Imagem de O trampolim surgiu da mente de um jovem de apenas 16 anos no megacurioso

Durante uma visita ao circo, George Nissen teve uma ideia que mudou tudo

George Nissen s&oacute; tinha 16 anos quando teve uma ideia durante uma visita ao circo na cidade onde nasceu, em Iowa, Estados Unidos, na d&eacute;cada de 1930. Foi observando os trapezistas pularem de seus poleiros no meio do picadeiro e pousarem com um salto curto na rede de seguran&ccedil;a abaixo, que ele pensou: e se eles continuassem quicando durante a aterrissagem?
Quatro anos mais tarde, com a ajuda de seu treinador, Larry Griswold, ele construiu o prot&oacute;tipo do primeiro trampolim, com ferro angular para manter esticado um peda&ccedil;o de lona sobre molas de borracha.
Por muitos anos, Nissen usou o seu "equipamento para saltos", como o chamou, para ajud&aacute;-lo em seu treinamento como <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119484-ginastas-alemas-protestam-contra-a-sexualizacao-no-esporte.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ginasta </a>e para entreter crian&ccedil;as em um acampamento de ver&atilde;o.
<h2>A revolu&ccedil;&atilde;o</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/26/26204023856413.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Ao lado de seu treinador, Nissen fundou a Griswold-Nissen Trampoline &amp; Tumbling Company, em 1942, para promover ainda mais o uso do equipamento entre crian&ccedil;as e atletas, principalmente os ginastas.
Com o in&iacute;cio da <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119427-virginia-irwin-entrou-para-a-historia-da-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a>, o trampolim ganhou for&ccedil;a ao ser comercializado para uso militar, permitindo que os pilotos aprendessem como se reorientar ao ambiente ap&oacute;s dif&iacute;ceis manobras a&eacute;reas. Eles praticavam piruetas no ar sobre os trampolins para simular as condi&ccedil;&otilde;es de combate.&nbsp;Mais tarde, o piloto Scott Carpenter, que se tornaria um dos astronautas originais da Mercury 7, ajudaria a introduzir o equipamento no treinamento espacial da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119236-jack-parsons-o-genio-expulso-da-nasa-por-praticar-ocultismo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">NASA</a>.
Foi s&oacute; em 1945 que a inven&ccedil;&atilde;o de Nissen foi finalmente patenteada, ap&oacute;s receber 44 patentes, nomeada oficialmente de "trampolim" (do espanhol el trampol&iacute;n), que vendeu mais de US$ 400 milh&otilde;es.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Sport Magazine&nbsp;" data-fonte-url="https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSnMtGsGAf6DHDD4N_nA9jzXwZZZ2KksYc63rR0a3KIVho_W66tkwOx_Q0h7cSdnsue5SA&amp;usqp=CAU"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/26/26204140762414.jpg" alt="(Fonte: Sport Magazine/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Sport Magazine/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Com isso, foi a vez de Nissen saltar mais longe e criar a modalidade ol&iacute;mpica de gin&aacute;stica de trampolim, que combina acrobacia com salto. A Federa&ccedil;&atilde;o Internacional de Gin&aacute;stica reconheceu o esporte oficialmente em 1962, e Nissen fez parte da equipe dos EUA para conquistar o primeiro t&iacute;tulo mundial na final contra a Gr&atilde;-Bretanha.
O inventor vendeu sua empresa no final da d&eacute;cada de 1970, por&eacute;m continuou perto do esporte, defendendo o trampolim como benef&iacute;cio para a sa&uacute;de e tamb&eacute;m promovendo pr&aacute;ticas seguras do esporte.
&ldquo;Eu sei que ele ficaria muito feliz em ver tantas pessoas usando o trampolim hoje&rdquo;, disse Dian Nissen, filha do inventor e campe&atilde; nacional de cama el&aacute;stica.

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O trampolim surgiu da mente de um jovem de apenas 16 anos

