
Ciência
03/09/2019 às 09:00•2 min de leitura
Lançada em julho, a missão Chandrayann-2 percorreu seu longo caminho para a Lua, onde chegou em órbita no dia 20 de agosto e, no último dia 2 de setembro deu um passo a mais para se tornar o primeiro toque da Índia no solo do satélite natural. A sonda se dividiu em duas naves espaciais distintas: um orbitador, que irá circular os polos da Lua por aproximadamente um ano, e um módulo de aterrisagem, chamado Vikram, que tentará o primeiro toque da Índia na Lua no final desta semana. Segundo comunicado da ISRO (Organização de Pesquisa Espacial Indiana), todos os sistemas estão saudáveis.
A separação das duas naves aconteceu durante a madrugada e estão se saindo bem em suas órbitas distaintas, garante a ISRO. Desde o lançamento até a separação, a equipe de controle da ISRO fez uma série de ajustes orbitais de modo que a sonda percorresse o caminho mais ao sul. O componente orbital desta missão é baseado no da primeira missão lunar indiana, a Chandrayaan-1, que carregava um instrumento que identificava o gelo da água enterrado em crateras escuras perto do polo sul lunar.
Foto: India Space Research Organization
A sonda atual carrega oito instrumentos científicos diferentes, incluindo duas câmeras, dispositivos capazes de identificar diferentes elementos no regolito lunar, calculando a quantidade de gelo na água dele e ainda um instrumento que mede os raios x emitidos pelo sol para a superfície da Lua.
Além disso tudo, Vikram carrega ainda um veículo espacial chamado Pragyan, que pesa 27 quilos e está programado para deixá-lo cerca de quatro horas após a chegada na superfície lunar. Ele carrega dois instrumentos que o ajudarão a identificar elementos próximos ao local de pouso e, caso seja bem-sucedido, esse pouso marcará o primeiro da Índia na Lua, tornando-se apenas o quarto país do mundo a conseguir tal feito, depois de União Soviética, Estados Unidos e China.
Foto: India Space Research Organization
De acordo com o Spaceflight Now, o momento histórico acontecerá na sexta-feira (6), no fim da tarde. A zona de pouso da missão está em um platô entre duas crateras, local mais ao sul do que os outros pousos que o sucederam.
Foto: India Space Research Organization
Na Lua, a aterrissagem acontecerá no início do dia, e o horário foi proposital para coletar o máximo de dados antes que a noite lunar congele a sonda fora de operação. O Vikram irá realizar três experimentos. O primeiro para estudar a ionosfera da lua, o segundo para estudar a temperatura dentro dos 10 centímetros da superfície lunar e o terceiro para estudar os terremotos.
A sonda carrega ainda um refletor a laser que será utilizado pelos cientistas para medir com precisão a distância entre a Terra e esse trecho da lua.
Foto: India Space Research Organization