Ciência
27/11/2023 às 11:00•2 min de leitura
O Dia de Ação de Graças é celebrado principalmente nos Estados Unidos, no Canadá e nas ilhas do Caribe. Ele costuma ser celebrado entre 22 e 28 de novembro e é entendido como uma data para demonstrar gratidão por meio de orações e festas.
A primeira vez em que a data foi celebrada teria sido em 1621, em um jantar realizado por colonos que fundaram uma vila em Plymouth, Massachusetts, nos Estados Unidos. Depois de anos de tempo ruim e inverno rigoroso, eles tiveram uma boa colheita de milho e resolveram celebrar comendo patos e perus ao lado de membros dos povos nativos.
Contudo, muito do que as pessoas aprendem sobre o famoso Thanksgiving não é exatamente preciso. Confira a seguir 4 erros sobre esse feriado.
(Fonte: GettyImages)
Os chamados colonos ou peregrinos teriam realizado em 1621 a primeira festa na Colônia de Plymouth para celebrar a primeira grande colheita. Eles teriam então convidado indígenas wampanoag para saborear tortas feitas com peru e abóbora.
Sabe-se que foi servida carne de veado e algum tipo de ave, mas não necessariamente peru. Eles cultivavam abóbora, mas não é provável que os peregrinos tenham preparado uma torta com ela. Além disso, os cranberries (que até hoje são usados na data para o preparo do molho) possivelmente não estavam no cardápio.
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Quase todas as representações dos peregrinos que circulam na cultura mostram essas pessoas com uma mesma indumentária: roupas na cor preto e branco e sapatos com grandes fivelas. Contudo, os historiadores também dizem que as imagens são imprecisas. As mulheres e os homens costumavam usar nesta época roupas de muitas cores, como vermelho, verde, azul e violeta.
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A história do Dia de Ações de Graças se baseia na ideia de uma celebração pacífica entre europeus recém-chegados na América e os povos nativos. Espalha-se o mito de que essa convivência foi pacífica – o que não é exatamente verdade.
De fato, os wampanoags já tinham contato com os europeus há mais de um século, o que envolveu, em vários momentos, ataques bastante violentos. E antes do famoso jantar, pelo menos dois wampanoags já haviam estado na Europa e aprendido inglês.
Segundo o historiador David Silverman, o principal erro é tratar esse jantar partilhado como um símbolo de colonização pacífica. "Sem dúvida, o líder wampanoag Ousamequin estendeu a mão aos ingleses em Plymouth e queria uma aliança com eles. Mas não é porque ele era amigável por natureza. É porque o seu povo foi dizimado por uma doença epidêmica e Ousamequin vê os ingleses como uma oportunidade para afastar os seus rebeldes tribais", pontua.
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Por isso, outro possível equívoco é a crença coletiva que os indígenas foram convidados ao jantar. Na verdade, não se sabe ao certo como todos acabaram sentando juntos em uma celebração.
“O registro escrito em inglês não menciona um convite, e a tradição oral wampanoag não parece remontar a este evento”, explica Kate Sheehan, porta-voz do museu Plimoth Plantation. Mas ela afirma que há algumas pistas sobre por que o líder wampanoag estava lá: "seu povo estava plantando do outro lado do riacho da colônia. Outra possibilidade é que, após a colheita ter sido colhida, ele estivesse fazendo ligações diplomáticas", completa.