Imagem de Por que o Brasil não aguentaria uma guerra? no megacurioso

Se a ameaça de um conflito surgisse, não daria tempo do Exército reagir

Em uma entrevista de 2012, o Ex&eacute;rcito brasileiro declarou que eles usam fuzis do modelo FAL, fabricado pela empresa brasileira Imbel, que t&ecirc;m mais de 45 anos de uso. Al&eacute;m disso, mais de 120 mil pe&ccedil;as de artilharia do arsenal militar j&aacute; t&ecirc;m cerca de 30 anos de uso.
Com 92% dos equipamentos de comunica&ccedil;&atilde;o obsoletos, dos quais 87% deles est&atilde;o inutiliz&aacute;veis, o Ex&eacute;rcito tem muni&ccedil;&atilde;o para apenas uma hora de guerra, conforme informou o general da reserva Maynard Marques de Santa Rosa, ex-secret&aacute;rio de Pol&iacute;tica, Estrat&eacute;gia e Assuntos Internacionais do Minist&eacute;rio da Defesa.
&ldquo;Nossa artilharia, carros de combate e grande parte do armamento foram comprados nas d&eacute;cadas de 1970 e 1980&rdquo;, declarou o general Carlos Alberto Pinto Silva, ex-chefe do Comando de Opera&ccedil;&otilde;es Terrestres (Coter). &ldquo;Existe a ideia err&ocirc;nea de que n&atilde;o h&aacute; amea&ccedil;a, mas se ela surgisse, n&atilde;o daria tempo de reagir&rdquo;.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/23/23232553946011.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Para Carlos Alberto, o estado pueril das For&ccedil;as Armadas &eacute; o retrato do quanto o &oacute;rg&atilde;o n&atilde;o &eacute; valorizado no pa&iacute;s. Nos &uacute;ltimos 10 anos, o Brasil investiu apenas 1,5% de seu PIB em defesa, segundo os dados fornecidos pelo Minist&eacute;rio.
A situa&ccedil;&atilde;o do Ex&eacute;rcito brasileiro em nada se parece com o daquele que lutou na <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119091-jasper-maskelyne-o-magico-que-enganou-a-todos-na-2-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a>, expulsando as tropas de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117281-germania-o-plano-de-hitler-de-destruir-a-arquitetura-de-berlim.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Adolf Hitler&nbsp;</a>que sobraram no norte da It&aacute;lia. Em janeiro de 1945, os soldados brasileiros conseguiram dominar as cidades de Massarosa, Camaiore e Monte Prano.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/23/23232656398012.jpg" alt="(Fonte: Tecnoblog/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Tecnoblog/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O Brasil tamb&eacute;m participou da Guerra do Paraguai e venceu a Guerra dos Farrapos. Apesar de ter perdido durante a Guerra da Cisplatina, o Brasil desempenhou uma participa&ccedil;&atilde;o fundamental durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/117623-conheca-a-historia-da-primeira-guerra-mundial.htm#:~:text=A%20Primeira%20Guerra%20Mundial%20tamb%C3%A9m,como%20a%20Tr%C3%A9gua%20de%20Natal." rel="noopener noreferrer" target="_blank">Primeira Guerra Mundial&nbsp;</a>ao enviar m&eacute;dicos para socorrer seus aliados feridos evacuados da frente de batalha.
A Estrat&eacute;gia Nacional de Defesa (END) assinada em 2008, prevendo o reaparelhamento imediato das For&ccedil;as Armadas do Brasil, n&atilde;o teve muito impacto ao tentar repaginar a institui&ccedil;&atilde;o para buscar proje&ccedil;&atilde;o internacional e conquistar um assento permanente no Conselho de Seguran&ccedil;a da Organiza&ccedil;&atilde;o das Na&ccedil;&otilde;es Unidas (ONU).
Nove anos ap&oacute;s a entrevista dada pelo general Maynard Marques de Santa Rosa, &eacute; reconhecido pelos estudiosos de ci&ecirc;ncia pol&iacute;tica que a Defesa brasileira precisa ser modernizada, visto que o pa&iacute;s ainda n&atilde;o aguentaria nenhum tipo de ataque.
No entanto, todo o investimento que o atual presidente Jair Bolsonaro encaminha para a institui&ccedil;&atilde;o &eacute; destinado exclusivamente para gastos prim&aacute;rios (sal&aacute;rios, aposentadorias e outros), como ficou claro no documento enviado ao Congresso em 31 de agosto de 2020, com a proposta de R$ 110,7 bilh&otilde;es &mdash; para o Ex&eacute;rcito brasileiro continuar servindo como fachada.

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Por que o Brasil não aguentaria uma guerra?

Imagem de Como os carros contribuíram para o fim da segregação racial nos EUA no megacurioso

Em 1955, os negros mostraram a força da união em um boicote massivo aos ônibus

Em 1&ordm; de dezembro de 1955, ap&oacute;s Rosa Parks, uma mulher negra norte-americana, ser presa por ter-se recusado a ceder seu lugar em um &ocirc;nibus a um homem branco, os afro-americanos do estado do Alabama decidiram dizer "chega" &agrave; <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119020-ruby-bridges-a-garotinha-que-enfrentou-a-segregacao-racial-dos-eua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">segrega&ccedil;&atilde;o&nbsp;</a>nos meios de transporte do sul dos Estados Unidos.
Quatro dias depois do epis&oacute;dio com Parks, teve in&iacute;cio o boicote aos &ocirc;nibus de Montgomery com o objetivo de desafiar as estruturas desiguais que endossavam a supremacia branca. Para que a manifesta&ccedil;&atilde;o desse certo, os negros usaram uma arma improv&aacute;vel, mas extremamente &uacute;til a seu favor: os carros.
Conforme o livro Driving While Black, da escritora Gretchen Sorin, estima-se que cerca de 475 mil fam&iacute;lias afro-americanas tinham pelo menos 1 carro na d&eacute;cada de 1950 &mdash; visto que muitos investiam em autom&oacute;veis porque eram impedidos de comprar casas devido ao redlining e a outras pol&iacute;ticas discriminat&oacute;rias do pa&iacute;s.
<h2>Unidos por uma causa</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/26/26203152871407.jpg" alt="(Fonte: Raphael Nery/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Raphael Nery/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Para que o protesto contra os &ocirc;nibus desse certo, os organizadores da Montgomery Improvement Association sabiam que precisavam garantir uma maneira de os manifestantes boicotarem sem perderem seus meios de subsist&ecirc;ncia. Portanto, eles estabeleceram uma rede de servi&ccedil;o de t&aacute;xi particular na cidade, uma esp&eacute;cie de Uber do s&eacute;culo XX.
Para suprir a demanda dos 17 mil passageiros de &ocirc;nibus que eram negros e pegavam o transporte 2 vezes ao dia, eles receberam 15 Kombi da Volkswagen doadas por igrejas negras e apoiadores do norte &mdash; porque eram mais dif&iacute;ceis de serem apreendidas do que os carros de propriedade privada.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/26/26203334668408.jpg" alt="(Fonte: Socialist Alternative/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Socialist Alternative/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Uma associa&ccedil;&atilde;o de agricultores negros alugou um estacionamento seguro para a frota por um pre&ccedil;o barato, e um agente de seguros afro-americano financiou o seguro dos carros quando as seguradoras brancas se recusaram a participar do boicote.
Para custear o combust&iacute;vel e a manuten&ccedil;&atilde;o dos ve&iacute;culos, as mulheres negras que trabalhavam como dom&eacute;sticas na casa de brancos viraram noites e fins de semana cozinhando para vender bolos e alimentos e erguer o dinheiro dos gastos. Elas vendiam para os brancos, principalmente, que n&atilde;o faziam ideia de que a compra ajudaria a financiar o boicote ao qual eles se opunham.
<h2>Desafiando o sistema</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/26/26203537559409.jpg" alt="(Fonte: Flickriver/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Flickriver/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Como medida para frear o boicote, o prefeito branco de Montgomery, W.A Gayle, fez acordos para que as pessoas brancas ficassem mais vigilantes em rela&ccedil;&atilde;o aos carros dos negros que davam caronas, instituindo pol&iacute;ticas mais duras para qualquer infra&ccedil;&atilde;o de tr&acirc;nsito, real ou imagin&aacute;ria.
&ldquo;&Eacute; porque cada fam&iacute;lia estava desafiando a supremacia branca. Estava desafiando o status quo, a segrega&ccedil;&atilde;o. Embora fosse perigoso, tamb&eacute;m era corajoso&rdquo;, ressaltou Sorin.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/26/26203645059411.jpg" alt="(Fonte: Flickr/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Flickr/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Ap&oacute;s 11 meses de boicote, o prefeito imp&ocirc;s uma liminar alegando que a empresa de caronas era privada e operava sem autoriza&ccedil;&atilde;o legal. Contudo, j&aacute; era tarde demais para os segregacionistas, pois, no mesmo dia, a Suprema Corte dos EUA declarou inconstitucional a segrega&ccedil;&atilde;o de &ocirc;nibus.
Um ano depois de Rosa Parks ter se recusado a ceder ao sistema, o boicote terminou em triunfo total porque os negros se uniram por uma causa maior, sabendo que as rodas daqueles &ocirc;nibus passavam diariamente por cima deles quando pagavam a passagem para se sentar nos fundos.

