Ciência
23/12/2023 às 11:00•2 min de leitura
Os circos foram uma grande atração durante o século XX. E boa parte deles investia nos chamados freak shows, ou seja, na exibição de pessoas ou animais que portavam algum tipo de anomalia no corpo.
Dentre esses personagens, estava o italiano Jean Libbera, também conhecido como o “Homem de Dois Corpos". Isto porque ele tinha em seu torso um gêmeo parasita, o qual chamava de Jacques.
O gêmeo tinha dois braços, duas pernas e uma cabeça que ficava embutida no estômago de Jean, e que supostamente dependia do corpo de seu irmão para poder sobreviver. Mesmo com essa anomalia, Jean Libbera viveu até os 50 anos, casou-se e teve quatro filhos saudáveis. Conheça agora a sua impressionante história.
(Fonte: Reprodução)
Jean Libbera nasceu em Roma em 1884, e tinha outros doze irmãos na família. Um deles, aliás, nasceu também com um gêmeo parasita, mas não viveu além da infância.
Jacques, o seu gêmeo, era aquilo que a ciência considera como um "parasita vestigial", que ocorre quando um embrião apenas se separa parcialmente em dois, se desenvolvendo de forma assimétrica no útero. Assim, acaba gerando um gêmeo maior, mais maduro, e outro menor.
Esta condição é um tipo específico daquilo que se chama popularmente de gêmeos siameses, também chamado de xifópagos, que ocorre quando dois irmãos que compartilham uma parte do corpo nascem, crescem e vivem ligados um ao outro.
O nascimento de gêmeos siameses configura um fenômeno muito raro, que afeta uma em cada 50 mil gestações no mundo todo. Por outro lado, os gêmeos parasitas são 10% dos gêmeos siameses, ou seja, raríssimos. É bem difícil que um gêmeo parasita sobreviva após o nascimento.
(Fonte: Reprodução)
Em razão de seu gêmeo ter sobrevivido, Jean Libbera acabou seguindo carreira em um "show de horrores", onde exibia seu irmão para os olhares dos curiosos. Frequentemente, os dois usavam ternos combinando durante as apresentações.
A fotógrafa Diane Arbus uma vez relatou: “não sei se as pessoas realmente desmaiaram quando viram Jean Libbera. Ele parecia um pouco triste em um pôster na parede oposta, de smoking, segurando docemente as mãos de seu gêmeo vestigial que cresceu, a cabeça para dentro, saindo de seu abdômen e usava, o gêmeo usava, sapatinhos de couro envernizado e uma fralda para evitar que ele molhe as calças.”
Há algumas dúvidas sobre se Jacques realmente estava vivo. Mas, de acordo com alguns relatos, o gêmeo conseguia se mover, embora dependesse de Jean para sobreviver. Os dois irmãos compartilhavam tudo, incluindo os sistemas circulatório e nervoso.
Embora seja difícil saber o que realmente verdade e o que era imaginação em sua história, consta que Jean levou uma vida relativamente normal, e que cobria Jacques com uma capa quando saía de casa. Ele teve quatro filhos saudáveis e voltou para a Itália em algum momento da vida, onde morreu entre 1934 e 1936.