Ciência
21/04/2024 às 14:00•3 min de leituraAtualizado em 21/04/2024 às 14:00
Quem visita a consagrada região de Hollywood, no estado norte-americano da Califórnia, provavelmente tem como destino turístico certo a Calçada da Fama. O local é um dos pontos mais conhecidos de Los Angeles, tão consagrado quanto os bairros que concentram as mansões dos famosos, a alta variedade de cinemas de rua e o ilustre letreiro.
Só que a Calçada da Fama é muito mais do que um ponto turístico. Ela concentra no piso uma série de placas em formato de estrela que homenageiam artistas de todas as épocas e setores, da Hollywood clássica até o mercado atual, de grandes intérpretes até figuras menos conhecidas do público.
No começo de abril de 2024, a Calçada da Fama era composta por 2.778 estrelas, separadas uma da outra por espaços de 1,8 metro. O mais recente profissional que recebeu uma homenagem por lá até a publicação deste texto foi o músico Lang Lang, um pianista famoso por fazer concertos para grandes autoridades e tocar em eventos como os Jogos Olímpicos.
A história das quadras com nomes de astros do entretenimento começa em 1953, graças a um projeto de E. M. Stuart. Na época, ele era presidente da Câmara do Comércio de Hollywood e propôs "manter a glória da comunidade" de uma forma que ficasse conhecida em todo o mundo.
Dois anos depois, o órgão conseguiu a aprovação da cidade para tirar os planos do papel. A ideia de transformar a homenagem em uma calçada e usar o símbolo das estrelas tem origem desconhecida, mas há uma suspeita: o Hollywood Hotel, um dos estabelecimentos mais antigos da região, tinha nomes de hóspedes célebres pintados no teto nesse formato.
As primeiras versões da Calçada da Fama envolviam uma caricatura do homenageado e uma calçada nas cores marrom e azul, mas a ideia foi rejeitada pela difícil execução. Harry Sugarman, empresário e dono de cinemas, foi escolhido para supervisionar o projeto e aprovar o visual que virou o definitivo.
A inauguração aconteceu em 15 de agosto de 1958, quando as oito primeiras estrelas foram imortalizadas: Olive Borden, Ronald Colman, Louise Fazenda, Preston Foster, Burt Lancaster, Edward Sedgwick, Ernest Torrence e Joanne Woodward. As obras só foram retomadas dois anos depois, quando novos homenageados foram adicionados aos poucos.
Até hoje, as estrelas mantém um formato padronizado. Elas são feitas de uma liga metálica de cobre e zinco, têm cinco pontas e são da cor rosa-coral.
Elas são dispostas por quinze quadras da Hollywood Boulevard e mais três da Vine Street. Ao todo, são 2,1 km a serem percorridos pelos turistas — em uma visita que costuma ser feita com o público andando com a cabeça olhando para baixo, em busca das homenagens aos artistas favoritos.
Até hoje, é a Câmara do Comércio de Hollywood que escolhe as figuras que recebem uma estrela na Calçada da Fama. Os integrantes de uma comissão debatem entre os indicados até chegar em um nome.
Qualquer pessoa pode nomear alguém a receber a homenagem, mas o indicado deve ter ao menos cinco anos de experiência no campo em que é famoso. É também necessário pagar uma taxa de US$ 75 mil (pouco mais de R$ 380 mil) para o custo das obras, dinheiro que normalmente é pago por grupos de fãs, associações, ou estúdios e emissoras.
São até 24 cerimônias de indicação de um nome à Calçada da Fama por ano, com transmissão ao vivo nas redes sociais, e a presença da pessoa homenageada ou parentes de profissionais já falecidos.
Apesar da seleção criteriosa, vários nomes curiosos têm um espaço dedicado na Hollywood Boulevard. Ao caminhar por lá, você encontra as estrelas de personagens como Garibaldo (de Vila Sésamo) e Godzilla, do ex-jogador de basquete Magic Johnson (por ser dono de uma rede de cinemas) e até de Donald Trump. O ex-presidente dos Estados Unidos recebeu a estrela em 2007, pelo trabalho como produtor no Miss Universo.