Artes/cultura
21/07/2024 às 08:00•2 min de leituraAtualizado em 21/07/2024 às 08:00
Perséfone, uma das figuras mais enigmáticas e reverenciadas da mitologia grega, é conhecida tanto por sua beleza e graça como pela sua complexa história de vida. Ela é a deusa da primavera e a rainha do submundo, onde governa ao lado de seu marido Hades. Sua narrativa aborda temas de sequestro, amor, transformação e a dualidade entre a vida e a morte.
Na mitologia grega, Perséfone é celebrada como a deusa da primavera e filha de dois dos deuses olímpicos mais importantes, Zeus e Deméter. Sua beleza era tão marcante que ela era conhecida simplesmente como "Kore", ou "A Donzela". Deméter, sua mãe protetora, mantinha Perséfone escondida dos pretendentes, temendo por sua segurança e pureza.
O mito mais famoso envolve seu sequestro por Hades, o deus do submundo. Encantado pela beleza de Perséfone, Hades pediu permissão a Zeus para desposá-la. Embora Zeus não tenha dado uma resposta direta, Hades interpretou o silêncio como consentimento. Aproveitando um momento em que Perséfone colhia flores, Hades emergiu do submundo em sua carruagem e a raptou, levando-a para seu reino sombrio.
A dor de Deméter pelo desaparecimento de sua filha foi tão profunda que ela abandonou suas responsabilidades como deusa da colheita. O mundo começou a sofrer com a fome e a escassez de alimentos, uma vez que as colheitas murcharam e a terra se tornou estéril. O sofrimento de Deméter e a busca incessante por Perséfone retratam a ligação íntima entre mãe e filha e a dependência da Terra do ciclo natural das estações.
Para salvar a humanidade da fome, Zeus interveio e enviou Hermes ao submundo para negociar com Hades. Porém, antes de permitir que Perséfone retornasse à superfície, Hades ofereceu-lhe algumas sementes de romã. Ao aceitar os grãos, Perséfone ficou vinculada ao submundo e não poderia retornar à sua antiga vida no Olimpo.
Com isso, Zeus e Hades concordaram que Perséfone passaria parte do ano com sua mãe e o restante com seu marido, no submundo. Esse acordo explicou a mudança das estações para os gregos antigos: a terra florescia na primavera e no verão, quando Perséfone estava com Deméter, e se tornava estéril no outono e inverno, quando ela retornava ao submundo.
A narrativa de Perséfone é uma das mais profundas e simbólicas da mitologia grega. Seu papel como deusa da primavera e rainha do submundo oferece uma explicação mitológica para as mudanças sazonais. Ela é vista como um arquétipo de transformação e renascimento, representando o ciclo de vida, morte e renovação. Sua descida ao submundo e subsequente retorno são interpretados como metáforas para o crescimento pessoal e a jornada para o inconsciente.