Artes/cultura
04/03/2024 às 16:00•2 min de leituraAtualizado em 04/03/2024 às 16:00
A Câmara de Âmbar, sala dourada que um dia pertenceu ao Palácio de Catarina na Rússia — e, antes disso, enfeitou a casa do rei da Prússia — está desaparecida desde o final de 1943. Após diversas reformas, transferências e o saque realizado por nazistas, os itens da sala desapareceram.
A Câmara ganhou seu nome por ter suas paredes incrustadas com seis toneladas da pedra, além de ser adornada com ouro. O âmbar era um material protegido pela lei prussiana desde o século XIII.
A sala foi um presente para Frederico I, o primeiro rei do território. O projeto foi feito pelo arquiteto da corte, Andreas Schlüter, e a construção se iniciou em 1701, sob responsabilidade de Gottfried Wolfram.
Originalmente instalada em Charlottenburg, o cômodo foi presenteado e transferido à Rússia em 1716. O então rei da Prússia, Frederico Guilherme I, utilizou as 18 caixas de itens da sala para firmar uma aliança com o czar russo Pedro, o Grande.
A Câmara de Âmbar foi então instalada na Casa de Inverno da realeza russa, em São Petersburgo. Em 1755, a czarina Isabel — filha de Pedro, o Grande e Catarina I — ordenou outra transferência. A sala passou a ocupar o Palácio de Catarina em Pushkin, distrito de São Petersburgo.
Foi lá que permaneceu a maior parte de sua existência. Ao longo do século XVIII, passou por outras reformas. Com suas seis toneladas de âmbar em 16 metros quadrados, a estimativa de historiadores é de que valeria US$ 142 milhões (mais de R$ 706 milhões) hoje em dia.
Adolf Hitler iniciou a Operação Barbarossa em 1941, durante a qual três milhões de alemães invadiram a União Soviética. Com a aproximação das tropas, os funcionários do palácio tentaram esconder a Câmara, sem sucesso.
A sala foi desmontada ao longo de 36 horas e os tesouros foram encaixotados. A Câmara de Âmbar então foi reinstalada na Alemanha, no museu do castelo de Königsberg — hoje Kaliningrado, na Rússia.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial se aproximando, em 1943, a sala foi novamente desmontada. O diretor do museu, Alfred Rohde, foi orientado a encaixotar os itens valiosos e assim o fez. Entretanto, é aí que o rastro da Câmara se torna confuso.
Rohde contou histórias diversas sobre o paradeiro dos tesouros. Com os bombardeios dos Aliados à Alemanha em agosto de 1944, os itens da Câmara teriam sido destruídos.
Ainda assim, Rohde afirmou em uma carta ao seu superior que a "Câmara de Âmbar teria sobrevivido". Até então não se sabe o paradeiro dos itens que um dia compuseram a famosa sala.