Romanos tinham cães de focinho achatado de estimação

19/06/2023 às 09:002 min de leitura

Os cães de cara achatada, como os das raças buldogue francês e pug, eram criados na Roma antiga, principalmente pelas famílias nobres, não tendo sido inseridos no ciclo familiar mais recentemente como se imaginava. É o que sugere um estudo publicado em maio no Journal of Archaeological Science.

Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores da Universidade de Wroclaw, na Polônia, analisaram o crânio de um cachorro de 2 mil anos encontrado nas ruínas da antiga cidade de Tralleis, agora Aydin, que fica no atual território da Turquia. Os restos mortais localizados em 2007 passaram por uma nova investigação em 2021.

O pet em questão era macho e parece ter vivido entre os anos 169 a.C. e 8 d.C., nos primeiros estágios do Império Romano, conforme as estimativas de datação por radiocarbono, e provavelmente tinha em torno de 18 meses quando morreu. A ossada foi comparada com as estruturas ósseas de 54 raças de cães modernas.

(Fonte: Arkeonews/Reprodução)(Fonte: Arkeonews/Reprodução)

De acordo com os especialistas, os ossos eram de um cão braquicefálico, caracterizado pelo focinho mais curto, face arredondada e olhos arregalados. lhasa apso, shih-tzu, boxer, shar-pei e boston terrier são algumas das outras raças modernas que compartilham tais semelhanças.

“Cãopanheiro”

A análise mais detalhada dos restos mortais deste cão de cara achatada da Roma Antiga revelou outras curiosidades. Os cientistas descobriram, por exemplo, que ele não apresentava sinais de desgaste nos dentes nem indícios de qualquer tipo de doença.

Esses detalhes sugerem que não se tratava de um cão de vigia ou responsável por desempenhar outro tipo de trabalho como as tarefas atribuídas às raças maiores. Provavelmente, era um cachorro que levava uma vida luxuosa, servindo de companhia para o tutor e a família.

(Fonte: Getty Images/Reprodução)(Fonte: Getty Images/Reprodução)

Conhecidos por enfrentar problemas de saúde relacionados à forma encurtada dos focinhos, os cães braquicefálicos não costumam ser encontrados em registros das eras grega e romana, por isso se acreditava que eles haviam sido introduzidos em períodos recentes. Há apenas outro relato de cachorro de cara achatada deste período, cujos restos foram encontrados nas ruínas de Pompeia.

Na época do Império Romano, eram comuns os cães maiores e com focinhos largos, que lhes davam habilidades farejadoras. As raças com crânios longos e narizes longos e finos, que apresentam boa acuidade visual, especialmente de longo alcance, também faziam sucesso entre as pessoas que viveram naquele período.

Demonstração de afeto

Outro indício de que os antigos romanos valorizavam a companhia fiel dos cachorros, como atualmente, está no local em que os ossos analisados no estudo foram encontrados. Eles estavam enterrados em uma tumba junto com os ossos do provável tutor.

Acredita-se que os romanos tenham sido a primeira civilização a classificar os cães em três categorias: pastores, caçadores e de fazenda. Esta descoberta aponta a possibilidade da existência de uma quarta classificação já naquela época, a de estimação.

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