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Como os carros contribuíram para o fim da segregação racial nos EUA?

Imagem de Trens-ambulância foram uma revolução na Primeira Guerra Mundial no megacurioso

Sem eles, provavelmente haveria mais alguns milhares de mortos na conta do conflito

Um pouco antes de a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119035-pesadelo-a-vida-nas-trincheiras-durante-a-1-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Primeira Guerra Mundial</a> ser declarada na Europa, o governo brit&acirc;nico j&aacute; vinha preparando secretamente a log&iacute;stica dos feridos e v&iacute;timas massivas que o conflito causaria.
Ent&atilde;o, eles reuniram os gerentes das maiores ferrovias da Gr&atilde;-Bretanha para projetarem os denominados "trens-ambul&acirc;ncia", que j&aacute; haviam sido usados no s&eacute;culo XIX durante a Guerra da Crimeia, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119209-caso-dred-scott-a-decisao-que-impulsionou-a-guerra-civil-americana.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Guerra Civil Americana&nbsp;</a>e na Guerra dos B&ocirc;eres.
As instala&ccedil;&otilde;es de hospitais foram adaptadas para caberem em um comboio de 500 metros, com enfermarias, farm&aacute;cias, salas de cirurgia de emerg&ecirc;ncia, cozinhas e acomoda&ccedil;&otilde;es de funcion&aacute;rios.
Os moldes do projeto foram enviados para todos os engenheiros respons&aacute;veis por cada linha f&eacute;rrea do pa&iacute;s, que trabalhou dia e noite para construir os trens. Quando a guerra come&ccedil;ou, em 4 de agosto de 1914, a ind&uacute;stria ferrovi&aacute;ria j&aacute; estava pronta.
<h2>Salva&ccedil;&atilde;o ao longo dos trilhos</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/26/26202652528404.png" alt="(Fonte: Science Museum Group/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Science Museum Group/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Nos primeiros dias da guerra, as v&iacute;timas que voltaram para a Gr&atilde;-Bretanha foram levadas pelo trem-ambul&acirc;ncia de Southampton para o hospital militar pr&oacute;ximo de Netley. No entanto, conforme as v&iacute;timas foram aumentando exponencialmente, em um dos conflitos com maior &iacute;ndice de mortes diretas (cerca de 20 milh&otilde;es no total), elas eram encaminhadas para hospitais de campanha e outras institui&ccedil;&otilde;es de cuidados rec&eacute;m-inauguradas por todo o pa&iacute;s.
Apesar de estarem sob a vigil&acirc;ncia de m&eacute;dicos e enfermeiros com grandes chances de sobreviverem, a viagem dos pacientes era t&atilde;o dolorosa quanto suas feridas. As camas eram apertadas e claustrof&oacute;bicas, o trepidar das rodas do trem piorava as dores, e o espa&ccedil;o era imundo com a sujeira dos homens que vinham diretamente de dias em um buraco lamacento.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;All About HIstory&nbsp;" data-fonte-url="https://www.historyanswers.co.uk/wp-content/uploads/2016/07/Ambulance-train-no.-24-Lancashire-Yorkshire-Railway.-View-of-the-infectious-ward.-July-1915.-Credit-NRM.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/26/26202755746405.jpg" alt="(Fonte: All About History/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: All About History/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A quantidade de mortes impedia que existisse limpeza adequada nos trens-ambul&acirc;ncia, que transportavam apenas 50 funcion&aacute;rios em compara&ccedil;&atilde;o com os 500 passageiros feridos. Aqueles que recebiam as v&iacute;timas corriam o risco de contrair v&aacute;rias doen&ccedil;as infecciosas deflagradas pelas trincheiras, al&eacute;m de serem bombardeados no meio do caminho.
Os atendentes eram os respons&aacute;veis por buscar &aacute;gua, trocar curativos, alimentar os homens e limpar o trem. Os tr&ecirc;s m&eacute;dicos oficiais determinavam o tipo de tratamento, enquanto tr&ecirc;s enfermeiras prestavam os cuidados m&eacute;dicos qualificados. Em cada ala m&eacute;dica havia um cozinheiro trabalhando no vag&atilde;o-cozinha para manter todos bem alimentados.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/26/26202854418406.jpg" alt="(Fonte: National Railway Museum/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: National Railway Museum/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O planejamento cuidadoso n&atilde;o impediu que a ind&uacute;stria ferrovi&aacute;ria n&atilde;o entrasse em colapso na Gr&atilde;-Bretanha, principalmente pelo ac&uacute;mulo em massa de mortos e feridos. S&oacute; em 1918, as empresas constru&iacute;ram 20 trens-ambul&acirc;ncia para uso no pa&iacute;s, e 31 para rodar pelo continente.
Apesar da press&atilde;o, as ferrovias foram essenciais para a log&iacute;stica da Primeira Guerra Mundial, que poderia ter n&uacute;meros ainda mais alarmantes se n&atilde;o fosse pelos trens-ambul&acirc;ncia, que tamb&eacute;m foram usados durante a Segunda Guerra Mundial e at&eacute; o fim da Guerra Fria.&nbsp;
Dessa vez, no entanto, sem a pompa com que foram inaugurados, com milhares de pessoas orgulhosas pelo novo empreendimento, meses antes de se depararem com o horror que o neg&oacute;cio carregaria.

