
Estilo de vida
03/11/2018 às 06:00•3 min de leitura
Os “combates” da Guerra Fria podem ter ficado apenas em demonstrações de poder e influência, como o próprio nome já indica, mas isso não significa que a disputa tenha acontecido de uma forma tranquila. As batalhas ocorreram em diversas áreas, inclusive com a produção de artefatos nucleares, que sempre preocuparam líderes do mundo todo.
A corrida espacial foi um desses pontos de disputa, onde a tecnologia avançava a passos largos e cada demonstração de sucesso colocava o adversário em uma posição nada confortável. Mas no fim das contas, quem ganhou?
Se realmente compararmos a corrida espacial a um esporte, ela teria muito mais semelhanças com uma prova de decatlo, que engloba diversas modalidades e uma única avaliação final.
O apito inicial da disputa foi soprado pela União Soviética, que em 4 de outubro de 1957 conseguiu lançar o primeiro satélite artificial, o Sputnik I. A notícia deixou os EUA desesperados e acabou culminando na criação da NASA, em 1958.
Anos após o início das pesquisas na instituição, o presidente Kennedy anunciou, em 1961, o grande objetivo: colocar um homem na Lua. A atitude foi um movimento extremamente ousado, estratégico e necessário, após o cosmonauta Yuri Gagarin ter feito um pequeno passeio pelo espaço e colocado a União Soviética na frente.
A tecnologia disponível na época tornava a tarefa algo quase impossível, mas o anúncio fez com que ambos os lados trabalhassem ao máximo para ganhar a corrida. Até o momento, as informações disponíveis sobre foguetes vinham da Alemanha, que, durante a Segunda Guerra Mundial, desenvolveu protótipos de mísseis de longa distância.
Tanto a URSS quanto os EUA tiveram acesso aos foguetes V-2, utilizando a tecnologia alemã na produção de armamento próprio. A grande sacada foi perceber que a forma como eles foram projetados viabilizava o lançamento não apenas de bombas, mas também de outros objetos, como cápsulas tripuladas.
A transmissão de Neil Armstrong caminhando pela Lua pode ser considerada o fim da corrida espacial, declarando os EUA como vencedores. O evento esfriou drasticamente a disputa, deixando os soviéticos em uma posição de derrota aos olhos do mundo.
Acontece que, apesar de um astronauta ter realizado o feito lunar pela primeira vez, em 20 de julho de 1969, os cosmonautas desempenharam um papel essencial para o sucesso norte-americano. Um lado monitorava a tecnologia do outro através de espionagem e fotos de satélite, sempre se mantendo atualizados sobre o estágio de evolução do vizinho.
Os louros da vitória foram para a NASA; porém, entre 1957 e 1965, a URSS foi a pioneira em diversas etapas da corrida. Nesse período, os soviéticos lançaram um satélite que orbitou a Lua, Yuri Gagarin foi o primeiro homem no espaço, cosmonautas foram mantidos no espaço por 5 dias, a cosmonauta Valentina Tereshkova foi a primeira mulher no espaço, e até mesmo uma caminhada espacial foi realizada, em 1965.
A URSS queria se mostrar superior aos EUA, mas isso não significava que todos os esforços se concentravam no objetivo de levar um homem até a Lua. Hoje sabemos que os soviéticos investiram aproximadamente metade dos US$ 25 bilhões que os EUA utilizaram no programa Apollo. Documentos da época mostram que esse investimento era condizente com a importância que os líderes de cada país davam ao projeto.
O grande empecilho, na época, era desenvolver um foguete grande o suficiente para conseguir impulsionar até a Lua todo o equipamento e a tripulação necessários para a missão. Os EUA conseguiram o feito com o Saturn V, mas um exemplo de que as tecnologias não estavam tão distantes foi que, quando Neil Armstrong pousou na Lua, um satélite soviético já orbitava o corpo celeste.
O Luna 3 possuía um braço robótico, desenvolvido para coletar material lunar e voltar para a Terra de forma remota. Infelizmente, o projeto apresentou problemas e foi abandonado após tentativas de retomada do controle. O programa espacial soviético também tentou colocar um homem na Lua até 1974, quando encerrou o projeto.
Já vislumbrando um futuro no espaço, a URSS lançou a primeira estação espacial em 1971, mas o feito já não era tão relevante após o sucesso americano que alcançou a Lua. Com o passar do tempo e a dissolução da União Soviética, Rússia e EUA trabalham atualmente em conjunto com outros 18 países na manutenção da Estação Espacial Internacional.
Em uma guerra em que não existiu um conflito físico, é difícil definir o vencedor. Do ponto de vista geral, a influência norte-americana sobre o mundo acabou prevalecendo, contudo na corrida espacial a disputa foi acirrada, e apontar um vencedor é algo complicado. E para você, quem ganhou essa corrida? Responda nos comentários abaixo.
***
Você conhece a newsletter do Mega Curioso? Semanalmente, produzimos um conteúdo exclusivo para os amantes das maiores curiosidades e bizarrices deste mundão afora! Cadastre seu email e não perca mais essa forma de mantermos contato!
As orelhas dos elefantes africanos são as maiores do reino animal.
Moldados pela natureza. os gogottes parecem uma versão abstrata das esculturas de Fernando Botero, pelas suas formas volumosas e curvas suaves.
Um programa inovador conecta famílias à história e ao sabor único de pêssegos quase extintos.
Pesquisador de zoologia afirma que os polvos são a espécie com maiores condições de povoar a Terra em nosso lugar.
Por que um avião magnífico que voava a 2,17 mil km/h, a 18 mil metros de altura, teve que ser descontinuado?
Apesar da intensa atividade solar, não conseguimos ouvir nada aqui da Terra. Por quê?
Entenda o que está por trás da duração dos voos e veja como isso impacta a sua próxima viagem.
De acordo com pesquisadores, nascimento de gêmeos em ninhadas um dia já foi o padrão no processo de evolução dos primatas.