instaurado por Júlio César, conhecido por possuir uma discrepância em relação ao ano tropical de cerca de um dia para cada século em que o calendário estava em uso, embasaria que eventos historicamente significativos entre os anos 615 e 911 foram simplesmente inventados pelos historiadores — o que para ele justificaria esses "anos intermediários maçantes" nos registros históricos, em que "nada de interessante" aconteceu.
Os astrônomos e matemáticos que serviam o Papa Gregório XIII descobriram que o calendário civil precisava ser ajustado em apenas 10 dias e, a partir disso, Illig concluiu que a era do Anno Domini contou cerca de 3 séculos que nunca existiram.
(Fonte: Daily Express/Reprodução)
Em um artigo de 1995 intitulado Será que a Alta Idade Média realmente Existiu?, o Dr. Hans-Ulrich Niemitz escreveu que, entre o período da Antiguidade e o Renascimento, os historiadores contaram cerca de 300 anos a mais em sua cronologia. Essa ideia serviu apenas para inflar ainda mais as teorias de Illig.
Sua Hipótese do Tempo Fantasma teria alcançado até mesmo a arquitetura romana da Europa ocidental do século X, considerada por Illig "muito moderna" para o período em que foi construída, levantando a ideia de que ela só estava ali porque o tempo estava bem mais avançado.
A maioria dos historiadores que conhecem a hipótese de Illig criticam seus fundamentos. Eles também deixam claro que as datas registradas para determinar eventos marcantes foram por meio de eclipses solares e de histórias documentadas de várias partes do mundo que se sobrepõem aos períodos ausentes.