Estilo de vida
30/09/2024 às 06:00•2 min de leituraAtualizado em 30/09/2024 às 06:00
Testes online tem se tornado um verdadeiro atrativo na internet, mas um teste simples e curioso tem ganhado popularidade nos últimos tempos e levantado uma discussão: turquesa está mais perto do azul ou verde? A resposta não é tão simples quanto parece. De acordo com pesquisadores, cores não são estáticas e sua percepção varia tanto de pessoa para pessoa quanto entre diferentes culturas.
O teste funciona de maneira direta: os usuários são convidados a classificar diferentes tonalidades entre azul e verde. O turquesa, uma cor que se encontra entre essas duas, é o grande ponto de discussão. Essa tonalidade tem despertado debates sobre como cada indivíduo enxerga e nomeia as cores, demonstrando que a percepção visual não é apenas biológica, mas também moldada pela cultura.
Em muitas culturas, a linha entre azul e verde é bastante tênue. Em línguas como japonês, tailandês e coreano, a mesma palavra é usada para descrever o que falantes de inglês chamariam de "verde" e "azul", gerando uma enorme confusão entre as duas cores.
Em galês, por exemplo, o termo "glas" refere-se ao azul, mas deriva da palavra para verde. Esse fenômeno é comum em várias partes do mundo, onde a separação rígida entre essas duas cores não é necessariamente aplicável, o que pode parecer bastante confuso para outras partes do mundo.
Na Itália, por sua vez, existem várias palavras para descrever diferentes tons de azul, como azzurro e celeste, além de termos que misturam verde e azul, como verde-acqua. A influência cultural sobre a linguagem mostra que a percepção das cores pode mudar conforme o contexto social e linguístico.
Um estudo notável com os Himba, uma comunidade indígena no norte da Namíbia, revelou que eles não têm uma palavra específica para azul. Quando testados com diferentes tonalidades, os Himba tiveram dificuldade em distinguir o azul do verde, uma tarefa que seria fácil para ocidentais. No entanto, o oposto ocorre com o verde: os Himba distinguem várias tonalidades que passam despercebidas para a maioria dos ocidentais.
Essa descoberta levanta a questão de até que ponto a nossa percepção de cores é moldada pela linguagem e pela cultura. Pesquisas indicam que nomear uma cor específica facilita sua distinção e reconhecimento, o que pode explicar a dificuldade dos Himba com o azul e sua destreza em diferenciar verdes.
Portanto, a questão se “o turquesa é azul ou verde?” vai além de uma simples curiosidade, trazendo à tona uma discussão sobre a subjetividade da visão humana e como fatores culturais influenciam até mesmo o que é considerado "fato". Isso destaca a importância de compreender que as percepções variam, e que o que é considerado óbvio para uns pode ser diferente para outros.