Artes/cultura
24/03/2024 às 16:00•3 min de leituraAtualizado em 24/03/2024 às 16:00
Ser detentor de um recorde mundial é o objetivo de vida de muitas pessoas, especialmente por ser possível obter a marca nas mais variadas categorias. No entanto, apesar da aparente facilidade em ter seu nome estampado no Guinness, o livro dos recordes, essa "liberdade de escolha" da área não significa ausência de regras.
O Guinness World Records, inclusive, possui regras que são minuciosamente verificadas para aferir o posto de recordista em qualquer atividade, e a falta de uma leitura minuciosa no regulamento pode jogar fora um trabalho em busca da melhor marca. Na lista abaixo, mostramos casos de algumas pessoas que viram seus recordes escaparem por entre os dedos.
A nigeriana Tobi Amusan é uma das mulheres mais rápidas do mundo. Com enorme talento em provas rápidas e com obstáculos, a atleta viu seu nome passar a figurar o livro dos recordes em julho de 2022, durante o Campeonato Mundial de Atletismo. Na semifinal da prova de 100 metros com barreiras, a nigeriana obteve o recorde mundial ao cravar 12,12 segundos, superando a marca anterior em 0,08 segundos. Mas ela queria algo a mais.
Na final, além de levar o ouro, Tobi Amusan fez incríveis 12,06 segundos, o que seria a nova marca mais rápida da história da prova. Ela só não contava que o número seria contestado. A organização da prova afirmou que, durante a final, o vento estava acima da velocidade média, favorecendo a que a nigeriana atingisse um tempo menor. Apesar de lhe conferir a vitória, esse detalhe fez com que o registro não fosse marcado como um recorde.
Lauren Booth pode ser chamada de garota prodígio. Em 2013, aos 13 anos, ela era capaz de usar sua bicicleta para percorrer a pista de velódromos em menos de 15 segundos. Alguns anos antes, ela completou os 200 metros do Velódromo Nacional do País de Gales em impressionantes 15,129 segundos, o que seria um recorde à época. No entanto, devido à pouca idade, a marca foi negada.
Foi aos 13 anos que conseguiu completar o percurso com 14,402 segundos, o que seria não apenas um recorde pessoal, mas mundial. Porém, outra vez, a marca não entrou para o Guinness porque os médicos do antidoping não compareceram, fazendo com que seu tempo não fosse considerado válido.
Uma das características mais peculiares do universo dos recordes é que ele é capaz de unir grandes atletas e pessoas comuns com habilidades específicas. Um bom exemplo disso é a história da corredora e enfermeira Jessica Anderson. Atleta amadora, ela treinava para correr a Maratona de Londres de 2019, mas com um detalhe: ela faria isso vestida de enfermeira, de modo a quebrar o recorde de quem havia feito isso anteriormente.
Durante seu treino, ela decidiu que faria uma tentativa oficial de obter a marca, o que ela conseguiu: ficou abaixo do tempo anterior em 32 segundos. Porém, o Guinness não considerou a tentativa válida, argumentando que Jessica não estava vestida de enfermeira. O regulamento do Guinness exigia que fosse mais caricato, incluindo o chapéu e avental tradicionais.
Imagine que você tenha o projeto de colocar seu nome no Guinness, utilize oito anos da sua vida para isso e, no final, descubra que não cumpriu um requisito para sua conquista. Foi isso que ocorreu com o francês Richard Plaud, que usou 706.900 fósforos para construir uma réplica da Torre Eiffel de 7 metros de altura, e mesmo assim não viu seu nome ir parar no livro dos recordes.
Tudo se deu porque Plaud adquiriu os fósforos diretamente com o fabricante, mas sem as pontas de enxofre vermelho. Acontece que o regulamento exigia que a maquete fosse construída utilizando somente produtos disponíveis comercialmente. Em virtude da ausência das pontas vermelhas, Plaud não bateu o recorde. Posteriormente, no entanto, a organização colocou seu nome no livro, apontando o método específico que ele utilizou.