Artes/cultura
10/10/2019 às 11:00•2 min de leitura
As queimadas florestais parecem estar cada vez mais constantes e devastadoras. Embora elas sempre tenham existido, a força de destruição parece aumentar a cada ano e apagar um incêndio de grandes proporções não é tarefa fácil, como se pode acompanhar cada vez que o noticiário exibe as chamas densas que tomam e aniquilam florestas pelo mundo. A mobilização para conter as queimadas, de acordo com o Ibama, pode envolver 500 homens, helicópteros, aviões-tanque e muitos litros de água.
A água, aliás, pode não ser suficiente para apagar o fogo e, em casos mais extremos e graves, é necessário utilizar compostos químicos. Portanto, como sempre, a prevenção é a melhor saída e já existe todo um mapeamento e controle via satélite para áreas de risco. Mas pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, foram além e desenvolveram um gel capaz de prevenir as queimadas, tornando as florestas mais resistentes ao fogo e impedindo que focos de incêndio se espalhem.
No estudo desenvolvido pelos cientistas e publicado na revista científica Proceedings of The National Academy of Sciences, eles explicam que o gel é composto por polímeros de celulose extraídos das próprias plantas, partículas de sílica e fluido retardador de chamas. Todo o material é atóxico, biodegradável e colabora com o meio ambiente, uma vez que possui componentes naturais.
Diferente dos usos atuais de sprays de combate às queimadas apenas em casos emergenciais, os cientistas que desenvolveram o gel chegam com a proposta de pulverizar áreas de risco sem que necessite de focos de incêndio para agir. De acordo com os pesquisadores, o novo gel é resistente às intempéries e uma única pulverização poderia proteger a floresta por meses, mesmo em caso de fortes ventos ou chuvas.
Em parceria com o Departamento de Silvicultura e Proteção contra Incêndios da Califórnia, os pesquisadores colocaram o gel em teste em grama e camurça — uma forma de imitar a vegetação em que ocorrem as queimadas — e o resultado foi um sucesso. Um litro do gel por metro quadrado já foi suficiente para evitar que as chamas se alastrassem.
A próxima etapa é testar o gel em áreas com alto risco de incêndio, como aquelas nas beiras de estrada.