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Charles Neergaard transformou a construção de hospitais no século XIX

01/08/2021 às 08:002 min de leitura

Na edição de março de 1942 da revista Modern Hospital, o consultor de design Charles F. Neergaard quebrou um padrão imposto há cerca de dois séculos: de que os espaços hospitalares precisavam de acesso direto à luz solar e ao ar fresco, além de ser um local luxuoso.

Esse pensamento partia do princípio centenário de que as doenças eram disseminadas ou até mesmo causadas devido aos espaços escuros, com ar estagnado que poderia carregar de partículas e infectar os pacientes.

Neergaard publicou um layout inovador que continha duas unidades de enfermagem, com grupos de quartos de pacientes supervisionados por uma única equipe em uma ala do prédio. Para cada unidade, um corredor fornecia acesso a uma fileira de pequenos quartos de pacientes ao longo de uma extensa parede externa e uma área de serviço compartilhada entre os dois corredores. 

O detalhe considerado mais absurdo era de que os quartos não tinham janelas.

Novos tempos

(Fonte: Zocalo Public Square/Reprodução)(Fonte: Zocalo Public Square/Reprodução)

A premissa ultrajou os projetistas hospitalares e o poderio médico, ainda mais pelas epidemias do século XVIII terem atingido inquilinos de distritos urbanos muito populosos onde uma atmosfera arejada era um privilégio apenas dos ricos.

Os pacientes internados em grandes hospitais urbanos sofreram infecções cruzadas e secundárias com mais frequência do que os pacientes em centros rurais ou de cidades pequenas. Sendo assim, ficava claro que se os quartos sem janelas não geravam as doenças em si, eles criavam as condições que facilitavam a transmissão delas.

Era por isso que os corredores dos hospitais tinham janelas, os armários, os dutos de ventilação e compartimentos para encanamentos. As salas de pacientes e de cirurgia tinham janelas tão grandes que o reflexo do sol causava cegueira temporária nos cirurgiões.

(Fonte: Arieh Sharon/Reprodução)(Fonte: Arieh Sharon/Reprodução)

A obsessão pelas janelas como um indicativo de fé de que tudo poderiam curar, cresceu ainda mais no final do século XIX com a teoria de que a luz ultravioleta do Sol era germicida. Então, as janelas começaram a ser usadas como meio de descontaminação das superfícies.

Com a modernização dos hospitais, antes vistos como espaços terapêuticos, os projetistas passaram a priorizar a eficiência e flexibilidade dos ambientes em vez da leveza e do ar. 

Eles não levaram muito em consideração a falta de janelas em um cômodo, mas também entenderam que não eram necessárias tantas janelas assim.

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