Ciência
09/12/2023 às 08:00•3 min de leitura
Dentro de um set de filmagem, muitas coisas bizarras podem acontecer. Certamente, não é exatamente incomum que um diretor faça exigências grandiosas para que seu filme seja um sucesso, ordenando que os mares se abram para conseguir atingir uma cena perfeita. No entanto, existem aqueles que foram longe demais para conseguir isso.
Em nome da criatividade, autenticidade, audácia e até mesmo da loucura, esses cineastas quebraram barreiras e foram pioneiros em inovações tecnológicas, construindo estruturas impecáveis e levando os atores ao limite. Veja só cinco grandes exemplos disso tudo!
(Fonte: Universal Pictures/Reprodução)
Apesar de ser um dos cineastas mais respeitados de todos os tempos, é sabido que os relacionamentos de Alfred Hitchcock com suas estrelas femininas eram notoriamente tensos. O maior exemplo disso aconteceu com a atriz Tippi Hedre, protagonista do icônico filme Os Pássaros (1963).
Os dois não gostavam um do outro desde o início e a tensão acumulada veio à tona durante as filmagens da cena em que a personagem de Hedren é cercada por pássaros que invadiram sua casa. Para tornar essa sequência a mais real possível, Hitchcock insistiu em usar pássaros vivos nas filmagens. Apesar da cena durar apenas um minuto na tela, os treinadores atiraram pássaros de todas as formas possíveis em Hedren por cinco dias seguidos.
(Fonte: Paramount Pictures/Reprodução)
Levemente inspirado por Hitchcock, Terrence Malick era outro diretor disposto a fazer grandes esforços para criar o filme que desejava fazer. Isso pode ser visto durante as gravações de Days of Heaven (1978), seu segundo drama na carreira. Malick não sabia como criar o efeito de uma praga de gafanhotos subindo dos campos de trigo.
Ao contrário de Hitchcock, no entanto, ele não considerou a utilização de animais vivos. Graças ao seu diretor de fotografia, Néstor Almendros, Malick alugou helicópteros contratados para lançar milhares de cascas de amendoim pelo céu enquanto dirigiam as câmeras para trás. Na projeção frontal, a imagem faz parecer gafanhotos voando do chão e girando em torno dos atores.
(Fonte: Paramount Pictures/Reprodução)
Embora James Cameron tenha construído sua carreira combinando inovação tecnológica e produção cinematográfica, impulsionando avanços no cinema para se adequar aos seus projetos, um dos exemplos mais impressionantes de sua engenhosidade surgiu enquanto ele fazia seu filme O Segredo do Abismo (1989).
Buscando um nível de manobrabilidade subaquática durante as filmagens, Cameron colaborou em um projeto que permitia aos operadores e equipamentos de câmera se moverem com mais facilidade durante sequências embaixo d'água. O processo deu tão certo que colaborou incrivelmente para a produção do filme Titanic (1997) anos depois.
(Fonte: Specta Films/Reprodução)
O filme mais ousado de Jacques Tati, PlayTime (1967), vê o diretor situar sua narrativa numa Paris do futuro que se deformou significativamente sob a bota do capitalismo. Na maior parte do filme, muitas maravilhas arquitetônicas da cidade foram substituídas por fileiras e mais fileiras de edifícios idênticos, cinzentos e brutalistas.
Mas como fazer isso? Para filmar sua obra, Tati construiu uma espécie de "vila" inteira para servir como cenário, apelidando o lugar de "Tativille". A cidade foi construída em um campo aberto a leste de Paris, possuía seu próprio aeroporto, lojas e arranha-céus. Após as filmagens, no entanto, Tativille foi demolida por ordem do Ministro da Cultura da França, André Malraux.
Pôster original de O Desafio (2023). (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)
A corrida espacial foi um dos acontecimentos sociais e tecnológicos mais marcantes da Guerra Fria. Embora os Estados Unidos tenham saído vitoriosos, isso não impediu que os russos continuassem desesperadamente ofuscá-los nos anos seguintes. O filme do diretor russo Klim Shipenko, O Desafio (2023), mostra exatamente isso.
No longa-metragem, uma cirurgiã (Yulia Peresild) é enviada à Estação Espacial Internacional (ISS) para salvar um cosmonauta que está fraco demais para retornar à Terra. Acontece que o Shipenko e Peresild realmente viajaram até a ISS real em 2021 para filmar a película no espaço — um feito nunca realizado antes pela humanidade.