Artes/cultura
27/05/2023 às 10:00•2 min de leitura
Por vezes, um filme faz muito sucesso e gera uma bilheteria imensa - mas, ainda assim, os cineastas se arrependem de tê-los feito ou de ter incluído neles alguma cena que causou estragos posteriormente. Neste texto, contamos 5 vezes em que isto aconteceu.
(Fonte: Michael Ochs Archives/Getty Images)
Laranja Mecânica – adaptação do romance escrito por Anthony Burgess feita por Stanley Kubrick em 1971 – é, sem dúvida, um clássico absoluto do cinema. O que nem todo mundo sabe é que, em 1974, Kubrick realizou uma espécie de "autocensura" sobre uma de suas obras mais famosas: ele parou de permitir que seu filme fosse veiculado nos cinemas.
Isso ocorreu porque o cineasta não aguentava mais ver sua criação ser acusada de incentivar os espectadores a serem violentos. Veja bem: não é que ele achasse que o filme causasse esse efeito, mas ele simplesmente não aguentava mais ver as pessoas responsabilizando a sua obra por crimes cometidos por espectadores.
Kubrick faleceu em 1999 e Laranja Mecânica foi relançado no Reino Unido em 2000, tornando-se imediatamente um clássico que sempre atrai muita gente para as salas de cinema.
(Fonte: Hulton Archive/Getty Images)
Uma vez, o famoso diretor Francis Ford Coppola foi perguntado em uma entrevista se um dia ele faria mais sequências de O Poderoso Chefão. Sua resposta foi surpreendente: ele respondeu que deveria ter feito apenas um filme, e não três.
O cineasta se arrependeu de ter criado uma trilogia, pois, segundo ele, isso prejudicou o cinema: levou que outros diretores criassem dezenas de remakes e sequências desnecessárias de suas obras. Isso porque esses filmes geram muito dinheiro aos estúdios – como ocorreu com O Poderoso Chefão – mas são pouco originais e criativos.
(Fonte: Paramount/Getty Images)
O Grande Ditador, de 1940, é provavelmente o maior sucesso de Charlie Chaplin. Ele mostra o famoso comediante como Adenoid Hynkel, uma espécie de paródia explícita de Hitler. O trabalho hoje é louvado por expor e ridicularizar um dos homens mais perversos da história.
Contudo, em sua autobiografia, Chaplin disse que não deveria ter zombado da “insanidade homicida” do líder nazista, pois a mensagem humorada acabava enfraquecendo a gravidade dos crimes cometidos por Hitler.
(Fonte: Wikimedia Commons)
James Cameron hoje é muito lembrado pelos sucessos absolutos de Titanic e Avatar – filmes que de modo algum podem ser considerados violentos. Entretanto, o diretor já afirmou que tem um certo incômodo em relação a filmes anteriores que fez, como O Exterminador do Futuro e True Lies.
Cameron diz que esses filmes o incomodam porque têm muitas cenas de violência armada. Em uma entrevista, ele revelou ter cortado cerca de 10 minutos da história de Avatar: O Caminho da Água, tirando cenas que considerou violentas demais.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Em 1979, Oliver Stone ganhou um Oscar pelo roteiro do filme O Expresso da Meia-Noite. Dirigido por Alan Parker, a trama conta a história real de Billy Hayes, um americano que foi preso na Turquia por tráfico de drogas. Mesmo assim, Stone disse ter se arrependido de ter escrito esta obra.
A razão é bem legítima: ele acredita que o filme ajudou a impor um estereótipo negativo aos turcos. Décadas depois do lançamento de O Expresso da Meia-Noite, o governo da Turquia acusou o filme de Stone de estimular atitudes racistas em relação ao país, difundindo entre os americanos a ideia de que esta era uma nação quase medieval e que transgredia cotidianamente os direitos humanos.
Stone concordou com a acusação e pediu desculpas, em 2004, durante um encontro com o ministro da Cultura e Turismo da Turquia.