Os 'Jardins dos Prazeres' que inspiraram os parques de diversão

A Disneylândia, localizada em Anaheim, Califórnia, foi inaugurado em julho de 1955 e se tornou uma revolução para os parques de diversão. Misturando os mundos mágicos das animações, com um entretenimento na qual os visitantes poderiam fazer parte dos filmes, seu objetivo sempre foi permitir que as pessoas pudessem fugir da realidade.

Mas as inspirações para Walt Disney vieram de parques com um tipo de entretenimento mais hedonista. Os Jardins dos Prazeres eram conhecidos como parques temáticos onde era possível deixar de lado a realidade e mergulhar na fantasia e diversão.

Jardins dos Prazeres

Os Pleasure Gardens, ou Jardins dos Prazeres, de Londres, foram os responsáveis por popularizar o conceito de lazer. O primeiro deles foi inaugurado na década de 1630, e até o século XIX vários outros foram criados. Eles ofereciam um ambiente no qual era possível deixar de lado as normas sociais, e onde era possível passear por espaços diferentes que ofereciam algum tipo de entretenimento.

Em pouco tempo, eles também começaram a aparecer em diversos países da Europa. Os Jardins dos Prazeres parisienses imitavam os ingleses, mas também tinham adições curiosas, como galos de briga. Depois da Revolução Francesa, eles se tornaram um espaço para confraternização entre os críticos da monarquia, além de serem o local das celebrações do Dia da Bastilha.

Nos Estados Unidos, os principais Jardins dos Prazeres funcionaram entre o final do século XVIII e o final da Guerra Civil, em 1865. Os jardins ofereciam um ambiente de fantasia que misturavam modernidade com um ambiente agradável, com muita vegetação. Assim como acontecia na França, nos EUA esses jardins se tornaram palcos para celebrar a independência dos EUA.

Dos Jardins dos Prazeres aos parques de diversão

Castelo da Cinderela na Disneyland Paris — o parque completa 30 anos em 2022.

Na metade do século XVIII, a linha entre os Jardins dos Prazeres e os parques de diversões foi ficando cada vez mais tênue. O Tivoli Park em Copenhague, inaugurado em 1841, foi o primeiro a inspirar Walt Disney na construção do seu parque. Além de jogos de azar, ele também possuía diversas atrações, incluindo uma montanha-russa de madeira. 

Mas o conceito de um parque de diversões fechado e permanente, surgiu em Coney Island. A famosa ilha em Nova York atraía visitantes desde 1800, mas de 1897 a 1904 criou três luxuosos mini-ambientes que transformaram para sempre o conceito de entretenimento. Porém, como os custos para a manutenção eram elevados, o parque acabou sendo abandonado aos poucos, até que um incêndio em 1911 levou a maior parte do esplendor de Coney Island.

O primeiro parque da Disney, na Califórnia, surgiu em um momento oportuno. Depois da Grande Depressão e da Segunda Guerra Mundial, as pessoas pareciam estar dispostas a frequentar um ambiente parecido com os Jardins dos Prazeres. A ideia de Walt Disney era permitir que as pessoas pudessem entrar nos filmes, e não apenas ir em alguns brinquedos. Isso fez com que ele resgatasse a proposta de oferecer o seu parque como uma experiência única para o público.