Saúde/bem-estar
26/02/2019 às 08:00•2 min de leitura
Podemos pensar que o sono é uma prática meio sem sentido no mundo animal: horas "desperdiçadas" em uma posição vulnerável diante de qualquer ataque predatório. Mas, como sabemos e estudos ao longo dos anos comprovaram, dormir é uma prática vital e traz muitos benefícios. Um recente estudo constatou, todavia, que nem todos os seres necessitam de horas a fio de sono, como nós.
A pesquisa foi realizada por uma equipe da Faculdade Imperial de Londres acerca das moscas-da-fruta (da família Drosophila melanogaster). O líder do estudo, doutor Giorgio F. Gilestro, ficou surpreso ao notar que algumas moscas quase não dormem, ao contrário da maioria dos animais. Restava saber se a capacidade se extendia a toda a família ou se era um privilégio de algumas espécies.
Reprodução/IFL Science
Para tanto, os pesquisadores colocaram moscas em um caixa de vidro capaz de detectar movimentos — ou a falta deles. Dessa maneira, quando alguma mosca permanecia parada por mais de 20 segundos, o compartimento girava para acordá-la. No fim do experimento, descobriu-se que as moscas do sexo masculino não foram afetadas; contudo, as notícias não foram tão boas para as fêmeas, que morreram 3,5 dias antes do normal, que varia de 40 a 50 dias.
Ironicamente, as fêmeas dormem menos do que os machos em uma rotina comum, mas se provaram menos resistentes a longos períodos acordadas. Sobre isso, uma especialista declarou ao New York Times que a ausência de movimento é utilizada por muitos animais como uma alternativa ao sono regular. Logo, os micromovimentos percebidos pela equipe podem ter acontecido durante sonecas rápidas.
Reprodução/The New York Times
Em resposta à declaração, a equipe de cientistas concordou: "O sono prolongado de fato não é uma necessidade vital, e pequenos intervalos de descanso podem ser suficientes para satisfazer qualquer necessidade biológica suprida pelo repouso habitual". Assim, o sono das moscas permanece um mistério a ser desvendado pela ciência.
Para conferir o estudo na íntegra, acesse o site Science Advances.