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Trens-ambulância foram uma revolução na Primeira Guerra Mundial

Imagem de Túneis esconderam obras de artes dos nazistas na Inglaterra no megacurioso

Foram guardados mais de 100 toneladas de itens de valor inestimável para a humanidade

Em 1938, quando as tropas nazistas invadiram a <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/115756-o-homem-que-comecou-a-guerra-o-incidente-de-gleiwitz.htm#:~:text=Foi%20atribu%C3%ADdo%20o%20nome%20%22opera%C3%A7%C3%A3o,pudessem%20efetuar%20um%20ataque%20surpresa." rel="noopener noreferrer" target="_blank">Pol&ocirc;nia&nbsp;</a>e deram in&iacute;cio &agrave; <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119091-jasper-maskelyne-o-magico-que-enganou-a-todos-na-2-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a>, Winston Churchill decretou a Kenneth Clark (ent&atilde;o diretor do Museu Brit&acirc;nico): &ldquo;esconda-os em cavernas e por&otilde;es, mas nenhuma imagem sair&aacute; desta ilha&rdquo;.
Na ocasi&atilde;o, o ex-primeiro-ministro havia sido questionado se a cole&ccedil;&atilde;o da galeria deveria ser transportada de navio para o Canad&aacute;. No ver&atilde;o de 1940, os Aliados sofriam com o cerco dos nazistas, que os havia feito recuarem em Dunkirk, derrubando a Fran&ccedil;a, a &Aacute;ustria e a Tchecoslov&aacute;quia.&nbsp;Assim, uma invas&atilde;o pelo c&eacute;u era uma quest&atilde;o de tempo para a Gr&atilde;-Bretanha.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/27/27194055877326.jpg" alt="(Fonte: BBC/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: BBC/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Todas as pinturas do museu haviam sido removidas e distribu&iacute;das entre a Universidade de Gales, em Bangor; a Biblioteca Nacional do Pa&iacute;s de Gales, em Aberystwyth; o Castelo de Caernarfon, ao sul de Gales; a propriedade de Trawsgoed; e o Castelo de Penrhyn.&nbsp;Com a situa&ccedil;&atilde;o da guerra piorando, o governo brit&acirc;nico decidiu transportar as obras de artes para uma mina de ard&oacute;sia desativada nas montanhas Manod Mawr.
<h2>M&aacute;ximo cuidado e prote&ccedil;&atilde;o</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/27/27194118377328.jpeg" alt="(Fonte: Listin USA/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Listin USA/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Estima-se que s&oacute; a Biblioteca Nacional de Gales abrigou 46 caixas de livros manuscritos e impressos da Universidade de Cambridge, al&eacute;m de mais de mil fotos e 82 livros. Entre os artefatos, estavam a Carta Magna, desenhos de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119320-leonardo-da-vinci-tem-14-parentes-diretos-vivos-aponta-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Leonardo da Vinci</a>, pinturas de Rembrandt, Rubens e Vel&aacute;squez do Dulwich College; cartas dos reis e das rainhas da Inglaterra; bem como manuscritos de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/106344-escritor-forjou-documentos-de-shakespeare-e-enganou-londres-no-seculo-18.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Shakespeare</a>. Desse modo, o&nbsp;arquiteto Charles Holden foi o respons&aacute;vel por projetar um t&uacute;nel no afloramento rochoso perto do edif&iacute;cio principal para abrigar mais de 100 toneladas de itens do Museu Brit&acirc;nico.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/27/27194305877329.jpg" alt="(Fonte: Wales Online/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Wales Online/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
As cavernas, por serem muito &uacute;midas, precisaram ser aquecidas e ventiladas de modo adequado e constante para garantir a preserva&ccedil;&atilde;o dos pergaminhos, papiros e pap&eacute;is centen&aacute;rios. Para fazer essa manuten&ccedil;&atilde;o, cerca de 20 funcion&aacute;rios vindos de v&aacute;rias partes do Pa&iacute;s de Gales se revezaram nas cavernas, sendo que o estudioso Victor Scholderer chegou a dormir nos t&uacute;neis para se certificar de que o sistema de ventila&ccedil;&atilde;o continuaria funcionando durante a noite.
As cavernas brit&acirc;nicas serviram para preservar as obras de arte tanto dos bombardeios nazistas quanto de sua fama por roubos ao longo de toda a guerra.&nbsp;As instala&ccedil;&otilde;es funcionaram at&eacute; 23 de maio de 1945.

