Estilo de vida
26/09/2019 às 13:00•2 min de leitura
Falar em visão noturna injetada diretamente nos olhos pode até parecer coisa de Matrix, mas a tecnologia que pode dispensar os óculos de visão noturna para enxergar no escuro já está sendo desenvolvida por cientistas americanos e chineses. A tecnologia já foi testada com sucesso em ratos de laboratório, o que está dando confiança de que a injeção possa funcionar em seres humanos.
Utilizando sensores infravermelhos que captam fontes de calor e, com isso, “pintam” uma imagem do ambiente de uma pessoa com base no calor irradiado por ela, os grandes óculos utilizados atualmente pelas tropas americanas são caros, volumosos, precisam de energia elétrica para operar e limitam o campo de visão. Os óculos de visão noturna funcionam como um tubo de papel higiênico, reduzindo significativamente o alcance da visão e, com isso, pode até criar uma falsa perspectiva do ambiente, o que pode ser mais do que limitador — pode ser perigoso.
Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Massachusetts injetaram nanopartículas que são capazes de converter a luz infravermelha em luz visível aos olhos dos ratos. Essas nanopartículas se ligam aos fotorreceptores dos olhos dos animais e conseguem fornecer visão noturna por até 10 semanas sem qualquer efeito negativo. Para testar a eficácia, os pesquisadores colocaram os ratos modificados em um labirinto com outros que não receberam a injeção. O resultado? Eles conseguiram encontrar a saída.
Foto: Lance CPL. Israel Chincio
O cientista chinês Xue Tian é citado no estudo e afirma que “definitivamente” pensa que a tecnologia pode funcionar em humanos. Mas, antes que isso possa se tornar realidade para as tropas de soldados dos Estados Unidos, os testes com nanopartículas em seres humanos precisam se mostrar eficazes. Caso a visão noturna promovida pela nova tecnologia não supere a proporcionada hoje pelos óculos, é possível que não seja utilizada, a não ser que possa ser melhorada.
Outro ponto que precisa ser analisado é o período de “funcionamento” da injeção. Em ratos, elas duraram 10 semanas, o que significa que a cada pouco mais de dois meses os soldados teriam que receber uma reinjeção. O problema é que, em geral, eles já estão em zonas de combate, que costumam ter condições insalubres. E também é preciso considerar que a injeção é dada diretamente no globo ocular, uma prática pouco confortável.
Agora, se a tecnologia de visão noturna injetável funcionar, pode significar uma economia significativa aos cofres americanos, alívio do peso carregado pelos soldados em campo de batalha e um campo de visão muito mais amplo, proporcionando mais consciência situacional em pleno combate.