Estilo de vida
16/09/2023 às 10:00•2 min de leitura
Os documentários são formatos de linguagem audiovisual que podem desempenhar uma grande importância na vida social. Tratando de eventos reais, eles são capazes de nos informar, educar e até inspirar algumas mudanças no mundo.
Neste texto, compartilhamos quatro documentários que realmente conseguiram impactar na forma que enxergamos a vida neste planeta.
Boa parte do mundo começou a aprender sobre mudanças climáticas por conta do documentário Uma Verdade Inconveniente, dirigido por Davis Guggenheim, que mostra a campanha do então vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore, que tentava educar as pessoas sobre o aquecimento global. Antes disso, as alterações no clima eram frequentemente vistas como exagero, ou apenas um discurso voltado a interesses políticos.
O filme une evidências científicas com uma narrativa visual bastante didática e convincente. A defesa de Al Gore sobre o seu argumento repercutiu enormemente entre o público, e acabou fazendo com que boa parte da audiência começasse a exigir mudanças em prol da preservação do planeta.
Em 2004, Morgan Spurlock levantou muita discussão com seu documentário Super Size Me, em que expunha uma experiência bizarra: o diretor passou 30 dias consumindo apenas comida do McDonald's e foi registrando o que acontecia com seu organismo. A ideia era evidenciar os riscos trazidos pelo excesso de fast food e expor a epidemia de obesidade nos Estados Unidos.
Ao fim de 30 dias, Spurlock tinha ganhado peso rapidamente e experimentado outras complicações na saúde, como danos ao fígado e níveis elevados de gordura no sangue. Super Size Me acabou levantando muitas discussões sobre a importância de uma legislação mais vigorosa para saúde pública e forçando que as cadeias de fast food fizessem mudanças em seus cardápios.
Em 1999, dois estudantes entraram armados na escola Columbine High School, em Columbine, e mataram 12 alunos, um professor, e feriram mais 21 pessoas. Três anos depois, Michael Moore lançou Tiros em Columbine, documentário em que investiga a cultura altamente violenta e focada na posse de armas que vigora até hoje entre os norte-americanos.
O filme levantou muita discussão e fez o público questionar a obsessão dos Estados Unidos por armas de fogo. Com uma posição bastante clara sobre o assunto, Michael Moore ajudou com que esse debate circulasse no mundo, ampliando também a compreensão sobre o papel dos meios de comunicação na instalação dessa cultura.
A Guerra do Vietnã é, até hoje, uma ferida na memória dos norte-americanos, que ainda tentam entender como foram capazes de perder um conflito contra um povo bem menos armado do que eles. O evento também se relacionou ao questionamento sobre a utilidade de conflitos bélicos para solucionar questões políticas.
Hearts and Minds é tido por muita gente como o relato mais comovente sobre este acontecimento histórico. Com uma estrutura inovadora, o documentário ajudou a questionar a narrativa oficial do governo sobre a necessidade dessa guerra, revelando o preço trágico que a entrada nesse conflito cobrou da população estadunidense. Isso é feito no filme pela união de cenas de destruição com testemunhos pessoais dos soldados, veteranos e vietnamitas civis.
Ou seja, a obra conseguiu desconstruir o verniz "heroico" que os poderes políticos queriam colocar sobre esse episódio, de forma a apagar todo o sofrimento humano causado pela guerra. A ferida foi exposta para o mundo inteiro, e uma boa parte do público começou a questionar os princípios éticos da intervenção militar.
Por fim, Hearts and Minds foi um filme que teve um papel fundamental em estimular o crescimento de um movimento contra as guerras, ampliando a voz daqueles que defendem a paz.