Você ouviu falar da descoberta de cabeças em covas no Peru?

22/08/2018 às 12:342 min de leitura

O costume de decapitar inimigos e guardar suas cabeças como troféus já foi observado em diversas culturas ao longo da História — e nós do Mega Curioso inclusive falamos sobre algumas delas por aqui, como é o caso dos Maoris e suas mokomokais, dos Jivaro e suas tsantsas, e dos Astecas e os crânios que eles armazenavam nas tzompantli, por exemplo.

Em linhas gerais, a prática de remover e preservar as cabeças dos inimigos servia como demonstração de poder dos vencedores sobre os derrotados. Sem falar que, para alguns povos, também existia a crença de que o “troféu” permitia que quem o possuísse pudesse controlar e escravizar o espírito do infeliz decapitado no além.

Cabeça de guerreiroOlha uma das cabeças peruanas (Live Science/Maria Cecilia Lozada)

Pois, de acordo com Owen Jarus, do site Live Science, algumas cabeças “sem dono” foram descobertas em covas no Peru e, apesar de em um primeiro momento os arqueólogos acreditarem que se tratava de mais uma coleção de troféus de guerra, análises recentes sugerem que elas não guardavam relação com inimigos caídos ou castigos para almas penadas.

Coleção

As cabeças foram originalmente descobertas durante escavações conduzidas no Vale de Victor, situado no sul do país, entre 2012 e 2015, e foram encontradas em 27 poços com mais ou menos 4 metros de profundidade. Esses buracos continham os corpos de por volta de 60 pessoas, incluindo bebês e mulheres, assim como fragmentos de tecidos e objetos usados em cerimônias e rituais, e diversos cadáveres foram mumificados naturalmente pela ação das condições climáticas locais.

Tecido antigoUm dos tecidos encontrados nas covas (Live Science/Maria Cecilia Lozada)

Os arqueólogos concluíram que tanto os cadáveres como os objetos pertencem à cultura La Ramada, e foram colocados no local por volta do ano 550 — e foi no meio desses artefatos todos que os pesquisadores encontraram as tais cabeças, 6 no total. O interessante é que um estudo publicado no início deste mês sugere que, ao contrário do que se pensava, elas não seriam troféus de guerra, não.

A pesquisa, liderada por Maria Cecilia Lozada, professora de antropologia na Universidade de Chicago, parece que as cabeças encontradas nas covas não pertencem a inimigos derrotados pelos Ramada, mas sim a indivíduos dessa mesma cultura, possivelmente guerreiros. Segundo o estudo, é possível que os combatentes quisessem trazer os corpos dos soldados mortos para serem sepultados com os seus, mas na impossibilidade de transportar os mortos, apenas as cabeças foram coletadas.

Cova peruanaEssa é uma das covas que continham os cadáveres (Live Science/Maria Cecilia Lozada)

Já pensou? Retornar de uma batalha com as cabeças dos seus amigos penduradas nas costas? Pra lá de macabro, você não concorda? Bem, de momento, essa possibilidade não passa de uma teoria, mas os cientistas pretendem submeter os “troféus” e os esqueletos a uma série de testes e exames de DNA para descobrir se as cabeças e os corpos são todos mesmo de indivíduos da mesma cultura.

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