Ciência
16/07/2024 às 10:00•2 min de leituraAtualizado em 16/07/2024 às 10:00
O ex-presidente norte-americano Donald Trump foi vítima de um atentado durante um comício na Pensilvânia, no dia 13 de julho. O fato certamente trouxe à memória do brasileiro momentos tragicamente marcantes da nossa política, como o atentando ao então candidato Jair Bolsonaro.
Porém, na história da política brasileira é marcada por uma série de atentados violentos contra figuras públicas. Esses incidentes, que variam de tentativas de assassinato a ataques terroristas, moldaram o contexto político do país em diferentes épocas.
Atentado ao Imperador D. Pedro II: Em 1889, um jovem atirou contra a carruagem do imperador D. Pedro II. Embora o tiro não tenha atingido o imperador, o incidente foi um sintoma da crise política crescente que culminou na Proclamação da República naquele mesmo ano. Este evento mostrou a crescente insatisfação com a monarquia e a urgência de mudanças políticas.
Atentado ao Presidente Prudente de Morais: Em 1897, um soldado tentou assassinar o presidente Prudente de Morais. O ataque foi frustrado pelo ministro da Guerra, Marechal Bittencourt, que foi fatalmente esfaqueado no processo. Este atentado refletiu a instabilidade política e as tensões sociais do Brasil na virada do século XIX.
Atentado da Rua Tonelero: O jornalista Carlos Lacerda foi alvo de um atentado na Rua Tonelero, no Rio de Janeiro, em 1954. Embora Lacerda tenha sobrevivido, o major da Aeronáutica Rubens Vaz morreu no ataque. Este incidente foi um catalisador para a crise política culminaria no suicídio do presidente Getúlio Vargas. A tentativa de assassinato de Lacerda é um exemplo de como a violência política pode desestabilizar um governo.
Atentado do Aeroporto dos Guararapes: Uma bomba explodiu no aeroporto do Recife em 1966, matando duas pessoas e ferindo outras 14. O alvo era o candidato à presidência, Artur da Costa e Silva. Este atentado destacou a escalada da violência política durante o regime militar, aumentando o clima de medo e repressão.
Atentado do Riocentro: Em 1981, militares de extrema direita planejaram um ataque terrorista durante um show no Riocentro, no Rio de Janeiro, em comemoração ao Dia do Trabalhador. A ideia era colocar a culpa na esquerda, porém o plano falhou, resultando na morte de dois dos militares terroristas. Este incidente revelou as tensões dentro das forças armadas e a resistência à abertura democrática.
Após a Constituição de 1988, momento em que se instalaria um cenário de maior calmaria após os anos tortuosos da Ditadura Militar, o atentado mais notório é, de fato, aquele contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Durante a campanha presidencial de 2018, o então candidato Bolsonaro levou uma facada durante um comício, sofrendo ferimentos graves. O autor do atentado foi o mineiro Adélio Bispo que, segundo as investigações, sofria de transtornos mentais e teria cometido o ataque por "inconformismo político". O fato só aumentou as divisões políticas extremas e a violência que permeia a política brasileira contemporânea.
Os atentados tiveram consequências profundas para o Brasil, pois além de ceifar a vida de políticos, jornalistas e outras figuras importantes, criaram um clima de medo e intimidação, silenciando dissidentes e enfraquecendo diversas instituições.
Todo esse cenário escalou ainda mais as tensões, levando a assassinatos brutais que assustaram a sociedade.
Um exemplo recente disso é o assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, motivado pelo fato de Marielle atuar de forma ativa contra os avanços político-econômicos de determinados grupos.
Esses atentados são um lembrete triste do lado obscuro da política brasileira, que mostra como a luta pelo poder pode ser jogado das piores formas possíveis.