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Túneis esconderam obras de artes dos nazistas na Inglaterra

Imagem de Em 1700, o Brasil se tornou um caos devido à exploração do ouro no megacurioso

Por causa do minério, a colônia brasileira passou de 300 mil para 3 milhões de habitantes em menos de um século

No final do s&eacute;culo XVII, o Brasil se tornou o destino ideal para quem estivesse em busca de aventura e de fazer fortuna. Com a descoberta de ouro e diamante nos aluvi&otilde;es e contrafortes de Minas Gerais, o interior brasileiro se tornou um local t&atilde;o perigoso quanto movimentado.
As prov&iacute;ncias vizinhas de Goi&aacute;s e Mato Grosso se tornaram t&atilde;o ricas em ouro que, de 1700 a 1750, o carregamento do min&eacute;rio respondia por metade da produ&ccedil;&atilde;o mundial. Lisboa recebeu o primeiro lote em 1699, com meia tonelada, e a quantidade foi aumentando at&eacute; atingir 25 toneladas em 1720. Estima-se que mais de 3 mil toneladas de ouro foram levadas &agrave; capital do imp&eacute;rio.
Segundo o historiador Tobias Monteiro, s&oacute; de Minas Gerais foram despachadas para Portugal cerca de 530 toneladas de ouro at&eacute; 1817, no valor de 54 milh&otilde;es de libras esterlinas na &eacute;poca. No mesmo ano, foram contrabandeados mais 150 mil quilos do min&eacute;rio.
<h2>Caos e abusos</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/27/27192825471322.jpg" alt="(Fonte: Brasil Escola/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Brasil Escola/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Com a descoberta das jazidas de diamante na col&ocirc;nia, ficou avaliado em 3 milh&otilde;es de quilates o total do min&eacute;rio extra&iacute;do no Brasil, em meados do s&eacute;culo XVIII e come&ccedil;o do s&eacute;culo XIX. &nbsp;Nesse per&iacute;odo, a popula&ccedil;&atilde;o da col&ocirc;nia passou de 300 mil para 3 milh&otilde;es de habitantes em menos de um s&eacute;culo.
A cidade de Vila Rica chegou a se tornar a maior do Brasil, com 100 mil habitantes na &eacute;poca, onde havia 555 minas de ouro e diamantes que empregavam 6.662 trabalhadores, dos quais 6.493 eram <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/118715-lei-aurea-entenda-como-foi-a-abolicao-da-escravatura-no-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">escravizados</a>. A atividade mineradora destruiu as pessoas assim como a terra, revirada e transformada em montes de cascalhos.
Para fiscalizar toda essa riqueza, uma lei de 1733 proibia a abertura de estradas, como meio de combater o contrabando, facilitando a fiscaliza&ccedil;&atilde;o por parte dos funcion&aacute;rios portugueses. O ouro deveria ser entregue &agrave;s casas autorizadas de fundi&ccedil;&atilde;o de cada distrito, em que 20% do min&eacute;rio em p&oacute; deveria ser reservado ao rei. Em m&eacute;dia 18% era destinado &agrave;s casas de cunhagem e o restante ficava com os garimpeiros na forma de barras marcadas.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Estado de Minas&nbsp;" data-fonte-url="https://i.em.com.br/06T8LTIJBdiLvUJXIiM9ulO8tic=/675x/smart/imgsapp.em.com.br/app/noticia_127983242361/2014/11/08/587993/20141108003141942852u.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/27/27193009174323.jpg" alt="(Fonte: Estado de Minas/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Estado de Minas/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Apesar de a puni&ccedil;&atilde;o para os contrabandistas ser atrav&eacute;s de pris&atilde;o, confisco de todos os bens e deporta&ccedil;&atilde;o para a &Aacute;frica, as atividades ilegais dominavam boa parte do com&eacute;rcio da col&ocirc;nia. O historiador Francisco Adolfo de Varnhagen calculou que pelo menos 40% do ouro total era desviado.
Em um cen&aacute;rio ca&oacute;tico como esse, as guerras e confus&otilde;es foram inevit&aacute;veis. Em meio a tantas, a mais not&aacute;vel foi a que ficou conhecida como Guerra dos Emboabas, em 1709, em que um grupo de paulistas foi massacrado por portugueses que iam da Bahia para o interior de Minas.
Os conflitos continuaram at&eacute; que a produ&ccedil;&atilde;o das minas se esgotasse, resultando na Inconfid&ecirc;ncia Mineira de 1792.

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Em 1700, o Brasil se tornou um caos devido à exploração do ouro

