
Estilo de vida
01/09/2019 às 11:00•3 min de leitura
Após uma queda de 75% no desmatamento na Amazônia depois de um pico em 2004, esses números voltaram a crescer nesse mês de agosto. Com a promessa do recém-eleito presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, de reduzir a fiscalização ambiental e fomentar o desenvolvimento agrícola na região, a situação tem se agravado ainda mais.
Além de abrigar milhares de espécies endêmicas - que são encontradas apenas nessa região - de plantas e animais, a maior floresta tropical do mundo também é morada de povos tradicionais e indígenas e contém grandes reservas de carbono, essencial para o controle das mudanças climáticas. Algumas declarações também sugerem que as queimadas também têm efeito sobre o oxigênio atmosférico. No dia 22 de agosto o presidente francês Emmanuel Macron disse, em sua conta oficial no twitter, que "a floresta tropical da Amazônia — os pulmões que produzem 20% do oxigênio do nosso planeta - está pegando fogo".
Mas a verdade é que quase todo o oxigênio respirável da Terra tem origem no oceano, e há quantidade suficiente para milhões de anos. "Há várias razões pelas quais você gostaria de preservar a Amazônia, mas o oxigênio não é um deles", observa Michael Coe, cientista dos sistemas da Terra, que dirige o programa da Amazon no Woods Hole Research Center, em Massachusetts.
Segundo o cientista e professor de ciência atmosférica da Universidade Estadual de Colorado, nos Estados Unidos, Scott Denning, quase todo o oxigênio livre no ar é produzido pelas plantas por meio do processo de fotossíntese. Cerca de um terço da fotossíntese terrestre ocorre em florestas tropicais, como a floresta amazônica. Porém quase todo esse oxigênio é consumido por organismos vivos e incêndios. As folhas mortas, galhos e raízes que caem das árvores alimentam um rico ecossistema de organismos, principalmente insetos e micróbios, que consomem oxigênio durante o processo.
Além disso, as árvores não apenas liberam oxigênio, elas também o consomem em um processo conhecido como respiração celular, em que convertem os açúcares que acumulam durante o dia em energia, usando oxigênio para alimentar o processo. Estima-se que pouco mais da metade do oxigênio que as árvores produzem seja consumido dessa maneira. Como resultado, a produção líquida de oxigênio pelas florestas - e de fato, todas as plantas terrestres - é muito próxima de zero.
Já o fitoplâncton - conjunto de organismos aquáticos microscópicos que têm capacidade de fazer fotossíntese - produz mais de 50% do oxigênio disponível na Terra. "O oxigênio que respiramos é o legado do fitoplâncton no oceano que há bilhões de anos acumulou oxigênio que tornou a atmosfera respirável", explica Denning.
Para que o oxigênio se acumule no ar, parte da matéria orgânica produzida pelas plantas através da fotossíntese deve ser removida da circulação antes de ser consumida. Geralmente isso acontece quando é rapidamente enterrado em locais sem oxigênio - mais comumente no fundo do mar, sob águas que já estão sem oxigênio.
Parte desse oxigênio retorna à superfície do planeta através de reações químicas com metais, enxofre e outros compostos na crosta terrestre. Por exemplo, quando o ferro é exposto ao ar na presença de água, ele reage com o oxigênio no ar para formar óxido de ferro, um composto comumente conhecido como ferrugem. Esse processo, chamado de oxidação, ajuda a regular os níveis de oxigênio na atmosfera.
Embora a fotossíntese das plantas seja, em última análise, responsável pelo oxigênio respirável, apenas uma fração muito pequena do crescimento da planta realmente contribui para a reserva de oxigênio no ar. Mesmo que toda a matéria orgânica na Terra fosse queimada de uma só vez, menos de 1% do oxigênio do mundo seria consumido. Há oxigênio suficiente no ar para durar milhões de anos, e a quantidade é definida pela geologia, e não pelo uso da terra. Ainda assim, a Amazônia continua tendo um papel extremamente importante. Talvez a melhor associação para o papel da floresta tropical seja o ar-condicionado, já que ela é responsável por "resfriar" a Terra.
“Poucas pessoas falam sobre biodiversidade, mas a Amazônia é o ecossistema mais biodiverso em terra, e as mudanças climáticas e o desmatamento estão colocando em risco essa riqueza”, observa o cientista Carlos Nobre, do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, em entrevista à National Geographic.
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