Ciência
16/02/2024 às 12:00•2 min de leitura
Embora os filmes e séries de TV sempre usem um tom mágico e heroico quando se trata de sitiar inimigos em castelos, na verdade, as pessoas faziam isso na Idade Média principalmente por poder e controle territorial. Quanto aos épicos guerreiros, na maioria das vezes sua motivação era apenas, conquistar, estuprar e pilhar por pura diversão e lucro.
Verdadeiros centros de poder e controle nas regiões onde estavam localizados, essas fortalezas inexpugnáveis só poderiam ser atingidas, ou pelo menos ameaçadas, se fossem sitiadas. Sitiar significa isolar ou bloquear aquele castelo do resto do mundo, cortando suas fontes de abastecimento e comunicação com o exterior.
Para isso, a forma mais utilizada era montar um acampamento do lado de fora da edificação e vigiar todas as saídas possíveis, para forçar os defensores a se renderem por fome, sede ou doença. Outra modalidade de cerco era um assalto direto, atacando as muralhas, embora a história mostre que, na prática, você precisava de proporção de tropas superior a 10:1 para invadir um castelo e capturá-lo com sucesso.
(Fonte: Getty Images)
Quem tem apenas uma experiência cinematográfica em ataques a castelos não tem ideia de como é insano tentar invadir uma fortaleza dessas, e como era raríssimo que isso acontecesse na real. A história ensina que há três explicações pelas quais os ocupantes das cidadelas venciam. A primeira, contra-atacar, era mais rara, pois, se estavam sitiados, é porque a força agressora era mais forte, ou melhor equipada.
A segunda forma pela qual os defensores geralmente levavam a melhor seria sendo ajudados por um exército aliado que viesse auxiliar na defesa, ou atacar diretamente as tropas sitiantes.
Mas, a melhor maneira de vencer um cerco em qualquer momento dos dez séculos da Idade Média foi tão somente se abrigar, da maneira mais confortável possível, atrás das suas belas, gigantescas e resistentes muralhas, e... sobreviver aos sitiantes. Que, enquanto isso, ficavam lá fora na chuva, no sol, na neve, enfrentando fome e doenças.
(Fonte: Getty Images)
Por ser uma tarefa que demandava muitos recursos e planejamento, a verdade é que tanto sitiar como ser sitiado envolvia um processo de administração extremamente chato. Imagine ficar sentado sem fazer nada emocionante a não ser jogar pedras e óleo fervente em seus oponentes, isso se eles tivessem equipamentos para um ataque.
Dessa forma, embora cada sítio fosse único e as armas evoluíssem ao longo do tempo, o que ocorria na maioria das vezes é que a grande preocupação dos sitiantes se resumia a não morrer de doenças e perguntar o tempo todo ao inimigo se ele não toparia fazer um acordo.
Na iminência de ficar sem suprimentos e/ou dinheiro, ou soldados suficientes para ficar do seu lado, a negociação era a solução adotada na quase totalidade dos sítios a castelos medievais.