Imagem de "A Voz do Brasil": a rádio de 87 anos que ninguém ouve no megacurioso

Criado na Era Vargas, o programa serviu para fazer propaganda ideológica em 1930

Na noite de 22 de julho de 1935, no auge da Era Vargas, o locutor alagoano Luiz Jatob&aacute; deu o seu primeiro "muito boa noite" em rede nacional, come&ccedil;ando ali o Hora do Brasil, o mais antigo programa de r&aacute;dio da nossa Hist&oacute;ria.&nbsp;Foi o pr&oacute;prio Get&uacute;lio Vargas o respons&aacute;vel por criar o programa, renomeado para&nbsp;A Voz do Brasil&nbsp;quando sua transmiss&atilde;o se tornou obrigat&oacute;ria, em 1938.
A princ&iacute;pio, a proposta de A Voz do Brasil era comunicar informa&ccedil;&otilde;es sobre o poder Executivo (o Legislativo s&oacute; seria incluso a partir de 1962), bem como incentivar o patriotismo, a devo&ccedil;&atilde;o c&iacute;vica, o gosto pela "boa m&uacute;sica" e disseminar as not&iacute;cias di&aacute;rias.
<h2>A r&aacute;dio que nunca morre</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Ag&ecirc;ncia Brasil&nbsp;" data-fonte-url="https://imagens.ebc.com.br/LpOKqhZxA6bo9pPGklQ2viV2GS0=/1170x700/smart/https://agenciabrasil.ebc.com.br/sites/default/files/thumbnails/image/estudio_da_voz_do_brasil_8851.jpg?itok=cAi95Sqk"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/23/23233030271013.jpg" alt="(Fonte: Ag&ecirc;ncia Brasil/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Ag&ecirc;ncia Brasil/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A grade do programa apresentava pe&ccedil;as de radioteatro sobre momentos relevantes da hist&oacute;ria brasileira, como a aboli&ccedil;&atilde;o da escravatura e a <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/110018-15-de-novembro-por-que-o-brasil-abandonou-a-monarquia-de-dom-pedro-ii.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Proclama&ccedil;&atilde;o da Rep&uacute;blica</a>, reproduzindo o que as r&aacute;dios faziam no mundo inteiro na d&eacute;cada de 1930: propaganda ideol&oacute;gica.
Apesar de tudo isso, A Voz do Brasil&nbsp;era considerada um fracasso em audi&ecirc;ncia, tanto que 10 anos depois da sua estreia, durante a Era de Ouro da r&aacute;dio nacional, o programa era chamado de "o fala sozinho". Indo na contram&atilde;o do que acontecia, o governo tentava a todo o custo mostrar a falsa alta audi&ecirc;ncia do programa, realizando enquetes de opini&atilde;o com resultados alterados.
A verdade era que apenas Get&uacute;lio Vargas e J&acirc;nio Quadros ouviam o programa. Quadros, inclusive, chegou a transferir a produ&ccedil;&atilde;o do programa do Rio de Janeiro para Bras&iacute;lia, em meados de 1961, apenas para poder mexer na grade editorial.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/23/23233207660014.jpg" alt="(Fonte: Ensinar Hist&oacute;ria/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Ensinar Hist&oacute;ria/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Com os baix&iacute;ssimos &iacute;ndices de audi&ecirc;ncia durante a d&eacute;cada de 1990, com cerca de 5% no total, diversas esta&ccedil;&otilde;es de r&aacute;dio ganharam na justi&ccedil;a o direito provis&oacute;rio de reproduzir o programa em hor&aacute;rios alternativos.
&ldquo;As r&aacute;dios das grandes cidades n&atilde;o t&ecirc;m interesse em levar informa&ccedil;&otilde;es para locais distantes&rdquo;, disse Eduardo Tramarim, da R&aacute;dio C&acirc;mara, um dos defensores do programa que ressalta que ele ainda cumpre um importante papel social nas r&aacute;dios.
Em 2003, o programa sofreu altera&ccedil;&otilde;es para se adequar &agrave; nascente gera&ccedil;&atilde;o da internet, ganhando um tom mais pop&nbsp;na abertura, mas n&atilde;o demorou muito para voltar a tocar a &aacute;ria cl&aacute;ssica de &oacute;pera.&nbsp;A &uacute;ltima altera&ccedil;&atilde;o que A Voz do&nbsp;Brasil&nbsp;recebeu foi em 2016 pelo ent&atilde;o presidente Michel Temer, que editou uma Medida Provis&oacute;ria autorizando que as r&aacute;dios flexibilizassem o hor&aacute;rio do programa entre 19h e 22h durante os <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119445-por-que-as-olimpiadas-comecam-antes-da-cerimonia-de-abertura.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Jogos Ol&iacute;mpicos</a> e <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119426-como-veteranos-de-guerra-criaram-o-basquete-em-cadeiras-de-rodas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Paraol&iacute;mpicos</a>.
Ainda que ouvido por poucos, h&aacute; 87 anos o programa recebe seus ouvintes com o famoso: &ldquo;Em Bras&iacute;lia, 19 horas&rdquo;.

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'A Voz do Brasil': a rádio de 87 anos que ninguém ouve

Imagem de Charles Neergaard transformou a construção de hospitais no século XIX no megacurioso

Com janelas até em dutos de ventilação nos prédios, os médicos acreditavam que a luz solar combatia doenças

