Ciência
30/05/2023 às 04:00•2 min de leitura
Uma Bíblia hebraica de mais de mil anos, considerada um dos manuscritos bíblicos mais antigos do mundo, foi arrematada por incríveis US$ 38 milhões, mais de R$ 190 milhões, em um leilão realizado em Nova York.
O item foi adquirido pelo ex-embaixador dos EUA na Romênia, Alfred H. Moses, em nome dos Amigos Americanos do Museu do Povo Judeu. O livro será doado ao próprio Museu do Povo Judeu (ANU) em Tel Aviv.
A Bíblia hebraica tem 1.100 anos e é um dos documentos históricos e culturais mais importantes da humanidade. (Fonte: ANU Museum/ Divulgação)
O documento raro, chamado de Códice Sassoon, é um manuscrito que reúne os textos da Bíblia hebraica — 24 livros ao todo — em bom estado e praticamente completo (há apenas 8 folhas faltando). Inclusive, estão presentes nesse documento os 10 capítulos iniciais do Livro de Gênesis.
O Codex Sassoon, que é um tesouro inestimável para estudiosos e amantes da história — especialistas acreditam que o manuscrito data de um período entre o século IX e X. A edição foi exibida anteriormente no Museu ANU durante uma turnê mundial como preparativo para o leilão.
O preço final de US$ 38 milhões pode parecer uma surpresa para muitos, mas reflete o profundo poder e significado da Bíblia hebraica como um pilar indispensável da humanidade.
Essa cifra coloca o manuscrito entre os mais valiosos já vendidos em um leilão, ficando atrás apenas da rara cópia da Constituição dos EUA, que alcançou o valor de US$ 43 milhões em 2021.
Em 1994, o Códice Leicester de Leonardo da Vinci foi vendido para Bill Gates por US$ 31 milhões, equivalente a aproximadamente US$ 60 milhões em valores atualizados.
Esses números destacam a raridade e a importância desses artefatos históricos, cobiçados por colecionadores e instituições culturais em todo o mundo.
Os manuscritos antigos são importantes fontes de conhecimento para a humanidade. (Fonte: GettyImage/Reprodução)
O Códice Sassoon, que recebeu esse nome quando foi adquirido em 1929 pelo colecionador David Solomon Sassoon, é de alto valor não apenas monetário, mas também histórico e cultural. Trata-se de uma obra-prima.
A Bíblia hebraica contida no Códice Sassoon é um símbolo inestimável do legado judaico, além de representar a influência e a base da civilização ocidental. Serve, também, como potente lembrete da necessidade de preservação e valorização da história e das tradições culturais.
Esses manuscritos antigos, como os códices de Alepo, Leningrado ou Sassoon, são exemplos importantes de como o povo judeu, em especial os massoretas (escribas judeus que cuidavam das escrituras), se esforçaram para garantir que as palavras entendidas como divinas pudessem ser preservadas e sobrevivessem ao tempo.
Agora, a Bíblia retornará ao seu lar em Israel, onde poderá ser apreciada por visitantes de todo o mundo que passem pelo Museu do Povo Judeu, tendo assim a possibilidade de testemunhar esse tesouro de 1.100 anos.