Ciência
17/10/2023 às 06:30•2 min de leitura
Após ter se destacado ao conquistar a primeira medalha de ouro olímpica de surfe em 2020 e também ao ser campeão mundial da categoria, o surfista brasileiro Ítalo Ferreira protagonizou mais um feito inédito no último sábado (14). Enquanto o raríssimo eclipse anular do Sol acontecia ao fundo, o atleta posou para uma série de fotos extraordinárias que capturaram o fenômeno ao fundo.
Esse tipo de eclipse ocorre quando a Lua está no ponto mais distante de sua órbita da Terra, o que faz com que ela crie um "anel de fogo" quando sobrepõe o Sol. As imagens foram feitas no Rio Grande do Norte pelo fotógrafo Marcelo Maragni, que precisou de muito preparo para alcançar a fotografia perfeita.
(Fonte: Marcelo Maragni/Red Bull Content Pool)
Para conseguir obter uma visão privilegiada do eclipse solar ao fundo, Maragni precisou se inteirar a respeito de diversos estudos científicos e equipamentos especializados que mostrassem como alcançar a foto perfeita. Além disso, o fotógrafo e Ítalo Ferreira contaram com a sorte do estado do Rio Grande do Norte ser um dos melhores locais do Brasil para presenciar o fenômeno.
Como o eclipse dura pouco tempo, a dupla teve apenas poucos segundos para garantir o resultado artístico memorável. Maragni precisou usar de algumas técnicas de fotografia e engenharia, como posicionamento e agilidade, para finalizar seu trabalho. Ítalo, por sua vez, precisava estar alinhado com o rápido momento em que a Lua se posicionava milimetricamente entre a Terra e o Sol.
Uma vez que o cenário perfeito havia sido construído, o fotógrafo — que estava há 1 km de distância do surfista — precisou usar rádios para comunicação, dois celulares, óculos de proteção e espelhos para conseguir fixar os olhos contra a luz solar e evitar o efeito sombra na imagem do atleta. Com tanto trabalho envolvido, não é à toa que o resultado final foi fantástico.
(Fonte: Marcelo Maragni/Red Bull Content Pool)
Em declaração oficial, Ítalo Ferreira falou um pouco mais sobre como foi o processo das fotos. "Quando saí de casa tinham muitas nuvens no céu e eu fiquei um pouco apreensivo, mas quando chegamos na pedra que seria o ponto perfeito calculado o tempo limpou. E quando começou o eclipse conseguimos fazer a foto que, na minha opinião, é provavelmente uma das melhores fotos que alguém já fez durante um eclipse", detalhou.
De acordo com o surfista, a foto é ainda mais especial pois o "arco de fogo" também acaba "representando um dos arcos olímpicos", o que gera uma memória sobre os momentos especiais vividos durante os Jogos Olímpicos de Tóquio em 2021. A cena inédita foi eternizada após uma única tentativa e em cerca de 5 segundos. No entanto, os ensaios para o grande momento começaram 4 meses antes, com Maragni tendo visitado mais de 20 picos e montanhas para encontrar a angulação perfeita.
"Esse foi uma das fotos mais complexas que já fiz, foram trabalhosas tentativas de encontrar um local com a angulação de azimute, que é um ângulo em relação ao Norte e com uma inclinação específica de altura", explicou o fotógrafo com quase 25 anos de carreira. Embora o eclipse tenha sido visto no Brasil por volta das 15h do sábado até as 18h, o "anel de fogo" se formou por volta das 16h40 e durou um curto período.