Saúde/bem-estar
03/05/2022 às 10:38•1 min de leitura
Diz aí, você já foi o bode expiatório de alguém? Essa expressão é bastante conhecida entre o público brasileiro, mas um dado curioso é que provavelmente muitos não fazem ideia de onde e como esse termo surgiu.
Em linhas gerais, dizemos que alguém é bode expiatório quando é acusado de algo que não fez e acaba sendo punido por isso. Em linhas gerais, muitas pessoas consideradas desavisadas acabam recebendo essa nomenclatura.
E acredite: a origem desse termo vai um pouco além da ideia que muitos utilizam hoje em dia, e para entender essa questão precisamos voltar alguns séculos para relembrar antigas tradições do mundo judaico.
Mesmo em suas origens, ser bode expiatório era algo extremamente ruim. (Fonte: William Holman Hunt/Reprodução)
Na Bíblia, o livro de Levítico traz dados referentes ao que era chamado Dia da Expiração. Nessa data, os hebreus faziam vários rituais para purificar sua nação e, entre os seus elementos mais importantes, utilizavam dois bodes. Entretanto, apenas um realmente era sacrificado para que seu sangue fosse usado com o de um touro para marcar as paredes do templo.
Dessa forma, era realizado um sorteio para descobrir qual dos bodes seria o abatido e qual se transformaria em "expiatório", que carregaria todos os pecados da comunidade. Em uma cerimônia em que um sacerdote colocava as mãos na cabeça do animal, ele passaria a carregar as falhas das pessoas daquela área e seria abandonado no deserto à sua própria sorte onde, em algum momento, acabaria morrendo.
Com isso, ele se tornaria o expiatório sem ter culpa de nada — tal como é convencionalmente feito em tempos modernos quando atribuímos a culpa a um inocente, mas (na maior parte dos casos) sem ocasionar uma morte propriamente dita.