Artes/cultura
16/02/2022 às 11:00•3 min de leitura
Em meados do século XVII, uma nova vertente de pensamento surgiu na França: o Iluminismo, também conhecido como Século das Luzes. Esse termo, inclusive, surge a partir da ideia de trazer à luz as ideias dos pensadores da época baseadas no racionalismo e no saber científico, enquanto o restante da Europa ainda estava imersa nas crenças científicas.
O movimento iluminista foi se espalhando por diversos países da região até chegar em outros continentes, e aos poucos foi dando mais espaço ao pensamento racional em detrimento do misticismo e da religião. E para que essas ideias se espalhassem pelo mundo, foi necessário o auxílio de alguns grandes pensadores. Confira só uma lista com seis dos principais filósofos iluministas que ajudaram na expansão dessa corrente de pensamento!
(Fonte: Wikimedia Commons)
Durante o período do Iluminismo, Hobbes se posicionou como uma das principais figuras dos debates políticos dessa época. O pensador era totalmente contrário à intervenção do Estado na economia e foi quem estabeleceu a teoria do contrato social baseada na relação entre o soberano absoluto e a sociedade civil.
Para o filósofo e economista inglês, contratos sociais e sociedades civis são montados para que os seres humanos evitem o caos. Segundo ele, renunciar de direitos naturais e criar obrigações morais são a única forma das pessoas encontrarem a paz.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Locke, considerado o "pai" do liberalismo e um dos fundadores do empirismo, cuja ideia é os homens serem folhas em branco preenchidas com experiências, era um enorme defensor da liberdade de expressão e se tornou um dos filósofos iluministas mais influentes de todos os tempos. Ao longo de sua carreira, produziu grandes trabalhos literários, sobretudo o livro Ensaio acerca do Entendimento Humano (1689).
Foi um dos grandes desenvolvedores das noções de contrato social e direitos naturais, que acabaram influenciando Voltaire e Rousseau. Suas teorias ajudaram na formulação da Declaração de Independência dos Estados Unidos.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Voltaire era bem incisivo quanto ao que achava sobre o mundo religioso. Para o filósofo francês, Igreja e Estado deveriam se separar e defender as liberdades de religião e de expressão estava sempre em primeiro lugar. Era um dos filósofos iluministas com mais críticas à sociedade francesa e às estruturas sociais existentes.
Voltaire via a burguesia como pequena e ineficaz, os aristocratas como parasitas e corruptos, os plebeus como ignorantes e supersticiosos, e a Igreja como opressora. De acordo com o pensador, apenas um monarca esclarecido poderia salvar a sociedade, uma vez que melhorar a saúde e educação de seus súditos deveria ser um interesse racional.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Apesar de ter nascido na Suíça, as obras do filósofo, escritor e compositor francófono Jean-Jacques Rousseau influenciaram politicamente pensadores pela França e por toda a Europa. Tornou-se um nome muito relevante para a Revolução Francesa e também para a forma como enxergamos política e educação em tempos modernos.
Assim como outros filósofos iluministas, Rousseau tinha a concepção de que o estágio de desenvolvimento dos homens era melhor que nossa natureza "selvagem". Para ele, as pessoas deveriam praticar o autodomínio e permanecer virtuosas, mesmo que a sociedade em que vivessem fosse imperfeita e não natural.
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Através de seu conceito político de que deveria haver uma separação de poderes em uma sociedade, Montesquieu basicamente moldou o governo democrático moderno. O advogado francês defendia um sistema constitucional de governo, o fim da escravidão e a preservação das liberdades civis e da lei.
Por fim, ele tinha em mente que as instituições políticas deveriam ser um reflexo dos aspectos sociais e geográficos de cada comunidade para melhor representar a população.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Talvez a filósofa mais célebre do Iluminismo, Mary Wollstonecraft acompanhou de perto as mudanças causadas pela Revolução Francesa. Ela estava na França durante a decapitação de Luís XVI e ficou espantada com a forma de agir dos jacobinos — principalmente a forma como tratavam as mulheres.
Porém, isso nunca fez com que ela se tornasse uma conservadora. Wollstonecraft defendia a igualdade entre homens e mulheres, mantendo-se fiel à sua oposição à aristocracia, à monarquia e à autoridade da religião.