Na edi&ccedil;&atilde;o de mar&ccedil;o de 1942 da revista Modern Hospital, o consultor de design Charles F. Neergaard quebrou um padr&atilde;o imposto h&aacute; cerca de dois s&eacute;culos: de que os espa&ccedil;os hospitalares precisavam de acesso direto &agrave; luz solar e ao ar fresco, al&eacute;m de ser um local luxuoso.
Esse pensamento partia do princ&iacute;pio centen&aacute;rio de que as <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/113909-as-10-piores-pandemias-e-epidemias-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">doen&ccedil;as</a> eram disseminadas ou at&eacute; mesmo causadas devido aos espa&ccedil;os escuros, com ar estagnado que poderia carregar de part&iacute;culas e infectar os pacientes.
Neergaard publicou um layout inovador que continha duas unidades de enfermagem, com grupos de quartos de pacientes supervisionados por uma &uacute;nica equipe em uma ala do pr&eacute;dio. Para cada unidade, um corredor fornecia acesso a uma fileira de pequenos quartos de pacientes ao longo de uma extensa parede externa e uma &aacute;rea de servi&ccedil;o compartilhada entre os dois corredores.&nbsp;
O detalhe considerado mais absurdo era de que os quartos n&atilde;o tinham janelas.
<h2>Novos tempos</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Zocalo Public Square&nbsp;" data-fonte-url="https://www.zocalopublicsquare.org/wp-content/uploads/2017/06/presbyterian-privatesurgicalward-AR35-1903-frontis-IMG_6751-e1496796543766.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/23/23232044825008.jpg" alt="(Fonte: Zocalo Public Square/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Zocalo Public Square/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A premissa ultrajou os projetistas hospitalares e o poderio m&eacute;dico, ainda mais pelas <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/119282-gripe-equina-a-pandemia-que-transformou-os-eua-no-seculo-xix.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">epidemias</a> do s&eacute;culo XVIII terem atingido inquilinos de distritos urbanos muito populosos onde uma atmosfera arejada era um privil&eacute;gio apenas dos ricos.
Os pacientes internados em grandes hospitais urbanos sofreram infec&ccedil;&otilde;es cruzadas e secund&aacute;rias com mais frequ&ecirc;ncia do que os pacientes em centros rurais ou de cidades pequenas. Sendo assim, ficava claro que se os quartos sem janelas n&atilde;o geravam as doen&ccedil;as em si, eles criavam as condi&ccedil;&otilde;es que facilitavam a transmiss&atilde;o delas.
Era por isso que os corredores dos hospitais tinham janelas, os arm&aacute;rios, os dutos de ventila&ccedil;&atilde;o e compartimentos para encanamentos. As salas de pacientes e de cirurgia tinham janelas t&atilde;o grandes que o reflexo do sol causava cegueira tempor&aacute;ria nos cirurgi&otilde;es.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/23/23232217027010.jpg" alt="(Fonte: Arieh Sharon/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Arieh Sharon/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A obsess&atilde;o pelas janelas como um indicativo de f&eacute; de que tudo poderiam curar, cresceu ainda mais no final do s&eacute;culo XIX com a teoria de que a luz ultravioleta do Sol era germicida. Ent&atilde;o, as janelas come&ccedil;aram a ser usadas como meio de descontamina&ccedil;&atilde;o das superf&iacute;cies.
Com a moderniza&ccedil;&atilde;o dos hospitais, antes vistos como espa&ccedil;os terap&ecirc;uticos, os projetistas passaram a priorizar a efici&ecirc;ncia e flexibilidade dos ambientes em vez da leveza e do ar.&nbsp;
Eles n&atilde;o levaram muito em considera&ccedil;&atilde;o a falta de janelas em um c&ocirc;modo, mas tamb&eacute;m entenderam que n&atilde;o eram necess&aacute;rias tantas janelas assim.

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Charles Neergaard transformou a construção de hospitais no século XIX

Imagem de A Muralha de Adriano: o marco histórico romano na Inglaterra no megacurioso

Em 122 d.C., o imperador ordenou que fosse construída uma barreira contra seus inimigos

Em 122 d.C., o imperador romano Adriano ordenou que fosse constru&iacute;da, no norte da Inglaterra, o que ficou conhecida como a Muralha de Adriano.
Com 130 quil&ocirc;metros, a barreira vai do Mar da Irlanda (no oeste) at&eacute; o leste do Mar do Norte e se tornou uma das estruturas mais famosas do Reino Unido, com sua fortifica&ccedil;&atilde;o projetada para proteger a prov&iacute;ncia romana de Britannia da amea&ccedil;a dos pintados &mdash; os vizinhos b&aacute;rbaros da Caled&ocirc;nia (atual Esc&oacute;cia).
Al&eacute;m de ter dedicado sua aten&ccedil;&atilde;o &agrave; manuten&ccedil;&atilde;o da paz em todo o mundo, como &eacute; ressaltado no livro A Vida de Adriano na Hist&oacute;ria Augusta, Adriano reformou seus ex&eacute;rcitos e conquistou o respeito deles vivendo como um soldado comum.
Por&eacute;m, ele tinha medo de seus inimigos pol&iacute;ticos, principalmente de ser assassinado em Roma. Foi por isso que ele visitou pessoalmente quase todas as prov&iacute;ncias de seu imp&eacute;rio, resolvendo disputas e espalhando "a boa vontade romana" antes de decidir construir o seu muro e estabelecer uma zona militarizada permanente no norte da Gr&atilde;-Bretanha entre o inimigo e o territ&oacute;rio romano.
<h2>A sensa&ccedil;&atilde;o de seguran&ccedil;a</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/23/23103234964092.jpeg" alt="(Fonte: Wikipedia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Wikipedia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Apesar de os romanos terem lutado contra inimigos no norte da Inglaterra e no sul da Esc&oacute;cia por v&aacute;rias d&eacute;cadas, Adriano n&atilde;o tinha homens suficientes para manter o controle permanente sobre a &aacute;rea, ent&atilde;o a sua muralha serviria como uma linha de defesa, ajudando um pequeno n&uacute;mero de soldados romanos a fortalecer suas for&ccedil;as contra inimigos em n&uacute;mero maior.
Os historiadores tamb&eacute;m acreditam que a Muralha de Adriano foi constru&iacute;da com outros prop&oacute;sitos, como o de gerar alguma receita para o imp&eacute;rio. A estrutura serviria como uma barreira alfandeg&aacute;ria onde os romanos podiam cobrar impostos de qualquer pessoa que entrasse.
&ldquo;Construir o muro n&atilde;o teria sido barato, mas os romanos provavelmente o fizeram do modo mais econ&ocirc;mico que se poderia esperar&rdquo;, disse Benjamin Hudson, professor de Hist&oacute;ria da Universidade Estadual da Pensilv&acirc;nia.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/23/23103521743094.jpg" alt="(Fonte: Viator/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Viator/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Exceto o chumbo, acredita-se que a maioria dos materiais foi adquirida de maneira local, sendo que os demais foram pagos pelo governador da prov&iacute;ncia. Grande parte dos fundos vinha de receitas fiscais na Gr&atilde;-Bretanha, embora os custos indiretos, como os sal&aacute;rios dos soldados recrutados, fizessem parte das despesas operacionais.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/23/23103830600097.jpg" alt="(Fonte: History/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: History/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Apesar de muitos homens locais recrutados n&atilde;o terem sido pagos, n&atilde;o h&aacute; registros arqueol&oacute;gicos ou por escrito de qualquer resist&ecirc;ncia local &agrave; constru&ccedil;&atilde;o da muralha, visto que os romanos se concentravam em documentar apenas conflitos de grande escala.
No s&eacute;culo V, a influ&ecirc;ncia romana na Gr&atilde;-Bretanha diminuiu at&eacute; que todos partissem. No entanto, a Muralha de Adriano permaneceu e permanece at&eacute; hoje com suas paredes que precisavam apenas proporcionar uma sensa&ccedil;&atilde;o de seguran&ccedil;a aos romanos.

