1º atlas da Lua em alta definição é lançado por cientistas chineses

Astrônomos chineses recentemente lançaram a primeira edição do primeiro mapa mais detalhado da história sobre a superfície da Lua. O artefato, que vem sendo considerado o "primeiro atlas geológico de alta definição de toda a Lua", não fornece apenas imagens das crateras vistas por telescópios e orbitadores, mas também mapas geológicos, litológicos e tectônicos de toda a superfície lunar. 

A NASA havia criado mapas detalhados do lado próximo da Lua antes das missões Apollo e divulgado publicamente. Porém, como a exploração lunar foi interrompida durante décadas, os dados foram ficando desatualizados e não condizentes com as novas tecnologias que surgiram. Agora que diversos países competem para chegar à Lua mais uma vez, é de se imaginar que mais novidades como esta sigam surgindo.

Mapeamento da Lua

Foram necessários anos de operação por orbitadores lunares equipados com sensores muito mais avançados do que os disponíveis na época pré-Apollo para os pesquisadores conseguirem produzir uma riqueza de novas informações sobre o satélite natural da Terra. Em comunicado oficial, o editor-chefe do atlas e membro do Instituto de Geoquímica da Academia Chinesa de Ciências, Liu Jianzhong, afirmou que o projeto era uma necessidade.

“Com o acúmulo de dados e resultados de pesquisas, esses mapas geológicos lunares antigos não atendiam mais às necessidades futuras de pesquisas científicas e de exploração lunar”, disse. Liu supervisionou a produção de mapas geológicos da Lua numa escala de 1:2,5 milhões. Além de mapas detalhados de 30 quadrantes diferentes, também foram criados mapas de toda a superfície lunar — distorcidos perto dos polos.

Embora a Lua não tenha placas tectônicas ativas como na Terra, os pesquisadores conseguiram identificar as chamadas "unidades tectônicas" em sua fase de formação. 

Dados adicionais

Além do mapa tectônico, os cientistas chineses também elaboraram o mapa litográfico, que marca diferentes tipos de rochas por cor. O mais tradicional, por sua vez, foi o mapa geológico, o qual identificou crateras, suas composições e os momentos de formação. No processo de produção dos mapas, os investigadores criaram uma espécie de "nova linha do tempo lunar".

A nova linha temporal enfatiza a importância de mudanças que ocorreram na juventude da Lua — período em que ela passou a ser dominada por influências externas, como impactos de asteroides. Os criadores do atlas dizem que essa distinção de tempo também ajudou na classificação das estruturas lunares e os tipos de rochas utilizadas para a criação dos diferentes tipos de mapa.

Além de um grande potencial educacional, o atlas — que está disponível em chinês e inglês — deve despertar ainda mais interesse na história da Lua como consequência das próximas aterrissagens humanas no satélite. Seus criadores enxergam os mapas como ferramentas para pesquisa científica lunar, seleção de locais de pouso e até mesmo exploração de recursos no futuro.

Caso você tenha ficado interessado, o Map Quadrangles of the Geologic Atlas of the Moon está sendo vendido no site da Geological Publishing House pela moderada bagatela de 1.450 libras esterlinas, o equivalente a mais de R$ 9,5 mil.