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A Muralha de Adriano: o marco histórico romano na Inglaterra

Imagem de Thomas Cook: o 'pai' do turismo internacional no megacurioso

O homem percebeu que a classe média em ascensão queria viajar como os ricos durante as férias

No come&ccedil;o de 1869, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118262-como-as-piramides-do-egito-foram-construidas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Egito&nbsp;</a>recebeu uma turba de estrangeiros, desde rep&oacute;rteres e agentes de navega&ccedil;&atilde;o que queriam acompanhar a abertura do Canal de Suez, at&eacute; arque&oacute;logos &aacute;vidos para mergulharem no passado fara&ocirc;nico no pa&iacute;s. Al&eacute;m deles, havia tamb&eacute;m os mission&aacute;rios e os mercen&aacute;rios.
Mas na madrugada de 4 de fevereiro, ap&oacute;s tr&ecirc;s dias no mar navegando em dire&ccedil;&atilde;o &agrave; Alexandria, desembarcou um grupo de 28 brit&acirc;nicos de apar&ecirc;ncia comum, disputados apenas pelos carregadores de malas do porto.
Apesar de o local estar acostumado com pessoas diferentes, o que diferenciava aquele grupo &eacute; que eles s&oacute; estavam ali por causa de um homem chamado Thomas Cook, dono de uma empresa que em breve remodelaria as viagens internacionais. Aqueles eram os seus primeiros clientes, e tamb&eacute;m os primeiros turistas modernos da Hist&oacute;ria.
<h2>O vision&aacute;rio</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/23/23104525752102.jpg" alt="(Fonte: Manchester Evening News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Manchester Evening News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Por muito tempo as viagens eram privil&eacute;gios dos ricos, que chegavam a passar meses flutuando em navios sem pressa de voltar para casa. Com a Revolu&ccedil;&atilde;o Industrial no final do s&eacute;culo XVIII, na Inglaterra e depois em grande parte do resto da Europa Ocidental e dos Estados Unidos, originou-se a classe m&eacute;dia que tinha um pouco mais de dinheiro do que os pobres e poderia gast&aacute;-lo com algumas regalias.
Com poucos recursos financeiros, essa classe poderia ter passado as f&eacute;rias perto de sua casa se n&atilde;o fosse pelo marceneiro Thomas Cook e sua mente ambiciosa e vision&aacute;ria, que agiu rapidamente ao perceber essa movimenta&ccedil;&atilde;o no mercado e a lacuna nos meios que possibilitassem levar essas pessoas para os lugares que desejavam.
O desenvolvimento da primeira rede ferrovi&aacute;ria do mundo fez Cook come&ccedil;ar seu neg&oacute;cio providenciando curtas viagens gratuitas ou com desconto para essas pessoas, antes de organizar itiner&aacute;rios mais longos a partir de 1850.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/23/23105431695103.jpg" alt="(Fonte: Teller Report/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Teller Report/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em 1855, ele j&aacute; se aventurava com seus clientes indo para a Su&iacute;&ccedil;a e Fran&ccedil;a pelo Canal da Mancha. Com o final da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119209-caso-dred-scott-a-decisao-que-impulsionou-a-guerra-civil-americana.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Guerra Civil Americana</a>, o homem liderou uma excurs&atilde;o atrav&eacute;s do Atl&acirc;ntico at&eacute; Nova York.
Cook garantia descontos aos seus clientes, que recebiam o benef&iacute;cio de pagarem pela viagem uma s&oacute; vez e poderem desfrutar de translado, estadia e refei&ccedil;&otilde;es. As expedi&ccedil;&otilde;es de Cook impulsionaram a profiss&atilde;o dos guias tur&iacute;sticos, e sua presen&ccedil;a considerada moralmente honesta incentivou que mulheres viajassem mais sozinhas.
Na d&eacute;cada de 1880, com a entrada dos americanos e alem&atilde;es para o turismo, Cook se manteve &agrave; frente ao construir uma frota de navios a vapor de &uacute;ltima gera&ccedil;&atilde;o para seus clientes, permanecendo como a melhor empresa de turismo no Egito.
Ap&oacute;s sua morte, em 1892, a empresa de Thomas Cook resistiu at&eacute; 1929, antes de a Grande Depress&atilde;o paralisar a ind&uacute;stria do turismo por v&aacute;rios anos. O seu legado como o precursor do turismo &eacute; intermin&aacute;vel.

Julio Cezar de Araujo